Para entender a
história... ISSN 2179-4111. Ano 5, Volume jul., Série 04/07,
2014, p.01-03.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Doutor em história
social - USP.
MBA em Gestão de
Pessoas - UNIA.
Licenciado em história
- CEUCLAR.
Licenciado em filosofia
- FE/USP.
Bacharel em filosofia -
FFLCH/USP.
A língua tem como papel fundamental aproximar o
sujeito e seu objeto, mas como surgiu a linguagem?
A linguagem surgiu provavelmente para que o homem
pudesse estabelecer relações de trabalho e produção.
Sendo assim, então por que existem tantas línguas
diferentes?
Reflexões.
Ao que tudo indica as diferenças linguísticas se
devem as divergências culturais entre povos.
As palavras adquirem diferentes articulações e
significados conforme o recorte antropocultural que cada cultura faz dentro de
determinado contexto histórico.
Porém, será que existiria pensamento se não
existisse a língua?
Provavelmente não, pois a palavra é a condição
essencial à articulação do pensamento.
Devido à propriedade de criação de novas
combinações, a linguagem é extremamente flexível.
Portanto, deve ter tornado possível uma organização
social mais flexível e complexa.
As experiências do dia-a-dia são classificadas e
reduzidas a categorias através da fala e do pensamento verbal.
Tal característica permite ao homem articular
pensamentos complexos.
Desse modo, a espécie humana terminou tornando-se
adaptável e passou adaptar o mundo as suas necessidades.
A fala, no entanto, não é inata, aprendemos a língua
a partir da alfabetização, que é na verdade expressão escrita da oralidade.
A palavra só flui a partir da leitura que fazemos do
mundo.
A língua fixa as experiências do passado e termina
influenciando a percepção da realidade presente.
Nossa imagem do universo decorre, portanto, da
língua.
Sendo assim, a pesquisa sociolinguística é de
fundamental importância também para o entendimento da história.
Concluindo.
Para realizar a pesquisa sociolinguística, o
pesquisador deveria minimizar o efeito inibidor causado por sua presença no
mundo contemporâneo.
Para tal, seria necessário evitar que o publico
pesquisado conhecesse de fato à verdadeira natureza da pesquisa.
Além disto, seria necessário estimular o público
pesquisado a contar narrativas de experiências pessoais.
O estudo destas precisaria ficar demonstrado através
de um fator inibidor da emotividade.
O material coletado, neste sentido, serviria a analise
gramatical, mas também a pesquisa dobre os elementos ideológicos.
Por meio do material coletado pode-se saber quais
são os valores e imagens presentes no âmbito do universo pesquisado.
Podemos saber se determinada palavra, inserida no
contexto de um livro ou texto qualquer, será ou não entendida pelo público que
se destina.
Igualmente, podemos escolher palavras, mas adequadas
à elaboração de um discurso que se destina a determinado grupo.
Não obstante, a pesquisa sociolinguística termina
também se prestando também a analise da história através do significado de uma
palavra inserida em contexto, denotando muito sobre a época em que foi escrita.
A intima relação entre a pesquisa histórica e linguística
não poderia ser mais estreita.
Para
saber mais sobre o assunto.
BACCEGA,
Maria Aparecida. “Linguagem verbal e meios de comunicação” In: Comunicação e artes, no.
23. São Paulo: ECA-USP, 1990,
p.23-36.
BACCEGA
& CITELLI, Adilson. “Retórica da manipulação: os sem terra nos jornais” In:
Comunicação e artes, no. 20. São
Paulo: ECA-USP, 1989, p.23-29.
ERWIN,
Susan. “A linguagem na psicologia humana” In: TAX, Sol (org.). Panorama da antropologia. Rio de
Janeiro: Fundo de Cultura, 1966, p.55-65.
FREIRE, Paulo.
Educação como prática de liberdade. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p.39-65.
FREIRE,
Paulo. A importância do ato de ler. São
Paulo: Cortez, 1983, p.11-24.
PRETI,
Dino. Sociolinguística: os níveis de
fala. São Paulo: Nacional, 1982.
SHAFF, A.
Linguagem e conhecimento. Coimbra: Almedina, 1974, p.247-268.
TARALLO,
Fernando. A pesquisa sociolinguística. São
Paulo: Ática, 1985, p.17-32.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Esteja a vontade para debater ideias e sugerir novos temas.
Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.