Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 4, Volume jul., Série 06/07,
2013, p.01-18.
O
presente artigo faz parte da Monografia de Conclusão de Curso de Pós-Graduação
em Psicopedagogia Institucional pelo INEC/Universidade Cruzeiro do Sul, orientada
pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Profa. Marcia Cecília Salmeron.
Pós-Graduada em Psicopedagogia
Institucional pelo INEC/UNICSUL.
Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo.
A educação formal reveste-se de grande importância
sociocultural no mundo moderno e o bom desempenho escolar é indicativo de
futuro sucesso social.
O acesso à escola
tornou-se universal e no Brasil garante-se às crianças de 6 a 14 anos a
gratuidade da educação fundamental.
Verifica-se, todavia,
que essa universalidade não garante a qualidade da educação, visto que as
queixas de mau desempenho escolar multiplicam-se nos consultórios médicos.
O presente trabalho objetiva
analisar os principais fatores que interferem no processo de aprendizagem nas
séries iniciais do ensino fundamental, como essa lacuna de aprendizagem na área
de leitura e escrita afetam o desenvolvimento social e o processo de
conhecimento, bem como o caminho para atender com qualidade os alunos que não
venceram as habilidades propostas no Plano de Ensino.
A obtenção de dados para a composição desse trabalho se deu
através de pesquisa bibliográfica, cujas fontes variaram desde livros e revistas especializadas a consultas pela
Internet a artigos escritos por estudiosos sobre o tema.
Em adição às pesquisas, anexei os resultados de rendimento
escolar de alunos de 1º a 4º anos e de correção de ciclo, acompanhados por mim como
coordenadora pedagógica nos 1º e 2º bimestres de 2012, sendo que os anos
anteriores foram obtidos através de sondagem escolar.
Introdução.
Há uma grande lacuna de aprendizagem nas
séries iniciais do ensino fundamental em consequência de um grande número de
alunos com dificuldade em aprendizagem, interferindo no seu futuro
desenvolvimento cognitivo, acadêmico e social.
Para uma melhor análise dessas dificuldades em aprendizagem
mister se faz uma breve análise do processo de alfabetização.
O ser humano, desde a antiguidade, procurou transmitir seus
conhecimentos como lhe era possível: através de hieróglifos, desenhos e
símbolos.
A representação gráfica e a expressão oral, transmitida de
pais para filhos, foram muito utilizadas até serem substituídas pela linguagem
escrita através do alfabeto.
A criança, desde seu primeiro contato
com o mundo, aprende a interpretar os gestos, olhares, imagens e palavras.
Como um processo natural de sua
sobrevivência, aprende a se alimentar, falar, andar, interpretar os gestos, a
palavra e a pensar.
Na escola a aprendizagem também é um
processo natural e a criança é exposta a uma atividade mental complexa
envolvendo a percepção, as emoções, o pensamento e a motricidade, entre
outros.
Esse processo é potencializado por
meio do aprendizado da escritura e leitura, permitindo ao aluno acesso a todas
as áreas da cultura.
De uma maneira geral, a
alfabetização é definida como o aprendizado do alfabeto.
Contudo, essa etapa
consiste não só nas habilidades mecânicas, mas na interpretação crítica de
novos conhecimentos e novas formas de compreender o uso da linguagem.
Numa perspectiva social, é
por meio da escrita que contribuímos para a evolução humana do conhecimento
através de registro das informações que vão estabelecendo a construção do
conhecimento.
A leitura, por sua vez,
aguça a percepção crítica e reflexiva, para que aconteça a modificação do
contexto em que estamos inseridos.
Considera-se ler escrever
como habilidades essenciais para que um indivíduo possa se inserir nas diversas
situações requeridas pela sociedade moderna, seja no nível pessoal, no ambiente
de trabalho, como consumidor, como eleitor, entre inúmeras outras atividades.
Numa perspectiva social, é
por meio da escrita que contribuímos para a evolução humana do conhecimento
através de registro das informações que vão estabelecendo a construção de
conhecimentos.
Dessa
forma, a educação formal no mundo moderno exerce um importante valor
sociocultural.
O bom
desempenho escolar é indicativo do futuro sucesso social do indivíduo e cabe à
escola cumprir sua função social de possibilitar ao aluno o desenvolvimento das
competências de leitura e escrita em seus diversos gêneros.
O estudo do processo de aprendizagem e
suas dificuldades devem ser analisados primeiramente com relação à realidade
externa e interno do aluno, utilizando vários campos de conhecimento e de uma
forma global compreender a condição do sujeito que tem dificuldades em leitura
e escrita.
Emília Ferreiro
e Ana Teberosky no livro Psicogênese da
Língua Escrita (1999) despertaram a atenção dos educadores ao possibilitar
a construção de uma didática de alfabetização, concentrando suas pesquisas em
mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita e comprovando o papel
importante que a criança tem na construção da linguagem escrita ao perceber que
a criança reinventa a escrita.
As autoras destacam que a interação da
criança com o meio reveste-se de fundamental importância neste processo de
alfabetização, enfatizando que o trabalho de alfabetização não se restringe
apenas à sala de aula, mas abrange vários setores, desde o seu desenvolvimento
emocional e o ambiente social onde se encontra inserido, até a relação escola e
sociedade.
Consideram também essencial o conhecimento
dos estágios de desenvolvimento da percepção da linguagem escrita.
De acordo com a teoria exposta ano
livro Psicogênese da Língua Escrita,
toda criança passa por quatro fases distintas até que esteja totalmente
alfabetizada:
- Pré-silábica:
não consegue relacionar as letras com os sons das línguas faladas, registrando
rabiscos, letras, símbolos e desenhos misturados a números;
- Silábica:
tem a noção de que cada sílaba corresponde a uma letra;
- Silábico-alfabética:
mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas, o
valor sonoro impõe-se forçosamente;
- alfabética:
domina, enfim, o valor das letras e sílabas, reconstruindo assim o sistema
linguístico.
A Alfabetização e a dificuldade de aprendizagem.
A aprendizagem e a construção do
conhecimento que fazem parte das atividades escolares deveriam acontecer de
forma natural e espontânea e até de certa forma prazerosa e não como um
fardo.
Contudo, o que se verifica é que
muitos alunos apresentam grandes dificuldades nas séries iniciais do Ensino
Fundamental com relação à leitura e à escrita.
Essas dificuldades, se não detectadas
e corrigidas acarretarão problemas no desempenho escolar e, consequentemente,
no futuro desses alunos.
Segundo Emília Ferreiro (1986), tudo
aquilo que se passa com a criança no início de sua escolaridade é decisivo para
toda a sua vida escolar.
Acrescenta também a educadora, que a
criança não precisa chegar na escola sabendo sobre alfabetização, é a escola
que tem a obrigação social de alfabetizar.
A base do aprendizado é primordial
para que não haja lacunas futuras no conhecimento gramatical.
Erros ortográficos, por exemplo,
poderão ocorrer se houver deficiências na assimilação de normas gramaticais.
Mas o que é realmente um indivíduo
alfabetizado?
É suficiente aprender as letras do
alfabeto, juntá-las em sílabas, em palavras e frases para, em seguida compor um
texto?
Considera-se que um indivíduo
alfabetizado é aquele que tenha uma formação que lhe possibilite produzir
textos com proficiência, bem como leia e interprete textos criticamente, tendo
assim as condições adequadas para a ampliação de sua participação social e
exercício efetivo da cidadania.
A definição correta do conceito de
alfabetizado é essencial para se medir os reais índices de analfabetismo no
país e consequente tomada de ação no setor da Educação.
Roxane Rojo
(CENP 2004) esclarece sobre as
alterações no conceito de alfabetização nos Censos Demográficos.
Antes de 1940 era considerado alfabetizado aquele
que declarasse saber ler e escrever, o que era interpretado como a capacidade
de escrever o próprio nome; a partir de 1950 passou a considerar-se
alfabetizado aquele capaz de escrever um bilhete simples, ou seja, capaz de não
só ler e escrever, mas de já exercer uma prática de leitura e escrita; até o
momento atual, em que os resultados do Censo têm sido frequentemente apresentados,
sobretudo nos casos das Pesquisas nacionais por Amostragem de Domicílios
(PNADs), pelo critério de anos de escolarização, em função dos quais se
caracteriza o nível de alfabetização
funcional da população, ficando implícito nesse critério que, após alguns
anos de aprendizagem escolar, o indivíduo terá não só aprendido a ler e
escrever, mas também a fazer uso da leitura e da escrita.
Verifica-se, assim, uma progressiva,
embora cautelosa, extensão do conceito de alfabetização em direção ao conceito
de letramento: do saber ler e escrever em direção ao ser capaz de fazer uso da
leitura e da escrita.
Diferença entre dificuldade e transtorno de aprendizagem.
É essencial estabelecermos a importância
da diferenciação entre o que é uma dificuldade de aprendizagem e o que é um
quadro de Transtorno de Aprendizagem.
A criança com dificuldade de
aprendizagem é aquela que apresenta bloqueios na aquisição do conhecimento, na
audição, na fala, leitura, raciocínio ou habilidades matemáticas.
Essas dificuldades podem originar-se
por origens diversas ou ser uma combinação de vários fatores, tais como problemas
anteriores à vida escolar, problemas familiares, emocionais ou déficits
cognitivos, problemas na proposta pedagógica, capacitação do professor, entre
outros.
Para
Fonseca (1995), a criança com dificuldade não deve ser rotulada como
deficiente. Trata-se de uma criança
normal que aprende de uma forma diferente, a qual apresenta uma discrepância
entre o potencial atual e o potencial esperada.
Não
pertence a nenhuma categoria de deficiência, não sendo sequer uma deficiência
mental, pois possui um potencial cognitivo que não é realizado em termos de
aproveitamento educacional.
O
risco está em não se detectar esses casos, não se proporcionando no momento
propício às intervenções pedagógicas preventivas nos períodos de maturação mais
plásticos.
Se não
se detectarem esses casos, a escola com o seu critério seletivo de rendimento
pode influenciar e reforçar a falta de adaptação, culminando, muitas vezes,
mais tarde, no atraso mental, na delinquência ou em sociopatias.
Na
mesma linha de raciocínio, Soares
(2005), observa que, exigir de todos os alunos a mesma atuação é um caminho
improdutivo; cada um é diferente, com o
seu próprio termo lógico e psicológico, e cada um tem uma maneira específica de
lidar com o conhecimento.
Respeitar
este ritmo para o ato de aprender é preservar o cérebro de uma possível
sobrecarga que contribuiria para uma desintegração total do processo
ensino-aprendizagem.
Os transtornos
de aprendizagem, por sua vez, compreendem a falta de habilidade específica como
leitura, escrita ou matemática em indivíduos que apresentam resultados abaixo
do esperado para o nível de desenvolvimento no qual eles se encontram.
Tais
transtornos podem originar-se de distúrbios na interligação de informações em
várias regiões do cérebro.
Dentre
os transtornos de aprendizagem, o mais agravante é o transtorno de leitura e
escrita, o qual será abordado neste estudo.
Os
professores relatam que os alunos com dificuldade de aprendizado são desajeitados,
apresentam falhas na integração perceptiva, na memória, bem como dificuldades na
leitura e na escrita, nos conceitos numéricos e nos processos de pensamento e
linguagem.
As
dificuldades apresentadas por muitas crianças ao realizar uma tarefa na escola
podem originar-se por problemas familiares, capacitação do professor ou mesmo
inadequação na proposta pedagógica, não significando necessariamente um
fenômeno biológico de transtorno de aprendizagem.
O transtorno
de aprendizagem é uma disfunção bem distinta do que é dificuldade. Dentro da
proposta de letramento podemos distinguir a diferença entre ambos.
Tipos de transtorno de aprendizagem.
Dentre
os transtornos existentes serão apresentados os transtornos de leitura e
escrita.
O
transtorno de leitura, também conhecido como dislexia, é caracterizado por uma dificuldade específica em
compreender palavras escritas.
No
transtorno de leitura apresentam-se distorções, substituições e omissões de
palavras na leitura oral.
Tanto
a leitura em voz alta, quanto a silenciosa caracterizam-se por lentidão e erros
de compreensão.
Trata-se de um transtorno específico das
habilidades de leitura e está relacionado à idade mental, problemas de acuidade
visual ou baixo nível de escolaridade.
O
transtorno de escrita, também conhecido como disortografia, consiste numa escrita com numerosos erros de
gramática e de ortografia, aliada à má organização dos parágrafos, além de uma
caligrafia ruim.
Dentre
os diversos motivos que podem condicionar uma escrita desse tipo, destacam-se:
- Alterações na linguagem: o atraso na aquisição ou no desenvolvimento e
utilização da linguagem e a pobreza de vocabulário podem facilitar os erros de
escrita.
Nesta
áreas incluem-se os erros originados por uma alteração específica da linguagem,
como são os casos das dislálias e/ou
disartrias, prejudicando o desenvolvimento.
- Erros na percepção, tanto visual como
auditiva: dificuldade para memorizar os esquemas gráficos ou para
discriminar qualitativamente os fonemas.
- Falhas
de atenção: a criança, na sua fase inicial, sente-se impossibilitada a fixar
os grafemas ou fonemas corretamente.
A criança, a família e o meio sócio econômico.
Para
um estudo adequado do processo de aprendizagem há que se analisar a realidade
externa e interna da criança que tem dificuldades em leitura e escrita.
É
essencial que sejam oferecidas à criança as oportunidades apropriadas para que
adquira as habilidades adequadas ao processo de aprendizado.
O papel
do adulto é fundamental nesse processo, porque é ele que media a relação da
criança com o mundo.
Enfatiza
ASSIS (1990) que ambientes
familiares pouco estimuladores e com pouca interação sociolinguística podem
levar a criança ao não desenvolvimento de suas aptidões e habilidades.
Assim
sendo, se a relação com o adulto for positiva, é mais provável que a criança
receba bem o que virá dele; e, se for negativa, é provável que veja com
desconfiança ou mesmo rejeite o que lhe é oferecido por ele.
Além
disso, aprender é tomar conhecimento de instrumentos que são de domínio do
adulto e apropriar-se desses instrumentos é identificar-se com o adulto.
Se a
criança tem uma imagem negativa do adulto, será menos provável que queira ser
como ele é, caso contrário, se tiver uma imagem positiva, provavelmente tentará
assemelhar-se a ele.
Vários
fatores podem interferir na vida escolar: o ambiente doméstico tranquilo e
saudável é de fundamental importância, pois é ele que vai nortear a estabilidade
emocional da criança.
As
primeiras lições são ministradas pelos pais, que vão orientar a criança em seus
primeiros contatos com o mundo, que serão desenvolvidos ao longo de sua
vida.
A
estabilidade do ambiente doméstico e o estímulo familiar serão de grande
influência no poder de produção escolar da criança.
A
tendência é a criança espelhar o cotidiano: se conviver num lar impregnado de
tensões e preocupações, ela se tornará tensa e negativa.
Se
conviver num clima autoritário, poderá revoltar-se conta qualquer tipo de
autoridade ou intimidar-se perante os professores, bem como poderá agir como dominadora
e hostil com outras crianças mais jovens que ela.
Por
outro lado, se o seu lar for afável e acolhedor, permitindo-lhe expressar-se livremente,
ela lidará melhor com seus sentimentos e situações.
Strick e Smith (2001) reforçam o conceito ao afirmar que as crianças que
recebem um incentivo carinhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes
positivas sobre si mesmas e sobre o aprendizado.
Segundo
as autoras, vários fatores influenciam sobre o aprendizado: o estresse emocional, a ansiedade em relação
a dinheiro, mudanças de residência, discórdia familiar ou doença podem
comprometer seu desempenho escolar.
Outro
ponto que destacam é a rigidez na sala de aula.
Se
colocados numa sala com um professor muito rigoroso sobre tarefas e testes ou
que usa materiais e métodos inadequados às suas necessidades eles serão
reprovados.
Outra
teoria considerável é a de Emília Ferreiro (1986), observando que a criança que
convive num ambiente onde os pais são cidadãos que possuem maior grau de
informação, possui melhores condições de serem alfabetizados com mais
frequência, devido ao acesso à leitura e à escrita.
Vygotsky (1989) acrescenta que é o próprio meio que influencia na aprendizagem da
criança, ou seja, a criança constrói o seu conhecimento a partir do momento em
que interage com outras crianças.
Já
Piaget destaca que a
aprendizagem se processa em períodos e que a criança aprende de acordo com a
faixa etária.
Educar,
para Piaget é procurar a atividade, estimular a procura do conhecimento.
Para
ele o conhecimento não pode ser uma cópia, visto que a inteligência depende
sempre da ação do sujeito sobre os objetos, numa espécie de diálogo entre
estruturas internas e a realidade interna.
É importante destacar que as condições socioeconômico-culturais mais
precárias também podem afetar significativamente o aprendizado da criança.
As dificuldades de
aprendizagem.
Define-se dificuldade de aprendizagem como um termo genérico que se
refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades
significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita,
raciocínio ou habilidades matemáticas.
Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo e presume-se que devido à
disfunção do Sistema Nervoso Central.
Apesar de que uma dificuldade de aprendizagem pode ocorrer concomitante
com outras condições incapacitantes (por exemplo, deficiência sensorial, retardamento
mental, distúrbio social e emocional) ou influências ambientais (por exemplo,
diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos),
não é o resultado direito dessas condições ou influências.
Para
se analisar uma criança com dificuldades de aprendizagem há que se considerá-la
em sua individualidade, não como um incapaz, mas alguém que apresenta alguma
dificuldade para aprender.
Para Guerra
(2002), crianças com
dificuldades de aprendizagem não são deficientes, não são incapazes e, ao mesmo
tempo, demonstram dificuldades para aprender.
Incapacidades
de aprendizagem não devem ser confundidas com dificuldades de aprendizagem.
As
crianças com dificuldades de aprendizagem são crianças suficientemente
inteligentes, não tem problemas de audição ou visão, aparentemente são bem
organizadas emocionalmente, mas se deparam com bloqueios em sua habilidade em
aprender.
Apresentam-se
inquietas, desatentas, confundem-se com as instruções do professor e se
esquecem de suas obrigações com relação a deveres de casa.
Conforme
entendimento de Strick e Smith (2001), as dificuldades de aprendizagem
referem-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que
podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico.
As
dificuldades são definidas como problemas que interferem no domínio de
habilidades escolares básicas, e elas só podem ser formalmente identificadas
até que uma criança comece a ter problemas na escola.
Souza (1996) esclarece que os fatores relacionados ao sucesso
e ao fracasso acadêmico se dividem em três
variáveis interligadas: ambiental, psicológica e metodológica.
O contexto ambiental engloba fatores
relativos ao nível socioeconômico e suas relações com ocupação dos pais, número
de filhos, escolaridade dos pais etc., sendo o mais amplo em que vive o
indivíduo.
O contexto psicológico refere-se aos
fatores envolvidos na organização familiar, ordem de nascimento dos filhos,
nível de expectativa etc, e as relações desses fatores são respostas como
ansiedade, agressão, autoestima, atitudes de desatenção, isolamento, não
concentração.
O contexto metodológico engloba o que é
ensinado nas escolas e sua relação com valores como pertinência e significado,
com o fator professor e com o processo de avaliação em suas várias acepções e
modalidades.
A
autora ressalta que as dificuldades de aprendizagem aparecem quando a prática
pedagógica diverge das necessidades dos alunos.
Como
consequência do fracasso escolar, devido à inadequação para a aprendizagem, a
criança é envolvida por sentimentos de inferioridade, frustração, e perturbação
emocional, o que torna sua autoimagem anulada, principalmente se este
sentimento já fora instalado no seu ambiente de origem.
Por
outro lado, sendo a aprendizagem significativa para o aluno, este se tornará
menos rígido, mais flexível, menos bloqueado, isto é, perceberá mais seus
sentimentos, interesses, limitações e necessidades.
Elucida Fonseca
(1995), que a aprendizagem é uma função do
cérebro.
A aprendizagem satisfatória se dá quando
determinadas condições de integridade estão presentes, tais como: funções do
sistema nervoso periférico, funções do sistema nervoso central, sendo que os
fatores psicológicos também são essenciais.
Vários
estudos têm assegurado que os dois hemisférios do cérebro trabalham em conjunto. Ainda de acordo com o autor, o hemisfério
esquerdo é responsável pelas funções de análise, organização, seriação, atenção
auditiva, fluência verbal, regulação dos comportamentos pela fala, raciocínio
verbal, vocabulário, cálculo, leitura e escrita.
É o
hemisfério dominante da linguagem e das funções psicolinguísticas.
O
hemisfério direito é responsável pelas funções de síntese, organização,
processo emocional, atenção visual, memória visual de objetos e figuras.
O
hemisfério direito processa os conteúdos não verbais, como as experiências, as
atividades de vida diária, a imagem, as orientações espaço temporais e as
atividades interpessoais.
O
autor destaca que para que uma criança aprenda é necessário que se respeitem
várias integridades, como o desenvolvimento perceptivo-motor, perceptivo e
cognitivo, e a maturação neurobiológica, além de inúmeros aspectos
psicossociais, como: oportunidades de experiências, exploração de objetos e
brinquedos, assistência médica, nível cultural etc.
Quando o professor julgar necessário, deve solicitar
o acompanhamento de profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e psicopedagogos
para intervirem no sentido de orientar sobre os procedimentos de aprendizagem
adequados.
Causas
das dificuldades em aprendizagem e o papel do professor.
A aprendizagem escolar é considerada um processo natural da criança,
porém muitos alunos sentem grandes dificuldades com relação à leitura e à
escrita nas primeiras séries do Ensino Fundamental.
A aprendizagem escolar envolve uma complexa atividade mental na qual o
pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os
conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em
aprender.
Contudo, o professor depara-se com muitas crianças que apresentam
grandes dificuldades nas séries iniciais do Ensino Fundamental com relação à
leitura e à escrita.
Estudos indicam
que os processos utilizados pelas crianças quando leem e escrevem não são os
mesmos, pois há uma complexidade que podem determinar essas dificuldades, uma
vez que cada pessoa tem suas particularidades e anseios que determinam sua
forma de aprender.
Torna-se de fundamental importância que tais dificuldades sejam
detectadas e corrigidas evitando assim problemas no desempenho escolar dessas
crianças.
A
dificuldade em aprender não significa necessariamente em um transtorno, podendo
ser causada por vários fatores, como: problemas na proposta pedagógica,
capacitação do professor, problemas familiares anteriores à vida escolar, bem
como déficit cognitivo, entre outros.
Outro
importante fator que pode interferir na vida escolar é a vida em família. Um ambiente doméstico tranquilo e saudável é
de fundamental importância, pois é ele que vai nortear a estabilidade emocional
da criança.
As primeiras
lições são ministradas pelos pais, que vão orientar a criança em seus primeiros
contatos com o mundo, que serão desenvolvidos ao longo de sua vida.
A
estabilidade do ambiente doméstico e o estímulo familiar serão de grande
influência no poder de produção escolar da criança.
Por
vezes nenhum fator específico é a causa para o diagnóstico da dificuldade,
podendo ser uma combinação de fatores.
Dessa
forma, é importante que se analise os fatores que podem interferir no processo
de aprendizagem, antes de focar o enfoque terapêutico.
Deve-se
investigar o ambiente no qual a criança vive, onde a ele não recebe os
estímulos de que carece, bem como a metodologia pedagógica, porque o problema
pode ser que o aluno não consegue se adaptar à metodologia aplicada pelo
professor.
Assim, alunos difíceis que apresentam
oscilação de humor, não conseguem organizar adequadamente o pensamento e não
entendem os processos lógico-matemáticos, podem ser resgatados na sua
aprendizagem pelo entendimento de sua dificuldade na época apropriada,
traçando-se uma estratégia pedagógica adequada à suas necessidades.
Outras
crianças, todavia, podem não apresentar nenhum fator externo a ela e mesmo
assim não conseguir desenvolver plenamente suas habilidades pedagógicas.
É o
caso das crianças com distúrbio de aprendizagem, cujas limitações intrínsecas
se manifestam através de déficits linguísticos, alteração no processamento
auditivo e outros vários fatores que podem prejudicar significativamente o
aprendizado da leitura e da escrita.
Existe
uma grande tendência de se transferir a problemática de dificuldades de
aprendizado à área da Saúde Pública, rotulando-a como transtornos de
aprendizagem, de cunho biológico, sem uma acurada e devida consideração às
implicações culturais, econômicas e sociais que ela envolve.
Cabe à
escola, na figura do professor, ser o mediador desse processo, fazendo uma
análise da criança com dificuldade de aprendizagem, considerando o estado geral
da criança em seu dia-a-dia, o contexto familiar em que está inserida e os
eventuais problemas familiares que possa estar vivenciando.
O
papel do professor enquanto identificador dos problemas de aprendizagem
é efetivo.
A percepção inicial das alterações na aprendizagem
escolar deve ocorrer por meio de uma sondagem pedagógica realizada em âmbito
escolar como forma de identificar e prevenir problemas na aprendizagem da
leitura e escrita, buscando, desta forma, a preparação de programas
educacionais efetivos para o trabalho com as dificuldades dos alunos visando à diminuição
do número de escolares que apresentam fracasso escolar.
Na
escola, a relação professor-aluno poderá ser um elemento estimulante ou
incapacitante, dependendo do direcionamento do professor, da metodologia de
ensino e dos conteúdos escolares aplicados.
A
relação professor-aluno torna o aluno capaz ou incapaz.
Se o
professor tratá-lo como incapaz, não será bem sucedido, não permitirá a sua
aprendizagem e o seu desenvolvimento.
Outro ponto a ser destacado é a rigidez na sala de aula.
Para
progredirem, tais estudantes devem ser encorajados a trabalhar ao seu próprio
modo.
Fernández (1990) considera
as dificuldades de aprendizagem como sintomas ou “fraturas” no processo de
aprendizagem, onde necessariamente estão em jogo quatro níveis: o organismo, o
corpo, a inteligência e o desejo.
Segundo a autora, a dificuldade para aprender seria o resultado da
anulação das capacidades e do bloqueio das possibilidades de aprendizagem de um
indivíduo.
Acrescenta a autora que a origem das dificuldades ou problemas de
aprendizagem não se relaciona apenas à estrutura individual da criança, mas
também à estrutura familiar que a criança está vinculada.
Se o
aluno só não aprende na escola há que se fazer um diagnóstico institucional
para detectar quais problemas estão comprometendo o êxito do aluno.
O
professor por vezes não tem a sensibilidade de perceber que sua maneira de
ensinar não é a mais apropriada, ou encontra-se preso a métodos ou à proposta
pedagógica da escola, sem condições de se atualizar ou mesmo resistente às
mudanças, fazendo assim, sofrer o aluno por não rever sua prática de ensino.
Uma
das maiores dificuldades dos educadores é encontrar prematuramente os elementos
corretos que indiquem que a criança tem efetiva dificuldade de aprendizagem, o
que pode retardar um processo de alteração na proposta pedagógica para resgatar
o aprendizado.
A
inabilidade ou lentidão do professor em identificar o que o aluno necessita
implicará no encaminhamento de alunos para consultórios alegando que os mesmos
têm algum tipo de transtorno, quando o problema poderia ter sido sanado em sala
de aula.
Maria Lúcia
Weiss (1992) elucida que a
aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno, no seu pensar, sentir,
falar e agir.
Quando começam a aparecer “dissociação
de campo” e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar
que estão se instalando dificuldades na aprendizagem.
Souza (1996) afirma que as dificuldades de aprendizagem aparecem quando a prática
pedagógica diverge das necessidades dos alunos.
Neste
aspecto, sendo a aprendizagem significativa para o aluno, este se tornará menos
rígido, mais flexível, menos bloqueado, isto é, perceberá mais seus
sentimentos, interesses, limitações e necessidades.
Roman e Steyer (2001) apontam que os conflitos emocionais interferem muito no
rendimento da criança.
Cabe à
escola, na figura do professor, ficar atenta às manifestações da criança,
considerando seu estado geral no dia-a-dia, o contexto familiar em que está
inserida e os eventuais problemas familiares que possa estar vivenciando, desde
o nascimento de um irmão, a morte de um familiar, uma situação de desemprego,
separação dos pais, dentre outros problemas.
Para
esses autores, uma das formas de prevenção nas propostas de trabalho da
educação é preparar teoricamente o corpo docente para a prática dos jogos e
atividades lúdicas, realizando, principalmente, um aprofundamento sobre a
importância do ato de brincar para o desenvolvimento infantil.
Em
conformidade com a visão desses autores, na escola a criança deve ser amada,
pois só assim se poderá considerar útil.
Ressaltam
que é importante o estabelecimento de uma rotina na escola para possibilitar, a
partir da organização externa, a segurança emocional e a organização interna de
cada criança, favorecendo e complementando o processo de socialização por meio
da aprendizagem das regras de convívio em grupo, da formação de vínculos e da
aquisição de conhecimentos em todos os âmbitos de desenvolvimento.
É
através da rotina da escola que são identificadas algumas das queixas comuns na
primeira infância, as quais em geral são erroneamente confundidas, por
desconhecimento, com diagnósticos como agressividade, hiperatividade e
desatenção.
Esses
diagnósticos, quando analisados com o devido cuidado por meio de entrevista com
os pais ou responsáveis pela criança, podem revelar dados importantíssimos e
que demandam orientações da própria escola.
As
dificuldades apresentadas por muitas crianças ao realizar uma tarefa na escola
podem originar-se por problemas familiares, capacitação do professor ou mesmo
inadequação na proposta pedagógica, não significando necessariamente um
fenômeno biológico de transtorno de aprendizagem.
A Psicopedagogia como instrumento.
O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são
desenvolvidos pela Psicopedagogia, levando-se em consideração as realidades
interna e externa, utilizando-se de vários campos do conhecimento,
integrando-os e sintetizando-os e de uma forma global compreender a condição do
sujeito que tem dificuldades em leitura e escrita.
Conforme elucida Golbert (1985), o objeto de estudo da psicopedagogia
deve ser entendido a partir de dois enfoques;
o preventivo e o terapêutico.
O enfoque preventivo considera o objeto de estudo da psicopedagogia o
ser humano em desenvolvimento enquanto educável.
Seu objeto de estudo é a pessoa a ser educada, seus processos de
desenvolvimento e as alterações de tais processos.
Focaliza as possibilidades do aprender, num sentido amplo.
Não se restringe a uma agência como escola, mas ir também à família e
sua comunidade.
Poderá esclarecer, de forma mais ou menos sistemática, a professor, pais
e administradores sobre as características das diferentes etapas do
desenvolvimento, sobre progresso nos processos de aprendizagem, sobre as
condições psicodinâmicas da aprendizagem, sobre as condições determinantes de
dificuldades da aprendizagem.
O enfoque terapêutico considera o objeto de estudo da psicopedagogia a
identificação, a análise, a elaboração de uma metodologia de diagnóstico e
tratamento das dificuldades do aprendizado.
Dessa
forma, a psicopedagogia não vê a aprendizagem somente dentro do espaço da
escola, pois entende que ela ocorre em todos os lugares e durante o tempo
inteiro no decorrer da existência humana, investiga as relações do indivíduo
com o conhecimento, o vínculo deste com a aprendizagem e as significações
contidas no ato de aprender.
Dentro
de sua especialidade orienta os envolvidos para o desenvolvimento do potencial
cognitivo do indivíduo.
Para Fernández
(1990), quando o fracasso
escolar é identificado, profissionais (fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos,
psicopedagogos) devem intervir, ajudando através de indicações adequadas.
Os
pais são os maiores especialistas em seus filhos, portanto, se perceberem que a
criança não está aprendendo deve, conjuntamente com o professor, observar a
causa das dificuldades.
O mestre
é o complemento da família ao verificar o potencial cognitivo da criança,
analisando se os bloqueios de aprendizagem vivenciados podem ser sanados
pedagogicamente dentro da sala de aula, adaptando seu método de ensino, ou se
deve recorrer à intervenção de profissionais habilitados em transtornos de
aprendizagem.
É
essencial que haja uma cooperação mútua entre a família e o professor para que possam buscar orientações
para lidar com alunos/filhos que apresentem dificuldades e/ou que fogem ao
padrão, buscando a intervenção de um profissional especializado.
O objetivo da intervenção é otimizar as potencialidades e minimizar as
dificuldades, buscando sempre os recursos das várias áreas do conhecimento para
a compreensão do ator de aprender, valendo-se para isso de métodos e técnicas
próprias.
Para uma melhor eficácia, deve contemplar palestras ou reuniões com os
pais, bem como realizar conselhos de classe, para que os professores tenham
participação ativa no diálogo com os seus e com a equipe da escola para juntos
traçarem metas que venham favorecer a aprendizagem do aluno.
A criança, a escola e o sistema de ensino.
Muito
tem se questionado sobre a dificuldade de aprendizagem e os alunos foram os
“vilões” da história, responsabilizados pelo fracasso.
Hoje,
todavia, há mais clareza quanto à complexidade do problema e identifica-se que
vários fatores podem interferir no aprendizado escolar, notadamente problemas
de ordem pedagógica como relacionamento professor-aluno, metodologia de ensino,
conteúdos escolares inadequados ou problemas sócios culturais, tais como a
família e o meio onde vivem e interagem os alunos com dificuldade de
aprendizagem.
Atenta-se
também à constatação de que a maioria desses alunos pode raciocinar e aprender,
mas, para tanto, requer uma metodologia de ensino diferenciada, adequada às
suas necessidades.
Vários
questionamentos são realizados em relação aos métodos de ensino atuais.
Segundo
Carraher e Schliemann (1989), há sólidas evidências de que a maioria dos alunos
com dificuldade em aprendizagem não são incapazes de raciocinar e aprender, mas
requerem uma metodologia de ensino diferenciada, adequada às suas necessidades,
visando o aperfeiçoamento de suas habilidades e o desenvolvimento de suas
potencialidades.
Há que
se considerar a responsabilidade da escola pelo fracasso do aluno ao não
atender a diversidade dos seus alunos.
Exemplo
disso é a exposição da criança a situações de aprendizagem além ou aquém da sua
capacidade.
Ao
sentir-se inadequada, a criança sente-se frustrada, com baixa estima e começa a
apresentar desinteresse, desatenção e por vezes agressividade.
É de
fundamental importância que o professor se conscientize que o aluno não tem
dificuldade de aprendizagem por vontade própria.
Cumpre
ao professor estabelecer vínculos positivos com seu aluno no seu dia-a-dia,
conhecendo-o, analisando seu comportamento, suas dificuldades, encorajando-o,
mudando seu modo de ensinar, quando necessário.
Outro
fator a ser analisado é que a má qualidade da educação afeta diretamente as
crianças provenientes de condições socioeconômico-culturais menos
privilegiadas, evidenciando assim a correlação existente entre boas escolas,
disponibilidade de recursos e progresso escolar.
É
função da escola equalizar essas diferenças, capacitando melhor os alunos,
minimizando assim a desigualdade social.
Em seus estudos, Leite (1988) evidenciou dois grandes determinantes do fracasso
escolar.
O primeiro é nomeado de “fatores
extraescolares”, representados por uma série de fatores relacionados à
realidade sócio econômica a que está submetida à maioria da população
brasileira, caracterizada pelas relações de trabalho e de pobreza.
Simultaneamente
às variáveis extraescolares, existem os “fatores intraescolares” que englobam a
distância cultural entre a escola pública e sua população, a ineficácia da
formação e treinamento dos professores, os problemas relacionados aos programas
de ensino e práticas escolares e a própria burocracia pedagógica.
A escola traduz o problema educativo dos fracassos e
das dificuldades escolares em termos de doença e tratamento ao não considerar
mais o “mau aluno” como um culpado, mas si, como um doente, continuando, desta
maneira, a não admitir suas responsabilidades.
Segundo
a visão de Collares (1992),
a medicalização do fracasso, que consiste na busca de soluções médicas sob o
ponto de vista organicista e individual para problemas de origem eminentemente
social, é considerada como uma das maiores desculpas utilizadas para escamotear
o problema.
A
medicalização do fracasso escolar passa, então, a exercer um papel fortemente
tranquilizador para a escola e para o sistema.
Outro
estudo, realizado por Corrêa e Collares (1992) elucida que foram encontradas
três categorias que contribuíram para o fracasso escolar, quais sejam a gestão
(forma como o diretor desempenha seu papel), o preconceito e as relações interpessoais
(por exemplo, a forma como é recebido o aluno que pertence a uma classe social
diferente).
Almeida (1993) reforça que
o fracasso escolar é um fenômeno recorrente na história educacional brasileira
e, se a razão de ser da escola é a sua tarefa de transmissão e aquisição de
conhecimentos e de formação do cidadão, o fracasso escolar e as dificuldades de
aprendizagem apresentam uma dupla face:
o fracasso do aluno traduz também um fracasso da escola e do sistema social
como um todo.
Aborda
também a autora que não há ato de ensinar-aprender sem a mediação concreta de
sujeitos humanos, não existindo, portanto, relação ensino-aprendizagem sem que
haja atuação indissociável entre inteligência, afetividade e desejo.
Negar
ou superdimensionar a afetividade na relação ensino-aprendizagem significa, em
ambos os casos, um desconhecimento profundo da natureza das atividades
psíquicas.
Atualmente
a política educacional “educação para todos” possibilita a inclusão de alunos
que eram anteriormente excluídos do sistema escolar por portarem deficiências
físicas ou cognitivas.
Somente
a partir da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação de 1996 as crianças portadoras de deficiência
conquistaram então o direito de frequentar as escolas regulares, fora das salas
especiais.
Os
alunos considerados como “difíceis” por apresentarem dificuldades de
aprendizagem puderam frequentar as escolas, porém o que se evidencia é que
grande parte das escolas não estão adaptadas para receberem adequadamente as
crianças em suas necessidades de aprendizado.
É de
competência dos profissionais da educação e gestores públicos identificar as
crianças observar os alunos que têm dificuldade de aprendizagem, analisar as
causas do fenômeno recorrendo se e quando necessário aos especialistas de
aprendizagem.
A
sondagem e diagnóstico na época certa é primordial para o resgate de
aprendizagem do aluno. A correção de
rumo na estrutura pedagógica é essencial para dinamizar o potencial cognitivo
do aluno, evitando que o problema se perpetue.
Atualmente
somente o aluno ou a escola são responsabilizados pelo fracasso na aprendizagem.
A solução
do problema exige uma adequada reestruturação dos projetos políticos-pedagógicos
e dos currículos, com as devidas e necessárias mudanças na concepção de aprendizagem.
Elucida Freitas
(2002) que é preciso ficar
atento às manobras políticas que se travestem em políticas de equidade como
slogans do tipo “Educação para
Todos”.
Para o
Estado, a “redução” nos índices de fracasso, ou redução da evasão escolar,
significa a diminuição de custos sociais - pois implica em menores
investimentos em cultura, lazer e prevenção de violência, visto que as crianças
estão agora dentro da escola – e políticos, visto que a sociedade deixa de
pressionar o Estado.
Como a
aprovação é compulsória, o aluno não abandona a escola, internalizando, deste
modo, o fracasso, pois o sistema educacional transformou a exclusão formal em
exclusão subjetiva ao criar trilhas desvalorizadas no interior da escola,
usando recursos como salas de aceleração, reforço de ciclo e correção de fluxo.
Segundo
o autor, a reprovação não garante o aprendizado, porém a progressão continuada
no modelo brasileiro acaba sendo aprovação automática.
Fernández (1990) alerta sobre a necessidade da
existência de planos de prevenção nas escolas “para que o professor possa ensinar com prazer e, com isso, seu aluno
possa aprender com prazer.”
Reforça
o autor que a principal tarefa é ajudar as crianças a recuperarem o prazer de
aprender, pois o próprio fracasso pode causar falta de confiança em si mesmos,
com seus subsequentes efeitos negativos sobre a aprendizagem.
É notório que as dificuldades de aprendizagem se
apresentam quando a prática pedagógica diverge das necessidades dos alunos.
Se a
aprendizagem for significativa para o aluno, ele se tornará mais flexível, em
maior consonância com seus interesses e sentimentos e se tornará menos
bloqueado ao aprendizado.
Não tem sido avaliada corretamente a responsabilidade
da escola pelo fracasso escolar, atribuindo-se costumeiramente ao aluno a culpa
pela incapacidade de raciocinar e aprender adequadamente
Sondagem de Rendimento Escolar.
Anexo a seguir tabelas referentes ao rendimento
escolar em Português e Matemática do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental,
acompanhados por mim como coordenadora pedagógica nos 1º e 2º bimestres de
2012, sendo que os anos anteriores (2009 a 2011) foram obtidos através de
sondagem escolar.
Com a adoção de progressão continuada nas séries
iniciais, o aluno pode chegar no 4º ano com dificuldade de aprendizado.
Se o professor acompanhar o rendimento do aluno nas
séries iniciais, ou seja, do 1º ao 2º ano, o aluno terá oportunidade de
recuperar seu aprendizado e ter sucesso na avaliação diagnóstica externa, que é
o SARESP, realizada nos anos finais.
A Secretaria de Ensino se pauta na avaliação do
SARESP para estabelecer metas a serem alcançadas para cada unidade escolar.
Pela sondagem escolar em anexo, observa-se que essa
escola terá problemas futuros na avaliação do SARESP, salvo se medidas
corretivas forem trabalhadas através de uma proposta pegagógica adequada à
necessidade desses alunos.
Através desses dados, reiteramos assim
o conceito dos autores que estudam o tema, que a sondagem e diagnóstico na
época certa é primordial para o resgate de aprendizagem do aluno. A correção de rumo na estrutura pedagógica é
essencial para dinamizar o potencial cognitivo do aluno, evitando que o
problema se perpetue nos anos futuros.
A solução do problema exige uma
adequada reestruturação dos projetos políticos-pedagógicos e dos currículos,
com as devidas e necessárias mudanças na concepção de aprendizagem.
Escola Estadual
|
|
SONDAGEM
DE ALUNOS - FORMAÇÃO BÁSICA DAS SÉRIES INICIAIS
CORREÇÃO
DE CICLO
|
|
|
|
1º BIM.
|
2º BIM.
|
3º BIM.
|
4º BIM.
|
MÉDIA
|
|
L. PORT.
|
MAT.
|
L PORT
|
MAT.
|
L PORT
|
MAT.
|
L PORT
|
MAT.
|
|
2010 - 2º ANO
|
|
ANDRÉ
|
5
|
5
|
8
|
8
|
7
|
5
|
7
|
7
|
6,5
|
|
CLEBER
|
4
|
4
|
4
|
4
|
5
|
5
|
5
|
5
|
4,5
|
|
FELIPE XX
|
5
|
6
|
7
|
7
|
8
|
8
|
9
|
9
|
7,4
|
|
GUILHERME
|
5
|
5
|
4
|
10
|
5
|
5
|
6
|
6
|
5,8
|
|
GUSTAVO
|
6
|
6
|
7
|
5
|
7
|
5
|
6
|
6
|
6
|
|
LEANDER
|
6
|
6
|
7
|
9
|
9
|
7
|
9
|
9
|
7,8
|
|
MIKAELA
|
7
|
7
|
6
|
6
|
7
|
7
|
6
|
6
|
6,5
|
|
RYAN
|
4
|
4
|
5
|
6
|
5
|
5
|
6
|
6
|
5,1
|
|
WESLEY
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
|
YASMIN
|
5
|
5
|
5
|
5
|
6
|
5
|
5
|
5
|
5,1
|
|
2011 - 3º ANO
|
|
|
ANDRÉ
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
|
CLEBER
|
4
|
4
|
4
|
4
|
|
|
3
|
3
|
3,7
|
|
FELIPE XX
|
6
|
9
|
6
|
8
|
5
|
5
|
6
|
8
|
6,6
|
|
GUILHERME
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
5
|
4,1
|
|
GUSTAVO
|
3
|
3
|
4
|
3
|
4
|
3
|
4
|
4
|
3,5
|
|
LEANDER
|
6
|
8
|
5
|
5
|
6
|
5
|
7
|
5
|
5,9
|
|
MIKAELA
|
4
|
5
|
5
|
4
|
5
|
5
|
5
|
5
|
4,8
|
|
RYAN
|
3
|
3
|
4
|
3
|
5
|
3
|
5
|
5
|
3,9
|
|
WESLEY
|
4
|
4
|
4
|
4
|
|
4
|
5
|
5
|
4,3
|
|
YASMIN
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
|
2012 - 4º ANO
|
|
|
ANDRÉ
|
4
|
4
|
|
|
|
|
|
|
4
|
|
CLEBER
|
4
|
4
|
|
|
|
|
|
|
4
|
|
GUILHERME
|
4
|
4
|
|
|
|
|
|
|
4
|
|
GUSTAVO
|
3
|
3
|
|
|
|
|
|
|
3
|
|
LEANDER
|
4
|
4
|
|
|
|
|
|
|
4
|
|
MIKAELA
|
4
|
4
|
|
|
|
|
|
|
4
|
|
RYAN
|
4
|
4
|
|
|
|
|
|
|
4
|
|
WESLEY
|
3
|
3
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
3,8
|
|
YASMIN
|
4
|
4
|
|
|
|
|
|
|
4
|
|
Escola Estadual.
|
|
SONDAGEM
DE ALUNOS – FORMAÇÃO ANOS INICIAIS
|
|
|
|
1º BIM
|
2º BIM
|
3º BIM.
|
4º BIM.
|
|
L. PORT.
|
MAT.
|
L PORT
|
MAT.
|
L PORT
|
MAT.
|
L PORT
|
MAT.
|
MÉDIA
|
|
2009 - 1º ANO
|
|
BRENO
|
7
|
7
|
6
|
7
|
6
|
6
|
5
|
5
|
6,1
|
|
CAIO
|
5
|
5
|
5
|
5
|
6
|
6
|
6
|
6
|
5,5
|
|
CAMILY
|
4
|
4
|
4
|
4
|
5
|
5
|
5
|
5
|
4,5
|
|
EVERTON
|
4
|
4
|
5
|
5
|
5
|
5
|
6
|
6
|
5,0
|
|
EVERTON
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5,0
|
|
JOÃO
|
5
|
5
|
6
|
6
|
6
|
6
|
6
|
6
|
5,8
|
|
RITA
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4,0
|
|
RODRIGO
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5,0
|
|
THAIS
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
5
|
5
|
4,3
|
|
2010 - 2º ANO
|
|
|
BRENO
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
6
|
6
|
5,3
|
|
CAIO
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5,0
|
|
CAMILY
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
6
|
6
|
5,3
|
|
EVERTON
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5,0
|
|
EVERTON
|
5
|
6
|
5
|
5
|
6
|
7
|
7
|
7
|
6,0
|
|
JOÃO
|
5
|
5
|
6
|
6
|
6
|
6
|
6
|
6
|
5,8
|
|
RITA
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5,0
|
|
RODRIGO
|
6
|
6
|
6
|
6
|
7
|
7
|
7
|
7
|
6,5
|
|
THAIS
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5,0
|
|
2011 - 3º ANO
|
|
|
BRENO
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
5
|
5
|
4,3
|
|
CAIO
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5,0
|
|
CAMILY
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4,0
|
|
EVERTON
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
6
|
5
|
5
|
5,1
|
|
JOÃO
|
4
|
4
|
4
|
5
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4,1
|
|
RITA
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4,0
|
|
RODRIGO
|
4
|
4
|
4
|
5
|
5
|
4
|
5
|
5
|
4,5
|
|
RODRIGO
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
4
|
5
|
5
|
4,3
|
|
THAIS
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5
|
5,0
|
|
2012 - 4º ANO
|
|
|
BRENO
|
4
|
4
|
4
|
4
|
|
|
|
|
4,0
|
|
CAIO
|
5
|
5
|
3
|
3
|
|
|
|
|
4,0
|
|
CAMILY
|
7
|
5
|
4
|
3
|
|
|
|
|
4,8
|
|
EVERTON
|
2
|
3
|
2
|
3
|
|
|
|
|
2,5
|
|
JOÃO
|
4
|
4
|
3
|
4
|
|
|
|
|
3,8
|
|
RITA
|
2
|
2
|
2
|
2
|
|
|
|
|
2,0
|
|
RODRIGO
|
3
|
3
|
4
|
4
|
|
|
|
|
3,5
|
|
RODRIGO
|
4
|
4
|
4
|
4
|
|
|
|
|
4,0
|
|
THAIS
|
4
|
4
|
4
|
4
|
|
|
|
|
4,0
|
|
LUCAS
|
5
|
2
|
|
|
|
|
|
|
3,5
|
|
Concluindo.
Numa
breve análise dos estudos desenvolvidos pelos educadores elencados nas
referências bibliográficas, com relação aos principais fatores que interferem
no processo de aprendizagem nas séries iniciais do ensino fundamental, cumpre
observar a grande missão a ser realizada pelos profissionais da educação para
encontrar o caminho adequado para resgatar o potencial cognitivo de alunos que
apresentam dificuldades de aprendizagem.
As questões mais prementes sobre essa
problemática são:
Quando o problema das dificuldades de
aprendizagem é detectado?
Como as dificuldades de aprendizagem
na área de leitura e escrita afetam o desenvolvimento social e o processo
cognitivo do aluno?
Esse processo é neurológico ou tem
outras causas?
Qual é a responsabilidade do ambiente
familiar?
Qual deve ser o papel do
professor?
O professor está capacitado para lidar
com o problema?
O sistema educacional está cumprindo
adequadamente sua função de atender com qualidade os alunos que não venceram as
habilidades propostas no Plano de Ensino?
O Plano de Ensino é condizente com a
realidade do aluno e da sociedade onde está inserido?
A realidade é que a escola está
deficitária no tocante à formação dos alunos nas séries iniciais do ensino
fundamental.
Com a progressão continuada, há que se
ficar mais atento ao progresso acadêmico do aluno, evitando que seus déficits
cognitivos se perpetuem nos anos vindouros.
A garantia de um aluno na escola não
significa necessariamente que ele está aprendendo a contento.
Um grande número de alunos não
consegue acompanhar a proposta pedagógica, causando uma lacuna de aprendizagem
e impossibilidade de continuar a aprender pela dificuldade na leitura e
escrita.
Salienta-se que o professor precisa
estar devidamente capacitado para o entendimento das relações biopsicosociais
envolvidas na ocorrência do desenvolvimento acadêmico do aluno.
Tal capacitação propiciará um
diagnóstico mais acurado e precoce das dificuldades de aprendizagem, permitindo
uma adaptação de metodologia de ensino, ou encaminhamento a um profissional
especializado em transtorno de aprendizagem, se houver suspeita de problema
neurológico.
De qualquer forma, a escola, o professor
e a família devem estar em consonância para uma melhor estratégia de resgate do
potencial cognitivo do aluno que se encontra com dificuldade de aprendizagem,
sendo que a família deve estar conscientizada sobre a importância de ambiente
estimulador, com o devido acompanhamento do desenvolvimento escolar de seu
filho.
Como uma nação em desenvolvimento,
precisamos de uma escola preocupada em desenvolver competências e habilidades
para aprimorar a aprendizagem, centralizando o foco no aluno.
Com essa finalidade, mais do que
respostas, há que se questionar: o plano
de ensino está sendo eficaz para o aprendizado?
O sistema de avaliação garante o
progresso acadêmico do aluno?
Os recursos que estão sendo utilizados
são suficientes para garantir democraticamente a educação?
As escolas estão habilitadas a atender
com qualidade as necessidades educacionais das crianças especiais?
Os professores estão capacitados e
estimulados para detectar e atender as dificuldades de aprendizagem?
As salas de aula tem o número adequado
de alunos para que o professor possa exercer criteriosamente o seu
magistério?
Os materiais didáticos são
suficientemente estimuladores ao aprendizado?
Não há dúvida que a Educação, assim
como o Brasil, é um processo em desenvolvimento e muito há a se caminhar para
que o ensino fundamental forme alunos em seu pleno potencial cognitivo.
Os educadores analisam incansavelmente
formas de dirimir ou erradicar as dificuldades de aprendizagem, mas sem dúvida se requer uma real e efetiva
colaboração do sistema educacional na busca do aprimoramento da aprendizagem
para que o aluno possa garantir plenamente sua interação social.
Para saber mais
sobre o assunto.
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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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