Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 3, Vol. jun., Série
25/06, 2012, p.01-06.
O
artigo faz parte da Monografia de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em
Psicopedagogia Institucional pelo INEC/Universidade Cruzeiro do Sul, orientada pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
O presente texto
aborda a influência da internet na vida dos jovens brasileiros em especial dos
estudantes das séries finais do ensino fundamental II.
O enfoque
principal será como esta influencia pode contribuir positivamente para
despertar o interesse pela leitura e consequentemente contribuir no processo de
ensino-aprendizagem e no desenvolvimento da capacidade leitora.
Dentro desta
temática será abordado também o letramento digital.
Introdução.
O
acesso às tecnologias de informação e comunicação, sobretudo a internet, é hoje
um aliado para o desenvolvimento da leitura.
Atualmente no Brasil e no mundo, o uso da informática na Educação é uma
realidade crescente e relevante que não pode ser ignorada.
Cresce cada vez mais o número de escolas públicas e particulares, que
vêm incluindo em seus currículos atividades ligadas à informática.
Um dos pontos importantes dessa questão é o uso de softwares educativos
como ferramenta de auxílio ao professor.
Todos
nós sabemos que as novas tecnologias em especial a internet exerce uma forte
influência sobre as nossas vidas sendo indispensável nos dias atuais e para os nossos
jovens que já nasceram imersos no cibercultura, este contato é indissociável.
“A rede mundial de computadores, ou
Internet, surgiu em plena Guerra
Fria. Criada com objetivos militares seria uma das formas das forças
armadas norte-americanas de manter as comunicações em caso de ataques inimigos
que destruíssem os meios convencionais de telecomunicações. Nas décadas de 1970
e 1980, além de ser utilizada para fins militares, a Internet também foi um
importante meio de comunicação acadêmico. Estudantes e professores
universitários, principalmente dos EUA, trocavam idéias, mensagens e
descobertas pelas linhas da rede mundial”. (Sua pesquisa.
Acesso em 05/01)
É inegável que esta é uma ferramenta
fantástica que revela novos caminhos e pode facilitar e
dinamizar o contato da escola com o mundo.
No entanto, essas possibilidades só
acontecem se, na prática, as pessoas estiverem atentas, preparadas e motivadas
para aprofundarem e avançarem em suas práticas.
A
linguagem não linear da internet com seus hipertextos é muito mais sedutora do
que a linguagem ainda apresentada nas escolas.
Então
porque não se valer deste recurso que os jovens dominam perfeitamente bem.
Não
há mais como ignorar este como um instrumento que pode contribuir no processo
de ensino/aprendizagem.
Letramento
Digital.
O avanço da
tecnologia modificou em todos os sentidos a nossa sociedade, seja no modo de
ser, comunicar e adquirir informações.
Estas mudanças
se refletem diretamente no comportamento dos jovens e no processo de ensino-aprendizagem.
Pode-se afirmar
seguramente que o ensino está em processo de modernização.
Devido a este
fato é cada vez mais comum ouvir a palavra letramento digital.
Letrar-se
digitalmente significa realizar novas práticas de leitura e escrita, pois é
necessário mudar os modos de ler e escrever, assimilando novos códigos, sinais
verbais e não verbais (desenho e imagens e hipertextos).
Esta nova
maneira de letrar-se exige que todos os envolvidos neste processo, profissionais
de educação e educandos desenvolvam habilidades e conhecimento de algumas
informações para que consigam se capacitar rapidamente e se adequarem ao grupo
de “cidadãos do novo milênio”.
É preciso
familiarizar a palavra “letramento” que se incorporou ao vocabulário da área de
pedagogia para conceituar um processo que vai além da decodificação do sistema
alfabético da escrita e incorpora a compreensão dos usos sociais da escrita.
Letramento
digital, portanto, significa não apenas saber como utilizar as tecnologias
digitais, mas entrar em contato com ele de maneira significativa, entendendo
seus usos e possibilidades em nossa vida social.
Segundo Magda
Soares (2002: p. 25):
“Não
existe o letramento, mas letramentos, a tela do computador se constitui, neste
sentido, como um novo espaço de escrita e traz mudanças significativas nas
formas de interação entre escritor e texto, entre leitor e texto e até mesmo
entre o ser humano e o conhecimento”.
Uma pessoa
letrada digitalmente constrói habilidades a partir de textos que compõem
palavras que se conectam a outros textos, por meio de hipertextos e links.
Para isto é
necessário ter ou desenvolver a capacidade para localizar, filtrar e avaliar
criticamente informações
disponibilizadas eletronicamente.
É preciso
familiarizar-se com normas que regem este tipo de comunicação.
De certo modo
este tipo de letramento exige que o ensino tradicional (livros) e moderno (digital)
esteja relacionado entre si para se obter um resultado satisfatório.
Os adolescentes
que estão imersos neste processo, aprendem um novo jeito de aprender, pautado
nos seus interesses imediatos, de forma dinâmica, participativa, descentralizada
da figura do professor e pela troca de informações entre si.
Com isto é
possível aprender e ensinar simultaneamente.
No espaço
escolar, contribuir com este letramento significa facilitar o acesso às novas
tecnologias de informação e comunicação além de transformá-las em instrumentos
de leitura e escrita relacionadas ás práticas educativas.
A
internet e os novos hábitos de leitura.
A leitura é um
processo ligado à escrita e faz parte do desenvolvimento humano.
A
prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que
começamos a "compreender" o mundo à nossa volta.
No
incessante desejo de decifrar o sentido das coisas de perceber o mundo, mesmo
que sem perceber estamos lendo.
Com
a evolução das novas tecnologias não se pode descartar a contribuição da
internet para despertar o hábito de ler.
“A escola deve desenvolver projetos
que incentivem a leitura. Na escola a leitura tem sido muitas vezes um objeto
de ensino visto como forma de punição para os jovens. Para que este passe a ser
um objeto efetiva de aprendizagem é necessário que tenha sentido para o aluno e
de certa forma corresponda suas expectativas. É necessário também o
envolvimento de toda comunidade escolar”. (Lajolo, 2001: p.13)
É
reconhecido que a melhora do rendimento escolar não acontece instantaneamente
ou forçadamente.
Este
é um processo contínuo, e deve ser conduzido de forma natural, sem
constrangimento e como destaca Paulo Freire a leitura deve ser uma “prática de
liberdade”.
Segundo
Ferreiro e Palácio (1987), o processo de leitura é dotado de uma série de
opções.
O
leitor não responde simplesmente aos estímulos do meio, e sim desenvolve
estratégias para trabalhar com texto de tal maneira que seja possível
compreende-lo.
Os
interesses de leitura sofrem influências de acordo com a idade, sexo, grau de
alfabetização e acesso a materiais diversificados de leitura.
Não
há como negar que o convívio familiar também influencia estas escolhas.
Quanto
antes o gosto pela leitura for despertado a probabilidade da manutenção deste
hábito ser mantido ao longo da vida será maior.
Para
muitos a internet é um instrumento que revela novos caminhos e apresenta
inúmeras formas de contato com o mundo.
Na
era digital, a literatura eletrônica é preferência quase que unanime entre os
jovens, mas mesmo assim o livro tradicional não será extinto, pois os dois
estão interligados e existem aqueles que gostam da tecnologia, mas não abrem
mão da versão impressa.
Cabe
à comunidade escolar incentivar a leitura para que esta se transforme em
necessidade e desejo para os jovens.
Este
incentivo se fortalece quando é criado um clima de confiança entre os
professores e os alunos e a internet pode contribuir positivamente neste
processo, pois oferece inúmeras possibilidades de leitura com um dinamismo e imediatismo
que cativa a todos.
Concluindo.
Diante
de um universo tão rico em possibilidades e variedades, a internet se tornou
uma ferramenta muito útil no âmbito escolar e cada escola em sua particularidade
tem procurado se adequar a esta nova realidade.
Sabemos
que o ensino se torna prazeroso quando o que é ensinado e a forma pela qual
este ensino é conduzido são feitos de forma significativa para quem está
envolvido.
Então
porque não usar a internet que está diretamente relacionada com os interesses e
o cotidiano dos jovens, como uma forma a mais para estimular este aprendizado.
A
escola deve aproveitar o grande interesse e facilidade que estes têm no mundo
tecnológico para promover o desenvolvimento e aprimoramento da capacidade
leitora por meio de uma mediação consistente para que o êxito seja alcançado.
Para
saber mais sobre o assunto.
AMENTA,
Navarro. Redes y comunicaciones eletronicas. Consejo Latinoamericano de
Ciências Sociales,
1996.
Disponível
em:
http://lanic.unic.texas.edu/la/region/networking/clacsoman.html
Acesso em: 19 fev.
2002.
FERREIRO, Emília. PALACIO, Margarita
Gomes. Os Processos de Leitura e Escrita:
novas perspectivas. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1987.
SOARES, Magda. Novas práticas de leitura
e escrita: letramento na cibercultura.
Educ. Soc., Campinas, v. 23, n. 81, dez.
2002.
SOARES, Magda.
Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Disponível em:
http://www.anped.org.br/26/outrostextos/semagdasoares.doc
LAJOLO, Marisa. Leitura ainda tem pouca
importância no país. Jornal do Brasil. Rio
de Janeiro, 1
abr. 2001. Seção Educação e Trabalho, p.01-02.
Texto:
Profa. Regiane Cristina dos Santos.
Pós-Graduanda em Psicopedagogia
Institucional pelo INEC/UNICSUL.
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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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