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Periodicidade: Semestral (edições em julho e dezembro) a partir do inicio do ano de 2013.
Mensal entre 13 de agosto de 2010 e 31 de dezembro de 2012.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Ações práticas, atividades e projetos desenvolvidos pelos museus no Brasil.

Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 7, Volume dez., Série 02/12, 2016.



Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.

Doutor em Ciências Humanas - USP.
MBA em Gestão de Pessoas - UNIA.

Licenciado em História - CEUCLAR.
Licenciado em Filosofia - FE/USP.

Bacharel em Filosofia - FFLCH/USP.



Pensando na integração entre educação formal e informal, os museus assumem hoje um importante papel integrador.
Alias, a museologia e a educação são consideradas como histórica e socialmente condicionadas, interligadas pelos resultados das ações do homem no mundo, fazendo com que possamos considerá-las como possibilidade de expansão do conhecimento sobre si mesmo e o outro.
Portanto, fomentando o sentimento de cidadania.
A escola insere-se em um processo que deve ter como referencial o patrimônio histórico e cultural, considerando que este é um suporte fundamental para que a ação educativa seja aplicada, levando em consideração a herança cultural dos indivíduos, em um determinado tempo e espaço.
Ao passo que os museus guardam e expressam a cultura material, ilustrando e demonstrando aos educandos sua herança através de testemunhos concretos do passado.
Assim, é necessário repensar as ações práticas, atividades e projetos desenvolvidos pelos museus no Brasil, sobretudo, dentro da relação estabelecida entre os princípios educativos e museológicos.
É necessário salientar que, como processo, a ações museológicas não podem esgotar-se em si mesmas, na mera aplicação da técnica pela técnica.
Portanto, para que a museologia seja aplicada, com o objetivo de atingir, por meio da interpretação e uso do patrimônio cultural, o desenvolvimento social e o exercício da cidadania, é necessário que seja aplicada com competência formal e política, ou seja, é necessário desenvolver a face educativa da museologia.
Nesse sentido, os projetos desenvolvidos no âmbito museológico deveriam ser contar com a participação dos núcleos comunitários, apoiado em um patrimônio, realizando ações com objetivos e metas estabelecidas a partir de necessidades locais, pensando em produzir novos conhecimentos, a partir das múltiplas realidades, qualificadas como patrimônio histórico e cultural, integrando as diversas áreas do conhecimento.
Exemplos práticos de integração entre museus e escolas no Brasil são raros ou pouco divulgados e conhecidos.
Entretanto, entre nós brasileiros, poderíamos seguir os exemplos observados em Portugal.
Onde escolas equivalentes ao nosso ensino fundamental ensinam noções básicas de museologia aos alunos, integrando-se a preservação da memória local através de museus municipais.
Estes museus gerenciados pelo que os portugueses chamam de conselho municipal da povoa, contam com a participação ativa da comunidade, com exposições montadas com a ajuda de educandos que trazem objetos antigos de suas casas, ajudando a recontar a formação da identidade regional.
É claro que no Brasil estamos ainda em pleno processo de formação da nacionalidade, com o sentimento de brasilidade ainda se consolidando, mas, paradoxalmente, temos identidades regionais bem estabelecidas.
As quais não tem sido exploradas adequadamente para ajudar a construir o orgulho de ser brasileiro.
Pensamos que os museus, caso houvesse um fomento do governo federal, poderiam cumpri este importante papel, a partir do regate da cultura material regional organizado pelos municípios, mas gerenciado pela comunidade, tendo a escola como centro deste processo.

Para saber mais sobre o assunto.
BLANCO, Ángela García. Didática del Museo. Madrid: Ediciones de la Torre, 1994.
BUFFA, Éster; ARROYO, Miguel G., NOSELLA, Paolo. Educação e Cidadania. São Paulo: Cortez, 1987.
BRITO, Carlos. Gestão Escolar Participada: na escola todos somos gestores. Educação Hoje. Lisboa: Texto Editora, 1991.
BRUNO, Cristina. Museologia e Comunicação. Lisboa: Centro de Estudos de sócio-museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 1996.
SANTOS, Maria Célia T. Moura. “A Escola e o Museu no Brasil: uma História de Confirmação dos Interesses da Classe Dominante” In: Repensando a Ação Cultural e Educativa dos Museus. Salvador: UFBA. 1993.
TELMO, Isabel Cottinelli. O Patrimônio e a Escola: do passado ao futuro. Educação Hoje. Lisboa: Texto Editora, 1991.



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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.

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