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Mensal entre 13 de agosto de 2010 e 31 de dezembro de 2012.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Buscando as razões da importância do incentivo à leitura no ensino fundamental I.




Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 3, Vol. jun., Série 11/06, 2012, p.01-07.



O artigo faz parte da Monografia de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional pelo INEC/Universidade Cruzeiro do Sul, orientada pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.





O presente artigo tem como objeto de estudo a importância do incentivo a leitura para alunos dos anos iniciais do ensino fundamental I.

O mesmo apresenta algumas maneiras de tornar a leitura atrativa para essas crianças que iniciam um novo momento de descobertas na vida escolar.


E como a escola pode contribuir para que esse aprendizado ocorra.


Um dos grandes desafios enfrentados por professores é a adaptação dessa prática em sala de aula pois para garantir o interesse pela leitura, a criança deve manusear livros, descobrindo o mundo das letras sem a cobrança do saber literário, neste momento.

O papel do professor é fundamental para garantir a descoberta de livros.




Introdução.


O tema desse artigo surgiu do interesse em aprimorar meus conhecimentos na formação de alunos leitores autônomos que leiam por prazer, além de oportunizar uma formação cada vez melhor para que eu possa desenvolver um projeto bem sucedido na  unidade escolar que trabalho.



Os objetivos são:

Esta analise foi realizada em uma escola de ensino da rede municipal na cidade de São Paulo, escola em que trabalho como professora orientadora da sala de leitura á cinco anos.

As turmas observadas são de 1º ao 4º ano do ensino de oito anos do ensino fundamental I, que a partir de 2012 será ensino de nove anos.



O ambiente utilizado foi à sala de leitura da unidade escolar que dispõe de oito mesas redondas com cinco cadeiras cada uma, contendo vídeo, computador, TV, episcópio, fantasias, fantoches, poucos gibis, revistas e prateleiras com grande variedade de exemplares de livros.

As crianças das séries iniciais do ensino fundamental I necessitam de estimulo para a leitura.

Nesta fase é importante apresentar vários gêneros para que as crianças se apropriem e se identifiquem com um deles, essa diversidade de gêneros facilitará a aproximação da criança com o livro podendo contribuir com a descoberta do seu interesse.

Essa apresentação poderá acontecer por meio de manuseio livre ao acervo ou até mesmo pelo entusiasmo que o professor demonstra ao fazer uma leitura ou uma indicação de livro, pois contagiam os alunos surgindo o interesse pela leitura e conseqüentemente novas descobertas.

O saber ouvir as preferências e juízos de valores dessas crianças terá de ser uma atividade diária do professor, pois contribuirá na escolha dos livros que trabalhará ou indicará como sugestão de leitura que farão sucesso entre os alunos.

Não existe idade para iniciar a viagem ao mundo da leitura, mas esse despertar será de suma importância nas séries iniciais, pois a leitura além de  facilitar o aprendizado, contribuirá para as relações humanas e a participação na sociedade.

E a sala de leitura existente nas escolas municipais de São Paulo é um lugar para formação, acesso e incentivo a aquisição da cultura.



Método.


A metodologia adotada será por meio de observações em sala de aula a partir das atividades propostas pelas professoras do ensino regular e por mim, professora orientadora da sala de leitura da escola municipal de São Paulo e pesquisa bibliográfica do acervo de livros pedagógicos localizado na coordenação da unidade escolar.

As aulas observadas serão das turmas do 1º a 4º série do Ensino Fundamental I de oito anos.

Será observado o comportamento dos alunos por meio das atividades desenvolvidas ao longo do período.

A observação ocorrerá no período de junho a novembro de 2011, além das experiências adquiridas nos cinco anos trabalhados na sala de leitura.





Buscando as razões da importância do incentivo à leitura no Ensino Fundamental I.


Antes de se alfabetizar o ser humano é capaz de fazer a leitura do mundo, ler siglas e imagens entre outros; decifrar códigos.

Esse universo faz com que o ser humano se envolva de forma a decifrar letras com habilidade.

Mas o professor poderá ser o mediador de leitura alcançando melhores resultados nos anos iniciais; trabalhando livros que desperte o gosto pela leitura.

A fantasia, as aventuras de personagens, a ação, a emoção de cada livro lido pelo professor resulta na apreciação e conseqüentemente desperta a vontade de ler.

Por tanto, uma das primeiras atitudes do professor é propiciar momentos de manuseio do livro que deverá estar sempre ao alcance da criança, essa proximidade induz a leitura e a criança acaba por apreciar e já possuir autonomia nas escolhas como autor e gênero.

As crianças têm curiosidades e a atenção voltada para o visual, apreciam imagem que está ligada diretamente com a escrita, por isso ao proporcionar o acesso ao manuseio, o professor estará aguçando a curiosidade da criança e conseqüentemente despertando-a para a leitura além de favorecer a inclusão escolar.

Ao manusear o livro a criança se envolve de uma maneira fantástica, fazendo a leitura de imagens já que podemos dizer que ilustração é uma grande aliada à sedução da leitura.

Podemos dizer que em uma criança o que provocará o primeiro olhar em exploração ao acervo são as ilustrações.

A leitura é uma explosão de sensações e contemplará a diversão, a sabedoria, a aprendizagem e o desenvolvimento cultural.



Daí a importância de formar leitores autônomos que lêem por prazer, que possam ler em qualquer lugar desde que se sinta confortável, que possam se aproveitar de momentos ociosos para procurar algo para ler, que possam ter direitos de leitor conforme o autor Daniel Pennac. (1997, p.139):



“Direitos imprescindíveis do leitor

1.      O direito de não ler.

2.      O direito de pular páginas.

3.      O direito de não terminar um livro.

4.      O direito de reler.

5.      O direito de ler qualquer coisa.

6.      O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível)

7.      O direito de ler em qualquer lugar.

8.      O direito de ler  uma frase aqui e outra ali.

9.      O direito de ler em voz alta.

10.  O direito de calar.”



Para despertar a leitura pelo prazer, o livro não deve ser usado como instrumentos de estudo da parte gramatical ou a obrigatoriedade da leitura como fichas, a partir do momento em que o livro é dever  contribui para afastar o jovem da leitura, que deve ter um sentido de descoberta, querer mais, um passaporte para a fantasia.

Observa-se que em escolas públicas municipais, a leitura se tornou uma rotina, os professores fazem a leitura diária assim que chegam à sala de aula, de histórias por prazer, sem receber nenhum tipo de atividade em troca, as crianças apenas ouvem.

E ainda participam de um projeto chamado “Minha biblioteca” na qual recebem livros de diferentes gêneros; poesia, contos, crônicas, romances, biografias, livros de imagens,  histórias em quadrinhos entre outros.

Prática que contribui para o interesse da leitura.

Como conseqüência os professores podem fazer um trabalho continuo visto que, com livros em mãos os alunos podem compartilhar a leitura em casa e na escola, além de fazer  leitura em voz alta ou uma contação de história, aguçando e instigando a vontade pela leitura.

A contação de histórias requer alguns recursos como voz, olhar, postura e isso ajuda a formar leitores.

O aluno perceberá a diferença entre ler e contar histórias.

Ao ler mais de uma vez a mesma história a criança perceberá que na leitura as palavras não mudam e no contar a história usamos outras palavras e se repetida nunca sai exatamente igual.

A leitura consegue atrair, trazer a ciência, a matemática, enfim todas as disciplinas, à vivencia de maneira envolvente e criativa, surgindo assim as potencialidades de aprendizagem encaminhadas pela leitura.

A valorização de diferentes textos e suportes, assim como a leitura popular busca uma identidade e um autoconhecimento.

“Eu entendo que a leitura infantil é uma ramificação da literatura popular marcada pela oralidade, por certos temas universais amplos, compartilháveis por muitos.” (Azevedo 2006 - p.07)

O professor serve de mediador entre aluno e o leitor, desenvolvendo um saber mais acessível a mudanças e infinita diversidade de coisas imaginarias que a leitura pode nos proporcionar.

Ler para aprender, para nos informarmos, conhecer melhor o outro e a nós mesmos, para conservar a memória, compreender algo, curiosidades, para comunicarmos, promovendo a socialização bem como favorecer a inclusão.

O momento da leitura pode ser considerado produtivo, pois acrescenta e aguça a curiosidade de conhecer outras histórias fazendo com que ganhem autonomia  que poderá ser desenvolvidas por meio de estímulos e assim conseqüentemente consigam ler sozinhas com facilidade.

As atividades  de incentivo a leitura devem ser permanentes, e a troca de livros, o empréstimo parece ser de muita valia visto que a situação encontrada nas observações foram crianças interessadas em levar livros para casa e compartilhar com a família.

Em rodas da conversa, o professor pode oferecer informações de que muitos livros puderam servir como inspiração para músicas, produções de filmes e peças de teatro. 

Outra atividade muito valorizada pelos alunos é o áudio livro que já existem alguns exemplares na unidade escolar da rede municipal de ensino.

E mesclar todas essas opções de atividades é muito interessante porque fornece um leque de opções para o aluno se identificar com o que quer ler, como ler, quando ler  se apropriando e tornando a leitura um habito prazeroso.





Concluindo.


O momento em que a criança inicia a alfabetização é o momento ideal que o  professor possui para explorar o recurso de contar histórias, trabalhar com o lúdico é hora de estimular a leitura, como contribuição para compreensão até mesmo de matemática, sabendo e compreendendo o que lê, o aluno se sai melhor em todas as disciplinas.

As rodas da conversa estimulam o aluno perder o medo de expressar e ajuda a sentir a leitura de forma diferente.

Com o mundo cheio de novas tecnologias, como computadores, visor de celulares de ultima geração e outros, o aluno passa a alterar a escrita e o livro vai contribuir para que não se perca a escrita em sua essência, o livro é importante e deve ser trabalhado com todos os alunos, o professor deve encontrar mecanismos de despertar a atenção para os mesmos.

O contato contínuo com o livro cria oportunidades com formas diversificadas de aprendizagem, em diferentes contextos sociais.





Para saber mais sobre o assunto.


BRAGGIO, Silvia Lucia Bigonjal. Leitura e alfabetização: da concepção mecanicista à  sociopsico-linguistica. Porto Alegre: Artes médicas, 1992.

DALLA ZEN, Maria Isabel Habckost. Histórias de leitura na vida e na escola: uma abordagem lingüística, pedagógica e social. Porto Alegre: Mediação, 1997.

KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura: Teoria e pratica. Campinas: 2002.

KLEIMAN, Angela. Texto e leitor – Aspectos Cognitivos da Leitura. Campinas: Pontes, 2002.

KRAMER, Sônia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professores em curso. São Paulo: Ática, 2010.

PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.

Revista Leituras. Março de 2007 – Ano II – nº2 – p.06-11.

Revista Leituras. Novembro de 2006 – p.12-25.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.





Texto: Profa. Débora Fagioli dos Santos Pigentini.

Pós-Graduanda em Psicopedagogia Institucional pelo INEC/UNICSUL.

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Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.

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