Para entender a
história... ISSN 2179-4111. Ano 3, Vol.
jun., Série 18/06, 2012, p.01-11.
O
artigo faz parte da Monografia de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em
Psicopedagogia Institucional pelo INEC/Universidade Cruzeiro do Sul, orientada pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
O trabalho procura
trazer os caminhos adotados pela aprendizagem, ou como ela se processa na
maioria das vezes nos dias de hoje, enfatizando a necessidade de se pensar por outro
olhar que não seja o empírico, e para isso, o mesmo balizou-se nos conceitos de
Carl Gustav Jung, que foi quem deu uma importante contribuição para o tema, o
autor procura de forma sistemática apresentar o aprendiz como ser dotado de uma
individualidade que lhe é única, e para execução desse trabalho fora verificado
a leitura critica e reflexiva adotada por autores que se posicionam frente às ideias
de Jung, direcionados de maneira seletiva sobre o tema aprendizagem, e suas
formas de aplicação, pensada pela observação da singularidade do individuo,
para obtenção de resultados mais satisfatórios, e justos para com o aprendiz.
“Nenhum tópico é mais próximo da essência da psicologia do que a
aprendizagem, uma mudança relativamente permanente no comportamento de um
organismo em decorrência da experiência”. (MYERS, 1999, p. 173)
Aprendizagem,
segundo o dicionário priberam online,
(2011) significa o ato ou efeito de aprender, com definição semelhante
encontrada no Michaelis, definindo aprendizagem como ação de aprender qualquer
oficio arte ou ciência, ou tempo gasto nesse aprendizado.
O Michaelis
também denomina aprendizagem como uma mudança permanente de comportamento como
resultado de treino ou experiência anterior, ou processo pelo qual se adquirem
essas mudanças.
Pensadores da
Grécia Antiga, como Platão e Aristóteles pontuaram suas idéias de forma
importante sobre a aprendizagem, para Platão a aprendizagem inicia-se como um
estado de perplexidade, ou espanto, que impele a pessoa ao esforço de elevação
do conhecimento, Platão fora também o primeiro pensador a distinguir a
associação de idéias em dois tipos: Por similaridade e por contigüidade, sendo
fundamental que cada um enquanto individuo, é responsável por sua aprendizagem.
(PFROMN NETTO, 1987)
“... o processo fundamental de
aquisição é a aprendizagem concebida sobre o modo empirista de registro dos
dados externos. Se isto é certo, seguir-se-ia então que o desenvolvimento em
seu conjunto deveria ser concebido como a resultante de uma seqüência ininterrupta
de aprendizagens assim interpretadas. Se, pelo contrário, o fato fundamental de
partida é a capacidade de fornecer certas respostas, portanto a
"competência" resultaria inversamente que a aprendizagem não seria a
mesma nos diferentes níveis do desenvolvimento”. (Piajet, p. 160, 2007)
Para Ferreiro
(1996), todas as práticas pedagógicas estão apoiadas nas concepções do processo
de ensino e aprendizagem, porém nenhuma delas é neutra, são as práticas e não
os métodos que têm efeitos no domínio da língua escrita ou em outros
conhecimentos, o autor ainda fala que é possível enxergar o que o aluno já sabe
partindo do produzido por ele, para que a partir daí o mesmo venha a aprender
mais, o autor ainda fala que a aprendizagem figura como resultado da ação do
aprendiz, afirmando com isso que a função do professor será de criar condições
para que o aluno possa exercer o seu papel de aprender, estando inserido em
atividades que favoreçam sua atividade mental, ou seja, o seu exercício
intelectual.
“A aprendizagem
e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser
humano que desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo
assim, a sua sobrevivência.” (SILVA, online 2011)
Deve se notar também a importância do professor no processo de
aprendizagem que para Ferreiro (1996) o mesmo deve ser capaz
de observar que e entender que o aprendiz sempre sabe alguma coisa, e pode usar
esse conhecimento para continuar aprendendo, tomando como regra que esse
conhecimento se faz necessário para que ele avance, ainda para o autor, é
preciso entender que o esse processo permite ao professor a real noção que sua
intuição não suficiente no processo de ensino aprendizagem, necessitando para
isso também o auxílio do conhecimento produzido no território da ciência.
“O melhor aluno de uma turma ou da
escola, como qualquer ser humano, pode estar vivendo em determinado dia e
horário uma situação emocional inadequada para novas aprendizagens, por razões
extra escola. É indispensável o respeito a esses momentos e não forçar o seu
envolvimento de modo inadequado, o que pode gerar formações reativas
imprevistas.” (WEISS, 2007 informação verbal)
Atualmente um
modelo de aprendizagem bastante utilizado no meio do ensino aprendizagem figura
como o construtivismo, que para Ferreiro (1966), a aprendizagem abordada de uma
forma construtiva entende o conhecimento como um produto da ação e reflexão do
aprendiz, compreendendo esse aprendiz como alguém que sabe algumas coisas, e
que a frente de novas informações, que para ele têm sentido, realiza um esforço
para assimilá-las, ou seja, diante de um conflito cognitivo o aprendiz tem
necessidade de superá-lo.
O conhecimento
anterior se aprofunda, dando origem a um novo conhecimento, inerente a
concepção de aprendizagem, de tal forma que, o aprendiz sempre utilize seu
conhecimento prévio na aquisição de um novo conhecimento.
O construtivismo
enfatiza a aprendizagem pela resolução de situações problemas, ou seja, aprender
a aprender é algo possível apenas a quem já aprendeu alguma coisa, sendo que o
conhecimento se constrói por caminhos diferentes daquele que o ensino supõe.
(Ferreiro, 1966)
Piaget, sendo
aquele que inicia a construção de uma nova idéia e um novo olhar sobre a
aprendizagem, desenvolve a teoria do conhecimento, (epistemologia e Psicologia
Genética), que explica como se avança de um conhecimento menos elaborado, ele
enfatiza que o conhecimento é resultado da interação do sujeito com o meio
externo, sendo que esse sujeito participa ativamente desse processo modificando
o meio no qual esta inserido, e se modificando também em virtude desse meio.
(Ferreiro, 1966)
Mesmo com as
contribuições de Piaget e o construtivismo, o que se verifica ainda segundo o
autor de maneira sobressalente é a empirista, é o conhecido como “modelo de
ensino resposta”, nessa abordagem prevalece o modelo de aprendizagem que atua
em substituição das respostas erradas pelas certas, partindo da concepção de
que o aluno precisa memorizar e fixar informações, partindo do conhecimento
mais simples acumulando-o com o tempo. (Ferreiro, 1966)
Como visto no
parágrafo anterior, esse tipo de abordagem vai de encontro ao que se adota hoje
como método construtivista de aprendizagem (WEITZ 2007), diz que o processo de
ensino de maneira mais eficaz deve dialogar com o método de ensino, e para
tanto, não é o aluno que deve se adaptar-se ao processo, mas sim o processo,
através do professor que precisa compreender o caminho de aprendizagem que esta
percorrendo o aluno, e a partir daí identificar quais as atividades que
permitirão ao aluno evoluir no seu patamar de conhecimento, em direção a um
mais elevado.
“... Ninguém aprende se não estiver motivado para
isso, as decorrências desta constatação estarão na aprendizagem familiar,
escolar, profissional, clínica e em outras situações. A motivação para
aprender, em qualquer momento, é que permitirá a construção de vínculos
positivos ,adequados com o objeto do conhecimento”... (WEISS, 2007 informação
verbal)
Para Weiss
2007, existe uma relação entre motivação, e o desejo de aprender, no momento em
que é apresentado o novo objeto do conhecimento, seja ele escolar ou fora da
escola, definirá em parte essa relação ou não de uma nova aprendizagem, a
autora ainda critica métodos muito engessados de aprendizagem, enfatizando
ainda o papel do professor afirmando que não existe um padrão na forma de
aprender, e é por isso que faz muito importante a pessoa do professor,
entende-se com isso que o professor atento, sensível, e competente, será capaz
de perceber os diferentes caminhos e formas de aprendizagem de seus alunos,
para a autora cada um de nós busca seu melhor caminho de entrada do
conhecimento, melhor maneira de mostrar esse conhecimento aprendido, e são
essas formas de aprender fundamentais na inclusão escolar ou de trabalho.
“As escolas
deveriam entender mais de seres humanos e de amor do que de conteúdos e
técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia para a construção de
neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de fantasias, de símbolos e
de dores”. (SATINI p.8 2008)
Foi com o
fundador da psicologia analítica Carl Gustav Jung nascido em julho de 1875 na
Suíça, que nasceu a idéia sobre os “Tipos psicológicos”, Jung filho de família
religiosa, pai pastor luterano, sempre se interessou por questões espirituais,
sobre qual seria a função da religião na vida das pessoas, foi então que em
1921 escreveu o referido texto com base em anos de estudos de psicologia em seu
exercício de medicina, esses estudos demonstraram que as pessoas possuem
características comportamentais, que irão caracterizar os Tipos Psicológicos.
“Nos caminhos da cognição na cadeia atenção-
percepção- raciocínio- memória vamos encontrar diferentes portas de entrada que
funcionarão isoladamente ou em conjunto integrado :visual, auditiva, olfativa,
gustativa e tátil. As formas de raciocinar também estarão ligadas. Cada um de
nós terá a sua melhor “porta de entrada”, a sua forma de fixar na memória, o
melhor caminho de estabelecer relações lógicas, a melhor “saída” ou forma de
expressar o que aprendeu, assim como já foi dito o seu melhor momento de
aprender.” (WEISS, 2007, informação verbal)
Para Jung
existem duas formas de atitudes, uma seria aquela em que a pessoa foca sua
atenção no mundo externo de fatos e pessoas (extroversão).
Na
extroversão, a energia da pessoa flui de maneira natural para o mundo externo,
em que se observa: impulsividade, sociabilidade, expansividade e facilidade de
expressão oral.
A outra se
refere à pessoa que foca sua atenção no mundo interno, de representações e
impressões psíquicas (introversão).
Na
introversão, o indivíduo direciona a atenção para o seu mundo interno em que se
observa: a postura reservada, a retenção das emoções e facilidade de expressão
no campo da escrita. (Lessa 2011)
Partindo da forma com o individuo se configura entre introvertido e
extrovertido, Jung também verificou que existia diferença entre as pessoas de
um mesmo grupo, ou seja, um introvertido poderia diferir muito de outro
introvertido, para ele essas diferenças eram causadas pelas funções e ou processos
mentais preferencialmente utilizadas pela pessoa para se relacionar com o mundo
externo ou interno, estava aí definido para Jung os Tipos Psicológicos, com a
junção das atitudes de introversão e extroversão, e suas funções psíquicas. (Lessa
2011)
Quatro são as
funções psíquicas: Sensação, Intuição, Pensamento e Sentimento, partindo da
forma como percebemos as coisas pela Sensação e Intuição, até a forma como
julgamos os fatos, Pensamento e Sentimento.
Para a autora
Lessa 2011, as funções enumeradas por Jung são as seguintes:
Sensação: atenção voltada para o presente, no real e no concreto, costumam ser
pessoas praticas, preocupadas mais em manter as coisas funcionando que criar
novos caminhos, preferem ver as partes a o todo.
Intuição: sua apreensão parte
geralmente por parte de “pressentimentos”,“ palpites” ou “inspiração”, buscando
significados através das informações recebidas a intuição traça relações e
possibilidades futuras, os fatos são aprendidos no seu conjunto.
Pensamento: partem de uma análise
lógica e racional dos fatos, julgando e classificando uma coisa sem maior
interesse pelo seu valor afetivo, voltadas para razão procuram ser imparciais
em seus julgamentos, lidam melhor com processos lógicos e formais.
Sentimento: julga o valor intrínseco
das coisas, valoriza o sentimento em suas avaliações, tem facilidade no contato
social, preocupadas com a harmonia do ambiente, e por valorizarem suas
impressões pessoais, tendem a se voltar para relações interpessoais,
sentimentos e valores dos outros.
O que se percebe após esse breve relato da autora é que Jung ao criar os
tipos psicológicos, na verdade não quis rotular pessoas, enquadrando-as em um,
ou outro perfil psicológico, para ele isso seria uma forma de ajudar a
compreender as características individuais de cada um, o que para o assunto em
tela auxiliaria muito na forma como se apresentaria o assunto aprendizagem ao
aluno.
“A tipologia de Jung pode
fornecer pistas para um melhor entendimento das questões relacionadas a desempenho
escolar e relacionamento entre alunos e professores, sugerindo ferramentas para
ajudar os mestres a se aproximar de seus alunos e conhecer suas personalidades.” (Lessa, 2011, online)
Pesquisadores observando os tipos psicológicos de Jung descobriram que as
pessoas além de interesses, valores e necessidades diversas, também aprendem de
modos diferentes, todavia, não se deve excluir a importância do professor em
conhecer seus alunos, para que possa despertar nos mesmos o interesse pelo
aprendizado. (Lessa, 2011).
Voltando a forma de investimento de energia do sujeito, ou seja, a forma
como ele se apresenta ao mundo, expõem suas idéias, se ele é um individuo mais
voltado para o meio, ou a si mesmo, balizando é claro em cima do tema para
discussão como relata a autora nos parágrafos seguintes.
Os introvertidos preferem preparar-se para as aulas com
antecedência, são introspectivos, reflexivos, concentrados, cuidadosos,
concentram-se no aspecto importante do problema, e sabem ouvir as pessoas,
procuram estudar em locais onde possam se concentrar, preferindo atividades ou
trabalhos mais longos, isso devido ao prazer de refletir, e analisar os temas,
gostam de trabalhar em grupos menores, quando não sozinhos. (Lessa, 2011)
Partindo dessas características dos estudantes introvertidos, seria
interessante então que o professor lhe fornecesse antes material para consulta
e pesquisa, para que o aluno venha preparado para a aula fomentando-lhe uma
maior participação, já que os mesmos são considerados tímidos, reservados,
discretos, e devido á dificuldade de se expor em grupo, ambiente com muita
gente, por vezes deixam de manifestar-se a respeito de assunto que dominam,
prejudicando sua atuação em classe. (Lessa, 2011)
Quanto aos extrovertidos, por serem populares entre os colegas,
sentem prazer em participar de atividades extraclasse, confiantes e pró-ativos,
por vezes são impulsivos, agindo primeiro, para só depois refletir, postura
adotada ao contrário dos introvertidos, que pensam muito antes de agir, e por
ousarem mais, os extrovertidos também podem enfrentar problemas relacionados à
disciplina. É notória também sua dificuldade em concentrar-se em atividades
longas, detalhadas, que exigem reflexão, preferindo ação, atividades variadas,
contato com colegas e trabalhos em grupo, preferem resolver problemas práticos.
(Lessa, 2011)
Sabemos então que Jung após classificar o investimento de energia do sujeito
entre introversão e extroversão, percebeu que mesmo entre introvertidos ou
extrovertidos existiam pessoas com formas de agir diferente, Jung então teve
que dividir dentro de cada uma, outras quatro características, como se fossem
subgrupos, e para esses grupos como já mencionado acima, o mesmo deu o nome de
“Tipos Psicológicos”, que seria a forma como o individuo percebe ou julga o que
está a sua volta sendo que o individuo possuiria todos os quatro Tipos
Psicológicos”, no entanto, um seria aquele mais utilizado como função principal
de acordo as características individuais de cada um.
Trazendo esses conceitos para campo da aprendizagem, a autora expõe de
maneira bem clara nos parágrafos que sucedem.
Quanto às funções perceptivas existem aqueles que percebem o mundo
através da função principal SENSAÇÃO, para esses seus cinco sentidos são
mais bem utilizados do que as outras funções são realistas, detalhistas
voltados para o “aqui agora”, ou seja, o presente. Também não são muito adeptos
de teorias, preferindo as matérias, ou aulas mais práticas, a função do
professor para motivá-los será enfatizar a parte prática de um assunto teórico.
(Lessa, 2011)
Os INTUITIVOS são curiosos, valorizam sua inspiração, e seus
“pressentimentos”, são pouco práticos, gostam de sugerir mudanças, novas formas
de executar as atividades sem muito detalhe, se sentem confortáveis quando
estão descobrindo novas possibilidades para problemas, contribuindo para o bom
andamento do trabalho. (Lessa, 2011), os mesmos percebem o mundo pelo “sexto sentido”: valorizam a inspiração e os
pressentimentos.
Costumam ser
curiosos, preferem sugerir novas formas de apresentar o mesmo tema. Nas
escolas, podem prestar boa contribuição ao participar de forças-tarefa para
melhorar aspectos gerais da instituição.
Afinal, sua
zona de conforto está em descobrir novas possibilidades para um problema.
Livros de ficção alimentam o prazer das crianças intuitivas.
A diferença
de percepção entre alunos intuitivos e sensoriais é grande.
O intuitivo
possui a visão do todo, enquanto o sensorial percebe o detalhe.
Um vê a
floresta e o outro, as árvores, ambos se completam nas atividades de ensino,
podem realizar com facilidade o trabalho em grupo por possuírem maneiras
distintas de percepção do problema (Lessa,
2011)
Sensoriais, tendem a considerar aulas teóricas um
tédio, e gostam de aulas programadas, enquanto que o lado prático com base teórica não agrada aos intuitivos, que
preferem a matéria dada de forma ágil. (Lessa,
2011)
Quanto à
função PENSAMENTO, sugere para
aquele que a tem como principal, objetividade, crítica, e uma característica
mais analítica, são impessoais, procuram ser racionais em suas decisões sendo mais
objetivos, por serem mais sinceros, por vezes podem criar dificuldades, quando
lidam com pessoas mais sentimentais, e por serem transparentes não se preocupam
com diplomacia, o que desperta antipatia de outros. (Lessa, 2011)
Por fim o SENTIMENTO como função principal, são
àqueles que o possuem o foco em pessoas, consideram valores para tomar
decisões, sua lógica é a do “coração”, mais sensíveis aos problemas dos
colegas, têm certa dificuldade para lidar com conflitos, costumas levar para o
lado pessoal a crítica de um colega ou professor, por vezes fazem as coisas
pelo prazer de agradar. (Lessa, 2011)
Para Lessa 2011, é de suma importância que o processo de aprendizagem
propicie ao aluno a capacidade de exercitar seus processos favoritos, ficando atentos
quando alunos intuitivos enfrentam o excesso de rotina, sensoriais não têm
oportunidade de lidar com atividades práticas, pensadores não são permitidos a
argumentar, e os sentimentais sofrem com o excesso de alunos.
“Durante
muitos anos os alunos foram penalizados, responsabilizados pelo fracasso,
sofriam punições e críticas, mas, com o avanço da ciência, hoje não podemos nos
limitar a acreditar, que as dificuldades de aprendizagem, seja uma questão de
vontade do aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde
vários fatores podem interferir na vida escolar, tais como os problemas de
relacionamento professor-aluno, as questões de metodologia de ensino e os
conteúdos escolares.” (Silva,
2011)
De maneira sintética Catholico (2009), faz uma importante analise no
cenário atual da aprendizagem, para ele hoje se faz necessário entender o
verdadeiro papel, ou missão da escola, que passa a não tratar mais o aluno como
uma massa amorfa, despersonalizados, e preciso focalizar o individuo, como
sujeito original, singular, diferente e único, dotado de inteligências
múltiplas, que possui diferentes estilos de aprendizagem, consequentemente
diferentes habilidades e formas para resolver problemas.
Diferente e único; dotado de inteligências múltiplas, que possui
diferentes estilos de aprendizagem e, consequentemente, diferentes habilidades
para resolver problemas (CATHOLICO, 2009).
Concluindo.
“Nossa!” O parágrafo iniciado com uma palavra seguido do ponto de
exclamação é para tentar mostrar o real entendimento que se tem ao realizar uma
breve leitura a que se propôs o trabalho. Se for por intermédio da aprendizagem
que nós nos conectamos ao mundo, é com ela que entendemos qual o nosso papel no
ambiente em que estamos inseridos, e que sem ela não é possível essa inserção
de modo ou maneira saudável, como é possível admitir ainda hoje que a mesma
seja negligenciada não se dando a verdadeira importância que se deve.
O que se percebe é que a forma como se coloca a aprendizagem evoluiu sim,
e muito, até porque existem formas e mais formas de se colocar a aprendizagem
de maneira mais eficiente, partindo de métodos empíricos até métodos mais
construtivistas, todavia o que realmente acontece nos dias de hoje, é um
verdadeiro desleixo, ora por falta de comprometimento das pessoas envolvidas no
processo, ora por não possuírem capacitação adequada necessária, ou outros
motivos diversos.
Ainda no que competem as pessoas envolvidas no processo, cabe não se
esquecer de realçar a importância do professor, tutor, instrutor, ou qualquer
outro sinônimo para aquele que geralmente conduz esse processo de aprendizagem,
estando à frente não como responsável único pela aprendizagem, mas como um
facilitador desse processo, onde o aprendiz deve ser encarado como personagem
principal do processo, e que fica a cargo do condutor ter como objetivo
auxiliar o aprendiz no que tange a sua competência, e capacidade sobre o
conteúdo transmitido.
A figura de professor figurou por muito tempo, e ainda figura em alguns
casos como personagem principal no processo de aprendizagem, o mesmo era visto
como o fator mais importante se não o único responsável pelo progresso do
aprendiz, contudo, percebe-se hoje um movimento de retirada de maneira desordenada
dessa figura de tal patamar, o que se percebe é que o papel do professor
transita ou transitou por extremos, deixando de ser o “protagonista”, para
passar a ser o “coadjuvante’’.
Seguindo o proposto por Jung, a figura do professor se faz sim muito
necessária ao processo por aquela responsável por direcionar de maneira mais
eficiente a forma de aprendizagem do seu aprendiz.
Referente ao tema desenvolvido Jung nos esclarece sobre o propósito de
todo seu arcabouço teórico que trata “Tipos Psicológicos” instruindo que se faz
necessário entender o aprendiz enquanto ser individual dotado de singularidades
inerentes a sua personalidade, e que o
irão acompanhá-lo em todo seu processo de aprendizagem, fomentando também que se esse processo for direcionado de forma
adequada, dando ênfase à forma mais eficiente, ou mais específica e individual
de cada aprendiz, o processo todo será mais eficaz.
Resumindo é passar a entender alunos individuais, e singulares, que
possuem formas distintas de absorver o conhecimento, e não tratá-los como uma
sala de aluno, dando um estímulo geral como se fossem idênticos entre si na
maneira de agir e de pensar.
Já tratado no texto, mais aqui se faz mais uma vez importante relembrar,
é que a proposta de Jung ao classificar indivíduos entre seus tipos
psicológicos, não foi rotulá-los de maneira preconcebida, preconceituosa, o
estereotipá-los, mas sim, entende-los melhor para melhor auxilia em seus
processos, e aqui discutido, em seus processos de aprendizagem.
A exclamação iniciada nessa seção do texto serve também para verificar se
hoje se dá o verdadeiro valor e importância a esse processo de aprendizagem,
sim porque o que se verifica é que um processo tão importante na formação de um
individuo, enquanto pessoa, passa por uma condição de sub importância, ou
descaso, ficando as margens da sociedade enquanto massa.
Seria hora então de passarmos a entender a real importância de todo esse
processo de aprendizagem, aplicando-o de maneira adequada, a cada individuo,
contribuindo de maneira sistemática na formação do mesmo, para que possamos
auxiliar também o bom desenvolvimento da sociedade, a tornando mais justa para
àqueles que nela vivem.
Para saber mais sobre o
assunto.
CATHÓLICO, Roberval Ap. MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DE FEUERSTEIN À LUZ
DA APRENDIZAGEM DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM DE FELDER. In: Revista
Eletrônica de Educação e Tecnologia do SENAI. São Paulo: v.4, n.8, mar. 2010.
FERREIRO,
Emília. REFLEXÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO.
São Paulo: Editora Cortez, 1996.
LESSA, Elvina. A CONTRIBUIÇÃO DA TIPOLOGIA DE JUNG NO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM. In: Revista Aprender. São Paulo: Ano 3. nº 06.
Novembro/Dezembro, 2003.
MYERS, David. INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA GERAL. Rio de Janeiro: LTC-
Livros técnico e Científicos Editora S.A. 1999, cap 4, p.533.
PFROMN NETTO, S. PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO. São Paulo:
EPU; EDUSP. 1987.
PIAGET, Jean. A EPISTEMOLOGIA
GENÉTICA. Paris:
Martins Fontes, 2007. 136 p.
PLONKA,
Márcia de Fátima. A TIPOLOGIA DE JUNG NAS EMPRESAS. Disponível em: <.
symbolon.com.br/artigos/atipologia.htm>. Acesso em: 13 out. 2011.
SALTINI, Cláudio
J. P. AFETIVIDADE & INTELIGÊNCIA.
Rio de Janeiro: DPA, 1997.
SILVA, Nádia
Maria Dias da. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM. Disponível em:
<www.colegiosantamaria.com.br/santamaria/aprenda
mais/artigos/ver.asp?artigo_id=1>. Acesso em: 30 out. 2011.
WEISZ, Telma. O DIÁLOGO ENTRE O ENSINO E APRENDIZAGEM.
São Paulo: Ática, 2002.
WEISS, Maria
Lucia Lemme. Palestra realizada a 16 de
junho de 2007 Seminário da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. Seção Rio de Janeiro.
Texto:
Leila Letícia da Silva.
Psicóloga, atua em treinamento e
seleção na área de segurança pública.
Pós-Graduanda em Psicopedagogia
Institucional pelo INEC/UNICSUL.
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