Para entender a
história... ISSN 2179-4111. Ano 5, Volume jul., Série 02/07,
2014, p.01-03.
Prof. Fábio
Liberato de Faria Tavares.
Graduado
em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Mestrando
em Educação Tecnológica pelo Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais
(CEFET-MG).
O autor já explicita que não se propõe a fazer uma
história definitiva sobre o tema.
O livro se inicia nas origens do cristianismo, com
destaque para a primeira figura missionária da religião, Paulo.
Paulo, por ter levado o cristianismo para várias
localidades, teria sido uma inspiração para os empreendimentos posteriores.
A ligação Igreja-Estado começou no Império Romano.
Se por um lado era benéfica para a Igreja, por ter
proteção e garantia de fiéis, muitas vezes ela foi submetida a interesses dos
governantes.
As universidades que foram surgindo através da
problematização e da sistematização do conhecimento passam a ser vistas como
importantes instrumentos para capacitação e expansão da fé cristã.
A Cia. De Jesus se encaixa no quadro da
Contra-Reforma. Ignácio de Loyola era de família nobre.
Feriu gravemente na perna em luta contra a França e
ficou com sequela.
No período de recuperação foi se apaixonado pelo
cristianismo lendo entre outros autores, Jacobus de Varagine.
Brigas foram comuns, para se decidir nas mãos de
quem ficaria a administração da Cia.
O predomínio foi de itálicos.
Os inacianos sabiam como usar as lendas locais a seu
favor. Faziam distorções para aproximá-las do cristianismo.
Um caso é o de Sumé.
Os únicos a quem os jesuítas deviam obediência era
ao Papa.
No Brasil Colonial, por exemplo, os jesuítas
aceitavam quer um índio adulto que não soubesse a língua portuguesa confessasse
para uma criança e esta repassaria ao padre.
Mesmo com as críticas, continuaram com a prática.
Eles proibiam também que bispos entrassem nos
aldeamentos para não atrapalharem a catequização.
Acolhiam na ordem os considerados “infames”
(libertos, desterrados, cristão novos, excomungados, etc.).
Apesar de tentar se colocar como uma instituição
mundial, os jesuítas esbarravam nas rivalidades continentais.
Um exemplo foi o atrito entre portugueses e espanhóis
durante a União Ibérica.
A briga de nacionalidades ficou clara nas “guerras
Guaraníticas” entre 1754 e 1756 quando os Sete Povos das Missões se rebelaram
quando a região saiu do domínio espanhol e foi para mãos portuguesas.
Os jesuítas espanhóis incentivaram a luta. Pela
lógica, só estaria havendo a troca de jesuítas espanhóis para portugueses.
Os jesuítas contribuíram para a educação não só na
América como na Europa.
René Descartes estudou em colégio da ordem na
França.
A universidade de Évora teve sua origem em colégio
jesuíta.
Os jesuítas não condenavam os conhecimentos da
medicina, contrariando a maioria dos religiosos da época.
Padre José de Anchieta teria tido certo conhecimento
de medicina.
Os tratamentos que ele ministrou ajudou na conquista
de novos fiéis, pois acabava desacreditando os pajés.
Em Goa eles abriram cursos na área médica que
acabaram dando origem ao curso em 1842.
Em Goa e Pequim, os jesuítas driblaram as proibições
do Santo Ofício e compravam ou publicavam livros proibidos.
Entretanto na América Portuguesa as restrições eram
fortes.
Na América Espanhola havia censura, mas em menor
grau, além disso, poderia haver impressão de livros.
Os jesuítas forma importantes também não só por
levarem a fé católica, mas também ajudaram na colonização.
Muitas vezes agiram como negociadores de apoio
indígena, seja para ajudarem os portugueses as submeterem povos hostis, seja
para expulsar estrangeiros, como os franceses na baía de Guanabara.
Mas também tiveram ganhos com isso. Conseguiram
ampliar seu poderio econômico e terras como no RJ (regiões do Engenho Novo,
Velho, Tijuca, entre outras).
Mais de 1000 habitantes da América Portuguesa
ajudaram na reconquista de Luanda.
Era de suma importância para os fazendeiros
(principalmente fluminenses) a manutenção do tráfico.
E para os jesuítas também, pois assim aliviaria a
escravidão indígena.
Os jesuítas faziam uso intenso de suas terras.
Plantavam cana de açúcar, hortaliças, criavam gado
entre outras atividades lucrativas.
Eles até emprestavam a juros.
Eles não dependiam muito de doações, viraram atores
relevantes no comércio da colônia.
Tinham o costume de “bancarem os coitados”, para
conseguirem benesses do governo lusitano.
Graças aos pedidos, conseguiam terras, esmolas, e
alimentos da Coroa.
A bem sucedida cristianização dos indígenas fez com
que a ordem aumentasse seu poder econômico e político.
A obra é uma leitura valiosa para os que querem iniciar
os conhecimentos sobre a participação dos jesuítas na história brasileira e
entender o porquê de eles terem deixado marcas de seus trabalhos até a
atualidade.
Para
saber mais sobre o assunto.
COUTO, Ronaldo. Os jesuítas na América portuguesa
[livro eletrônico]: a expansão da fé e a consolidação econômica no Rio de Janeiro:
Séc. XVI e XVII / Ronaldo Couto. -- Rio de Janeiro, RJ: Ed. do Autor, 2013.
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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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