Para entender a história... ISSN 2179-4111.
Ano 7, Volume dez., Série 08/12, 2016.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Doutor em Ciências Humanas - USP.
MBA em Gestão de Pessoas - UNIA.
Licenciado em História - CEUCLAR.
Licenciado em Filosofia - FE/USP.
Bacharel em Filosofia - FFLCH/USP.
Contemporaneamente
podemos observar uma menção recorrente a Realidade Aumentada, um conceito mais
elástico do que poderia ser imaginado e que se aplica perfeitamente a questão
da utilização das novas tecnologias ao segmento educacional.
Por definição, Realidade
Aumentada refere-se à sobreposição de objetos virtuais tridimensionais, gerados
por computador, com um ambiente real, por meio de algum dispositivo
tecnológico.
No entanto, esta
concepção comporta um conceito mais amplo, já que na dita Realidade Aumentada
estaria inserida também a Realidade Misturada, definida por Milgram (1994),
como mistura do real com o virtual, abrangendo duas possibilidades: o ambiente
predominante real e a virtualidade.
Portanto, dizer,
a Realidade Aumentada comporta a Realidade Misturada e vice versa. Oferecendo
uma grande amplitude de possibilidades, tal como a interface do ambiente real,
adaptada para visualizar e manipular os objetos reais e virtuais (KIRNER,
2007).
Aplicando este
conceito à construção do conhecimento, poderíamos afirmar que a Realidade
Aumentada serve a suplementação do mundo real com objetos virtuais, fazendo
parecer coexistirem no mesmo espaço, apresentando propriedades que combinam
objetos reais e virtuais no ambiente.
A educação,
pensada em sentido amplo, pode servir-se desta ferramenta para estimular o
educando a ter contato com questões práticas, conseguindo escapar do nível
puramente teórico.
O que, segundo
especialistas, facilita a integração do educando com o mundo real, ao invés de
distanciá-lo, como poderia parecer à primeira vista, tendo excelente
aplicabilidade no ensino técnico, por exemplo.
Não obstante, a
virtualidade da presença das pessoas em grupos voltados a construção do
conhecimento, fomentada pela tecnologia, ao eliminar a presença física, reforça
o caráter coletivo da educação e sua democratização.
Reside nesta
virtualidade presencial o âmago do Ensino a Distância (EAD), aproximando
pessoas fisicamente distanciadas pelo espaço e tempo, tornado-as presentes em
um mesmo ambiente virtual.
Os cursos EAD -
Educação a Distância - tem facilitado o acesso ao ensino superior,
estendendo-se pelo Brasil e possibilitando alcançar regiões onde antes seria
impossível alguém cursar uma universidade.
Aliás, segundo
especialistas, a tendência EAD deve dominar o panorama do mercado educacional,
praticamente extinguindo o ensino presencial.
Entre 2005 e
2008, a título de exemplo, os cursos EAD tiveram um crescimento de 600% no
numero de alunos, enquanto os cursos presenciais encolheram por conta de uma concorrência
predatória entre universidades privadas.
É por isto que
escolas tradicionais, como a USP e UNESP, começaram a investir em cursos EAD,
seguindo uma tendência mundial adotada por universidades de ponta, como o
Massachusetts Institute of Technology (MIT), Berkeley e Yale.
Assim, torna-se
fundamental, pensando no ensino fundamental e médio, repensar as questões em
torno da gestão de TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação em volta da
Realidade Aumentada.
A ideia do EAD é
democratizar o acesso ao saber, mas se inserir neste meio exige do educando
autodisciplina e domínio dos instrumentos necessários ao bom andamento do
curso.
Portanto, é
essencial que, na era da globalização, em plena sociedade da informação, o
ensino elementar possibilite também o acesso à tecnologia disponível.
Para saber mais sobre o assunto.
BARRETO, R. G. “As tecnologias na formação de professores”
In: Educação e pesquisa, nº. 30. Jul/dez de 2003, p.271-286.
FREIRE, F. M. P.
et. alli. “Implantação da informática no
espaço escolar: questões emergentes ao longo do processo” In: Revista
Brasileira de Informática na Educação. São Paulo: jul de 2004.
KIRNER, C. Realidade Virtual e Aumentada: Conceitos,
Projeto e Aplicações. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação,
2007.
MANASSÉS, B.et.
alli. Tecnologia da educação. Rio de
Janeiro: Livros técnicos e científicos, 1980.
MILGRAM, P. et
alli. Augmented Reality: A Class of
Displays on the Reality-Virtuality Continuum. Telemanipulator and
Telepresence Technologies, SPIE, V.2351, 1994.
MORAN, J. M. “Os
novos espaços de atuação do professor com as tecnologias” In: RUMANOWSKI et.
alli. (org.). Conhecimento local e
conhecimento universal. Curitiba: Champagnant, 2004, p.245-254.
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Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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