Para entender a história... ISSN 2179-4111.
Ano 3, Vol. jun., Série 11/06, 2012, p.01-07.
O
artigo faz parte da Monografia de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em
Psicopedagogia Institucional pelo INEC/Universidade Cruzeiro do Sul, orientada pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
O presente
artigo tem como objeto de estudo a importância do incentivo a leitura para
alunos dos anos iniciais do ensino fundamental I.
O mesmo
apresenta algumas maneiras de tornar a leitura atrativa para essas crianças que
iniciam um novo momento de descobertas na vida escolar.
E como a escola
pode contribuir para que esse aprendizado ocorra.
Um dos grandes
desafios enfrentados por professores é a adaptação dessa prática em sala de
aula pois para garantir o interesse pela leitura, a criança deve manusear
livros, descobrindo o mundo das letras sem a cobrança do saber literário, neste
momento.
O papel do professor é fundamental para garantir
a descoberta de livros.
O tema desse
artigo surgiu do interesse em aprimorar meus conhecimentos na formação de
alunos leitores autônomos que leiam por prazer, além de oportunizar uma
formação cada vez melhor para que eu possa desenvolver um projeto bem sucedido
na unidade escolar que trabalho.
Os objetivos
são:
Esta analise foi
realizada em uma escola de ensino da rede municipal na cidade de São Paulo,
escola em que trabalho como professora orientadora da sala de leitura á cinco
anos.
As turmas
observadas são de 1º ao 4º ano do ensino de oito anos do ensino fundamental I,
que a partir de 2012 será ensino de nove anos.
O ambiente
utilizado foi à sala de leitura da unidade escolar que dispõe de oito mesas
redondas com cinco cadeiras cada uma, contendo vídeo, computador, TV, episcópio,
fantasias, fantoches, poucos gibis, revistas e prateleiras com grande variedade
de exemplares de livros.
As
crianças das séries iniciais do ensino fundamental I necessitam de estimulo
para a leitura.
Nesta fase é
importante apresentar vários gêneros para que as crianças se apropriem e se
identifiquem com um deles, essa diversidade de gêneros facilitará a aproximação
da criança com o livro podendo contribuir com a descoberta do seu interesse.
Essa
apresentação poderá acontecer por meio de manuseio livre ao acervo ou até mesmo
pelo entusiasmo que o professor demonstra ao fazer uma leitura ou uma indicação
de livro, pois contagiam os alunos surgindo o interesse pela leitura e
conseqüentemente novas descobertas.
O saber ouvir as
preferências e juízos de valores dessas crianças terá de ser uma atividade
diária do professor, pois contribuirá na escolha dos livros que trabalhará ou
indicará como sugestão de leitura que farão sucesso entre os alunos.
Não existe idade
para iniciar a viagem ao mundo da leitura, mas esse despertar será de suma
importância nas séries iniciais, pois a leitura além de facilitar o aprendizado, contribuirá para as
relações humanas e a participação na sociedade.
E a sala de
leitura existente nas escolas municipais de São Paulo é um lugar para formação,
acesso e incentivo a aquisição da cultura.
A metodologia
adotada será por meio de observações em sala de aula a partir das atividades
propostas pelas professoras do ensino regular e por mim, professora orientadora
da sala de leitura da escola municipal de São Paulo e pesquisa bibliográfica do
acervo de livros pedagógicos localizado na coordenação da unidade escolar.
As aulas
observadas serão das turmas do 1º a 4º série do Ensino Fundamental I de oito
anos.
Será observado o
comportamento dos alunos por meio das atividades desenvolvidas ao longo do
período.
A observação
ocorrerá no período de junho a novembro de 2011, além das experiências
adquiridas nos cinco anos trabalhados na sala de leitura.
Antes de se
alfabetizar o ser humano é capaz de fazer a leitura do mundo, ler siglas e
imagens entre outros; decifrar códigos.
Esse universo
faz com que o ser humano se envolva de forma a decifrar letras com habilidade.
Mas o professor
poderá ser o mediador de leitura alcançando melhores resultados nos anos
iniciais; trabalhando livros que desperte o gosto pela leitura.
A fantasia, as
aventuras de personagens, a ação, a emoção de cada livro lido pelo professor
resulta na apreciação e conseqüentemente desperta a vontade de ler.
Por tanto, uma
das primeiras atitudes do professor é propiciar momentos de manuseio do livro
que deverá estar sempre ao alcance da criança, essa proximidade induz a leitura
e a criança acaba por apreciar e já possuir autonomia nas escolhas como autor e
gênero.
As crianças têm
curiosidades e a atenção voltada para o visual, apreciam imagem que está ligada
diretamente com a escrita, por isso ao proporcionar o acesso ao manuseio, o
professor estará aguçando a curiosidade da criança e conseqüentemente
despertando-a para a leitura além de favorecer a inclusão escolar.
Ao manusear o
livro a criança se envolve de uma maneira fantástica, fazendo a leitura de
imagens já que podemos dizer que ilustração é uma grande aliada à sedução da
leitura.
Podemos dizer
que em uma criança o que provocará o primeiro olhar em exploração ao acervo são
as ilustrações.
A leitura é uma
explosão de sensações e contemplará a diversão, a sabedoria, a aprendizagem e o
desenvolvimento cultural.
Daí a
importância de formar leitores autônomos que lêem por prazer, que possam ler em
qualquer lugar desde que se sinta confortável, que possam se aproveitar de
momentos ociosos para procurar algo para ler, que possam ter direitos de leitor
conforme o autor Daniel Pennac. (1997, p.139):
“Direitos
imprescindíveis do leitor
1.
O direito de não ler.
2.
O direito de pular páginas.
3.
O direito de não terminar um livro.
4.
O direito de reler.
5.
O direito de ler qualquer coisa.
6.
O direito ao bovarismo (doença
textualmente transmissível)
7.
O direito de ler em qualquer lugar.
8.
O direito de ler uma frase aqui e outra ali.
9.
O direito de ler em voz alta.
10.
O direito de calar.”
Para despertar a
leitura pelo prazer, o livro não deve ser usado como instrumentos de estudo da
parte gramatical ou a obrigatoriedade da leitura como fichas, a partir do
momento em que o livro é dever contribui
para afastar o jovem da leitura, que deve ter um sentido de descoberta, querer
mais, um passaporte para a fantasia.
Observa-se que
em escolas públicas municipais, a leitura se tornou uma rotina, os professores
fazem a leitura diária assim que chegam à sala de aula, de histórias por
prazer, sem receber nenhum tipo de atividade em troca, as crianças apenas ouvem.
E ainda
participam de um projeto chamado “Minha biblioteca” na qual recebem livros de
diferentes gêneros; poesia, contos, crônicas, romances, biografias, livros de
imagens, histórias em quadrinhos entre
outros.
Prática que contribui
para o interesse da leitura.
Como
conseqüência os professores podem fazer um trabalho continuo visto que, com
livros em mãos os alunos podem compartilhar a leitura em casa e na escola, além
de fazer leitura em voz alta ou uma contação
de história, aguçando e instigando a vontade pela leitura.
A contação de
histórias requer alguns recursos como voz, olhar, postura e isso ajuda a formar
leitores.
O aluno
perceberá a diferença entre ler e contar histórias.
Ao ler mais de
uma vez a mesma história a criança perceberá que na leitura as palavras não
mudam e no contar a história usamos outras palavras e se repetida nunca sai
exatamente igual.
A leitura
consegue atrair, trazer a ciência, a matemática, enfim todas as disciplinas, à
vivencia de maneira envolvente e criativa, surgindo assim as potencialidades de
aprendizagem encaminhadas pela leitura.
A valorização de
diferentes textos e suportes, assim como a leitura popular busca uma identidade
e um autoconhecimento.
“Eu entendo que
a leitura infantil é uma ramificação da literatura popular marcada pela
oralidade, por certos temas universais amplos, compartilháveis por muitos.”
(Azevedo 2006 - p.07)
O professor
serve de mediador entre aluno e o leitor, desenvolvendo um saber mais acessível
a mudanças e infinita diversidade de coisas imaginarias que a leitura pode nos
proporcionar.
Ler para
aprender, para nos informarmos, conhecer melhor o outro e a nós mesmos, para
conservar a memória, compreender algo, curiosidades, para comunicarmos,
promovendo a socialização bem como favorecer a inclusão.
O momento da
leitura pode ser considerado produtivo, pois acrescenta e aguça a curiosidade
de conhecer outras histórias fazendo com que ganhem autonomia que poderá ser desenvolvidas por meio de
estímulos e assim conseqüentemente consigam ler sozinhas com facilidade.
As
atividades de incentivo a leitura devem
ser permanentes, e a troca de livros, o empréstimo parece ser de muita valia
visto que a situação encontrada nas observações foram crianças interessadas em
levar livros para casa e compartilhar com a família.
Em rodas da
conversa, o professor pode oferecer informações de que muitos livros puderam
servir como inspiração para músicas, produções de filmes e peças de teatro.
Outra atividade
muito valorizada pelos alunos é o áudio livro que já existem alguns exemplares
na unidade escolar da rede municipal de ensino.
E mesclar todas
essas opções de atividades é muito interessante porque fornece um leque de
opções para o aluno se identificar com o que quer ler, como ler, quando ler se apropriando e tornando a leitura um habito
prazeroso.
O momento em que
a criança inicia a alfabetização é o momento ideal que o professor possui para explorar o recurso de
contar histórias, trabalhar com o lúdico é hora de estimular a leitura, como contribuição
para compreensão até mesmo de matemática, sabendo e compreendendo o que lê, o
aluno se sai melhor em todas as disciplinas.
As rodas da
conversa estimulam o aluno perder o medo de expressar e ajuda a sentir a
leitura de forma diferente.
Com o mundo
cheio de novas tecnologias, como computadores, visor de celulares de ultima
geração e outros, o aluno passa a alterar a escrita e o livro vai contribuir
para que não se perca a escrita em sua essência, o livro é importante e deve
ser trabalhado com todos os alunos, o professor deve encontrar mecanismos de
despertar a atenção para os mesmos.
O contato contínuo
com o livro cria oportunidades com formas diversificadas de aprendizagem, em
diferentes contextos sociais.
Para
saber mais sobre o assunto.
BRAGGIO, Silvia
Lucia Bigonjal. Leitura e alfabetização:
da concepção mecanicista à
sociopsico-linguistica. Porto Alegre: Artes médicas, 1992.
DALLA ZEN, Maria
Isabel Habckost. Histórias de leitura na
vida e na escola: uma abordagem lingüística, pedagógica e social. Porto
Alegre: Mediação, 1997.
KLEIMAN, Angela.
Oficina de Leitura: Teoria e pratica.
Campinas: 2002.
KLEIMAN, Angela.
Texto e leitor – Aspectos Cognitivos da
Leitura. Campinas: Pontes, 2002.
KRAMER, Sônia. Alfabetização, leitura e escrita: formação
de professores em curso. São Paulo: Ática, 2010.
PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco,
1993.
Revista
Leituras. Março de 2007 – Ano II – nº2 – p.06-11.
Revista
Leituras. Novembro de 2006 – p.12-25.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre:
Artmed, 1998.
Texto:
Profa. Débora Fagioli dos Santos Pigentini.
Pós-Graduanda
em Psicopedagogia Institucional pelo INEC/UNICSUL.
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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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