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Mensal entre 13 de agosto de 2010 e 31 de dezembro de 2012.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Alfândega e Porto de Santos entre os séculos XVI e XVII.

 Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 11, Volume dez., Série 18/12, 2020.

 


Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.

Líder do Projeto.

Doutor em Ciências Humanas - USP.
MBA em Gestão de Pessoas - UNIA.

Licenciado em História - CEUCLAR.
Licenciado em Filosofia - FE/USP.
Bacharel em Filosofia - FFLCH/USP.

 

COAUTORES: Alex Santiago Santos, Fabricio Marcos de Oliveira, Joel de Lima Gonçalves, Jean Gallo, Luiz Eduardo da Silva, Raphael do Carmo Oliveira, Washington de Jesus Almeida, Williams Luna (discentes do curso de engenharia Civil do Centro Universitário Monte Serrat - Unimonte).

 

O texto deste artigo originalmente compunha uma monografia inserida no Projeto Integrador, orientada pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos, apresentada pelos alunos citados como coautores ao Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), como exigência parcial para a aprovação na disciplina PI I do curso de engenharia civil. Os resultados da pesquisa foram apresentados ao público em evento interno da universidade, submetido à avaliação de banca de professores do curso no ano de 2014. Este texto foi atualizado pelo orientador, com modificações substanciais, para publicação na Revista.

 

 

RESUMO: Pretende-se colaborar para o resgate do patrimônio histórico da cidade de Santos, procurando entender as técnicas e materiais utilizados na época, visando a preservação da memória através da construção de uma maquete da estrutura original da alfândega e do porto de Santos. O presente trabalho consiste em levantamento bibliográfico referente à estrutura arquitetônica do Porto e Alfândega de Santos do século XVI e XVII. Em se tratando de documentos antigos, e na maioria das vezes não registrados, podemos observar uma grande escassez de informações da época. A partir de meados do século XVIII, com o início das obras de construção do Porto atual, e com crescimento da produção cafeeira para exportações, teve início o registro de documentos.

PALAVRAS-CHAVE: História do Brasil, Recuperação da Memória, Memória do litoral paulista, História da Engenharia, Alfândega da Cidade de Santos, Porto de Santos.

 

ABSTRACT: The aim is to collaborate in the recovery of the historical heritage of the city of Santos, seeking to understand the techniques and materials used at the time, aiming to preserve memory through the construction of a model of the original structure of the customs house and port of Santos. The present work consists of a bibliographical survey regarding the architectural structure of the Port and Customs House of Santos from the 16th and 17th centuries. When it comes to old documents, and most of the time unregistered, we can observe a great lack of information from the time. From the middle of the 18th century, with the beginning of construction work in the current Porto, and with the growth of coffee production for exports, document registration began.

KEYWORDS: History of Brazil, Recovery of Memory, Memory of the coast of São Paulo, History of Engineering, Customs of the City of Santos, Port of Santos.

 

 

1. INTRODUÇÃO.

Pretendemos colaborar com o resgate da memória da cidade de Santos investigamos as técnicas e materiais de construção empregados à época da edificação da Alfândega e Porto de Santos original do século XVI e XVII.

Para tal, o presente trabalho consiste em levantamento bibliográfico referente à estrutura arquitetônica do Porto e Alfândega de Santos no período colonial.

Em se tratando de documentos antigos, e na maioria das vezes não registrados, podemos observar uma grande escassez de informações da época.

A partir de meados do século XVIII, com o início das obras de construção do Porto atual, e com crescimento da produção cafeeira para exportações, teve início o registro de documentos.

Em 1541, Brás Cubas transferiu o Porto que ficava na Ponta da Praia na atual Ponte dos Práticos, para o outro lado da ilha, onde hoje é o centro da cidade, que ficou conhecida como Enguaguaçu, que significa “enseada grande”.

Lembrando que o Porto de Santos iniciou-se na Ilha de São Vicente onde era chamada Goaió, cujo significado é “lugar de fornecimento de provisões”.

Em 1541 com a transferência do porto para o Enguaguaçu, a Alfândega iniciou seus trabalhos em umas casas compradas de Antônio Adorno, mas em 1553 o primeiro provedor-mor Antônio Cardoso de Barros mandou que Brás Cubas edificasse a Alfândega, onde haveria uma varanda para se fosse necessário abrigar a artilharia para combater possíveis invasores.

Em 1710 a Alfândega instalou-se em uma terceira sede, cujo sua construção foi custeada por João de Castro Oliveira.Um século depois, o Governador Franca e Horta transferiu-a para o antigo prédio do Colégio dos Jesuítas, que havia sido confiscado pela Coroa, onde esteve até 1876. Neste ano o prédio foi demolido e construído outro no mesmo local.

A Alfândega de Santos, embora muito antiga não foi a primeira a ser construída no Brasil, sendo construída em São Vicente sua primeira cede, no Porto de Naus.

Em 1541 foi deslocada para Santos, devido ao baixo calado que havia no Porto de Naus.

O primeiro local foi em umas casas compradas de Antônio Adorno, antes de 1550. Antônio Cardoso de Barros, primeiro provedor-mor, mandou em 1553 que Brás Cubas edificasse alfândega "no lugar e sítio em que estava, a que então servia para o efeito".

Essa nova aduana deveria ser da maneira seguinte: "duas casas por baixo de 30 palmos de largo e 40 de comprido cada uma; do mesmo comprimento e largura seriam também as outras duas, por cima assobradas, cobertas de telhas e bem emadeiradas, de pedra e cal, com um tabuleiro entre elas e o mar, da "compridão" das mesmas casas, à maneira de cais, onde, se fosse necessário, por-se-ia artilharia, se se pudesse fazer; haveria uma varanda sobre o tabuleiro, para que a artilharia ficasse ao abrigo da água e do sol."

Em 1710, uma terceira sede: um benemérito, João de Castro Oliveira, custeia a construção de nova alfândega. Em 1733, obras na Alfândega.

Para concretizar a de preservar a memória da Cidade de Santos, a pesquisa serviu de referência para confecção de uma maquete da Alfândega e do Porto originais do século XVI e XVII, que foi confeccionada seguindo os parâmetros da época.

 

2. METODOLOGIA.

Para elaboração deste trabalho seguimos a normatização da ABNT (Associação Brasileira de normas Técnicas), conforme preconizado pela NBR (Norma Brasileira Regulamentadora) 6023, atendendo ao padrão estabelecido pelo Manual de Trabalho Interdisciplinar Dirigido/Projeto Aplicado 2-2014 da Unimonte e a Portaria da Reitoria 006/2014 que instituiu as Normas para o Trabalho Interdisciplinar Dirigido/Projeto Integrador da citada Unimonte.

A princípio foi realizado um levantamento de dados nos sites relacionados à história do Porto de Santos e Alfândega.

Em uma segunda fase foi feito uma pesquisa junto aos órgãos competentes, como a Biblioteca Municipal, Instituto Geográfico e Codesp, em busca de imagens; medidas; plantas da construção do Porto e da Alfândega de Santos do Século XVI e XVII.

E por fim, através dos dados recolhidos confeccionamos uma maquete, simbolizando a construção que existia no período colonial.

 

3. DISCUSSÃO.

Foi de águas Braz Cubas a ideia de transferir o porto da baía de Santos para o seu interior, em protegidas, inclusive do ataque de piratas, contumazes visitantes e saqueadores do povoado. 

Escolhido o sítio denominado Enguaguaçu, no acesso do canal de Bertioga, logo se formou um povoado, motivo para a construção de uma capela e de um hospital, cujas obras se concluíram em 1543.

O hospital recebeu o nome de Casa da Misericórdia de Todos os Santos. Em 1546, o povoado foi elevado à condição de Vila do Porto de Santos. Em 1550 instalou-se a Alfândega. 

Por mais de três séculos e meio, o Porto de Santos, embora tivesse crescido, manteve-se em padrões estáveis, com o mínimo de mecanização e muita exigência de trabalho físico.

Além disso, as condições de higiene e salubridade do porto e da cidade resultaram altamente comprometidas, propiciando o aparecimento de doenças de caráter epidêmico. 

O início da operação, em 1867, da São Paulo Railway, ligando, por via ferroviária, a região da Baixada Santista ao Planalto, envolvendo o estuário, melhorou substancialmente o sistema de transportes, com estímulo ao comércio e ao desenvolvimento da cidade e do Estado de S. Paulo. 

A cultura do café estendia-se, na ocasião, por todo o Planalto Paulista, atingindo até algumas áreas da Baixada Santista, o que pressionava as autoridades para a necessidade de ampliação e modernização das instalações portuárias. Afinal, o café poderia ser exportado em maior escala e rapidez. 

Assim, foi colocado em discussão o fato de onde estaríamos hoje em relação a economia e infraestrutura da cidade e do país se não fosse o porto, pois por mais que não pareça, ele é de grande importância, para o desenvolvimento.

Brás Cubas teve a ideia de fazer o porto crescer, não visando somente os lucros financeiros e em consequência maiores movimentações de cargas no local, mas também visou o crescimento da cidade que trabalha em virtude da movimentação portuária.

Vai ser possível observar com decorrer do objetivo do trabalho, diversas discussões em pauta, não só em relação ao porto e a alfândega em si como foram apresentados até o momento, mas também todo o processo de sua construção física e como foi feito para transmitir os resultados encontrados para o projeto e dar origem a construção da maquete, em uma escala apresentável para que melhor se tenha um entendimento sobre o porto e alfândega de santos.

 

4. IMAGENS QUE SERVIRAM DE BASE PARA MAQUETE.




 

5. CONCLUSÃO.

Conclui-se que o porto é a principal porta de entrada de produtos tanto para exportação, assim como importação.

Logo, atualmente, os investimentos nesta área devem ser constantes para que o Brasil não fique para trás com relação aos outros países, já que um porto lento que não investi em novas infraestruturas acabam por atrapalhar o comércio do país gerando grandes prejuízos para o empresariado brasileiro e até desemprego.

Mesmo na época colonial, onde os recursos não eram muitos, já se tinha esse conceito e com o passar do tempo o porto foi evoluindo e, junto, levou tudo aquilo que o cerca para evoluir.

Tanto em questões econômica e de infraestrutura, o porto evoluiu através dos séculos, sendo de vital importância para o desenvolvimento do país.

O porto é uma estrutura complexa que possui vários procedimentos que ocorre antes, durante e depois do embarque e do desembarque dos produtos.

Deve ser sempre observado pelos seus profissionais tanto a bordo dos navios como no porto com cautela e extrema atenção - dentre os principais o capitão do navio, o prático e o operador dos navios rebocadores e os seus técnicos de segurança.

Nos séculos XVI e XVII, a eficiência do porto abordado não igual os dias de hoje, mas já existiam pessoas que exerciam funções parecidas, para tronar possível uma boa organização em todos os seus aspectos.

 

6. IMAGENS DA CONFECÇÃO DA MAQUETE.

 







7. RESULTADO ALCANÇADO.

 



8. REFERÊNCIAS.

BRASIL. Modelo da história do Porto de Santos. Disponível em:<http://www.portodesantos.com.br/historia.php>. Acesso em 02 marco de 2014.

BRASIL. Modelo de referência de enciclopédia em meio eletrônico do Porto de Santos. Disponível em: <http://portogente.com.br/museudoporto/arte/historia_porto.php>. Acesso em 02 marco de 2014.

BRASIL. Modelo da história da Alfândega do Porto de Santos. Disponível em:<https://portogente.com.br/portopedia/alfandega-do-porto-de-santos-77921>.<http://www.santos.sp.gov.br/comunicacao/historia/alfandega.html>. Acesso em 02 marco de 2014.