Para entender a história... ISSN 2179-4111.
Ano 7, Volume dez., Série 02/12, 2016.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Doutor em Ciências Humanas - USP.
MBA em Gestão de Pessoas - UNIA.
Licenciado em História - CEUCLAR.
Licenciado em Filosofia - FE/USP.
Bacharel em Filosofia - FFLCH/USP.
Pensando na
integração entre educação formal e informal, os museus assumem hoje um
importante papel integrador.
Alias, a
museologia e a educação são consideradas como histórica e socialmente
condicionadas, interligadas pelos resultados das ações do homem no mundo,
fazendo com que possamos considerá-las como possibilidade de expansão do
conhecimento sobre si mesmo e o outro.
Portanto,
fomentando o sentimento de cidadania.
A escola
insere-se em um processo que deve ter como referencial o patrimônio histórico e
cultural, considerando que este é um suporte fundamental para que a ação
educativa seja aplicada, levando em consideração a herança cultural dos
indivíduos, em um determinado tempo e espaço.
Ao passo que os
museus guardam e expressam a cultura material, ilustrando e demonstrando aos
educandos sua herança através de testemunhos concretos do passado.
Assim, é
necessário repensar as ações práticas, atividades e projetos desenvolvidos
pelos museus no Brasil, sobretudo, dentro da relação estabelecida entre os
princípios educativos e museológicos.
É necessário
salientar que, como processo, a ações museológicas não podem esgotar-se em si
mesmas, na mera aplicação da técnica pela técnica.
Portanto, para
que a museologia seja aplicada, com o objetivo de atingir, por meio da
interpretação e uso do patrimônio cultural, o desenvolvimento social e o
exercício da cidadania, é necessário que seja aplicada com competência formal e
política, ou seja, é necessário desenvolver a face educativa da museologia.
Nesse sentido,
os projetos desenvolvidos no âmbito museológico deveriam ser contar com a
participação dos núcleos comunitários, apoiado em um patrimônio, realizando
ações com objetivos e metas estabelecidas a partir de necessidades locais,
pensando em produzir novos conhecimentos, a partir das múltiplas realidades,
qualificadas como patrimônio histórico e cultural, integrando as diversas áreas
do conhecimento.
Exemplos
práticos de integração entre museus e escolas no Brasil são raros ou pouco
divulgados e conhecidos.
Entretanto,
entre nós brasileiros, poderíamos seguir os exemplos observados em Portugal.
Onde escolas
equivalentes ao nosso ensino fundamental ensinam noções básicas de museologia
aos alunos, integrando-se a preservação da memória local através de museus municipais.
Estes museus
gerenciados pelo que os portugueses chamam de conselho municipal da povoa,
contam com a participação ativa da comunidade, com exposições montadas com a
ajuda de educandos que trazem objetos antigos de suas casas, ajudando a
recontar a formação da identidade regional.
É claro que no
Brasil estamos ainda em pleno processo de formação da nacionalidade, com o
sentimento de brasilidade ainda se consolidando, mas, paradoxalmente, temos
identidades regionais bem estabelecidas.
As quais não tem
sido exploradas adequadamente para ajudar a construir o orgulho de ser
brasileiro.
Pensamos que os
museus, caso houvesse um fomento do governo federal, poderiam cumpri este
importante papel, a partir do regate da cultura material regional organizado pelos
municípios, mas gerenciado pela comunidade, tendo a escola como centro deste
processo.
Para saber mais sobre o assunto.
BLANCO, Ángela
García. Didática del Museo. Madrid:
Ediciones de la Torre, 1994.
BUFFA, Éster;
ARROYO, Miguel G., NOSELLA, Paolo. Educação
e Cidadania. São Paulo: Cortez, 1987.
BRITO, Carlos. Gestão Escolar Participada: na escola todos
somos gestores. Educação Hoje. Lisboa: Texto Editora, 1991.
BRUNO, Cristina.
Museologia e Comunicação. Lisboa:
Centro de Estudos de sócio-museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias, 1996.
SANTOS, Maria
Célia T. Moura. “A Escola e o Museu no Brasil: uma História de Confirmação dos
Interesses da Classe Dominante” In: Repensando
a Ação Cultural e Educativa dos Museus. Salvador: UFBA. 1993.
TELMO, Isabel
Cottinelli. O Patrimônio e a Escola: do
passado ao futuro. Educação Hoje. Lisboa: Texto Editora, 1991.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Esteja a vontade para debater ideias e sugerir novos temas.
Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.