Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 3, Vol. set., Série 05/09,
2012, p.01-12.
Este artigo tem
como objetivo discutir o problema do conhecimento, a construção e a transmissão
do saber na vida cotidiana. Para tanto focamos em analises marxista
essencialmente nas obras de: E.P Thompson e Antônio Gramsci, como também na
perspectiva fenomenológica de Alfred Schutz.
Também se busca
analisar a contribuição
dos autores marxistas para a formação de uma identidade e de uma consciência de
classe.
O foco da discussão é o conceito de
experiência que se caracteriza como a base da construção relacional entre esses
autores que, embora com perspectivas diferentes, têm na abordagem
relacional o seu ponto de partida.
Introdução.
O
conhecimento sempre constituiu um importante pilar nos distintos modos de
produção social: seja nas relações cotidianas, entre sociedades ou mesmo no
mundo do trabalho, é um elemento de fundamental importância, que ocupa há muito
as páginas dos trabalhos de intelectuais de vários campos.
Do ponto de
vista teórico, nota-se uma crescente negação de explicações deterministas,
condicionadas por estruturas, e o surgimento de uma abordagem relacional
produzida nas interações sociais.
A
construção e a transmissão do conhecimento passam a ser compreendidas segundo
as especificidades que possuem nos diferentes momentos históricos, estando
diretamente condicionadas pela situação concreta de cada sociedade, sua
linguagem, sua cultura, além das práticas de vida e das experiências dos
indivíduos.
Neste sentido, este artigo tem como objetivo discutir o problema do conhecimento, a construção e a
transmissão do saber na vida cotidiana nas obras tanto em autores marxistas: E.P
Thompson e Antônio Gramsci, como também na perspectiva fenomenológica de Alfred
Schutz.
Também se
busca analisar a contribuição desses autores marxistas para a formação
de uma identidade e de uma consciência de classe.
Não
pretendemos aqui esgotar as possibilidades de análises que as obras destes autores
permitem, o que demandaria tempo e uma pesquisa de fôlego.
Também não se
trata de um estudo comparativo sobre uma possível teoria do conhecimento entre
estes autores, mas de uma tentativa de abordar esta problemática em pensadores
que, embora com perspectivas diferentes, têm na abordagem relacional o seu
ponto de partida.
Na primeira parte, ao discutir a perspectiva relacional nos autores
marxistas, buscamos enfatizar uma construção focada na negação e na
reformulação de aspectos deterministas e estruturantes da obra de maturidade de
Marx.
Os dois autores, neste sentido, constróem uma análise que quebra a rigidez
da relação estática de classe,
dada pelo marxismo, bem como a primazia da estrutura econômica sobre as ideias.
Thompson, ao
analisar a classe operária ou os trabalhadores rurais na Inglaterra do século
XVIII e início do XIX, discute a noção de experiência em relação às classes
sociais e a sua formação.
A partir da
experiência de exploração dos indivíduos na vida cotidiana e nas suas relações
de trabalho, o autor consegue assim fazer uma rica análise em que a fala
individual exemplifica a experiência coletiva que, por outro lado, surge
fundada nas percepções individuais.
A concepção de Gramsci é a de que, na construção do conhecimento, o ponto
de partida sempre se refere à realidade concreta, ou seja, às relações de
forças historicamente produzidas e objetivadas entre os grupos sociais.
Neste sentido, o conhecimento estaria vinculado a um agir político em que o
real passa se tornar inteligível às classes subalternas.
Para Gramsci, é a “filosofia da práxis” como atividade teórico-prática que
proporciona a todos a possibilidade de compreender e decidir a respeito do
mundo em que se vive.
Na segunda
parte, enfocaremos a perspectiva relacional elaborada pela fenomenologia de
Alfred Schutz que, como Thompson, parte da
noção de experiência como elemento chave na construção do conhecimento e das
percepções da realidade da vida cotidiana.
No entanto, Schutz enfoca uma perspectiva individual para a
análise direta dos relacionamentos sociais, em que a construção do conhecimento
é produzida em circunstâncias particulares.
Para ele,
nossa interpretação do mundo da vida cotidiana baseia-se em um estoque de
experiências anteriores a nós, seja das nossas próprias ou das que nos são
transmitidas.
Esse
conjunto de experiências constitui um “estoque de conhecimento à mão”, que
funciona enquanto código de referência, e que representa uma série de
tipificações que nos orientam e pelo qual podemos agir.
Assim, a
base da sociologia fenomenológica de Schutz diz respeito às experiências
subjetivas socialmente constituídas.
Por último,
nas considerações finais, ressaltamos a riqueza e a importância deste tipo de
abordagem, tentamos levantar aspectos similares na construção social do
conhecimento entre esses autores; e, salientamos o “papel” experiência para se
formar uma classe e uma consciência de classe.
A experiência e o conhecimento na abordagem marxista de
E.P Thompson e Antônio Gramsci.
Como
sabemos, a Teoria Social Clássica está estreitamente vinculada ao nascimento da
modernidade, à formação da sociedade industrial, com sua crescente
complexificação da divisão do trabalho, ao crescimento acelerado das cidades; à
emergência da individualidade e da sociedade civil, ao nascimento do
proletariado urbano como classe histórica, da secularização da vida e da
conseqüente racionalização.
Assim, a
virada do século XVIII para o século XIX está sob o signo das transformações da
cidade em grandes aglomerados urbanos, das fábricas, como ícones do capitalismo
e dos movimentos de protesto.
Em suma, o
que se via era uma sociedade de profunda transformação, na qual as relações
econômicas e os processos produtivos davam margem ao aprofundamento da
exploração.
Esta é o
tipo de sociedade investigada por Karl Marx, que, em suas análises, compreende
o mundo de modo a ser determinado pelas relações de produção, a partir de um
critério objetivo, puramente econômico, como se houvesse uma tendência inata do
capitalismo, que reduzisse todas as relações humanas em definições econômicas.
A concepção gramsciniana questiona tal visão um tanto
quanto determinista/ mecanicista.
Este filósofo, que ancora suas ideias na noção de classe,
teve o mérito de estruturar uma reflexão, no seio de sua “filosofia da práxis”,
a qual critica o marxismo, revelando que seu ideal de teoria deveria partir do
humano e do político, pois, segundo sua visão, existem outros elementos, além
do econômico, que também são fundamentais no desenvolvimento das relações
sociais.
Suas análises,
portanto, tendem a superar este determinismo, uma vez que, para Gramsci, o
movimento social era um campo de alternativas, uma luta de tendências, cujo
desenlace não estaria assegurado por nenhum sentido único, mas dependia sim, do
resultado da luta entre vontades coletivas organizadas.
É neste sentido que este autor introduz o conceito de hegemonia,
definida como a liderança cultural-ideológica de uma classe sobre as outras, e
atribui à sociedade civil o papel de arena de luta política e de luta simbólica.
Gramsci
caracteriza-se por ser intelectual preocupado com a perspectiva relacional; a
relação perpassa, em seus estudos, todo seu instrumental analítico-teórico, ou
seja, as categorias por ele trabalhadas: bloco histórico, hegemonia,
intelectuais, sociedade civil e política, teoria ampliada do Estado.
Todas estas
categorias estão encadeadas dialeticamente, isto porque, segundo o autor a
sociedade deve ser vista em sua totalidade orgânica.
Na visão
gramsciniana, as fontes de uma hegemonia alternativa (contra-hegemonia) nascem
na classe trabalhadora, a qual não deve ser entendida como uma construção ideal
ou abstrata, o que este autor vê, é antes uma classe trabalhadora, que deve,
precisamente, tornar-se uma classe e uma classe social potencialmente hegemônica,
com o intuito de se opor às pressões e aos limites impostos pela hegemonia
existente.
Devemos
salientar neste ponto, as relações ideológicas e políticas com respeito à luta
de classes, pois, é nesta esfera que, segundo o autor, as pessoas tomam ciência
das relações sociais estabelecidas.
Para ele,
em toda ação se expressa uma visão de mundo, ou seja, as ideologias se
manifestam em atos concretos e práticas, impossibilitando dessa forma, separar
a ação da visão ideológica.
Nesta
“disputa” pela hegemonia, cada classe criaria seus próprios intelectuais, que
seriam “intelectuais orgânicos” e teriam a função de homogeneizar a classe e
conduzi-la à consciência de sua própria função histórica.
“Autoconsciência crítica
significa, histórica e politicamente, criação de uma elite de intelectuais: uma
massa humana não se distingue e não se torna independente por si, sem
organizar-se...; e não existe organização sem intelectuais, isto é, sem
organizadores e dirigentes, sem que o aspecto teórico da ligação teoria-prática
se distinga concretamente em um estrato de pessoas especializadas na elaboração
conceitual e filosófica...” (Gramsci, 1978, p 21).
Por tudo
isto, pode-se dizer que Gramsci quebra com a relação estática de classe dada
pelo marxismo, ou seja, a complicada engrenagem da sociedade não pode ser
explicada como sendo um produto do momento econômico.
Também não
podemos dizer que a história é uma sucessão de fatos involuntários.
A história
não pode ser vista como uma sucessão de fatos que ocorrem por acaso, pois,
nela, homens agem, pensam e, assim, constroem a história.
Dessa
forma, a estrutura não pode ser concebida como se fosse algo oculto, ela deve
ser concebida historicamente como o conjunto das relações sociais em que homens
reais se relacionam, pensam, agem, compartilham “visões de mundo” e
pertencimentos a grupos.
Em suma,
Gramsci diz que a sociedade se estrutura em classes e para que uma classe possa
se tornar dirigente de uma sociedade, esta deve se distinguir e conquistar a
direção baseando-se na sua própria ideologia, ou seja, sua concepção de mundo
na organização e superioridade moral, intelectual, construindo sua consciência.
Deve
difundir suas ideias, seus valores éticos, formando uma unidade moral e
intelectual. Mas, ele alerta que não há uma sociedade em que a hegemonia, o
consenso seja “geral”, ou seja, haverá sempre luta entre princípios
hegemônicos, melhor dizendo, antagônicos.
Antônio Gramsci, em
sua vasta obra, dedicou-se também ao problema do conhecimento.
Na sua investigação
sobre a realidade sócio-política, ele revela uma precisa concepção de mundo,
que sinaliza para uma nova epistemologia, mesmo que não tenha desenvolvido tal
projeto.
Em sua concepção, o pensamento é parte da realidade e
inseparável do agir e do conhecer, assim, a construção do conhecimento se
inicia sempre a partir da realidade concreta das relações de forças entre
grupos sociais.
O
conhecimento e a vontade de mudança, embora distintos, aparecem não como duas
esferas separadas do agir humano, mas relacionadas dialeticamente.
Em função disto, em seus escritos, não há antagonismos
entre, por exemplo, o rigor científico e a luta política. Gramsci instaura, desta forma, uma relação dialética
entre ciência e vida, que opera para modificar o ambiente, que “contribui” para
esta modificação, obrigando a um contínuo aprendizado e à superação do próprio
saber.
Assim:
“É
no campo das experiências concretas, na interlocução crítica com a cultura e no
embate com os projetos políticos existentes no movimento real da história que,
para Gramsci, se chega progressivamente à compreensão de si mesmo, à elaboração
de uma própria concepção de mundo, de uma teoria do conhecimento, e à
construção de métodos que cada pesquisa científica cria para si de forma mais
adequada” (Semeraro. 2001).
A filosofia do
conhecimento de Garmsci, “filosofia da práxis”, é elaborada dentro de uma visão
global em que a política, a história e o conhecimento não são pensados
separadamente, mas considerados como o lugar de formação de sujeitos críticos e
ativos, fatores de auto-determinação e hegemonia. (Semeraro, 1991).
Para Gramsci, a
conquista de um conhecimento crítico, autônomo e criativo é crucial para a
liberdade, para a afirmação de um projeto político dos setores subjugados e
para construção, por estes, de uma hegemonia alternativa que se opõe às
opressões da hegemonia existente.
Assim, o
conhecimento não é tratado como uma exclusividade de interlocutores, mas está
vinculado a um ativo agir político, em que o real possa não apenas se tornar
inteligível, como também ser buscado pelas classes subalternas, ou seja, que
esta classe, por conta própria, criando os seus próprios intelectuais
(intelectuais orgânicos), possa descobrir os nexos existentes entre as suas
condições de vida e a estruturação injusta da sociedade.
É neste sentido que,
no processo de conquista deste conhecimento crítico, Gramsci afirma ser
fundamental respeitar o saber popular, mesmo na sua fragmentação. Para ele, todos
os homens são filósofos, porque pensar é próprio do homem como tal.
O que separa um grupo do outro (o intelectual e o não
intelectual) não é a forma de conhecimento em si mesmo, mas um tipo de
logicidade do pensamento.
Assim:
“É preciso destruir o julgamento de que a filosofia é algo sumamente
difícil por ser a atividade intelectual
própria de uma determinada categoria de cientistas especializados ou de
filósofos profissionais e sistemáticos. É preciso, portanto, demonstrar
que todos os homens são filósofos”, e definir os limites e as características
desta “filosofia espontânea” própria de todos, isto é, a filosofia que nela
está contida” (Gramsci, 1978, p.15).
No entanto, o autor ressalta a necessidade de se fazer
uma avaliação crítica das opiniões e das crenças disseminadas no senso comum.
Também seria preciso criar um distanciamento crítico do
saber acumulado que, repassado oficialmente e visto como óbvio e natural, está
na verdade vinculado a uma classe que visa objetivos políticos precisos.
Só assim as classes populares conseguiriam demarcar os
elementos de ruptura e de superação em relação às classes dominantes.
Deriva deste pensamento o fato de Gramsci não entender o conceito de
ideologia como falsa consciência, ou seja, como uma visão deformadora da
realidade armada pelos governantes para manipular os indivíduos que se deixariam
influenciar passivamente.
Neste sentido, Gramsci não concebe a população presa a uma ideologia
homogênea ou paralisante e acredita que, mesmo sob a condição de dominado,
ninguém se torne alienado a ponto de ser incapaz de pensar criticamente,
revoltar-se, organizar-se e lutar por alternativas.
Outro autor que, constrói
sua análise tentando quebrar a rigidez da
relação estática de classe, dada pelo marxismo, bem como a primazia
da estrutura econômica sobre as ideias é E. P. Thompson.
A obra deste
autor está centralizada no processo de constituição da consciência da classe
operária.
Em seu livro, A Formação da Classe Operária Inglesa,
ele delimita a noção de experiência como formadora das classes e questiona a
rigidez do modelo estático base-superestrutura, bem como sua tendência geral ao
determinismo econômico presente nos textos clássicos de Marx.
Esta
dicotomia, segundo Thompson, operaria de uma forma independente da ação humana
consciente, ou seja, afastada dos homens e das mulheres reais.
Neste sentido,
sua análise foca a subjetividade, a cultura, a relação entre as classes e seu
processo constitutivo, buscando construir um modelo analítico que resgate a
ação humana e a complexidade sócio-cultural no estudo da história.
Thompson
rejeita o determinismo econômico e constrói a noção de experiência ao enfatizar
a dimensão histórica das classes.
Assim, a
classe é entendida como um fenômeno social determinado pela ação humana
consciente, e não como uma estrutura ou uma categoria analítica.
Ou como
analisa Willian Sewell Jr:
“A classe existe à medida
que existe o sentimento e a articulação de uma identidade, no lugar de uma
identidade objetiva dos seus interesses. Sem consciência de classe não há
classe. A consciência de classe não é deduzida por Thompson em termos
econômicos. Então ele a procura na construção histórica de experiência na elaboração de um vocabulário e de uma organização
conceitual através da qual a sua
identidade, como classe, poderia ser pensada e atualizada.” (Sewell Jr., 1990:54).
Em sua tentativa de desvendar o “fazer-se” da classe operária inglesa,
Thompson recorre a fontes pouco convencionais.
Buscou resgatar a política popular, as tradições religiosas, os rituais, as
conspirações, as pregações milenaristas, as ameaças anônimas, as cartas, os
hinos metodistas, os festivais, as danças, as bandeiras etc, ou seja, as
relações mais corriqueiras da vida cotidiana, não se restringindo, portanto, às
fontes tradicionais, tais como sindicatos e organizações socialistas.
“Estou
procurando resgatar o pobre descalço, o agricultor ultrapassado, o tecelão do
tear manual ‘obsoleto’, o artesão ‘utopista’ e até os seguidores enganados de
Joanna Southcott, da enorme condescendência da posteridade. Suas habilidades e
tradições podem ter-se tornado moribundas. Sua hostilidade ao novo
industrialismo pode ter-se tornado retrógrada. Seus ideais comunitários podem
ter-se tornado fantasias. Suas conspirações insurrecionais podem ter-se tornado
imprudentes. Mas eles viveram nesses períodos de extrema perturbação social, e
nós, não” (Thompson,
1987, vol. I, p.13).
Na verdade, como afirma (Kaye. 1984),
“entre os objetivos de Thompson estava o de mostrar a experiência comum da
exploração, e como ela não é só um conceito político-econômico de origem
marxista com fins moralizantes, mas um fato sentido, vivenciado pelos que a
experimentam” (Ferreras. 1995).
A narrativa de Thompson estabelece o caráter coletivo da experiência de
exploração e de opressão dos trabalhadores ingleses, o que abriu espaço para as
experiências individuais de artesãos e trabalhadores não qualificados.
A concepção de Thompson é a de que a “fala individual exemplifica a
experiência coletiva e, por outro lado, a experiência coletiva funda-se na
percepção de identidades” (Munhoz. 1994).
Com isso, a noção de experiência é o elemento que constitui a classe,
definida como “um fenômeno histórico composto por uma multidão de experiências
em relação umas com as outras e num constante” fazer-se” (Thompson. 1987).
O conceito
de experiência na visão de Thompson pressupõe que, se por um lado, as
estruturas objetivas têm efeitos sobre a vida das pessoas, esses efeitos não
são determinados a priori, mas dependem de como as pressões determinantes são
manejadas pelas pessoas a partir de sua cultura e de seus valores.
Além disto,
este conceito de experiência permite que se estabeleça a articulação entre os
pólos estrutura/condicionamento e subjetividade/ação, na qual o trabalhador
compreendido como sujeito da história tem a capacidade de re-elaborar as
determinações externas em função daquilo que define como sua vontade (Lima,
2004).
Assim, Thompson parte do caráter coletivo da experiência, vista como uma
forma histórica, para entender a consciência de classe, ou seja:
“A experiência de
classe é determinada, em grande medida, pelas relações de produção em que os
homens nascem ou entram involuntariamente. A consciência de classe é a forma
como essas experiências são tratadas em termos culturais; encarnadas em
tradições, sistemas de valores, ideias e formas institucionais. Se a
experiência aparece como determinada, o mesmo não ocorre com a consciência de
classe” (Thompson 1987. p.70).
A ênfase de Thompson no caráter histórico e cultural da experiência gerou
críticas e o rótulo de culturalista.
O seu método, que exigia do historiador uma verificação empírica, provocou
muitas controvérsias: essencialmente a acusação de que fazia uma opção pela
experiência em detrimento da teoria no processo formativo das classes, e da
amplitude do conceito de experiência, que se distanciava do método de Marx
maduro (Sewell Jr, 1990).
Por mais
que Thompson tenha rejeitado a metáfora base/superestrutura e as simplificações
economicista/mecanicista do marxismo, suas ideias não resultaram, contudo, na
formação de uma visão na qual a cultura encontrava-se divorciada do aspecto
econômico, pelo contrário, o que vemos em sua obra é uma concepção exploradora
da dialética interação entre estes dois níveis do real (Fortes, 2006).
Neste
contexto, o termo, classe apresenta-se como um conceito chave para Thompson,
para ele, classe está encarnada em pessoas e contextos, ela se faz na história,
daí a ideia de classe como uma relação histórica, em outras palavras, as
classes devem ser vistas como algo que ocorre efetivamente nas relações humanas
e, desta forma, não há “um exemplar puro de classe”, nem uma formação de classe
na história que seja mais verdadeira que outra (Thompson, 1987).
“Por classe, entendo um fenômeno histórico, que
unifica uma série de acontecimentos dispares e aparentemente desconectamos,
tanto na matéria prima da experiência como na consciência. Ressalto que é um
fenômeno histórico. Não vejo a classe como uma estrutura, nem mesmo uma
categoria, mas como algo que ocorre efetivamente (e cuja ocorrência pode ser
demonstrada) nas relações humanas” (Thompson, 1987, vol.I, p.09).
Por isto,
para o autor, as práticas dos trabalhadores não podem ser compreendidas como
inscritas em uma lógica preestabelecida à própria ação, mas, pelo contrário,
elas são determinadas pelas experiências vividas, pelas representações que elas
vêm moldando e pelas identidades que elas configuram, através das quais, os
trabalhadores reconhecem o compartilhamento de interesses que os une, tanto
quanto, a divergência de interesses às demais classes que lhes opõe na
sociedade.
Neste
contexto, então, cabe a seguinte questão: Quando as classes acontecem?
“A
classe se delineia segundo o modo como homens e mulheres vivem suas relações de
produção e segundo a experiência de suas situações determinadas, no interior do
conjunto de suas relações sociais, com a cultura e as expectativas a eles
transmitidas e com base no modo através do qual se valeram dessas experiências
em nível cultural. De tal sorte que, afinal, nenhum modelo pode dar-nos o que
deveria ser a verdadeira formação de classe...” (Thompson, 2001, p. 103).
O “acontecer” da classe surge,
portanto, do entrelaçamento da determinação e da auto-atividade, e é um
processo de autoconfecção, embora sob condições dadas, um processo que se deve
tanto à ação humana como aos condicionamentos, ou seja, as classes se fazem a
si mesmas, tanto quanto são feitas.
Logo, não se deve colocar classe
separada de consciência de classe, muito menos de luta de classes, como
entidades separadas, uma vindo depois da outra, pois, na visão de Thompson não
podemos entender a classe a menos que a vejamos como uma formação cultural e
social que surge de processos históricos.
Sendo assim, os três itens citados
(classe, consciência de classe e luta de classes) devem ser considerados
juntos; as formações de classe e a consciência de classe desenvolvem-se num
processo inacabado de relação, de luta contra outras classes no tempo (Fortes,
2006).
Experiência
e saber no mundo da vida cotidiana: a fenomenologia de Alfred Schutz.
Uma outra abordagem da construção
e da transmissão do saber é feita pela sociologia fenomenológica
de Alfred Schutz, que apresenta uma das formulações mais originais e
instigantes da teoria social moderna sobre as relações entre as configurações
dos diversos “mundos da vida” possíveis e o problema do conhecimento.
Nesta concepção influenciada por Max Weber e Edmund
Husserl, o foco está na realidade cognitiva incorporada aos processos de
experiências humanas subjetivas da vida cotidiana.
Ao partir de uma perspectiva individual para a análise
direta dos relacionamentos sociais, Schutz não atribui à experiência, como o faz Thompson, a constituição de uma consciência coletiva, e não trabalha o
conhecimento como um processo real de mudança, como afirma Gramsci.
O método fenomenológico de Schutz põe “entre
parênteses” os pressupostos tácitos e não aparentes da atitude natural, que constituem as regras vistas, mas não notadas, de toda interação social, e os
examina em profundidade.
Para Schutz (1971), a atribuição de significado e a interpretação do sentido de nossas ações e das dos outros estão
presentes nas atividades mais corriqueiras da vida ordinária.
O
“mundo da vida cotidiana” é o mundo intersubjetivo vivenciado pelos indivíduos
na atitude natural.
Assim,
as experiências subjetivas, socialmente constituídas, surgem como a base de
toda sociologia fenomenológica, identificadas com o processo de externalização
e de objetivação dos indivíduos, através do qual o mundo social é produzido
enquanto sociedade, comunidade ou organização.
Neste
sentido, o foco de investigação recai sobre o que é mundano, corriqueiro e
aceito sem exame, em oposição ao que é raro, irregular, controverso e
intrigante.
O
mundo da vida cotidiana é definido por Schutz (1979) como “o mundo
intersubjetivo que já existia muito antes do nosso nascimento, vivenciado e
interpretado pelos nossos predecessores, e que agora se dá a nossa
interpretação".
Somente
uma parte muito pequena do nosso conhecimento do mundo tem origem em nossa
própria experiência: em sua maior parte a origem é social e transmitida a nós
pelos nossos pais, amigos, mestres, etc.
Todo
conhecimento se produz em circunstâncias particulares, um “aqui”, uma situação biográfica específica, que
representa o nosso horizonte de
familiaridade.
Schutz
focalizou o mundo da vida cotidiana de várias formas: a primeira através da
“atitude natural”, essencialmente pragmática, que permite ao sujeito operar no
mundo ao imunizá-lo contra a dúvida cética.
O
mundo intersubjetivo da atitude natural é aquele em que nossas estruturas de
relevância são moldadas por interesses eminentemente práticos, sem colocar em
questão as bases de nosso conhecimento do mundo.
Mundos
da vida intersubjetivos particulares constituem sistemas de coordenadas.
Todo
momento da vida de um homem é uma situação
biográfica determinada, ou seja, seu ambiente físico e sócio-cultural,
dentro do qual ele tem a sua posição, não só física, como também moral e
ideológica.
A
situação biográfica é a sedimentação de todas as experiências anteriores de um
sujeito, dispostas a partir de tipificações e esquematas que organizam e dão sentido a estas experiências.
Os
significados são produzidos biograficamente em um mundo vivido coletivamente e
que tem um caráter prático.
Por
isso, cada ser humano só pode ser compreendido a partir de sua biografia, ou
seja, sua situação no tempo e no espaço, determinada através dos valores e das
crenças com os quais comunga e dos quais compartilha.
A
situação biográfica determinada “é a sedimentação de todas as experiências
anteriores desse homem, organizadas de acordo com as posses habituais de seu
estoque de conhecimento à mão que, como tais, são posses unicamente dele, dadas
a ele e a ele somente” (Schutz, 1979, 73) ou como explica Berger e Luckmann:
“O estoque social do conhecimento fornece os esquemas
tipificadores exigidos para as principais rotinas da vida cotidiana, e de todas
as espécies de acontecimentos e experiências tanto sociais quanto naturais.
(...) O conhecimento na vida cotidiana está socialmente distribuído, isto é,
possuído diferentemente por diversos indivíduos e tipos de indivíduos. Não
partilho meu conhecimento igualmente com todos os meus semelhantes e pode haver
algum conhecimento que não compartilho com ninguém.” Berger &
Luckmann (1966: p.64- 67).
O
mundo social é, pois, interpretado através da experiência de seus membros como
tendo significado e sendo inteligível em termos de categorias sociais e
construções teóricas.
Assim,
todo homem, na vida diária, tem a qualquer momento um estoque de “conhecimento
à mão”, que serve como um código de interpretações para as suas experiências
passadas, presentes e futuras, um estoque constituído por atividades anteriores
a experiências de nossa consciência.
A
partir deste conhecimento acumulado em sua existência é que os indivíduos
conseguem antecipar acontecimentos
futuros e tais antecipações são determinantes para seus planos, projetos e
motivos de ação.
É
por isso que o homem na vida cotidiana se interessa pelo que prevê, pois são
estas previsões que o orientarão, com um certo pragmatismo, em sua vida
cotidiana.
Todavia,
esse estoque de “conhecimento à mão” não é homogêneo.
Há
somente um núcleo do conhecimento que é claro, distinto e consistente, cercado
por zonas de vagueza, obscuridade e ambiguidade.
Para
Schutz, este é um problema em particular, com o qual nos ocupamos, que vai
subdividir o nosso estoque de “conhecimento à mão” em diferentes zonas de
relevância para a sua solução, estabelecendo os limites das várias zonas do
nosso conhecimento, ou seja, zonas de nitidez e de vagueza, de clareza e de
obscuridade, de precisão e de ambiguidade.
Na
verdade, o conhecimento do homem que age dentro do mundo cotidiano é
incoerente, apenas parcialmente claro, não estando livre de contradições.
Assim,
deve-se salientar que o estoque de conhecimento existe em um fluxo contínuo:
“Está claro que qualquer experiência posterior o
enriquece e o alarga. Através da referência ao estoque de conhecimento à mão,
num determinado Agora, a experiência atual em curso aparece como “familiar”, se
está relacionada por meio de uma “síntese de reconhecimento” a alguma
experiência anterior, nos modos de “igualdade”, “semelhança”, “similaridade”, “analogia”,
etc. A experiência em curso pode, por exemplo, ser identificada com uma
experiência anterior “igual mais modificada”, ou ainda, como uma experiência de
um tipo semelhante ao de alguma já vivenciada, e assim por diante.” Schutz (1979: p.75).
Este
acervo de “conhecimento à mão” não consiste exclusivamente nas experiências
vividas diretamente pelo indivíduo.
Ele
tem origem social, ou seja, consiste também nas experiências vividas
diretamente pelos membros do grupo a que este indivíduo pertence.
Neste
sentido, o “conhecimento à mão” dos integrantes de um determinado grupo é
congruente, o que é válido não somente em relação ao mundo natural, mas também
aos conhecimentos do mundo social e cultural deste grupo.
Esta
interpretação baseia-se no pressuposto de que os membros de um determinado
grupo encontram, em seu acervo de “conhecimento à mão”, elementos tipicamente
similares e estes determinam os motivos de sua ação.
Para
Schutz, é esta congruência e similaridade que nos permitem, sobretudo no que
concerne ao mundo social, antecipar fatos com uma certa segurança, o que
orienta a forma pela qual devemos agir.
A
experiência nova que o indivíduo encontra em sua vida cotidiana pode ser
concebida como algo igual ao já experimentado, não só por ele, mas pelo grupo
ao qual pertence.
Neste
sentido, o acervo de “conhecimento à mão” serve como esquema para interpretar a
experiência emergente orientando a sua ação.
Percebe-se
que Schutz parte do pressuposto de que o conhecimento da realidade, até então
adequado na orientação de uma determinada ação, será confirmado no futuro.
Desta
forma, determinada ação pode provocar situações e resultados semelhantes aos
obtidos por uma ação similar anterior.
Segundo
Schutz, cada experiência é única, e nem mesmo a que se repete é a mesma, pois é
vivenciada como tal em contextos e circunstâncias diferentes.
“Experimentamos o mundo,
desde o começo, não como uma intrincada e ruidosa confusão de dados sensoriais,
nem como um conjunto de objetos particulares isolados, sem relação entre si,
nem como fatos isolados que se podem separar de seu contexto, mas em sua
estruturação segundo tipos e relações típicas entre tipos” Schutz (1974: p.262).
As
nossas experiências presentes não se referem, por meio de retenção e de
lembranças, somente às anteriores, mas se referem também ao futuro, ou seja, a
forma como toda experiência se antecipa também está relacionada com o que
experimentamos no presente.
Assim,
no pensar de sentido comum, estas antecipações e expectativas seguem
basicamente as estruturas típicas que, até então, sendo válidas para nossas
experiências anteriores, vão sendo incorporadas em nosso acervo de
“conhecimento à mão”.
Para
Schutz, não só o alcance, mas também a estruturação deste “conhecimento à mão”
está em mudança constante.
Por
exemplo, quando ocorre uma nova experiência, e freqüentemente isso acontece, há
uma mudança em nosso sistema de relevância, o qual determina a estruturação do
acervo do “conhecimento à mão” e o divide em zonas de diferentes graus de
claridade e de nitidez. Segundo Schutz: “O sistema de relevância determina,
ademais, o sistema de tipos no qual se organiza nosso acervo de “conhecimento à
mão".
Ainda segundo Schutz (1971), todo o conhecimento do
mundo, seja na vida ordinária, seja na ciência, supõe constructos:
generalizações, formalizações, idealizações.
Desta forma, as modalidades de conhecimento dependeriam
de tipificações produzidas a partir da combinação específica do conhecimento e
da ignorância sempre presentes nas interações sociais da vida mundana.
O que se percebe é que essa definição de Schutz se
aproxima muito do que Gransci define como senso comum, uma vez que para ambos a construção do conhecimento se inicia sempre a
partir da realidade concreta das relações entre indivíduos e grupos sociais.
A
sociologia fenomenológica sugere que o pesquisador, em sua postura teórica,
ponha “entre parênteses” os pressupostos, os entendimentos tácitos e as
suposições implícitas que constituem a “atitude natural” do mundo da vida
cotidiana para que se possa examinar detalhadamente as condições em que se
desenrola a ação.
Assim,
deve tornar explícita a consciência daquilo que está latente na vida cotidiana:
“O que se procura, então, é o reconhecimento
franco de uma infra-estrutura formada de suposições de senso comum, no trabalho
do sociólogo, e que não diferem das formuladas pelos membros da sociedade, no
mundo cotidiano, e que deve ser levantada e estudada” Smart (1976: p.105).
Portanto,
do ponto de vista fenomenológico, a base de qualquer pesquisa é, na verdade,
uma interpretação da vida cotidiana, na qual está a fonte de significados
sociais; sendo esta interpretação também central e implícita à pesquisa.
Assim,
para Schutz, o pesquisador deve deslocar seu estudo até o nível das atividades
do indivíduo, ou seja, deve fazer uma tentativa de fundamentar suas
interpretações nos atos subjetivos dos indivíduos que constroem determinada
situação.
Concluindo.
Com este trabalho tentamos abordar a
perspectiva relacional na construção social do conhecimento baseando-nos em
autores de tradição marxista e na fenomenologia.
Ao analisar o contexto histórico em
que as obras estudadas foram escritas, nota-se uma clara negação, por parte
destes autores, de formulações autoritárias.
Nas obras de Thompson e Gramsci, o
que se percebe é uma forte contribuição ao marxismo enquanto categoria
analítica, com reformulações extremamente originais nas quais a rigidez das
estruturas, o determinismo econômico e as relações estáticas de classe perdem
força, quando analisadas a partir das relações ideológicas, no caso de Gramsci,
e da experiência de exploração, em Thompson.
Para estes autores, a complexidade de
uma sociedade deve ser entendida através de uma visão histórica do conjunto de
relações sociais, ou seja, na cotidianidade, em que homens reais se relacionam,
pensam, produzem as suas experiências de exploração e compartilham “visões de
mundo” no pertencimento a grupos.
Neste sentido, as análises feitas
neste texto salientam o papel da experiência enquanto algo que contribui para a
constituição de uma classe e uma consciência de classe.
Mas será que ainda não podemos falar
da pertinência da temática da experiência para a formação da classe operária na
atual configuração sócio/econômica.
Certamente não se pode estabelecer um
único conceito sobre isto, mas mesmo assim podemos evidenciar que os indivíduos
permanecem em uma “teia” que envolve sua situação de classe operária e suas
diferentes configurações sócio/históricas.
Neste contexto, as ideias de Thompson
evidenciam-se como relevantes, uma vez que, para este autor, classe, como já
foi dito, é um fenômeno histórico, que unifica acontecimentos díspares e
desconectados, “a classe não surge em uma determinada hora, ela esteve presente
no seu próprio fazer-se” (Thompson, 1987, vol. I, p.10).
Daí a idéia de classe como algo que
ocorre, efetivamente, nas relações humanas, que já se manifestou historicamente
e, pode voltar a se manifestar de outros modos em circunstâncias distintas.
Schutz,
tendo como pano de fundo de sua obra, não a análise de classe ou a mudança
social, mas o reconhecimento e a compreensão da base de suposições do senso
comum, preocupa-se essencialmente com a construção e a transmissão do
saber na vida cotidiana.
Assim, define e esclarece os processos
formativos deste conhecimento produzido nas relações mais corriqueiras da vida
diária.
Para ele, e isso nos parece bem similar
à noção de experiência tal como a utilizada por Thompson, membros de um
determinado grupo, podemos aqui pensar em um grupo de trabalhadores, partilham certas
experiências comuns que aproximam suas situações biográficas específicas, e que
representam um “conhecimento à mão” disponível em grau variável.
Assim,
é este cabedal de conhecimento diferenciado que se cristaliza num conjunto de
tipificações, que produz um modo
particular de ver, sentir e interpretar a vida, que dá sentido as suas
experiências concretas, inclusive as suas atividades de trabalho.
Ou
seja, estes trabalhadores encontram, em seu acervo de “conhecimento à mão”,
elementos tipicamente similares, que determinam os motivos de suas ações, que
inclusive podem ser coletivas.
Para saber mais sobre o assunto.
BERGER, P. Luckmann, T. A construção social da realidade. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
DWYER, Tom. “A Sociologia do
Trabalho. Por uma redefinição através do acionalismo histórico e do acionalismo
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FERRERAS. Norberto. Culturalismo e Experiência: leitura dos
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MUNHOZ. Sidnei. “Fragmentos de um
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Zahar, 1979.
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SCHUTZ. Alfred. El problema de la realidad social. Buenos Aires: Amorrortu,
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1990.
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Falsity in Human Relations” In: Wolff, Kurt. (ed.). The Sociology of Georg Simmel. New York: Free Press, 1950.
SMART, Barry. Sociologia, Fenomenologia e Análise Marxista. Rio de Janeiro:
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2001.
THOMPSON, E. P. A Formação da Classe Operária Inglesa, Vol. I. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1987.
THOMPSON, E. P. A Formação da Classe Operária Inglesa, Vol. III. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1987.
Texto:
Profa. Dra. Lania Stefanoni Ferreira.
Doutora em Ciências Sociais (UNICAMP).
Prof. Dr. Luciano Rodrigues Costa.
Doutor em Ciências Sociais (UNICAMP).
Professor da Universidade Federal de Viçosa - www.ufv.br.
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