Para
entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 4, Volume jul., Série 04/07, 2013,
p.01-03.
Prof. Dario Galdino.
Graduado
em Geografia pela UFPE.
Segundo a pesquisa
"Juventudes e Sexualidade no Brasil", publicada pela UNESCO em 2004, a homossexualidade é uma das principais causas de
bullying nas escolas.
Sem ter referências
sociais e culturais para debater a respeito da identidade de gênero e da
orientação sexual, os jovens acabam referindo-se com ironia e preconceito aos
gays dentro e fora da escola.
A homofobia que é o sentimento de aversão aos homossexuais
existentes dentro da sociedade perpassa a mesma e invadem as salas de aulas do
país, a pesquisa realizada pelo organismo internacional (UNESCO) tem comprovado
que os cidadãos que tem a homossexualidade definida como regra para suas vidas,
não dispõem do mesmo tratamento dado aos alunos heterossexuais.
A sexualidade.
O
debate contemporâneo sobre sexualidade e gênero ultrapassa o reducionismo
dicotomizante entre a natureza versus
cultura por meio da afirmação não apenas da arbitrariedade da dominação
masculina, mas também da historicidade da compreensão binária do sexo
(BOURDIEU, 2007).
A chamada heteronormatividade provoca a violência e a
discriminação dentro de escola e fora dela, o que tem como consequência a
propagação das ironias e preconceitos dos alunos de toda idades.
Segundo Lula Ramires as
pesquisas mostram que a escola tem sido um verdadeiro "inferno" para
alunos homossexuais: eles são ignorados ou impedidos de participar de
atividades em grupo, seus objetos são furtados, são alvos de piadinhas e
xingamentos, ora são agredidos fisicamente das mais variadas formas.
Um dos lugares onde o
direito deve ser praticado e afirmado como o
ambiente educacional representado pelas escolas privadas e públicas não
afirmam essa cidadania no trato entre as diversas partes envolvidas,deixando o
esclarecimento, a prática da equidade, o trato cidadão, a ironia, os
xingamentos agravado-se até violência física.
Pude constatar que
assim como afirma Lula Ramires, objetos serem surrupiados de alunos que são
homossexuais e a direção pouco fazer para esclarecer o fato, de outra vez pude
observar no ensino médio a discriminação de uma aluno após a descoberta de sua
homossexualidade, a sua não participação nos grupos para fazer trabalhos
escolares, a falta de convite para as festas do grupo,assim coo as piadas de
mal gosto.
Verifica-se também que
a não tomada de decisões ou de enfretamento do problema faz com que os chamados
heterossexuais passem do xingamento, das piadas para agressão física,
infelizmente as vezes educadores também fazem coro com a realidade homofóbica
vigente nas salas de aulas.
A escola na formação do cidadão.
A escola não é capaz de
combater o preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, sozinha.
Mas, o ambiente escolar
é o melhor lugar para por fim à homofobia.
Além disso, a homofobia
manifestada na forma de bullying nas escolas faz com que alunos desistam dos
estudos.
A quantidade e
qualidade de aprendizado dos alunos de gênero sexual distinto da
heteronormatividade é deficiente e na maioria das vezes não por culpa deles, mas
pelo sistema gerido por gestores e educadores despreparados para lidar coma
questão.
Deve ser obrigação da
escola, além de instigar o respeito e tolerância entre os alunos, falar sobre o
assunto é uma forma de garantir a permanência e o acesso à Educação - como
previsto na lei - a realmente todos os cidadãos.
Numa perspectiva psicológica, compreende-se a
homofobia como projeção, isto é, um mecanismo de defesa do nosso eu, que se
configura como projeção de algo que nos ameaça e que é constituído com algo
externo.
Portanto, o mal é sempre algo que esta fora do
sujeito e, ainda, diferente daqueles com os quais se identifica.
Nessa perspectiva, há ainda a visão patológica da
homossexualidade, que submete e acredita que os olhares clínicos, as terapias
são tentativas de “cura” (MOITA, 2003).
O
estigma da sociedade.
Segundo Lula Ramires,
mestre em Educação pela USP. “À escola cabe mostrar que essa variabilidade do
desejo sexual existe na sociedade como um todo e que é preciso aprender a
respeitar isso”.
A sociedade é senhora
dos seus acontecimentos, sendo ela consciente da geração dos acontecimentos por
ela elaborados no tecido social e suas consequencias, sendo a escola o espaço
adequado onde se deve constituir o debate, a orientação e a educação sexual dos
alunos e cidadãos que ora crescem e aprendem que o preconceito deva ser vencido
e que as pessoas que pensem de forma diferente da maioria devem ser tratadas
com equidade e respeito mútuo.
Segundo a professora de
biologia Mônica Marques Ribeiro a abordagem do tema deve ser feita de forma
delicada, afinal a homossexualidade ainda é um tabu admite, que há dez anos
aborda em sala questões relacionada à sexualidade, sempre aproximando o tema
dos direitos e deveres dos cidadãos e do respeito e à diversidade humana.
A forma como abordamos a questão em sala de aula deve ser
feita de forma adequada, com firmeza e simplicidade, pois o tema é tabu para a
maioria das famílias e as mesmas em sua maioria orientem os filhos para um
tratamento inadequado e desprezível para os que vivem o problema em suas vidas,
mesmo que esse o direito a educação seja garantida pela carta magna
independente de sexo,religião e distinção de qualquer espécie.
Concluindo.
Diante dos acontecimentos recentes na sociedade brasileira,
se faz necessária uma abordagem dos temas transversais a educação como gênero e
sexualidade, com uma abordagem desde as series iniciais, para que assim o
problema do bullying
seja superado por todos os elementos da escola, a escola deve ser a primeira instituição
a incentivar a tolerância e a vivencia em paz entre todos, finalmente a
sociedade pode vir a produzir mais absurdos e perder ótimos intelectuais e
profissionais por causa da intolerância e falta de entendimento e auto defesa
estúpida.
Para saber mais sobre o assunto.
ABRAMOVAY, M. Juventude e sexualidade. Brasília:
UNESCO Brasil, 2004.
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de janeiro: Bertrand
Brasil, 2007.
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos
Humanos, Plano Nacional de educação em Direitos Humanos. Brasília:
Secretaria Especial dosa direitos Humanos, Ministério da educação, s.d.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1987.
WELZER – LANG, D. A Construção do Masculino. Dominação das
mulheres e Homofobia. In: Ver. Estud. Fem. Vol. 9 n.2. Florianopolis: 2011.
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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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