Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 3, Vol. jun., Série
19/06, 2012, p.01-14.
O
artigo faz parte da Monografia de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em
Psicopedagogia Institucional pelo INEC/Universidade Cruzeiro do Sul, orientada
pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Este artigo
apresenta a proposta de um sistema que busca nos auxiliar no processo de alfabetização
das crianças surdas, bem como facilitar a comunicação com ouvintes.
Descreve em
detalhes a sequência de atividades de alfabetização digital, realizada por uma
equipe de docentes em uma escola pública do Estado de São Paulo. São relatadas
as ações desafiadoras utilizadas às crianças atendidas, mediadas pela equipe de
professores envolvidos, efetivando a importância e benefícios para todos os
participantes.
Desta forma, este
trabalho busca propiciar a inclusão social e digital das crianças surdas. Esse
projeto tem como objetivo: mostrar-se por meio da Alfabetização eletrônica, se
há uma eficácia na aprendizagem, como utilizar os jogos de apoio no
desenvolvimento da alfabetização.
Esta apresentação
terá três focos principais: a) A Alfabetização digital; b) O manuseio do
computador com autonomia; c) O processo de aprendizagem do aluno.
Introdução.
Este artigo tem
como ponto inicial a inclusão social e digital de tais deficientes auditivos e
surdos.
Por isso
apresentamos a proposta de um sistema que busca nos auxiliar no processo de
alfabetização das crianças surdas.
No projeto
apresentado descrevemos com detalhes a Sequência de Atividades de alfabetização
digital, realizada por uma equipe de docentes de uma escola pública.
Assim, a
importância deste trabalho é propiciar a inclusão social e digital das crianças
surdas envolvidas no mesmo.
A inclusão digital
da criança surda no ambiente alfabetizador apresenta como objetivo uma eficácia
no processo do ensino aprendizagem, em que o aluno é aprendiz e o professor mediador.
E esta
apresentação terá três focos principais: a) A Alfabetização digital, b) O
manuseio do computador com autonomia, c) O processo de aprendizagem do aluno.
Este trabalho parte
do princípio da constatação das dificuldades que enfrenta grande parte da
população surda na vida social no mundo dos ouvintes e defende a necessidade de
começar as ações preventivas contra essas dificuldades já na infância.
Refletindo sobre onde
pretendo chegar.
Como alcançar com
este trabalho uma eficiência na alfabetização digital das crianças surdas?
Cabe ressaltar a
importância de um trabalho planejado e uma rotina que tematize as necessidades,
tendo em vista a importância da Língua de Sinais fora da escola.
Temos observado
determinadas situações na escola, dada a sua finalidade institucional de
educar, que nesse contexto, deve prever a formação de cidadãos efetivamente em
Libras.
Uma didática da
invenção.
Segundo citações
do autor Manoel de Barros “Como pegar na voz de um peixe”, “Desaprender 8 horas
por dia ensina os princípios”.
Pretendemos, então,
seguindo a reflexão sábia do poeta, “pegar na voz do peixe” das nossas ideias
consensuadas e desarmá-las, desarranjá-las.
Quem sabe, se as
desaprendermos, consigamos explicitar-lhes os princípios e, nessa revisão,
sejamos capazes de esclarecer a quais vozes temos sido “surdos” no complexo
processo de formação das crianças surdas.
Primeiramente,
devemos ressaltar que a população surda não é homogênea, mas apresenta uma grande
diversidade dependendo de diferentes variáveis, entre as quais podemos citar: a
origem familiar, família de surdos ou ouvintes, e o sentimento de pertencimento
a uma comunidade surda unida pelo uso da língua de sinais ou pela opção do uso
da linguagem falada.
A proporção entre
os dois grupos difere entre os vários países, pois ainda que a proporção de
pessoas surdas nascidas de pais ou mães surdos seja minoria, sem chegar a 10%
da população surda, a escolha da língua de sinais ou da linguagem falada depende
da mesma forma, das ofertas educacionais em cada país.
A educação familiar.
O atendimento
precoce e a necessidade da criança surda adquirir são esperados através de
procedimentos que envolvam a família, como agente privilegiado tanto nos planos
psíquicos como lingüísticos.
Alguns dados
apresentados demonstram que as famílias tendem ter comportamentos mais
adequados do que os demonstrados pelos estudos, anos atrás.
Mesmo assim, os
resultados não são completamente ideais nem generalizáveis para todas as
famílias.
Cabe perguntar, em
primeiro lugar, quais as razões que fazem persistir os comportamentos descritos
há alguns anos, e em segundo lugar, quais as condições consideradas
otimizadoras para o progresso.
São múltiplos os
fatores interventores na qualidade da comunicação familiar com a criança surda
e as interações produzidas entre eles.
Segundo o autor
Jackson & Tumbull (2004) dos estudos, relaciona-se alguns dos fatores mais
importantes.
As diferentes
variáveis podem ser agrupados nos domínios a seguir:
a) Interação familiar: A comunicação entre
os membros, capacidade de resolver conjuntamente os problemas, qualidade da
comunicação com a criança surda, etc.
b) Os recursos e apoio às famílias: Participação
em programas específicos de orientação e conselho para famílias de crianças
surdas, apoio para famílias grandes e amizades, participação em outras redes de
apoio, etc.
c) A educação familiar das crianças:
Ideologias sobre o desenvolvimento humano e a função da educação nele,
informação e crenças sobre os efeitos da surdez no desenvolvimento da criança,
etc.
d) O apoio direto às crianças: Atendimento
em tempo, programa específico de linguagem, adaptação de prótese, inclusão
escolar, inclusão social, etc.
As famílias participantes
do estudo citado na Espanha apresentavam, no geral, comportamentos positivos na
comunicação com a criança, ainda que não fossem explorados muitos dos fatores
relevantes, como os referentes às ideologias sobre o desenvolvimento da criança
surda.
Mesmo assim, todas
as famílias beneficiam-se de duas condições otimizadoras, uma referente ao
apoio familiar, pertencer ao movimento associativo da FIAPAS, e outra referente
à atenção direta da criança, atendimento precoce, adaptação de prótese adequada
escolarização inclusiva na modalidade oral.
Os fatores
negativos em qualquer um dos domínios podem estar na base de uma comunicação
pouco estimulante para a criança surda.
Atualmente existe
um consenso sobre a centralização no programa de atendimento precoce (BROW
& NOTTO, 2006), mas qualquer um deles deve sempre partir do conhecimento
dessas variáveis de cada meio familiar.
Se bem é verdade
que há muitos programas de atenção às famílias de crianças surdas, também é
verdade que nenhum deles é exportável e aplicável a outros contextos
socioculturais que não para os que ele foi criado.
A adaptação ou
elaboração de apoio deve partir, então, do conhecimento das necessidades que as
famílias apresentam e das expectativas existentes a respeito dos programas.
Sugestivo, nesse
sentido, é o estudo realizado por Dromi & Ingber (1999) sobre as
expectativas das famílias a respeito do programa deles em Israel. Surgiram
elementos importantes, como o peso que tem para as famílias a compreensão dos
especialistas a respeito das vivências delas.
Uma importante
conclusão deste estudo se referiu também à vivência do papel de pais e mães que
assumiam as famílias.
Sabemos que uma
das situações frequentes nas famílias a respeito da criação da criança surda é
de sentir desprovido das capacidades de exercer o papel parental da forma em
que pensavam em fazê-lo com uma criança ouvinte.
Consequentemente, uma
linha de atuação com as famílias é a de possibilitar a retomada da confiança no
papel que ela exerce.
Comunidade surda no Brasil.
A Libras quase
mudou de nome e só voltou a vigorar em 1991, no Estado de Minas Gerais, com uma
lei estadual. Em agosto de 2001 com o Programa Nacional de Apoio à Educação do
Surdo, os primeiros 80 professores foram preparados para lecionar a Língua
Brasileira de Sinais.
A regulamentação
da Libras em âmbito federal se deu em 24 de abril de 2002, com a lei nº 10.436.
Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, dispõe sobre a Língua Brasileira
de Sinais – Libras.
O Brasil é muito
grande e diversificado, essas comunidades se diferenciam regionalmente em
relação hábito alimentar, vestuário e situação socioeconômica, entre outros.
Estes fatores
geram também variações linguísticas regionais.
As Comunidades
urbanas Surdas no Brasil têm como fatores principais de integração a Libras, os
esportes e interações sociais, por isso têm uma organização hierárquica
constituída por: uma Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS),
associações/ clubes/ congregações em várias capitais e no interior.
Portanto, numa
perspectiva antropo-sócio-linguística, uma Comunidade Surda é um ponto de
articulação política e social porque, cada vez mais, os surdos se organizam nesses
espaços na busca por seus direitos linguísticos e de cidadania, impondo-se não
pela deficiência, mas pela diferença.
Vendo por esse
prisma, pode-se falar de Cultura Surda, ou seja, Identidade Surda.
Inclusão social e familiar.
O contexto
familiar: Ao longo da vida dos
surdos e de seus familiares, apresenta alguns problemas de ordem social,
psicológica e educacional, favorecendo o aparecimento de tensões.
Dentre estas podemos citar o diagnóstico da surdez
como sendo o marco inicial das mesmas. No momento em que a mãe aguarda o
nascimento de seu filho, é criada uma imagem de criança “ideal”, ou seja, que
não apresente nenhuma anormalidade.
Porém, se esse filho tão desejado apresentar algo
fora dos padrões considerados “normais”, qual será a reação desta família, se ela for de ouvintes? E, se ela
for de surdos?
Cabe à família apoiar a SEE, que contribuem para melhorar e
contornar os pressupostos que embasam a inclusão escolar que deve ser
caracterizada como um processo.
De acordo com a Lei Federal Art. 3º “As
instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de
assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos
portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor”.
Diante destes questionamentos, considera-se que o
contexto familiar de ambas as situações é distinto. Se os membros familiares
(pai e mãe) forem ouvintes, ao receberem o diagnóstico da surdez de seu filho,
haverá dificuldade na aceitação desta criança, pois não houve nenhuma
preparação emocional para esta situação.
Por outro lado, no contexto familiar de surdos, os
pais estão dentro de uma comunidade surda e esta situação de ter um filho surdo
não vai lhes causar pânico e rejeição pelo fato de conviverem com esta
condição.
Pesquisas no âmbito do desenvolvimento das
crianças surdas, filhas de pais ouvintes, e crianças surdas, filhas de pais
surdos, demonstram que o mesmo é significativamente diferenciado.
Na primeira situação as crianças adquirem uma
menor autoconfiança, muitas vezes não estabelecem uma comunicação correta com
seus pais devido, na maioria dos casos, pelo desconhecimento da Língua de
Sinais, confinando-se a códigos linguísticos pobres e as vezes inexistentes, o
que irá refletir na sua escolarização.
Já na segunda situação, é estabelecida uma melhor
interação entre a criança e seus familiares, o que lhe proporcionará
autoconfiança, bem como motivação e, além disso, terão uma forma de comunicação
efetiva em Língua de Sinais. Segundo Silvestre, N. Arantes, V. A. (Org.)
Educação de Surdos. São Paulo: Summus, 2007, p. 49.
“Os
pais ouvintes têm anseio de que seus filhos aprendam a falar, como se isso
fosse a “solução” para os problemas. Acrescentam ainda que quanto mais tarde a
surdez for diagnosticada maior será o prejuízo com relação ao desenvolvimento
da linguagem, pois esclarecem que, a partir de 2 ou 3 anos, a criança inicia
seu aprendizado da linguagem e, se o diagnóstico tardar, os aspectos
lingüísticos e cognitivos poderão ficar comprometidos”.
A partir dessas considerações, observa-se o quanto
é importante o ambiente familiar, as interações entre os surdos e seus pares e
entre surdos e ouvintes a fim de que essas pessoas possam adquirir uma
identidade e para que seu desenvolvimento psíquico, social e educacional ocorra
de forma satisfatória.
Com relação às famílias, os autores Silvestre, N.
Arantes, V. A. (Org.) Educação de Surdos. São Paulo: Summus, 2007, p. 49, e LIPSKY, D.
K.; GARTNER, A. Inclusionn, school restructuring, and the remaking of American
society. Harvard Educational Review, 66 (4), 1996, p. 762-795, chegaram à conclusão de que os
centros com uma política de portas abertas que motivam as famíilias a
participar e onde essas se comprometem tendem a ser mais efetivo.
“O
desafio está no que e como fazer para abrir as fronteiras afim de que as
famílias entrem e se envolvam no centro de educação. A escola como comunidade é
outra das ideias que compartilham alguns dos estudos revisados sobre centros
que desenvolvam práticas inclusivas.”
A
sala de aula inclusiva deve ser concebida como um espaço social e didático que
reflita a cultura, valores e metas da escola.
Além
disso, é uma comunidade de aprendizagem autônoma que requer uma nova
organização para chegar a ser inclusiva.
Os
docentes da mesma têm altas expectativas para todos seus estudantes,
acreditando que todos podem aprender a aprender.
Nelas,
como argumenta Ainscow (1995), os professores contemplam em suas rotinas
sequencias didáticas envolvendo todo o grupo de alunos de sua sala, assumindo
que a excessiva ênfase em planejar para determinados estudantes pode ocultar
fatores contextuais que podem utilizar para estimular e apoiar a aprendizagem
de cada membro da classe.
Educação especial na perspectiva inclusiva.
O atendimento
educacional especializado para pessoa surda, na perspectiva inclusiva,
estabelece como ponto de partida, a compreensão e o reconhecimento do potencial
e das capacidades desse ser humano, vislumbrando o seu pleno desenvolvimento e
aprendizagem.
Segundo QUADROS,
Ronice Muller (2000), a inclusão digital em que esses alunos estão inseridos,
serão respeitadas considerando a obrigatoriedade dos dispositivos legais, que
determinam o direito de uma educação bilíngüe.
O conhecimento
precisa ser reconhecido como uma teia de relações, na qual as informações se
processem como instrumento de interlocução e de diálogo.
Pensamos no
atendimento educacional especializado para pessoa surda na perspectiva de que
tudo se liga a tudo e que o ato de um professor transformar sua prática
pedagógica, conectando teoria e prática a sala de aula comum e o atendimento
educacional especializado, numa visão complementar sustenta-se a base do fazer
pedagógico desse atendimento.
Dessa forma, o
atendimento educacional para pessoa surda precisa ser pensado em redes
interligadas, sem hierarquização de conteúdos, sem dicotomizações,
reducionismos; mas com uma ação conectada entre o pensar e o fazer pedagógico.
Com isso,
certamente, o ambiente de aprender a aprender será adequado e sustentará que o
professor e o aluno surdo interajam com a sala de aula comum, produzam pela
mediação, pela compreensão dos conhecimentos, a partir, de novas práticas
metodológica, com estratégias e recursos de ensino.
Dessa forma, as
práticas metodológicas do atendimento educacional especializado para pessoa
surda, sob a ótica do pensar inclusivo, quer a conjunção, em que as partes e o
todo estejam numa simbiose.
Para realizar essa
simbiose, adotamos a Pedagogia Contextual Relacional.
O sentido dessa pedagogia
encontra-se em formar o ser humano, com base em contextos significativos, em
que se procura desenvolvê-lo em todos os aspectos possíveis, tais como: na
vontade, na inteligência, no conhecimento e em ideias sociais, despertando-o
nas suas qualidades e estabelecendo um movimento relacional sadio entre o ser e
o meio ambiente, descartando tudo o que é inútil, sem valor real para a vida
SKLIAR, Carlos (1999).
“Nesse sentido, o cotidiano adquire significado,
quando se levam em conta todas as vivências contextuais, relacional que o ser
humano em evolução experimenta”.
Nesse contexto, o
aluno surdo se sentirá situado e compreenderá com mais facilidade os conteúdos
em estudo.
De acordo com
esses preceitos, essa ação pedagógica entre o conhecedor, o conhecimento e o
conhecido, não fica restrita ao conhecimento do mundo físico, dos objetos no
plano concreto.
Ela também se
realiza por meio de exercícios reflexivos, intuitivos e abstratos, baseado na
complexidade do fenômeno inter e intra humanos e no meio vivencial, de forma
processual, e exige muita investigação e atos educativos ligados a necessidade
do aluno surdo, por meio de sistemas complexos que são auto organizados.
Nesse conjunto,
esse aluno é trabalhado a partir da compreensão do ciclo de desenvolvimento e
aprendizagem, respeitando os campos pedagógicos e linguísticos das duas línguas
no desenvolvimento educacional especializado para pessoa surda.
Para efetivar o
cotidiano escolar do atendimento educacional especializado para pessoa surda,
aplicamos a metodologia vivencial que leva o aluno a aprender a aprender.
Essa metodologia é
compreendida como um caminho percorrido pelo professor, para favorecer as
condições essenciais de aprendizagem do aluno surdo, uma abordagem bilíngue.
Nesse sentido o professor
do atendimento educacional especializado para pessoa surda, na condição de
autoridade, para gestar e com responsabilidade, para construir o ambiente de
aprendizagem para esse aluno, busca os métodos escolhendo os melhores
conhecimentos e recursos para operacionalização da aula especializada.
Assim, o professor
por meio dessa metodologia adota os seguintes princípios básicos para o ato de
aprender a aprender: o aluno surdo pensa, questiona e levanta ideias sobre todas
as coisas; ao levantar ideias, entra em conflito com os esquemas anteriores; ao
entrar em conflito, busca respostas aos seus questionamentos, visando refutar
ou confirmar o que está sendo investigado, estudado; ao descobrir sobre o saber
investigado, tem um ato conseguido; esse ato conseguido precisa ser repetido,
construindo a aprendizagem significativa; ao aprender o saber, a pessoa surda realizará
sua aplicabilidade no seu cotidiano de vida.
A importância dos contextos.
Os contextos são
definidos e escolhidos, observando a significância, a representatividade
conceitual e a obrigatoriedade do programa curricular oficial.
Esses contextos
enriquecem o ambiente de ensino, no qual tudo o que acontecer no decorrer do
processo do ato educativo, terá sintonia e provocará a possibilidade de
conectar e relacionar todos os saberes, buscando o avanço conceitual do aluno
surdo.
Para o
planejamento dos contextos, o professor do atendimento educacional
especializado para pessoa surda realiza pesquisas bibliográficas e elabora a
tessitura epistêmica do assunto, seguida do quadro sinóptico, envolvendo
contexto identitário, conceitualizações, áreas dos saberes científicos,
conteúdos curriculares, significantes e significados identitário e as
habilidades, demarcando o planejamento básico de atendimento.
No contexto apresentado
anteriormente, surge a ideia de elaborar um Projeto intitulado a inclusão
digital da criança surda, no ambiente alfabetizador, que nos auxilie na
alfabetização de portadores de deficiência auditiva e surdez, tanto da Língua
Brasileira de Sinais (Libras) quanto da Língua Portuguesa.
O projeto tem como
objetivo, mostrar-se por meio da Alfabetização eletrônica, se há uma eficácia
na aprendizagem e prover uma nova forma de ensino, difundir a Libras, além de
combater a exclusão social e, consequentemente, a digital.
Na sala de Informática.
A sala de
informática inclusiva deve ser concebida como um espaço social e didático que
reflita a cultura, valores e metas da escola.
A sala de
informática é, além disso, uma comunidade de aprendizagem autônoma que requer
uma nova organização para chegar a ser inclusiva.
A alfabetização
digital na educação básica, além de proporcionar a aquisição de habilidades
básicas para operar um computador e interagir com seus sistemas, uma proposta
de inclusão digital deve considerar a capacitação de pessoas para a utilização
dos recursos de informática, em favor dos interesses e necessidades próprias e
comunitárias, atentando sempre para suas responsabilidades como cidadão.
Hoje empresas
passam por um processo de informatização para aperfeiçoar seu processo
gerencial, organizacional e operacional, fazendo com que exijam uma maior
capacitação profissional dos seus funcionários.
Uma das principais
exigências feitas hoje é o conhecimento básico em informática, seja usando
planilhas eletrônicas, processadores de texto ou a Internet.
Sendo assim,
faz-se necessário que todas as pessoas que desejam uma vaga no mercado de
trabalho tenham esse nível básico de qualificação.
Portanto, a
formação contínua dos profissionais da rede estadual que atuam direta ou
indiretamente com alunos surdos, alicerçada em subsídios e recursos que
propiciam suporte à prática dos professores, vem contribuindo para atender à
singularidade linguística desses alunos.
Ciente disto, a
equipe docente da E.E.Prof. Ana Paula Santiago, da qual faço parte, desenvolve
sequências de atividades de extensão voltadas para a inclusão digital, sempre
em parcerias com outras entidades, a exemplo das Creches, e ONGs. Foram realizadas
seis Atividades de Inclusão Digital, sendo as três primeiras de ensino da Língua Portuguesa, Leitura e Surdez: a
primeira - Ensino da Língua Portuguesa; a segunda - Reflexão sobre a
compreensão da leitura por alunos surdos; a terceira – Análise sobre a
compreensão da leitura por alunos surdos e as três últimas sobre A Escrita e Surdez: a quarta - Reflexão
sobre a escrita de alunos ouvintes; a quinta - Reflexão sobre a escrita de
alunos surdos; a sexta Análise sobre a produção de escrita por alunos surdos.
Desta forma,
pode-se afirmar que a equipe docente, acompanha os alunos surdos durante a vida
escolar, por meio de um sistema intitulado Hearing the Word (HW), iniciando-se
na alfabetização e se prolongando até sua comunicação com ouvintes.
As aulas são ministradas
por duplas compostas por docentes da escola pública capacitada e habilitadas,
em acompanhamento ao aluno surdo (na educação especial básica do Ensino
Fundamental) em aulas práticas de informática básica, compostos pelos módulos
de Introdução à Informática, Microsoft Windows, Microsoft Word, Microsoft Excel
e Internet. O ambiente alfabetizador das aulas é composta por uma sala com
aproximadamente dez computadores (o número de computadores depende da parceria,
disponibilidade de recursos, quantidade de alunos por turma, etc.), em que cada
computador é compartilhado por dois alunos ao mesmo tempo.
O ambiente
alfabetizador onde as atividades são realizadas conta com quadro-branco e
pincéis, sinalização, (por exemplo, porta, cadeira, lousa, caderno, etc.), que nos
auxiliam na apresentação de conteúdos todo bem visualizado.
O uso do TTD dispositivo
de alerta, como se comporta em situações sociais e de emergência. As atividades que levam ao letramento de
crianças surdas na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, fábulas,
versinhos desenhos, roda de conversa, jogos, relato, reescrita revisão de
textos, caça palavras, palavras cruzadas, materiais letrados e interação com a
família.
As crianças podem
falar sobre os conhecimentos de mundo, elas aprendem desde pequenas – momentos
de leitura, sistematização do ensino, a rotina, regras, domesticação do corpo
para aprender; organizar o conhecimento do mundo é o papel fundamental para
aprendizagem.
A equipe faz
discussões entre a teoria e a prática; a educação no Estado de São Paulo está
cada dia melhor devido a formação e capacitação de professores envolvidos na
educação.
As expectativas de
aprendizagem em uma série do Ensino Fundamental, oral – leitura produção
(discurso roda de conversa, refinando a conversação da criança, ler com autonomia; respeitar a situação comunicativa,
gênero carta, texto de divulgação científica, uso do dicionário – da Língua
Portuguesa e em Libras - Capovilla Fernando César.
A Língua de Sinais.
As atividades em
que a Língua de Sinais é a língua adquirida, os pais fazem o necessário para
ajudar os filhos na L1.
Há cidades que até
auxiliam as famílias de crianças surdas (auxílio doença, governo federal).
Os pais se
envolvem na educação dos filhos auxiliando o professor a usar a L1 poder
repartir o seu dia-a-dia (rotina), ler livros em L1 desde cedo para crianças
surda, assim as crianças começam a ler naturalmente revistas, jornais, gibis,
bulas, rótulos, cartazes, nome de lojas e leitura de imagem e copiam letras,
palavras, cartas, etc.
Aprendizagem na sala de Informática.
De forma geral, o
funcionamento de um dos módulos que o sistema possui, o módulo Desktop,
inicia-se no momento em que nós educadores da Unidade Escolar pronunciamos uma letra/palavra no microfone
(acionado por uma tecla do teclado).
A partir disto, o
som captado é representado, na tela do computador, relacionado à imagem,
palavra, símbolo (Libras), além de uma animação simulando a pronúncia através
dos movimentos labiais, sendo cada item apresentado de acordo com o contexto.
Por exemplo, ao
ser pronunciada a letra ‘A’ ‘B’ ‘C’..., o sistema apresenta a própria letra,
uma palavra que a identifica (como por exemplo, anel, bolsa, caderno), uma
imagem correspondente à palavra, a representação da letra em Libras e, por fim,
uma simulação do movimento labial pronunciando
tal letra.
Uma vez que sem Libras o aluno tem que se concentrar
apenas na leitura de lábios e 50% da mensagem se perde, a representação do
movimento labial é um dos fatores essenciais para garantir que o objetivo do
sistema seja atingido, enquanto o aluno não possui domínio sobre Libras.
Outro recurso
disponível é a possibilidade de realizar exercícios como, por exemplo,
tracejado, circular e associar imagens às letras/palavras, entre outros.
Todos esses
exercícios são realizados com o auxílio de uma caneta digital, evitando, desta
forma, a utilização do mouse em movimentos mais delicados, que exigem maior
coordenação motora, a qual será desenvolvida ao longo dos exercícios.
Vale ressaltar que
tanto o conteúdo das aulas ministradas por docentes capacitados quanto os
exercícios realizados pelos alunos surdos podem ser armazenados em pastas ou (CD
ROM, Pen Draive) no computador para
estudos e revisões posteriores.
Já um segundo
módulo, o Web, permite que todo o conteúdo (letras, palavras, imagens, símbolos
e animações) do sistema seja gerenciado por uma aplicação Web. Vale ressaltar
que a comunicação deste módulo com o módulo Desktop é realizada através de um
Web Service.
Portanto, além de
auxiliar o aluno surdo durante a alfabetização, o sistema também o acompanha ao
longo de sua vida, facilitando no processo de interação com a sociedade,
através, principalmente de dispositivos móveis, sendo esta funcionalidade
encontrada no módulo de comunicação.
Por exemplo,
enquanto um deficiente auditivo ou surdo estiver utilizando o sistema ao se
comunicar com um ouvinte, tudo o que é dito pelo ouvinte aparece para o
deficiente auditivo ou surdo, em seu dispositivo móvel, em Libras e em forma de
texto na Língua Portuguesa.
A avaliação dos
alunos surdos nas aulas de Alfabetização digital em Libras, é de
responsabilidade da equipe docente (da qual faço parte), que administram essas
aulas, assim como o planejamento, a rotina, o material pedagógico e o avanço do
processo aprendizagem dos alunos, as avaliações são contínuas com atividades em
sala de Informática, trabalhos em duplas e individual (jogos, palavras, frases,
textos, teatro, histórias infantis e contos), cujos passos para a realização é
o uso do computador pelos alunos.
Dessa forma, a
avaliação contínua é realizada tanto no aspecto teórico quanto no aspecto
prático (contextualizado).
A questão controversa hoje.
Analisando
a deficiência do ensino da Libras para a
criança surda na sala de informática nas
escolas públicas, da rede estadual e municipal de ensino fundamental, quando o
projeto é planejado e realizado por docentes comprometidos para os alunos
destas escolas, a fim de contribuir na diminuição desta deficiência, aparece a
eficácia desse trabalho desenvolvido na sala de informática.
Foram
visitadas algumas escolas públicas que possuíam computadores para o uso em
aulas de informática em
Língua Brasileira de Sinais – Libras para seus alunos surdos,
mas que não utilizavam os mesmos para este fim.
A
estas escolas foi apresentado o projeto, seus objetivos e responsabilidades no
desenvolvimento de atividades como esta, sugerindo que as escolas visitadas se
motivassem a realizar projetos com aulas de alfabetização na sala de
informática básica para os seus alunos com deficiência auditiva e surdez.
Mas
não foi obtido nenhum resultado positivo com estas tentativas, visto que tais
escolas visitadas não demonstraram interesse em ter docentes para ministrar
aulas no projeto da sala de informática básica para os seus alunos surdos.
Art.
2º Deve ser garantido, por parte de poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o
uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio de comunicação
objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas no Brasil.
Sendo
assim, chegou-se a conclusão de que para realizar atividades como esta seria
necessária a criação de parcerias entre Escolas Pública Creches e ONGs ou
associações em geral, que tivessem os mesmos interesses em realizar atividades
de alfabetização digital.
Na
cultura dos ouvintes existe a Língua Portuguesa que contribui para o
desenvolvimento da compreensão, comunicação e pensamento através de programa de
TV, teatro, música, novela, carnaval, rádio, filme, discoteca, telefone, etc...
Na
Cultura Surda existe a Libras.
O
acesso ao mundo da comunicação é pequena e o que contribui para o
desenvolvimento da pessoa surda é: jornal, filme com legenda, intérprete, interlocutor,
micro com internet, TS (telefone de surdo), pagers, celulares e digimails.
As
comunidades surdas estão empenhadas pelo país, e como o Brasil é muito grande e
diversificado, estas comunidades possuem diferenças regionais em relação ao
hábito alimentar, situação socioeconômica, entre outras.
Estes
fatores geram também variações linguística regionais.
As
escolas são fatores de integração ou desintegração das comunidades surdas e
dependendo da metodologia adotada.
Hoje,
ainda a crise na educação do surdo continua prejudicando o acesso da população
surda ás informações sociais.
Os
surdos continuam utilizando a Língua de Sinais nas Comunidades e nas
Associações, pois o preconceito sobre a LS - Libras ainda não desapareceu de
todo.
As
escolas e os profissionais continuam a usar a metodologia oral e os surdos
sofrem com a não aceitação da filosofia “Bilinguismo”. de cidadania, impondo-se nvez mais, os Surdos
se organizam nesses espaços enquanto lingu Fede3ra
Concluindo.
A alfabetização
digital é a iniciação ao uso e à compreensão dos recursos da informática,
sendo imprescindível aos programas de inclusão digital.
Através da alfabetização digital a criança
ou o adulto toma conhecimento das possibilidades fornecidas pelo mundo
cibernético.
A alfabetização visa capacitar o indivíduo ao uso
de editores de texto, planilhas, navegação e pesquisa na Internet,
aprender a encontrar e aplicar o que deseja ou precisa.
A eficácia dos programas ou políticas de
alfabetização digital depende de uma integração das diversas partes da
sociedade: o governo,
a iniciativa privada e o setor acadêmico.
A partir do investimento em alfabetização digital
podem-se garantir um melhor aprendizado escolar, oportunidades de futuro e
emprego para a população e maiores perpectivas para o desenvolvimento da
sociedade em geral.
Ser alfabetizado, saber ler, escrever e as quatro operações
matemáticas, já se sabe há muito tempo, é requisito para a plena inserção do
cidadão na sociedade.
Mas, na medida em que a sociedade se organiza cada vez mais
em torno da internet, criando a "Sociedade da Informação", outra
alfabetização além desta é necessária: a alfabetização digital.
Assim como não aprendemos automaticamente a escrever quando
ganhamos uma caneta ou um lápis, também não aprendemos a usar todas as
potencialidades do computador e da internet sem um treinamento adequado.
Quais são as habilidades chaves desta nova alfabetização?
A aprendizagem de ferramentas de comunicação digital e a
existência de redes para acessar, manipular, criar e avaliar informação,
segundo a Comissão Europeia para a promoção da alfabetização digital.
Ou, como define o educador Celso Niskier: "aprender a
colaborar, aprender a usar a informação, aprender a resolver problemas e
aprender a aprender".
Conforme dados
apresentados neste projeto, fica nítido que uma quantidade significativa da
população brasileira é portadora de deficiência auditiva e surdez, sendo que,
deste total, há uma parcela mínima que possui conhecimento em Libras e se
encontra inserida em um âmbito escolar.
O desrespeito pela
Língua de Sinais, fruto de desconhecimento, gerou preconceitos.
Pensava-se que
este tipo de comunicação não poderia ser língua e que se os Surdos ficassem
comunicando-se desta forma (por "mímica"), não aprenderiam a língua
oficial de seu país.
Mas, pesquisas
desenvolvidas nos Estados Unidos e na Europa mostraram o contrário.
O desenvolvimento
cognitivo, afetivo, sociocultural e acadêmico das crianças Surdas não dependem
necessariamente da audição, mas sim do desenvolvimento espontâneo da sua
língua.
A Língua de Sinais
propicia o desenvolvimento linguístico e cognitivo da criança Surda, facilita o
processo de aprendizagem de Línguas Orais, serve de apoio para a leitura e
compreensão de textos escritos e favorece a produção escrita.
É essencial para
as crianças Surdas utilizarem a Língua de Sinais de sua comunidade com seus
pais, com os profissionais da área educacional e com as pessoas de convívio
mais próximo para que se desenvolvam como as crianças ouvintes.
É de fundamental
importância a interação entre as crianças Surdas e os Surdos adultos
(principalmente os envolvidos nas lutas pelos direitos à cidadania e a vida
digna), pois estes atuarão como modelos da Identidade Surda e da Cultura Surda.
A Educação de
Surdos está sendo repensada devido ao reconhecimento das Línguas de Sinais e à
mudança de postura frente à surdez.
O modelo de
Educação Oralista que transformava a criança surda em "ouvinte deficiente",
uma vez que ela era um paciente que precisava de tratamento em clínicas
especializadas para a "normalização" está sendo deixado para trás.
O Surdo não é
visto mais como aquele a quem a falta da audição precisa ser superada; mas como
um ser eficiente, que se comunica por outro canal e, consequentemente, tem
outra língua.
Para
saber mais sobre o assunto.
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Inclusão digital do professor: formação e
prática pedagógica. São Paulo: Editora Articulação 2006.
Apostila de Libras – DERDIC/PUC, 2009
Brasil, Lei nº 10.48, de 8 de novembro de 2000.
Brasil, Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000.
Brasil, Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002.
Brasil, Decreto nº 5626, de 22 de dezembro de 2005.
FELIPE, Tanya A. Libras em contexto: Curso básico, livro do estudante cursista.
Brasília: Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos, MEC; SEESP, 2001.
GOVERNO FEDERAL. BRASIL. MEC. Decreto n. 5626, de 22
de dezembro de 2005.
LIBERALESSO, Paulo. Estudo etiológico e legislativo sobre a surdez. Curitiba: Editoração Científica UTP (Universidade
Tuiuti do Paraná), 2011.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér et alii. Inclusão escolar: pontos e contra pontos.
São Paulo: Summus, 2006.
Nova Escola Fundação Victor Civita Abril. Inclusão Nota Dez janeiro/ fevereiro
2011 www.ne.org.br
QUADROS, Ronice Muller de, Alfabetização e o ensino da Língua de Sinais. Textura, Canoas, n.3,
p. 53 – 62, 2000.
Revistainclusão@mec.gov.br
SANCHO, Juana M. Para uma Tecnologia educacional. trad. Beatriz Affonso Neves. Porto
Alegre RS Br Art Méd. 1998.
SANTANA, Ana Paula. Surdez e linguagem: aspectos e implicações neurolinguísticas. São
Paulo: Plexus, 2007.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO – SÃO PAULO (ESTADO) Leitura, escrita e surdez/ CENP/CAPE; organização, Maria Cristina da
Cunha Pereira. – 2. ed. – São Paulo: FDE, 2009.
SKLIAR, Carlos. Atualidade
da Educação Bilíngue para Surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999.
Texto: Maria Aparecida da Silva Alves de
Moraes.
Pós-Graduanda em Psicopedagogia
Institucional pelo INEC/UNICSUL.
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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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