Para
entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 3, Vol.
set., Série 10/09, 2012, p.01-32.
O
artigo faz parte da Monografia de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em
Docência do Ensino Superior pelo INEC/Universidade Cruzeiro do Sul, orientada
pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
“Recomeçar
um trabalho implica olhar para o que já foi conseguido e empenhar esforços em
busca dos resultados desejados. Quando, conhecemos os obstáculos, nos dispomos,
esperançosamente, a superá-los” (Terezinha Rios).
O objeto de
trabalho dessa monografia são os materiais didáticos destinados a Educação de
Jovens e Adultos (EJA), fazendo uma análise teórica quanto a sua
intencionalidade política e metodológica.
Esta pesquisa
bibliográfica realizou-se através da busca em periódicos na biblioteca local,
virtual, internet, artigos, livros, que possibilitaram a exploração do tema.
Os objetivos da
pesquisa foram refletir sobre como os materiais didáticos destinados a EJA são
produzidos, qual sua intencionalidade e quais metodologias eles refletem. Para
assim compreender, qual a concepção de um ensino de qualidade para a educação
de Jovens e Adultos está sendo evidenciada.
Nesse sentido algumas coleções didáticas destinadas à EJA
foram relacionadas, pesquisadas e analisadas. Bem como as definições e
concepções políticas de um ensino de qualidade contidas no Programa
Nacional do Livro Didático (PNLD). Fundamentou-se o trabalho
principalmente em Choppin (2004), Di Perro (2008), Fávero (2007), Giansanti
(2006), Höffing (2000), Zabala (1998) e Munakata (1997). Tornou-se possível
constatar que apesar de existir uma variedade de coleções voltadas para essa
modalidade de ensino, a maior parte do alunado, ainda não tem amplo acesso a
estes, devido a uma política de distribuição de livros que, por muito tempo,
havia deixado de lado esses alunos e professores, somado a muitas produções que
não apresentaram intencionalidades de abrangência significativas.
INTRODUÇÃO.
O livro didático é, por vezes, tido para alguns profissionais, como um
instrumento essencial para o processo ensino-aprendizagem de qualquer
educando/a, contudo, também, é entendido, por outros, como um recurso
dispensável em sala de aula.
Mas, porque esta dissonância de concepções sob um mesmo objeto
educacional?
Na primeira parte deste trabalho, conhecer os argumentos prós e contras
se faz necessário, a fim de que possamos atentar para uma cautelosa análise, no
que diz respeito à compreensão política do uso deste material, que, de acordo
com indicações legislativas, tem como principal objetivo, ser este, um dos
meios de instituir uma educação de qualidade em âmbito federal.
Portanto, em seguida, elucidaremos sobre a Política Nacional do Livro
Didático, no que diz respeito à sua construção como política pública ao longo
de um período histórico e que em determinado momento, a Educação de Jovens e
Adultos (EJA), é inserida neste. Importantíssimo salto com relação à
equiparação do direito à educação desta modalidade de ensino, que a partir de
então, interfere em “[...] inúmeras iniciativas de governos e da sociedade
civil no sentido de reverter à situação de desigualdade em relação ao acesso ao
livro didático e à informação por jovens e adultos, à qualidade da abordagem de
conteúdos e áreas de conhecimento e à atualização de metodologia de
alfabetização.” (DI PIERRO; VOLVIO; ANDRADE, 2005, p.141).
Assim, conhecer, mesmo que brevemente, alguns dos materiais e recursos
didáticos, idealizados/pensados, concretizados e distribuídos nacionalmente, e
se estes estão articulados às compreensões contemporâneas do ensino a ser
ministrado na EJA, acreditamos ser indispensável verificar o funcionamento
desta “nova política”, no âmbito da educação básica, mas que mesmo “nova”, já
estava sendo consolidada, por meio de iniciativas de cunho privado e/ou
filantrópicas, antes das orientações deste processo político mais descritivo,
que (re)afirma o direito constitucional1.
Queremos, pois, evidenciar que o livro didático para EJA, não é um campo
desconhecido em relação à pesquisa e sua produção (embora, recente), é sim, (em
sua maioria) uma temática extremamente rica no que se refere às concepções
contextualizadas das realidades da pessoa jovem e adulta, muito embora, como
observaremos depois de ler as seis coleções didáticas aqui selecionadas,
algumas críticas quanto à efetivação maciça/ abrangência dessas produções,
possa ser questionada.
Deste modo, sabendo, que análise de materiais didáticos (centralmente, o
livro) está concentrada em duas grandes categorias, a primeira que concebe
“[...] o livro didático apenas como um documento histórico igual a qualquer
outro, analisam conteúdos em uma busca de informações estranhas a ele mesmo
[...] ou o conteúdo ensinado por meio do livro didático” (CHOPPIN, 2004, p.
554) e a segunda que “[...] dirige a atenção para os livros didáticos,
recolocando-os no ambiente em que foram concebidos, produzidos, distribuídos,
utilizados e “recebidos” [...]” (CHOPPIN, 2004, p. 554), arriscamos em
descrever nosso objeto de estudo centrado na segunda categoria, mas que, mesmo
não dispondo da análise quanto ao conteúdo de todo material aqui descrito2, verificar se sua essência
ideológica educacional está articulada às necessidades de aprendizagem de
pessoas jovens e adultas de diferentes regiões nacionais, também contemplará
alguns aspectos da primeira categoria.
UTILIZAÇÃO DO LIVRO
DIDÁTICO: DUAS FACES DA MESMA MOEDA.
A temática que envolve quais são as verdadeiras contribuições da
utilização cotidiana do livro didático, no campo político, como verificaremos
em seguida, já foi superada, uma vez tendo sido transportada para o âmbito de
um direito educacional, prescrevendo sua efetivação, através de políticas
públicas, que no caso, tange-se na formulação do Programa Nacional do Livro
Didático (PNLD), que a partir de 2003, promove ações a todo o contingente da
educação básica3 com intensa expansão
influenciada pela economia editorial.
A produção de livros didáticos no Brasil, entretanto, é intensa,
correspondente desde o “[...] início do século XX, a dois terços dos livros
publicados e representavam, ainda em 1996, aproximadamente a 61% da produção
nacional.” (CHOPPIN, 2004, p. 551), evidenciando, pois, que a “[...] editoração
didática certamente é o setor mais dinâmico hoje [...]” (idem). Dinamismo,
procedente, por exemplo, do “[...] considerável progresso das técnicas de
armazenamento, tratamento e difusão de informações, técnicas que se mostram as únicas
capazes de trazer soluções adequadas à valorização de um volume de documentos
tão considerável quanto o das produções escritas” (CHOPPIN, 2004, p. 552).
No entanto, no campo pedagógico, presente debate ainda encontra-se
imerso e, é na sala de aula, que se determinará o uso ou não deste material
disponibilizado gratuitamente às escolas do país. Este debate, por sua vez,
pode ser justificado quanto à pesquisa sobre o livro e materiais didáticos, ser
um campo recente de análise, muito embora também, tenha estado articulado ao
ensino, desde a sua formulação institucional; “[...] as obras ainda são raras e
não abrangem toda a produção didática nem todos os períodos [...]” (CHOPPIN,
2004, p. 549).
E, o que dizem esses estudos recentes?
Segundo Choppin (2004), o estudo histórico dos livros didáticos, dispôs
sobre as funções que estes exercem e são variantes conforme o ambiente social e
cultural, o período, as disciplinas ministradas, os níveis de ensino e
respectivos métodos e formas de utilizá-lo.
Assim, o autor, divide em quatro aglomerados, quanto às características
funcionais destes livros: a) função
referencial, curricular ou programática, da qual o livro didático é
formulado em correspondência com programas e projetos de acordo com suas
concepções estruturais; b) função
instrumental, em que o livro é embasado sob metodologias de aprendizagem;
c) função ideológica e cultural,
sendo esta, a função mais antiga, privilegiando construção de identidades,
simbologias, importância política, etc. e, que no século XIX (na constituição
dos estados nacionais), era carregada de maneira ostensiva, dissimulada; d) função documental, da qual “[...]
acredita-se que o livro didático pode fornecer, sem que sua leitura seja
dirigida, um conjunto de documentos, textuais ou icônicos, cuja observação ou
confrontação podem vir a desenvolver o espírito crítico do/a aluno/a. Essa
função surgiu [...] em ambientes pedagógicos que privilegiam a iniciativa
pessoal [...] e visam a favorecer autonomias [...]” (CHOPPIN, 2004, p. 553).
Dentre estas caracterizações, podemos logo observar, que muitos livros,
apresentam mais de uma dessas funções e; que a política nacional privilegia a
função referencial, ao mesmo tempo, que encontramos diferentes editorações de
livros didáticos da sociedade civil4 que englobam além desta
mesma função, o caráter cultural (de maneira positiva) e documental para a
formulação de materiais didáticos para a modalidade da EJA, totalmente
concebida, no discurso ideológico da educação popular, com correlação à
emancipação e transformação social.
O mesmo autor, prosseguindo em seu Estado da Arte sobre os livros
didáticos, ressalta ainda, que estes estão sendo utilizados e articulados,
concomitantemente, nas escolas modernas, a outros instrumentos: sendo o livro,
“[...] um elemento constitutivo de um conjunto multimídia” (CHOPPIN, 2004, p.
553), agregando-o a diferentes suportes (audiovisuais, softwares, CD-ROM,
internet, etc.), e a outros materiais complementares (enciclopédias, mapas,
dicionários, etc.), visa à ampliação de sua qualidade.
Mas, afinal, como caracterizaremos um livro didático de qualidade?
A começar, muitos profissionais no campo educacional, pedagógico,
avaliam negativamente a utilização do livro didático como um recurso em sala de
aula, ou seja, convergem em encontrar características qualitativas a este.
Zabala (1998) identifica algumas dessas críticas sob esse tipo de
material/ recurso pedagógico, afirmando que muitas delas, inclusive, são bem
fundamentadas, segundo análises de alguns exemplares: evidencia-se, na
predominância do conteúdo apresentado, um tratamento unidirecional dos
conceitos; sua apresentação como conhecimentos acabados, sem proporcionar
reflexão e criação; estereotipação de aspectos culturais; reprodução de valores
elitistas, sexistas, classicistas, etc. e; “[...] apesar da grande quantidade
de informação que contém, não podem oferecer toda informação necessária para
garantir a comparação. Portanto, a seleção das informações transforma em
determinante não tanto o que expõe, mas o que deixa de lado” (p. 174).
Quanto às metodologias presentes nesses, o autor cita a exposição de um
modelo transmissor que propõe atitudes passivas aos alunos/as; impedem a
formação crítica do alunado; evitam enfoques interdisciplinares e
globalizadores; indicam sequências de atividades, conduzindo ritmos comuns aos
educandos/as (uniformização do ensino), excluindo a diversidade desses e;
fomentam aprendizagens mecânicas e de memorização.
Estas críticas, por sua vez, são articuladas às apontadas por Di Pierro,
Vólvio e Andrade (2005), avaliando, especificamente, os livros de alfabetização
para jovens e adultos, alertando-nos “[...] para o risco eminente do livro
didático tornar-se o único material de apoio à aprendizagem da leitura e da
escrita, restringindo a ação dos educadores/as às atividades propostas no livro
[...]” (p.140), e quanto ao seu aspecto metodológico e de conteúdo, expõem que
o desenvolvimento de muitas atividades “[...] não levam em consideração a
bagagem experiencial dos educandos, que negam suas culturas e silenciam suas
vozes sociais [...] que muitos matérias didáticos em circulação não respeitam
as especificidades e necessidades de aprendizagem de pessoas jovens e adultas e
trazem conteúdos e orientações didáticas desatualizadas” (p.140), principalmente
quando há semelhança com as antigas “cartilhas” de caráter artificial,
desarticuladas ao cotidiano do alunado, mais, todas os déficits e argumentos
contrários apontados pelos autores aqui citados.
Contudo, há também, argumentos positivos e muito coesos quanto à
avaliação que fazem do uso do livro (e outros materiais) didáticos em sala de
aula, no qual, são reforçados de acordo com a definição do adjetivo a ele(s)
proposto, do qual Lajolo (1996, apud MUNAKATA, 2000) esclarece:
Didático, então, é
o livro que vai ser utilizado em aulas e cursos, que provavelmente foi escrito,
editado, vendido e comprado, tendo em vista a utilização escolar e sistemática
[...] Como sugere o adjetivo didático, que qualifica e define um certo tipo de
obra, o livro didático é instrumento específico e importantíssimo de ensino e
de aprendizagem formal [...] Assim, para ser considerado didático, um livro
precisa ser usado de forma sistemática, no ensino-aprendizagem de um
determinado objeto de conhecimento humano, geralmente já consolidado como
disciplina escolar. Além disso, o livro didático caracteriza-se ainda, por ser
passível de uso na situação específica da escola, isto é, de aprendizagem
coletiva e orientada por um professor.
Por tais razões, o livro didático dirige-se simultaneamente, a dois leitores: o
professor e o aluno [...] Por dever do
ofício, o professor torna-se uma espécie de leitor privilegiado da obra
didática, já que é a partir dele que o livro chega às mãos dos alunos.
(grifos nosso, p.579).
De acordo
com esse significado, podemos nos apropriar positivamente do caráter de
orientação e suporte, que, embora seja o/a professor/a e aluno/a os leitores do
livro, será desígnio do/a professor/a, selecionar o que deve chegar ao
educando/a.
Em
consonância com esta descrição, está a concepção final do texto de Zabala
(1998), descrevendo que o livro didático deve ser entendido como um instrumento
(um apoio) educacional ao professorado, e assim, afirma ser necessário
destituir os argumentos contrários a sua utilização em sala de aula com caráter
generalista, uma vez que, “A complexidade da tarefa educativa nos exige dispor
de instrumentos e recursos que favoreçam a tarefa do ensinar [...] [que]
envolve ter presente uma quantidade enorme de variáveis, entre elas as que indicam
as necessidades particulares de cada [aluno e aluna] e de selecionar as
atividades e os meios que cada um necessita.” (ZABALA, 1998, p. 175-176).
Seria
inviável, portanto, afirmações como “livro sim, livro não”, uma vez que a
função pedagógica, que cabe a nós, professores e professoras, é apresentar
clareza e princípios ao analisar, selecionar, ampliar e esboçar estratégias
próprias na utilização de diferentes instrumentos (e diferentes livros) para
prover aprendizagens, ações estas, intrínsecas no planejamento diário e
necessário à profissão docente para verificação de bons resultados.
Este
trabalho, segundo o autor, estaria pautado em detectar em cada material seus objetivos educativos, em correspondência
com os conteúdos a serem ministrados,
seguidos de sequência de atividades
convenientes, que cumpram com requisitos
de aprendizagens significativas, ou seja, que permita acompanhar o
progresso dos/as alunos/as, além de estarem contextualizadas
(ZABALA, 1998, p. 186-187), explorando também, o ambiente, o mundo, o concreto.
Dentre estes
“diferentes instrumentos” (termo citado anteriormente), podemos elencar como
suportes auxiliadores na prática do educador: textos impressos, projeções
estáticas (em forma de slides, transparências, etc.), imagens em movimentos
(vídeos, filmes, documentários, programas de televisão, etc.), equipamentos de
informática (manuseio da máquina, utilização de softwares, acesso à internet,
etc.) e suporte multimídia5 (combinação dos recursos da
informática mais produções de imagens em movimento e sons, como o uso de CDs e
DVDs).
Contudo,
cautela analítica da utilização destes materiais também se faz necessária, para
que discursos reducionistas não se procedam. Estes, não substituem o papel/
função mediadora do/a professor/a. Apresentam potenciais, mas não são
educativos em si, o que, por exemplo, não justifica
[...] transformá-los no eixo das unidades didáticas, substituindo
professores ou o trabalho de aula. É habitual encontrar programas deste tipo,
que reproduzem classes expositivas usando “estátuas falantes” que explicam como
o professor na aula, ou que como acontece com outros meios, tentam construir
unidades didáticas substitutivas ao professor. (ZABALA, 1998, p.184).
Assim,
quando este tipo de atividade se procede6, anula-se a
valia de perceber o ensino como um processo sócio-cultural de contato entre
professores/as com alunos/as e, alunos/as com alunos/as, além de anular todo o
atrativo que possa advir do uso desses instrumentos, no conhecimento de seus
códigos e criação coletiva.
As autoras
Di Pierro, Volvio e Andrade (2005), também explanam argumentos favoráveis em
relação às funções auxiliadoras e acréscimos à formação do professorado,
apontando que os livros didáticos para a educação de jovens e adultos7.
[...] colaboram
para formar e informar o educador sobre novas metodologias de ensino da língua
escrita e matemática, concretizando orientações
didáticas, confirmando ou atualizando o seu “saber fazer”, emancipando-o na
tomada de decisão sobre “o que e como ensinar”, ajudando a resolver problemas
do processo ensino-aprendizagem e municiando-o de atividades variadas. (grifos
nossos, p. 140)
Ao mesmo tempo, para o/a educando/a, o livro também pode ser um suporte
em se tratando de fontes de pesquisa e apropriação de novos conhecimentos, que
podem inferir, de acordo com as atividades desenvolvidas de criação, reflexão,
autonomia e gestão de trabalho em grupo, valorizando linguagens e temas
globais, reais, cotidianos, ampliando bagagens de leitura (diferentes gêneros
literários, orais e escritos), “[...] em contextos em que os usos sociais da
escrita são restritos, não contam com bibliotecas ou acervos comunitários e os
materiais de leitura são escassos” (DI PIERRO, VOLVIO, ANDRADE, 2005, p.141).
Com esses argumentos favoráveis, o que fica evidente é que o livro
didático, não pode ser um recurso à parte, eliminado, uma vez que as críticas
em torno de seus conteúdos e metodologias não se aplicam no âmbito geral, além
de que, com este pensamento reflexivo advindo do/a professor/a e de pesquisas
em geral, de certa forma, interferem na produção de muitas edições, e no
aprimoramento de seu uso em sala de aula.
Há, também, diferentes materiais que podem, e devem ser utilizados
pelo/a educador/a, contudo, sua atividade pessoal com seus/as educandos/as é o
essencial. Um bom profissional deveria dispor de diferentes recursos, tempo
para planejar suas propostas diárias aos seus diferentes educandos/as de
diferentes salas e escolas (com um número mínimo de alunos/as por sala), sempre
com objetivos reflexivos, flexíveis, conceituais e pautáveis às realidades/
experiências práticas.
Formula-se, pois, um debate a cerca de outra ordem: a formação do/a
educador/a, intrínseco à realidade de seus/as educandos/as e a estrutura
fornecida pela escola para este dispor de sua formação. Temas estes, imersos na
realidade educacional brasileira, que também “conversam” com a temática do
livro didático, por exemplo, seria possível, um livro, um material didático,
auxiliar para a formação de professores/as na EJA?
Este tipo de material também está em via sendo editado via PNLD?
E, retomando os argumentos prós e contrários ao uso de livros e de
outros materiais didáticos em sala de aula, principalmente para atender as
peculiaridades do/a aluno/a da educação de jovens e adultos, verificamos que
embora bem elaborados, posicionar-se em oposição ao seu uso, generalizando todo
o conteúdo, de diferentes edições, autores, teorias, simplifica e impõe
barreiras para vislumbrar materiais ricos metodologicamente. Ao mesmo tempo,
ter capacidade para perceber esses pontos positivos influi sobre outros
aspectos, que como dito, envolve o ambiente escolar e a formação individual do
professorado.
Ao longo do trabalho, mais questionamentos e considerações hão de
surgir, às vezes, nem todos com respostas e soluções imediatas, mas que serão
colocadas, a fim de que, refletindo, possamos colaborar, inclusive, com nosso
processo de formação na academia (envolvendo prática, extensão e pesquisa).
O PROGRAMA NACIONAL DO
LIVRO DIDÁTICO: UM BREVE HISTÓRICO8.
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é uma iniciativa
de apoio a política educacional baseada na aquisição e distribuição universal e
gratuita de livros didáticos para alunos/as matriculados no ensino fundamental
em escolas públicas de todo o país. Ao longo de 70 anos, a política para a
promoção e distribuição de livros didáticos no país sofreu com diversas
modificações quanto à nomenclatura e normas de funcionamento.
Sabe-se, pois, que a história da distribuição de livros didáticos
pelo Estado brasileiro origina-se no ano de 1938, a partir do Decreto-Lei nº
1.006 que instituiu a Comissão Nacional do Livro Didático, normatizando as
condições de produção, importação, e utilização deste material no país. Tal
documento institui por livros didáticos, aqueles utilizados para leitura em
sala de aula.
À equipe pedagógica da escola era concedida a possibilidade
de escolha de mais de um livro, desde que os mesmos constassem da relação de
livros autorizados pelo poder público.
Entretanto, conforme Artigo 25 deste Decreto9, não se
autorizava a utilização de livros de autoria do/a professor/a em sua classe de
atuação.
Proibia-se ainda, qualquer propaganda contrária ou favorável
a uma obra específica dentro das escolas, o que reafirmava o caráter
centralizado de seleção dos materiais e divulgação por parte do governo.
Dentre as causas que caracterizavam impedimento da
autorização do livro didático, constavam aquelas que mencionavam conteúdos que
poderiam ferir a independência, ordem ou unidade nacional, ideologias de
caráter político, conteúdos que incitem a luta entre as classes sociais, de
modo que neste documento não se nota discussões acerca da importância do uso de
livros didáticos em sala de aula ou em outros espaços, mas observa-se uma
preocupação no sentido de que tais publicações se limitam a apenas a divulgação
dos conteúdos didáticos, sem adentrar discussões que possam mobilizar uma
consciência político social.
No ano de 1945 com o Decreto-Lei nº 8.560, houve uma
reformulação na Comissão Nacional do Livro Didático, desta forma, o Estado
passou a controlar o processo de adoção dos livros didáticos em todo o
território nacional. Foi o início do processo de centralização das ações do
governo federal quanto à seleção e distribuição dos livros. Todavia,
paralelamente, houve uma tentativa de descentralização, por meio da criação de
Comissões Estaduais do Livro Didático por parte de alguns estados.
Em 1967, é criada a
Fundação Nacional de Material Escolar (FENAME), assumindo também as atribuições
da então extinta Campanha Nacional de Material de Ensino.
A finalidade da
FENAME foi, portanto, produzir e distribuir material didático às escolas sem,
contudo, contar com organização administrativa e recursos financeiros. Por essa
razão, em 1970 implantou-se o sistema de co-edição com editoras nacionais,
garantido legalmente, pela Portaria Ministerial nº 35/70, da qual determinava
que os recursos provenientes do Instituto Nacional do Livro (INL)10, seriam
dirigidos para editar obras literárias, enciclopédias e um dicionário nacional
a ser distribuído entre as bibliotecas de todo o país.
A partir de 1972, o INL assume a responsabilidade pelas ações
em conjunto com as editoras. É criado então, outro programa de co-edição
denominado Programa do Livro didático (PLID), abrangendo o ensino fundamental
(PLIDEF), o ensino médio (PLIDEM), a educação superior (PLIDES) e ensino
supletivo (PLIDESU), ou seja, aqui, satisfatoriamente, prevê-se a inserção da
demanda na EJA em política do livro didático.
Quatro anos depois, por meio do Decreto nº 77.107/76, a
FENAME sofre modificações, passando a assumir o trabalho de co-edição que
anteriormente era de responsabilidade do INL. Essa ação proporcionou um aumento
na tiragem total de livros e garantiu um mercado mais seguro às editoras.
Começa, então, um novo ciclo de centralização, pois neste
momento, o Governo Federal obtém a maior parte da produção editorial, passando
a financiar a produção e distribuir integralmente deste material.
Contudo, com a criação do Fundo de Assistência ao Estudante
(FAE), em 1983 tal instituição absorve os programas dos órgãos vinculados ao
Ministério da Educação e Cultura (MEC), sendo assim, o PLID também passa a ser
coordenado pela FAE.
Dois anos depois, um salto político é efetivado. Por meio do
Decreto nº 91.542/85, o PLIDEF cede lugar ao Plano Nacional do Livro Didático
(PNLD), que traz consigo mudanças significativas, como a indicação de livros
realizada por professores/as; a prescrição de reutilização dos livros, abolindo
dessa forma, o livro descartável e; o fim da decisão por parte dos estados em
relação a adoção dos livros, cabendo a FAE a continuidade desse processo, em
conjunto com secretarias de educação estaduais, municipais, do Distrito Federal
e territórios, compreendendo a seleção final, aquisição e distribuição das
obras às escolas da rede pública de ensino, além acompanhar e controlar o PNLD.
Em 1996, os livros inscritos no PNLD passam a ser submetidos
a uma avaliação pedagógica – processo que foi sendo aprimorado ao longo dos
anos até apresentar características, conforme é aplicado atualmente.
De fato, somente após a década de 1990 podemos observar uma
atuação mais participativa por parte do MEC nas ações de discussão quanto à
qualidade do livro escolar.
Em 1993, por exemplo, com o “Plano Decenal de Educação Para
Todos”, presente ministério assumiu paralelamente ao aprimoramento e
distribuição dos livros didáticos, capacitar os/as professores/as para
avaliação e seleção dos materiais utilizados, a fim de aperfeiçoar a qualidade
do livro, formando ainda, uma comissão de especialistas encarregados de avaliar
as amostras mais solicitadas pelos/as professores/as e estabelecer critérios
avaliativos para futuras aquisições.
Em relação à descentralização, temos dois estados que optaram
por realizar o PNLD de forma descentralizada: Minas Gerais11
e São Paulo, destacando-se então, que o processo de descentralização destes
dois estados ocorreu logo na primeira avaliação do PNLD (1996).
Para os demais estados, as obras a serem adquiridas passariam
por um processo de avaliação sistemático e contínuo, por comissões
estabelecidas por área de conhecimento, que elaborariam critérios avaliativos
discutidos com editores e autores/as.
Entre os critérios ditos eliminatórios, encontramos aqueles
que se referem à exclusão de livros que contenham expressões de preconceito de
raça, origem, sexo, credo, ou que apresentassem erros conceituais graves
relativos à sua área de conhecimento.
A avaliação do ano de 1996 – que serviria para a seleção do
PNLD/1997 gerou quatro categorias classificatórias para as obras:
Excluídos: livros
que apresentem erros conceituais, desatualização, preconceitos, etc.;
Não-recomendados:
são aqueles que apresentam insuficiências conceituais que venham a comprometer
sua eficácia pedagógica;
Recomendados com
ressalvas: embora apresentem algumas insuficiências, essas obras possuem
qualidades mínimas que viabilizam sua indicação;
Recomendados:
atendem satisfatoriamente os requisitos, não apenas em relação a princípios
comuns, mas também aos critérios mais relevantes para sua área.
Os resultados do PNLD/97 foram encaminhados às editoras por
meio de um laudo técnico de cada obra excluída ou não recomendada.
No campo do consumo a divulgação se deu por meio de um
intenso debate na imprensa e pela publicação de um Guia de Livros Didáticos, no
qual foram listados todos os livros recomendados
(63 simplesmente recomendados e os 42 recomendados com ressalvas, total de
105 títulos), o que possibilitou aos professores/as escolher a obra mais
adequada com seus pressupostos pedagógicos e às características de seus/as
alunos/as.
Nessa ocasião, poderiam optar por escolher um livro não
recomendado (um total de 281 obras) que seguiria com a lista dos aprovados pelo
programa; só não seria possível à escolha de obra excluída (80 títulos ao todo).
A FAE, neste mesmo ano foi extinta, passando a
responsabilidade de coordenação pelo PNLD para o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao MEC responsável pela
captação de recursos financeiros destinados a melhoria da qualidade da educação
em nível nacional12.
O programa, assim, é ampliado e o Ministério da Educação
passa a adquirir volumes para todos/as os/as alunos/as de 1º a 8º série do
ensino fundamental. Nota-se ainda a introdução de uma nova categoria de
classificação – os livros recomendados
com distinção, ou seja, obras que se destacam por propostas elogiáveis,
criativas e instigantes, em comparação aos critérios avaliativos padrões.
Houve também modificações nos Guias de Livros Didáticos, que
passaram a conter resenhas dos livros recomendados
com distinção, simplesmente recomendados
e ou recomendados com ressalvas.
Os não-recomendados
eram mencionados, apenas no final do guia.
Em 1999, pela primeira vez, os livros destinados ao Ciclo II
do ensino fundamental integraram essa avaliação.
Nesse mesmo ano, excluiu-se a categoria não-recomendados e acrescentou-se aos critérios de exclusão os
itens incorreção e incoerência metodológica, com o objetivo
de favorecer a seleção de livros que fossem apropriados ao desenvolvimento das
competências cognitivas básicas (compreensão, memorização, análise, síntese,
formulação de hipóteses, e planejamento).
Ao que toca a distribuição de livros didáticos para a
alfabetização de jovens e adultos, em 1997 a Portaria Normativa nº 9 com vistas
a promover ações de inclusão social e ampliar as oportunidades educacionais dos
estudantes jovens e adultos com idade acima de 15 anos, criou o Programa
Nacional do Livro Didático para Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA), no
âmbito do Programa Brasil Alfabetizado (PBA), que desde 2003 atende a 1.928
municípios que apresentem taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%, sendo
que 90% desses municípios estão localizados na região nordeste.
De acordo com essa Portaria, recebem esse material,
alfabetizandos/as e alfabetizadores/as que se encontram oficialmente
cadastrados em entidades parceiras do PBA. Por entidades parceiras,
compreendem-se as vinculadas ao Ministério da Educação por meio da Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), na execução das
ações do PBA, sejam elas estaduais, federais ou municipais.
O Conselho Deliberativo do FNDE em abril de 2007, por meio da
Resolução nº18 regulamentou, ainda, o PNLA/2008, como um elemento de apoio ao
Plano Nacional de Educação que tem como meta a “erradicação” do analfabetismo e
o progressivo atendimento escolar a jovens e adultos no primeiro seguimento da
modalidade EJA até 2011.
No ano de 2008, conforme dados disponíveis no portal do MEC,
o orçamento para aquisição de livros para o Programa foi de R$ 11,8 milhões.
Contudo, é preciso estar alerta para o entrelace do direito
ao livro didático por parte do estudante jovem/adulto analisando alguns
documentos de âmbito federal que contam na Resolução CD/FNDE nº1 de 2009
(estabelece Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e
Adultos), uma vez que o direito a educação é reconhecido além de um direito de
todos, dever do Estado, sendo mencionado na Constituição Federal de 198813 como um
direito de todos/as cidadãos e cidadãs de todas as faixas etárias14.
A Resolução regulamenta, pois, qualitativamente, a
abrangência deste direito, prescrevendo a necessidade das políticas públicas
atenderem as redes públicas de ensino, contemplando a distribuição de material
didático para alfabetizandos/as e alfabetizadores/as a nível nacional,
reconhecendo a necessidade de prover um material adequado às necessidades de
cada demanda.
Este documento considera, ainda, os propósitos de universalização,
valorização e melhoria do ensino, fundamentados na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação nº 9.394/96 (LDB/96), inclusive citando seu Artigo 4º inciso I15, o dever
do Estado para com a educação daqueles que não tiveram acesso a escola na idade
apropriada, e o atendimento ao educando por meio do programas suplementares (a
exemplo desta pesquisa, o material didático).
Deste modo, o PNLA, fornece obras didáticas que contêm os
componentes curriculares (em consonância com a Resolução) de Língua Portuguesa
e Matemática, em volume único juntamente com manuais aos educadores/as a serem
distribuídos aos coordenadores de turmas, alfabetizadores/as, e tradutores/as e
interpretes da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
As entidades parceiras, assim, deverão manter um cadastro
mensalmente atualizado junto aos sistemas do PBA e PNLD (incluso o PNLA), assim
como as escolas beneficiadas devem estar cadastradas no censo escolar da
educação básica, uma vez que é a partir dos dados do censo que serão contabilizados
o montante de livros a serem recebidos.
Ainda quanto à Resolução, previu-se uma nova avaliação das
entidades parceiras do PBA para os anos de 2010 e 2011, ficando sua execução a
cargo do FNDE com a participação da SECAD e; se estabeleceu as competências
atribuídas a cada uma destas esferas responsáveis quanto à política do livro
didático nacional, sendo elas:
1. FNDE:
encarrega-se de elaborar anualmente em conjunto com a SECAD/MEC, o edital de
convocação do Programa Nacional do Livro Didático para viabilizar o
cadastramento das editoras, pré-inscrição, inscrição e triagem das obras;
disponibilizar os Guias de Livros Didáticos; contratar editoras; acompanhar e
monitorar a produção e expedição dos livros; formular e implementar ações para
a melhoria do Programa.
2. SECAD/MEC: é de
sua competência promover a avaliação dos livros inscritos no Programa Nacional
do Livro Didático; fornecer ao FNDE os dados cadastrais das entidades parceiras
e escolas; monitorar o processo de escolha das obras que integrarão esse
programa; informar ao FNDE o número de exemplares a serem adquiridos; elaborar
o Guia dos Livros Didáticos para a Alfabetização de Jovens e Adultos a serem
distribuídos aos professores/as; avaliar o Programa Nacional do Livro Didático
e; formular e implementar ações de aprimoramento para o mesmo.
3. Entidades Parceiras
e Escolas: Cabem as mesmas o registro e atualização dos dados nos sistemas
do Programa; acessar anualmente o Termo de Adesão e definir sua opção de
recebimento ou não das obras registradas; oferecer condições para o gestor
local e todos os coordenadores de turma cadastrados nos sistemas informatizados
específicos, escolha ao menos de dois títulos de editoras diferentes; monitorar
o processo de escolha dos livros, cooperando para o cumprimento do prazo
definido para a escolha das obras a serem distribuídas nos anos de 2010 e 2011;
zelar pela recepção, distribuição e conservação dos livros.
Também em 2009, no mês de setembro, o Conselho Deliberativo
publica uma nova resolução (nº 51/2009), na qual em conformidade com os
documentos mencionados na Resolução nº1, Dispõe sobre o Programa Nacional do
Livro Didático para Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA) e busca agora,
contemplar com obras que abranjam os componentes curriculares de Letramento e
Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática, para instituições
públicas que tenham abertas salas de
alfabetização na modalidade EJA16
e; livros que apresentem conteúdos curriculares de Letramento e Alfabetização
Linguística, Alfabetização Matemática, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências,
Artes, História e Geografia17, para
escolas públicas que ofereçam as séries iniciais
do ensino fundamental na modalidade EJA.
Às escolas que ofereçam os anos finais do ensino fundamental nesta modalidade, serão beneficiadas
com obras que abordem dos componentes curriculares de Língua Portuguesa,
Matemática, Ciências, Artes, História e Geografia e Língua Estrangeira Moderna
– podendo ser inglês ou espanhol. Já instituições de ensino médio, serão
beneficiadas por Obras do PNLD, a partir de resolução específica do FNDE
independentemente da modalidade de ensino (ou seja, as mesmas distribuídas ao
ensino regular).
É importante lembrar, que as obras as quais tal Resolução se
refere, são de caráter consumível, sendo assim, fica de responsabilidade dos/as
educandos/as e educadores/as sua guarda e responsabilidade, sendo isentos de
devolução ao fim do período letivo.
Há nesta resolução também, modificações no âmbito da
distribuição dos materiais: a escolha e distribuição ocorrerão em caráter
trienal, conforme o total de matrículas, mas às matrículas adicionais, haverá
reposição anual.
Como observamos nas Tabelas 1 e 2, o investimento público
diante este recurso para a modalidade da EJA é considerável grande (mais de 18 milhões
de reais), no entanto, esse valor representa apenas 2,8% de todo investimentos
destinados à todas as etapas e modalidades da educação básica; o número total
de livros adquiridos representa apenas 1,8%, de todos os exemplares e; a
tiragem média do total de livros produzidos acaba por não atender a nem 1% do
total de jovens e adultos analfabetos ou com escolaridade incompleta. Ao mesmo
tempo, sabe-se que estes livros não chegam às mãos destas pessoas, uma vez que
também não estão na escola, via inconsistência do sistema político educacional
para esta modalidade18.
Tabela 1 - Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional do Livro Didático -
Alfabetização de Jovens e Adultos 2009. Valores Negociados.
Editora
|
Tiragem
Total
|
Títulos
Adquiridos
|
Tiragem
Média
|
Cadernos
Tipográficos
|
R$
Cadernos
|
R$
Exemplar
|
Valor
Total
|
FTD
|
660.976
|
6
|
110.162
|
13.627.862
|
0,3285
|
6,76
|
4.472.156,65
|
Escala
|
456.800
|
4
|
114.200
|
8.959.241
|
0,3485
|
6,70
|
3.060.736,88
|
Multimeios
|
435.279
|
2
|
217.639
|
7.816.467
|
0,3415
|
6,12
|
2.667.062,04
|
Global
|
341.388
|
2
|
170.694
|
5.965.512
|
0,3535
|
6,16
|
2.105.808,18
|
Positivo
|
205.242
|
4
|
51.310
|
3.013.943
|
0,3690
|
5,41
|
1.111.918,92
|
Base
|
197.477
|
2
|
98.738
|
4.402.034
|
0,3564
|
7,94
|
1.568.646,38
|
Módulo
|
193.892
|
2
|
96.946
|
4.321.880
|
0,3564
|
7,94
|
1.540.043,80
|
Aymará
|
152.802
|
2
|
76.401
|
1.779.779
|
0,4141
|
4,82
|
736.698,26
|
Suplegraf
|
47.077
|
2
|
23.538
|
579.304
|
0,4575
|
5,62
|
265.031,58
|
Imeph
|
45.095
|
2
|
22.547
|
1.040.535
|
0,4540
|
10,47
|
472.194,68
|
Difusão
|
38.232
|
2
|
19.116
|
446.398
|
0,4675
|
5,45
|
208.455,48
|
Scipione
|
36.142
|
2
|
18.071
|
509.285
|
0,4590
|
6,46
|
233.548,26
|
Ática
|
33.375
|
2
|
16.687
|
639.039
|
0,4545
|
8,69
|
109.525,76
|
Educarte
|
33.375
|
2
|
5.269
|
204.811
|
0,5375
|
10,39
|
109.525,76
|
TOTAL
|
2.854.316
|
36
|
79.286
|
53.306.090
|
0,3534
|
6,60
|
18.842.080,80
|
Tabela 2 - Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional do Livro Didático - Agregado
2010. Valores Negociados.
Editora
|
Tiragem Total
|
Títulos Adquiridos
|
Tiragem
Média
|
Cadernos Tipográficos
|
R$
Caderno
|
R$
Exemplar
|
Valor Total
|
FTD
|
25.708.409
|
312
|
82.398
|
370.962.615
|
0,3299
|
4,75
|
122.164.617,17
|
Moderna
|
23.798.876
|
254
|
93.696
|
352.725.825
|
0,3344
|
4,95
|
117.838.167,02
|
Ática
|
21.330.865
|
338
|
63.109
|
333.701.430
|
0,337
|
5,27
|
112.584.824,49
|
Saraiva
|
14.857.665
|
238
|
62.427
|
245.797.723
|
0,3544
|
5,85
|
87.038.120,41
|
Scipione
|
9.032.800
|
260
|
34.741
|
140.266.060
|
0,3577
|
5,54
|
50.130.900,98
|
Positivo
|
7.800.477
|
162
|
48.151
|
101.072.040
|
0,3899
|
5,04
|
39.340.692,81
|
Escala
|
4.272.669
|
114
|
37.479
|
62.688.498
|
0,4488
|
6,57
|
28.111.146,42
|
Do
Brasil
|
2.252.360
|
88
|
25.595
|
32.346.918
|
0,5122
|
7,34
|
16.554.583,92
|
Nacional
|
1.674.820
|
38
|
44.074
|
18.770.856
|
0,5322
|
5,95
|
9.980.598,88
|
SM
|
1.468.667
|
22
|
66.757
|
16.280.831
|
0,5533
|
0,55
|
8.999.901,84
|
Ibep
|
937.365
|
100
|
9.373
|
12.721.767
|
0,6211
|
8,42
|
7.896.153,82
|
Base
|
763.977
|
46
|
16.608
|
9.448.460
|
0,6699
|
8,27
|
6.323.979,15
|
Nova Geração
|
321.278
|
6
|
53.546
|
15.384.070
|
0,6211
|
29,73
|
9.552.973,68
|
Dimensão
|
271.548
|
32
|
8.485
|
2.780.311
|
0,7377
|
7,54
|
2.049.113,45
|
Sarandi
|
128.792
|
10
|
12.879
|
2.232.003
|
0,7211
|
12,48
|
1.608.385,01
|
Fapi
|
67.681
|
2
|
33.840
|
685.936
|
0,6899
|
6,98
|
472.619,03
|
Cia da Escola
|
56.538
|
2
|
28.269
|
2.107.355
|
0,6311
|
23,51
|
1.329.472,28
|
Casa Publica-dora
|
18.640
|
8
|
2.330
|
369.084
|
0,6988
|
13,08
|
243.884,29
|
Aymará
|
7.341
|
6
|
1.223
|
108.998
|
0,7422
|
11,01
|
80.857,03
|
TOTAL
|
114.770.768
|
2.038
|
56.315
|
1.720.450.76
|
0,3617
|
5,42
|
622.300.991,68
|
Com base no
histórico do PNLD, podemos observar que o Programa que surgiu como apoio a uma
política de melhoria na qualidade do ensino e, principalmente, ao que diz
respeito à educação de jovens e adultos, vem sendo usado como elemento de
melhoria notório na qualidade das políticas educacionais no Estado brasileiro
no período atual.
Eloísa Mattos
(2000), explora esta característica, apontando o PNLD como indicador de maior
qualidade, equidade e eficiência na implementação de políticas sociais em
geral, e educacional, em particular.
Sabemos que
para desenvolver uma aula, é necessário que o/a professor/a possa ter como
apoio, materiais de boa qualidade.
A educação de
pessoas jovens e adultas, sobretudo, demanda um olhar para as especificidades
de seu corpo de alunos/as.
A pesquisa nos
mostrou, assim, que ao longo de sua história, o PNLD e o PNLA formaram
políticas que durante sua constituição, abriram espaço para que os/as
educadores/as também pudessem participar do processo seletivo das obras,
permitindo-lhes escolher aquelas mais adequadas a sua realidade
sócio-educativa, além de também, poderem dispor de livros que contribuam para
sua formação no condicionamento a esta modalidade.
CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.
Coleção “Cadernos
de EJA” – material didático de apoio ao aluno/ com orientações deste ao
professor/a.
A Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), vinculada ao MEC,
firmou convênio em 2006 com a Rede Unitrabalho, para a formulação de material
didático a fim de atender a demanda educacional de alunos/as jovens e adultos
para o primeiro (1ª a 4ª série) e segundo segmento (5ª a 8ª série), tendo sido
este possível, através de financiamento advindo do Fundo para o Desenvolvimento
da Educação (FNDE).
A
Unitrabalho formulou presente coleção didática com uma equipe de 25
professores/as universitários/as, apresentando como objetivo “[...] construir
um material pedagógico inovador que demonstrasse em relação a essa modalidade
de ensino, no mínimo, a mesma preocupação e atenção que tem sido dedicada ao
ensino regular” (SECAD/MEC, 2007, p. 6), abordando um tema que fosse
essencialmente importante para atender o cotidiano da população alvo e que, por
sua vez, comportasse a diversidade desses em escala federal. Para tanto,
“trabalho” foi o tema gerador das atividades propostas, articuladas a outros 13
temas diferentes, sendo eles: juventude, diversidade, emprego, globalização,
economia solidária, cultura, tecnologia, trabalho no campo, segurança e saúde,
meio ambiente, mulher, tempo livre, qualidade de vida e consumo.
Esta escolha
está posta de acordo com o seguinte entendimento da Secretaria:
O tema Trabalho
constitui um dos mais importantes elementos de articulação dos conhecimentos
científicos reunidos e sistematizados nos conteúdos escolares com os
conhecimentos do cotidiano, resultantes da experiência de vida dos
trabalhadores e trabalhadoras na sua luta constante pela subsistência, por
melhores condições de vida e pela emancipação de todas as formas de opressão
[...] é também, uma atividade que geralmente está ligada à evasão escolar e
consequentemente, à exclusão dos educandos do ensino regular. (SECAD/MEC, 2007,
p.05).
Compõem-se
assim, 13 cadernos para o/a aluno/a, que comportam uma coletânea de textos de
diferentes gêneros e diversas fontes, destacando-se as narrativas
(contos/crônicas), poemas, letras de musicas, páginas da web, manuais de
orientação, notícias e reportagens de jornais e revistas, história em
quadrinhos/charges, leis e normas, receitas culinárias e literatura de cordel;
13 cadernos para o/a professor/a, sendo estes compostos por catálogos das
atividades, separadas por áreas do conhecimento, além de sugestões para
trabalhar com os textos indicados e; um caderno com concepções metodológicas e
pedagógicas do material adquirido (SECAD/MEC, 2007, p.03).
Dentre suas
características, exposta pelos produtores, que visa reforçar a importância do
papel do/a professor/a quanto ao seu planejamento diário e o percurso formativo
dos/as alunos/as, presente coletânea de cadernos/ material didático, não é
denominado como um “livro didático estrito senso”, pois as atividades não são
organizadas sequenciamente e pré-determinadas.
Apresentam,
no entanto, importantes concepções na construção de suas atividades, pois
procuram:
Estimular a
construção da autonomia e da cooperação, cultivando valores essenciais como a
solidariedade e o respeito às diversidades;
[...] despertar o
interesse de pessoas de diferentes faixas etárias, grupos étnico-raciais,,
culturas regionais e níveis sociais, com uma iconografia dos cadernos que traz
ilustrações, mapas, fotos e infográficos;
Ter um caráter
flexível, cujo uso dependa da opção do professor [...] em função da realidade
em que atual e do nível que sua turma de EJA se encontra;
Promover o diálogo
entre educador e educandos, desafiando este a refletir sobre o mundo em que
vive e incentivá-lo a atuar para transformar sua realidade;
Incentivar uma postura
investigativa e criativa por parte do educador, para que possa reconstruir o
material a partir da sua prática;
Promover a
integração dos vários campos do conhecimento entre si e com a temática do
trabalho (SECAD/MEC, 2007, p.12-13).
Imerso à
construção deste material, foram realizadas Oficinas
Temáticas, em Brasília/DF, apresentando e discutindo com representantes de
35 órgãos governamentais e organizações da sociedade civil que atuam na EJA os
possíveis temas que pudessem ser abordados na proposta deste material e,
posteriormente, mais oito Oficinas
Regionais com Professores/as de EJA, visando coletar sugestões de
educadores/as que se utilizaram da coleção amostral disponibilizada (1.055
professores/as) em respectivas cidades (Goiânia, Salvador, Belo Horizonte,
Belém, Fortaleza, Guarulhos, Santo André e Curitiba).
Realizou-se,
ainda, oficinas com objetivo de divulgação deste material didático para
gestores/as e professores/as da EJA, a fim de capacitá-los quanto à ideologia
da coleção, planejamento e seu uso, conforme solicitação de Secretarias
Municipais e/ou Estaduais de Educação das quais, receberam os respectivos
livros e CD com a coleção pronta para impressão.
Quanto à
abrangência, de acordo com o site oficial da Unitrabalho, é:
[...] inviável
reproduzir uma tiragem da coleção para os cerca de 3,5 milhões de alunos da EJA
do país, sem a certeza de que o material seja realmente aproveitado, [assim] a
opção foi criar a possibilidade para que os municípios e estados, de forma
autônoma, façam a opção de uso e reprodução em função das suas realidades
locais. Alguns municípios estão se consorciando para baratearem o custo de
impressão do material, sendo possível, as secretarias usarem os recursos do
FUNDEB ([...] e recursos do Fazendo Escola/2006), para a reprodução do mesmo. (site UNITRABALHO, 2007).
Sendo que,
todas as organizações listadas a seguir, receberam uma cópia completa deste
material, também com CD: Coordenações Estaduais de Educação de Jovens e
Adultos; Escolas públicas, que ofereceram o ensino fundamental de jovens e
adultos, presencial e semipresencial em 2006, conforme Censo Escolar INEP/MEC;
escolas mantidas por sindicatos, ONGs, fundações e “Sistema S19”, que ofereceram o ensino
fundamental de jovens e adultos em 2006, conforme Censo Escolar INEP/MEC;
Instituições Federais de Educação Tecnológica: escolas agrotécnicas federais,
centros federais de educação tecnológica e Unidades de Educação à Distancia
(UNEDs) vinculadas às Universidades Federais;
núcleos de pesquisa em educação de jovens e adultos das Instituições de Ensino
Superior (IES); fóruns estaduais e regionais de educação de jovens e adultos;
membros da Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos
(CNAEJA).
Coleção “Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos”
– material didático de apoio à formação do/a professor/a.
Esta coleção
tem como principal característica, favorecer a formação do professorado na
modalidade da EJA, proporcionando possíveis subsídios para trabalhar com
atividades especializadas e compreender a realidade em que esse alunado está
inserido.
Na exposição
deste material, a própria Secad/MEC reconhece a precariedade e insuficiência de
cursos de formação inicial e continuada para atender às peculiaridades desta
demanda de maneira qualitativa e, portanto, acreditam que a formulação de um
material de apoio possa, pois, estimular ações neste campo do conhecimento.
O material é
composto por cinco cadernos temáticos que expõem situações práticas/ concretas,
de diferentes experiências de estudantes com educadores/as, a fim de se fazer
perceber visualmente, modelos escolares neste ensino, tendo em seguida,
ampliação teórica quanto às temáticas presentes nestas situações.
O primeiro
caderno (Figura 1) “Alunas e alunos da EJA”, aborda principalmente “[...] o
perfil do público da educação de jovens e adultos, tais como: porque procuram
os cursos, o que querem saber, o que já sabem e o que não sabem, suas relações
com o mundo do trabalho e na sociedade onde vivem.” (SECAD/MEC, 2006, p. 1); o
que a escola representa para este alunado, entendo-a como um espaço de
sociabilidade, de inserção cultural, de contato cultural e do conhecimento do
“mundo letrado” e; valorização dos conhecimentos, dos/as educandos/as já
adquiridos, sendo eles o “saber sensível”.
[...] originado da
relação primeira com o mundo e fundado nas percepções das coisas e do outro
[...] pré-reflexivo [...] sustentado pelos cinco sentidos [...] Olhar, escutar,
tocar, cheirar e saborear são as aberturas para nosso mundo interior. Ler e
declamar poesia, escutar música, ilustrar textos com desenhos e colagens,
jogar, dramatizar histórias, conversar sobre pinturas e fotografias são algumas
atividades que favorecem o despertar desse saber sensível. (SECAD/MEC, 2006, p.
6)
E, o “saber cotidiano” que “[...] se configura como um saber reflexivo,
pois é um saber da vida vivida, saber amadurecido, fruto da experiência,
nascido de valores e princípios éticos, morais já formados, anteriormente, fora
da escola.” (SECAD/MEC, 2006, p.07).
Figura 1 – Caderno 1.
No segundo caderno (Figura 2), denominado “A sala de aula como espaço de
vivência e aprendizagem”, “[...] são apresentadas algumas estratégias capazes
de gerar, desenvolver e manter a sala de aula como um grupo de aprendizagem
onde cresçam os vínculos entre educador/educando e educandos entre si.”
(SECAD/MEC, 2006, p. 1), esclarecendo conceitos advindos da educação popular
que estão diretamente ligados à EJA como o tema gerador, a roda de conversa e a
valorização cultural além de fazer indicações quanto à estruturação de
projetos, sequência de atividades, criação de uma rotina, organização do tempo
e do espaço, estimulando iniciativas grupais.
Figura 2 – Caderno 2.
“Observação e Registro” (Figura 3) é o nome do
terceiro caderno, no qual, expõe a importância desta atividade como continua na
profissão do/a educador/a, ilustrando as funções dos diferentes registros
(advindos da observação), pertinentes na sala de aula com jovens e adultos,
sendo estes: projetos, atividades de aula, desenvolvimento de um tema,
reflexões do/a próprio/a professor/a sobre seu fazer pedagógico, das produções
dos/as alunos/as, dos conhecimentos construídos pelos/as alunos/as na “escola
da vida”, do perfil, percursos e aprendizagens dos/as educandos/as e reflexões
sobre a prática pedagógica como educador/a (SECAD/MEC, 2006, p.06).
Figura 3 – Caderno 3.
O quarto caderno (Figura 4) tem proposta semelhante ao terceiro,
delegando valores a algumas atividades vistas como necessárias na prática
profissional diária em sala de aula, sendo estas, “Avaliação e planejamento”.
Assim, se introduz conceitualmente essas atribuições, declaradas como
necessárias e totalmente dependentes, entre si em todo ano letivo, de acordo
com o seguinte entendimento: “[...] Avaliação e planejamento se unem à prática
pedagógica numa relação contínua. O(a) professor(a) avalia para planejar,
planeja para atuar junto aos alunos, para voltar a avaliar, novamente planejar,
novamente atuar,... numa onda sem fim” (SECAD/MEC, 2006, p.03).
Figura 4 – Caderno 4.
No último caderno, “O processo de aprendizagem dos alunos e
professores”, apresenta-se “[...] orientações e discussões relativas à teoria
do conhecimento: como os alunos aprendem e como os professores aprendem ensinando.”
(SECADA/MEC, 2006, p.05), entendendo este processo, advindo em mão dupla, não
restringindo o potencial dos saberes sensíveis e cotidianos do/a educando/a que
ensinam o/a educador/a de um lado e; os saberes da cultura letrada e
conhecimentos científicos a serem transmitidos ao alunado de forma
contextualizada, na outra via.
Característica esta, advinda da concepção democrática do conhecimento,
que é elucidado em paralelo com as concepções “tradicionais”, expostas neste
quinto caderno da coleção.
Figura 5 – Caderno 5.
Todo esse material, que denota essência reflexiva para a formação do
professorado, foi elaborado pela Secad, da qual, Vera Barreto20 foi respectiva coordenadora
do processo de seleção dos conteúdos e edição, contando conjuntamente com a
equipe da Secretaria para suporte e apoio desta produção.
Quanto à distribuição deste recurso didático de apoio à formação, de
acordo com o site oficial da Secad21,
“[...] foram distribuídos 48 mil kits contendo 240 mil volumes. O conteúdo dos
cadernos está em 6.100 CDs-rom [...] [enviados] aos 27 secretários e aos 27
coordenadores estaduais de EJA; aos 3.733 secretários municipais de educação
que têm oferta de educação de jovens e adultos em suas redes e; aos 1.830
municípios que ainda não têm EJA.”, sendo que todos os cinco cadernos
encontram-se também disponíveis on-line, neste mesmo site da Secretaria e no
site do Fórum Nacional da EJA22.
Coleção “É
só o começo” – material didático literário de apoio ao aluno/a.
Esta coleção é composta por livros de cunho literário, com redação adaptada
para “novos leitores”, ou seja, os recém-alfabetizados e/ou estudantes até o
segundo ciclo do ensino fundamental regular e da EJA, tendo com objetivo dar
suporte, “[...] principalmente [a] adultos com pouca experiência de leitura”,
assim descrito pela editora L&PM.
Foram editados23, seis títulos nacionais,
sendo eles: “O cortiço”, de Aluísio de Azevedo; “O Guarani”, de José de
Alencar; “O Alienista”, de Machado de Assis; “Triste fim de Policarpo
Quaresma”, de Lima Barreto; “A escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães e;
“Garibaldi & Manoela: uma história de amor”, de Josué Guimarães. Além de
três títulos estrangeiros: “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes; “Romeu e
Julieta”, de Willian Shakespeare e; “Robinson Crusoé”, de Daniel Defoe.
Os próximos lançamentos a serem publicados, ainda para o primeiro
semestre de 2010 são: “O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson;
“Hamlet”, de William Shakespeare e; “Frankenstein”, de Mary Shelley (Figura 6).
Figura 6 – Obras da coleção “É só o começo”.
A seleção das obras, segundo o professor Luís Augusto Fischer24, da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul25, supervisor, relator
crítico e revisor desta coleção, foi embasada na escolha de:
[...] romances (e uma peça de teatro) clássicos, quer dizer, que já
passaram pelo duro critério do tempo e continuam a fazer sentido para milhares
de leitores a cada nova geração. Além disso, mais especificamente, escolhemos
livros cuja força estava no enredo e nos personagens, não no trabalho da
linguagem, porque nos permitem, até certo ponto, simplificar o jeito de relatar
a história, sem impor perdas substantivas a aspectos poéticos. Livros de
intenso e “inventivo” trabalho de linguagem, como “Ulysses”, de James Joyce, ou
“Grande sertão: veredas”, de Guimarães Rosa, perderiam demais se o plano das
palavras fosse muito alterado; ao contrário, boas histórias como “O Guarani”,
de Alencar, ou “Robinson Crusoé”, de Daniel Defoe, mantêm interesse mesmo
quando reproduzidas de modo mais sintético (sic, FISCHER, 2010).
Todas essas edições passaram pelos seguintes critérios, no processo de
seleção e adaptação textual, compondo como principais características26:
Apresentação dos personagens, o resumo da história, uma breve biografia
do autor;
Ao final do texto, encontramos questões para orientar a interpretação da
leitura e estimular o debate da história com outras pessoas e; indicações de
livros, filmes e sites relacionados ao tema lido, com o objetivo de ampliar o
estudo, de modo a contextualizar a narrativa de forma mais global;
O texto e a linguagem com adaptações linguísticas (supressão ou mudança
de pronomes, desdobramentos de orações e preenchimento de sujeitos) e
literários (desdobramento de parágrafos, eventual reordenação de capítulos e
informações e ênfase na caracterização de personagens);
Cada livro tem entre 900 e 2,5 mil vocábulos diferentes;
Ilustrações de Gilmar Fraga, Edgar Vasques e Nelson Jungbluth.
Há ainda, a previsão de publicação de um material para os/as
professores/as, a ser acompanho nas futuras edições e também disponibilizado
separadamente, formulado pelo próprio Fisher, apresentando como principal
característica, através de contextualizações das obras, e teorização da
importância da leitura, para impulsionar este profissional a divulgar literatura
a seus/as alunos/as.
O preço comercial de cada edição (livro adaptado) está 12 reais.
Não foram encontrados, contudo, informações no que tange à distribuição
gratuita deste material para escolas públicas que comportam educação
fundamental e EJA.
Ao mesmo tempo, sabe-se que através do Programa Nacional da Biblioteca
Escolar (PNBE), criado em 1997, que permanece atualmente com o principal
objetivo de ampliação de obras literárias a bibliotecas de instituições
educacionais da educação básica, incluindo aquelas com classes de EJA, esta
coleção, que privilegia a demanda de jovens e adultos pode ser incluída na
seleção este ano, organizada pelo governo federal.
Coleção
“Alfabetização de Jovens e Adultos – Multimeios” – livro didático (e outros
recursos multimídia) ao aluno/a com suporte para o/a professor/a.
O Instituto Paulo Freire (IPF), em parceria com a Escola Multimeios,
formulou uma coleção de materiais didáticos denominada “Alfabetização de Jovens
e Adultos” a serem ministrados no projeto “Alfabetização Multimeios”, que
segundo informações do site oficial do IPF27,
já foi implantado no estado do Paraíba, tendo alfabetizado mais de 80.000
educandos/as até o ano de 2003, e agora, está presente no estado do Maranhão.
O objetivo geral deste projeto é “[...] contribuir para a diminuição do
analfabetismo no [...] oferecendo espaços de formação a educadores [e
educadoras] de jovens e adultos numa perspectiva emancipadora e promotora da
justiça socioambiental e cultural.” (IPF, 200628),
promovendo ações contínuas de avaliação, planejamento e encaminhamento de
processos que dêem suporte qualitativo à alfabetização.
Assim, em consonância com o projeto, a coleção didática prima pela
solidificação dos princípios teóricos de Paulo Freire, expostos nas propostas
de atividades embasadas em experiências concretas.
O IPF, no processo de alfabetização, vê, ainda, como necessário a
utilização de diferentes tecnologias de informação e comunicação, acreditando
que os/as educandos/as devem conhecer.
[...] para além dos
códigos de leitura e de escrita da linguagem impressa. Na era da informação e
da tecnologia, impregnada pelo visual, pelo auditivo, pela cultura digital, a
leitura do mundo precisa apropriar-se de múltiplas linguagens. Precisamos ser
sujeitos das mesmas. Nesse processo, além dos conteúdos específicos, a ética, a
cidadania, a inter-culturalidade e a discussão dos valores, são
imprescindíveis. (MULTIMEIOS, 201029)
Portanto, o
material é composto por uma coletânea do/a alfabetizando/a, composta por 21
temas, subdivididos em quatro livros (Figuras 7, 8, 9 e 10) e que se articulam
às disciplinas de língua portuguesa, matemática, ciências, história e geografia
e principalmente, à realidade social, econômica, cultural do/a educando/a. As
temáticas são:
a) “Eu e o mundo da leitura e da
escrita”. Objetivos: fazer o/a
aluno/a descobrir o quanto já sabe; desafiando-o a construir novos saberes;
observar as escritas que estão ao seu redor; ampliar o seu conhecimento e
desenvolvendo a capacidade respondendo aos desafios que serão propostos. [...]
Tema 1 - Tempo de
recomeçar: fala da importância da leitura e da escrita na emancipação de
cidadãos e cidadãs [...];
Tema 2 - Escritas
por toda parte: inicia o processo contextualizado da leitura e da escrita a
partir do seu significado e de sua função social;
Tema 3 - Os
números... E se eles não existissem?: Introduz o estudo da matemática, não
como um fim em si mesma, mas aplicada à compreensão do mundo. [...]
b) “Eu e o mundo do trabalho e do
conhecimento”. Objetivos: propor reflexões crítica acerca do mundo do
trabalho e do conhecimento, partindo do conhecimento pessoal, da identidade, da
constituição de cada um como cidadão na busca de melhores condições de vida e
de trabalho. [...]
Tema 4 - O que me identifica: fala da constituição da identidade pessoal
e coletiva. Mostra que os aspectos físicos e emocionais marcam a identidade
pessoal enquanto que as manifestações sócio-culturais, dentre outros aspectos,
nos identifica como povo e nação;
Tema 5 - Todo mundo tem um nome: apresenta o nome com a primeira marca de
identidade [...]; Tema 6 - A importância
dos documentos: reflete sobre a importância dos documentos, sua utilidade e
obrigatoriedade;
Tema 7- O mundo do trabalho: analisa o mundo do trabalho a fim de
promover o conhecimento da legislação que assegura os direitos do trabalhador e
discute a questão do desemprego no Brasil [...]; Tema 8 - A importância do ato de estudar: busca resgatar a
importância dos estudos e elucida os índices de analfabetismo e diferentes
programas de Alfabetização se propõem a diminuir essa estatística;
Tema 9 - Escola da vida: coloca o saber popular em evidência a fim
de valorizar o conhecimento de vida de cada educando.
c) “Lendo o mundo para
transformá-lo”. Objetivos: sugere a leitura do mundo a partir da observação
de imagens e de palavras, sem idealização ingênua, mas dialogando sobre as
profundas contradições das sociedades humanas. [...]
Tema 10 - Leitura de Imagem: convida os educandos a observar imagens
sob diferentes pontos de vista a fim de problematizar a realidade [...];
Tema 11- Leitura de mapas: propõe conhecer melhor os elementos
presentes em um mapa, saber se localizar, entender o que é visão vertical,
índice de desenvolvimento humano, quantas e quais são as regiões geográficas do
Brasil e quais são os estados que as compõem;
Tema 12 - Tecnologia e desenvolvimento no
campo: Procura mostrar a
importância das novas tecnologias aplicadas a serviço do desenvolvimento no
campo, apresentando experiências envolvendo trabalho cooperativo [...];
Tema 13 - O direito à terra: mostra as questões relacionadas ao direto
à terra;
Tema 14 - Contraste nas grandes cidades: aponta os contrastes das cidades grandes e
mostra que os problemas nelas enfrentados podem ser minimizados com ações
solidárias e cooperativas;
Tema 15 - O direito à moradia: aborda sobre carências habitacionais,
êxodo rural, população de rua e aponta algumas das alternativas existentes para
a conquista desse direito [...]
d) “As relações interpessoais e
redes de comunicação”. Objetivo: promover a reflexão sobre a importância
dos temas abaixo na busca de qualidade de vida, entendendo este conceito como
valorização da amizade, da solidariedade e da felicidade como ação coletiva.
[...]
Tema 16- Amigos e amigas de fé: fala do valor da amizade e das qualidades
de um verdadeiro amigo [...];
Tema 17 - Solidariedade: participação e
mobilização coletiva: mostra que a
solidariedade é entendida como mobilização e participação coletiva, apoiada na
força de um povo organizado em prol de melhorias [...];
Tema 18 - Felicidade: alegria
de conviver: mostra que as coisas simples da vida podem ser verdadeiros
mananciais de felicidade e devem ser valorizadas, trabalhando com músicas,
poemas e outras manifestações artísticas;
Tema 19 - O mundo da comunicação: apresenta diferentes textos informativos
(cartazes e jornais) e mostra a variedade de recursos utilizados para a
comunicação entre as pessoas [...];
Tema 20 - De olho na TV: propõe uma reflexão crítica da televisão
através da análise das informações que ela veicula;
Tema 21 - Rever, avaliar: convida educandos e educandas a avaliar o
percurso de seus estudos e sugere a avaliação da própria vida. (sic,
MULTIMEIOS, 200530)
Figura 7 – Livro 1.
Figura 8 – Livro 2.
Figura 9 – Livro 3.
Figura 10 – Livro 4.
Já o livro do Alfabetizador (Figura 11), tendo como objetivo, auxiliar
na formação do professorado quanto ao entendimento de sua prática imerso na
educação de jovens e adultos, sob as concepções freirianas, traz uma capitulo
com “Orientações Pedagógicas” e dez artigos de estudiosos no campo pedagógico e
teórico desta modalidade de ensino, sendo eles:
“Um cenário possível da educação de jovens e adultos no Brasil”, de
Moacir Gadotti;
“O educando da educação de jovens e adultos”, de Maria Alice de Paula
Santos;
“O método Paulo Freire”, de Sonia Couto;
“A construção da leitura e da escrita”, de Maria José Vale Ferreira;
“Leitura do mundo em Paulo Freire”, “Temas geradores”, e “Princípios de
convivência”, de Ângela Antunes;
“Planejamento dialógico, projeto político-pedagógico e proposta
pedagógica da escola: desfazendo nós, apontado caminhos”, e “O "Círculo de
cultura" na perspectiva da intertransculturalidade”, de Paulo Roberto
Padilha
“Avaliação dialógica”, de Luiza Helena da Silva Christov.
Figura 11 – Livro do Alfabetizador.
Esta coleção, além disso, é formada por um “Almanaque” (Figura 12),
disponibilizado ao educando/a, com 100 referências/ palavras, expostas em forma
de artigos, crônicas, imagens, poesias, jogos e adivinhações.
Opcionalmente, há o mesmo Almanaque, contudo, sonoro, que de acordo com
os temas, pode-se trabalhar com suas referências expostas de diferentes
recursos literários, lendo e ouvindo.
Figura 12 – Almanaque para o/a aluno/a.
Além disso, o/a educador/a poderá dispor para trabalhar em sala de aula,
uma “Série Televisiva”, composta por 17 episódios com 8 minutos de duração cada
um, apresentando linguagens:
[...] que retratam
situações do cotidiano, instigando as personagens a encontrar soluções para os
desafios. Na série, os educandos acompanham o dia-a-dia de três brasileiros: a
Luzia, bordadeira de mão cheia, que criou a filha, os netos e, de ponto em
ponto, tece o seu futuro; o Anderson, que vive correndo, pedalando depressa
rumo ao conhecimento; e o Zé Carlos, sempre pronto a ajudar os dois.
(MULTIMEIOS, 200631).
E, para
beneficiar educandos/as que às vezes não conseguem se deslocar à escola, muitas
das aulas são transmitidas pelo “Programa de Rádio”, no qual nestas “[...]
transmissões radiofônicas, o aluno é orientado a realizar as atividades durante
e após a apresentação dos programas.
Os temas
partem sempre de uma história, música, poema, relatos de experiências vividas
pelos alunos ou entrevista.
A série é composta
de 42 programas radiofônicos, com cerca de 30 minutos de duração cada um”
(MULTIMEIOS, 200632).
Todos estes
recursos são disponibilizados e por vezes, ampliados, de acordo com as
necessidades especificas de cada região e grupo de educandos/as atendidos no
programa, por exemplo, no Maranhão (local de na atual vigência do projeto),
através de parcerias com as rádios locais, à transmissão temática do curso de
alfabetização ocorre duas vezes por semana, e visto a precariedade estrutural
de algumas escolas atendidas muitas delas receberam, via contribuição do
Estado, um aparelho de DVD, a fim de propiciar a utilização, em aula, dos
recursos multimídia, devendo este, ser devolvido ao fim da formação da turma.
Programa “Sim, eu posso”.
O programa
“Sim, Eu Posso”, tradução de “Yo, Si Puedo”', foi elaborado pelo Instituto
Pedagógico Latino Americano y Caribenho (IPLAC) de Cuba, com a finalidade de
“erradicar” o analfabetismo no país, e que por sua vez foi estendido a outros
países da América Latina como Haiti33,
Equador, Bolívia, Argentina, Timor Leste, Nicarágua, Venezuela34, Brasil, entre outros.
Segundo site35 da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), o programa também já foi utilizado no Canadá, Espanha e
Islândia. Foi, assim, “[...] editado em 13 idiomas, sendo que nos anos de 2002,
2003 e 2006, recebeu o prêmio Rey Sejong, instituído pela UNESCO em 1989, em
prol da erradicação do analfabetismo no mundo” (UFPB, 2007).
No Brasil,
as atividades foram iniciadas no Piauí, em 2003, e tiveram iniciativas pequenas
e focais nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Maranhão, Rio de
Janeiro, Pará e Paraná vide parceria com o Movimento dos Trabalhadores
Sem-Terra (MST), e foram oficialmente adotadas por governos municipais a partir
de março de 2010, sendo a capital João Pessoa, a pioneira a investir neste
“método cubano”.
O nome do
programa, segundo seus coordenadores, visa provocar esperança, afirmação (Sim),
crença em sua individualidade (Eu), e motivação (Posso), visto que:
[...] foi produzido
num contexto de luta pelo poder político e cultural em Cuba. Tendo conquistado
o poder do Estado, o governo popular cubano organizou um projeto de massa para
elevar o patamar cultural e político da população. No âmbito da educação, foi
criada, em 1959, uma Comissão para alfabetizar os cidadãos. Portanto, antes de
assumir o caráter de “método”, o Programa de alfabetização de jovens e adultos
foi aplicado entre as tropas cubanas. Dado o êxito do empreendimento,
decidiu-se fazer do “método” uma política do Estado que pudesse atingir toda a
população analfabeta. Hoje é fato que desde a década de 1960 o território
cubano foi considerado livre do analfabetismo. De imediato, apareceu uma
dificuldade para a realização do Programa: a carência de textos que retratassem
o novo contexto histórico cubano. Face isso, foi produzida a Cartilha
Venceremos: Alfabetizemos.
A professora
doutora aposentada da UFPB, estudiosa quanto à educação de jovens e adultos,
Maria Salete Van der Poel, participou do Fórum Estadual do Estado da Paraíba36 e conclamou a descrição de
algumas características do programa advindas deste contexto revolucionário.
O Programa,
dispondo como materiais, um manual para o monitor/professor, uma cartilha ao
aluno/a e em torno de 10 vídeos temáticos37,
faz Poel declarar que:
A prática de
alfabetização foi centrada numa perspectiva analítico-sintética. No caso,
iniciava-se com uma oração que continha uma palavra-chave. Destacava-se essa
palavra, selecionava-se uma de suas unidades silábicas, que, posteriormente,
era decomposta em sua família. Depois disso, a partir do conjunto das sílabas
estudadas, formavam-se novas palavras. A primeira lição tratava da reforma
agrária. A palavra-chave era REFORMA e a sílaba MA.
E, a metodologia de “[...] associação entre letras e algarismos foi
utilizada por José Marti, que criou um código durante a guerra a fim de se
comunicar sem ser descoberto pelas tropas inimigas [...] Em síntese, as vogais
eram associadas aos algarismos de 1 a 5 e às consoantes, aos de 6 a 24” (sic,
POEL, 200738).
Para a cartilha, esta associação está imersa à sequência de um diagrama,
com cinco quadrados, contidos na Figura 13 abaixo (em azul).
Já a sequência de atividades segue uma lógica de ouvir e escrever, ouvir
e ler, completando respectivamente as letras que estão sendo aprendidas (última
linha de quadros na Figura 13).
Figura 13 – Página 1, cartilha “Sim, eu posso”39.
O tempo de duração do programa gira em torno de sete a 14 semanas (mais
ou menos três meses e duas semanas), do qual são realizados por monitores,
orientados a seguir um manual vinculado, descrito da seguinte maneira: “[...] o
trabalho do Monitor – que não precisa ser um profissional da educação é
favorecer o processo de aprendizagem.
É um vinculo fundamental entre a aula televisiva e o alfabetizando,
garantindo atenção individualizada aos participantes.” (Programa “Sim, eu
posso”, s/d, p. 5), em uma turma que não ultrapasse 15 alunos/as.
Na versão atual do programa, que recebeu apoio da Universidade Estadual
da Paraíba (UEP) e da Secretaria de Educação e Cultura (Seduc), no dia 19 de
maio de 2010, foram entregues 67 certificados aos concluintes do curso de aulas
exibidas em vídeos, de segunda a sexta-feira, com duração de 1 hora e meia por
noite, somando 45 dias de aulas para cada uma das seis turmas.
Assim, como nesse período, foi finalizada a segunda capacitação,
realizada por coordenadores cubanos a 30 monitores voluntários do MST, estando
previsto assim, a formação inicial de 20 turmas com 10 alunos/as em cada uma40.
Viver,
Aprender – Última edição 2009.
A coleção “Viver, Aprender” publicada pela editora Global e
coordenada por Claudia Lemos Vólvio, foi desenvolvida a partir do ano de 1996
mediante solicitação do MEC e tendo como apoio a Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Quanto a sua elaboração, teve a participação da Ação
Educativa41, atuando
na parte de orientação pedagógica.
Essa coleção surgiu a partir da necessidade de se elaborar um
material que atendesse a um público com características e necessidades
peculiares, ou seja, a educação de jovens e adultos não poderia basear-se na
mesma educação, por exemplo, voltada para as crianças, sendo, portanto
necessária à utilização de uma linguagem, estratégia, conteúdos que fossem
diferenciados das demais, voltada a realidade, aos assuntos que fazem parte do
cotidiano desta demanda.
Para tal, a elaboração do material contou também com o apoio
de educadores/as que atuam nesta área, de forma a utilizar as experiências dos
mesmos com o intuito de ser produzido um material que pudesse corresponder às
necessidades deste público.
Preocupou-se, na sistematização deste material, fazer com que
o/ educando/a além do domínio do código da escrita, também promova o
desenvolvimento da reflexão acerca da mesma, demonstrando, por exemplo, sua
utilização como forma de participação social, e que, portanto, consiste em um
instrumento essencial para o exercício da cidadania.
A disciplina de Matemática, por exemplo, não tem como
finalidade a memorização de números ou fórmulas; pelo contrário, há a tentativa
de se buscar fazer uma associação entre os conteúdos de matemática com o que
vivenciado pelos/as educandos/as no cotidiano.
No que se refere aos conteúdos, são compostos por temáticas
que visam problematizar questões da realidade, a fim de possibilitar ao
educando o desenvolvimento, tanto da reflexão quanto da ação, ou seja, fazer
com que o educando não somente pense sobre essas problemáticas que envolvem o
cotidiano, mas também que procure uma solução para as mesmas.
A coleção aborda, ainda, outros temas como a diversidade
cultural existente entre o povo brasileiro e o mundo do trabalho, tanto do
campo quanto da cidade.
Ao ser abordado, por exemplo, o tema sobre o trabalho, é
também tratado, a questão de como foram constituídos os direitos trabalhistas
ao longo da história e qual foi o papel do Estado durante esse processo.
Quanto à temática que envolve a cultura e sua formação a
partir de contribuições de várias tradições, enfatiza que toda cultura é
importante e que os próprios educandos/as fazem parte deste processo de
produção de cultura.
O tema sobre a biodiversidade do planeta, que também é
explorado em um dos livros, apresenta como conteúdo, por exemplo, as
consequências da ação humana sobre o meio ambiente.
A coleção atual, por fim, é dividida da seguinte forma:
a) 1° seguimento,
que corresponde ao 1° ciclo do ensino fundamental, é composto por quatro
volumes cujos temas estão articulados as diferentes áreas do conhecimento, ou
seja, é interdisciplinar.
Em língua portuguesa
são desenvolvidas não somente atividades voltadas à iniciação a leitura e a
escrita, como também a produção de texto.
Em matemática,
são trabalhados conteúdos como os números e as operações.
Há ainda, as
disciplinas de Artes e Ciências Humanas pelas quais são abordados temas como
sexualidade, identidade, diversidade cultural, direitos humanos, saúde e
sociedade.
b) 2° seguimento, que corresponde ao 2° ciclo do ensino fundamental, é composto pelo livro do/a educando/a,
outro contendo um roteiro de atividades e o último pelo livro do/a professor/a.
O mesmo possui
dois formatos, o primeiro é composto por 11 livros das respectivas disciplinas:
Língua Portuguesa (volumes 1 e 2); Matemática (volumes 1 e 2); Língua Inglesa;
A Cidade e o
Urbano no Mundo Atual; Tecnologias e Sociedade no Brasil Contemporâneo;
Ver palavras,
Ler imagens;
Para Entender o
Negro no Brasil de Hoje: História, Realidades, Problemas e Caminhos;
Saúde e
Qualidade de vida; Trabalhadores em Movimento: Desafios e Perspectivas.
Já a outra
versão, denominada Coleção Integrada, é composta por quatro volumes.
A diferença
entre as duas versões, é que na versão integrada contem a indicação das séries
para as quais os conteúdos devem ser dirigidos.
Como por
exemplo, os volumes 5 e 6, os quais atendem a alunos/as da 5° e 6° séries do
ensino fundamental do 2° ciclo contêm Língua Portuguesa, Introdução à Língua
Inglesa, Matemática, Ciências Humanas (Cidades, Trabalhadores), Ciências
Naturais (Saúde e Qualidade de Vida) e Arte e os volumes 7 e 8, respectivamente
dirigidos à 7º e 8ª série, apresentam conteúdos de Língua Portuguesa, Língua
Inglesa, Matemática, Ciências Humanas (Questões étnico-raciais, Tecnologias),
Ciências Naturais (Saúde e Qualidade de Vida) e Arte.
CONCLUINDO.
Como vimos,
a temática quanto ao uso de livros didáticos no cotidiano educacional provoca
muitas questões, visto ponderamentos quanto à necessidade do livro, em que
contexto, qual sua proposta e forma de utilizá-lo.
Os
argumentos contrários sob este recurso (é um material limítrofe, perpetua
estereótipos, etc.), podem por vezes, desconsiderar materiais ricos em
orientações e metodologias de apoio aos professores/as e alunos/as.
Ao mesmo
tempo, torna-se responsabilidade do/a professor/a verificar quais serão os
livros/ materiais adequados para trabalhar com seu alunado (de características
específicas), realizando análise e selecionando estes, que devem estar
articulados a um processo de formação.
Esta
necessidade, portanto, transcende a lógica política em dois aspectos: o
primeiro, no que tange em também responsabilizar o Estado de “avaliar” os
livros/ materiais didáticos que já compõem a rede editorial, classificando-os
de acordo com suas prescrições metodológicas e de conteúdo, para diferentes
realidades nacionais de diferentes alunos/as; o segundo refere-se à produção
desse material, também por parte do governo, caracterizando, pois, ser de sua
responsabilidade, formular orientações didáticas, além de publicar e distribuir
gratuitamente um contingente significativo desse material didático público.
Assim
funciona, pois, o PNLD, política que qualitativamente, a partir de 2003, insere
todos os níveis e modalidades de ensino, a serem beneficiadas, com o programa
de produção, avaliação e distribuição de livros didáticos às escolas públicas.
Sabendo, deste modo, que “O estudo sistemático do contexto legislativo e
regulador, que condiciona não somente a existência e a estrutura, mas também a
produção do livro didático é condição preliminar indispensável a qualquer
estudo sobre a edição escolar” (CHOPPIN, 2004, p. 561), a descrição histórica
deste programa nos permitiu elucidar presentes considerações quanto a sua
formulação, atendimento e continuidade:
1. Quando da sua criação, através da Resolução
nº 18/70, até 2003, observamos dificuldade de alinhar fidedignamente uma
política, no que tange, por exemplo, em elencar um órgão responsável pela
gestão do programa, (visto modificação neste período).
2. É apenas no século XXI que nota-se o
reconhecimento do direito à educação, com um programa próprio de produção e
distribuição do livro didático (PNLA) a uma parcela da população, que há
décadas sofre com a marginalização nas políticas educacionais – a pessoa jovem
e adulta.
O grande
desafio, a partir deste momento, é enriquecer as obras para esta demanda
descaracterizando a infantilização e os usos de materiais de outras séries e
modalidade. Contudo, esta distribuição política de livros/ materiais didáticos,
fica restrito às instituições que
oferecem educação a jovens e adultos, vinculadas ao programa federal Brasil
Alfabetizado.
3. A última Resolução (nº 51/09) regulamenta
o PNLD – EJA, portanto, estende o direito à educação, uma vez que distingue as
peculiaridades da educação de jovens e adultos, principalmente, quanto ao
currículo.
Para tanto,
retira a EJA como um programa a parte do PNLD, mas a insere neste, integrando-a
numa política da educação básica, com mesma orbita e características
administrativas, e que prescreve indicações quanto aos novos conteúdos dos
quais devem dispor as obras destinadas aos/as educandos/as da EJA para que se
proceda, um ensino de qualidade nesta, de acordo com referenciais teóricos
almejados da área. Deste modo, está posto a distribuição desses, a todas as escolas públicas que oferecerem educação de jovens e adultos,
a partir de seu funcionamento em 2010.
4. Ressaltamos também, positivamente, sobre o
PNLD, a formulação de um Guia do Livro Didático, proporcionando aos/as
professores/as autonomia em suas escolhas, condizentes às características de
seu respectivo alunado.
5. De acordo com os dados atuais das
publicações das obras didáticas, observamos que o número de livros e editoras,
com enfoque em EJA, é crescente, sendo que, se o governo mantiver um sistema
rigoroso no processo de avaliação destes materiais, poderemos vislumbrar
qualitativamente, vantagens em seu uso na sala de aula, caso contrário, com um
“mercado inflado”, o resultado poderá ser inverso.
Ao mesmo
tempo, o PNLD e, por conseguinte, o PNLD – EJA, sendo política pública, também
pode ser um objeto de intencionalidade política (partidária), ou seja, motivado
por diferentes interesses, e olhar critico quanto aos processos que envolverão
a seleção dos livros e esta política, em geral, deve ser monitorado pela
sociedade civil, principalmente, a envolvida no campo da educação.
Quanto aos
materiais já produzidos para a demanda da EJA vislumbramos como há um
contingente vasto para pesquisa e, que ao mesmo tempo, apresenta dificuldade em
sistematização para explorá-lo com riqueza.
Posto isso,
na seleção desses materiais/ coleções de livros didáticos expostos em nosso
trabalho, notamos que algumas apresentam ênfases focais/ abordagens muito
positivas, articulando perspectivas teóricas com objetivo de corresponder às
necessidades do/a educado/a da EJA.
Os materiais
encontrados com estas características foram “Cadernos de EJA” “Alfabetização de
jovens e adultos – Multimeios” e “Viver, Aprender”, que apresentam como tema
gerador ou como temática principal para debates, as relações cotidianas dos/as
estudantes com o trabalho, transcendendo metodologias, apresentando como
intencionalidade promover reflexões emancipatórias postas no “aprender”/ de
transformação e possibilidade de sua atuação no mundo/ de reconhecimento e
valorização, quanto a diferentes funções no mercado de trabalho, etc.
Ao mesmo
tempo, também observamos materiais que dispõem discussões e baseiam-se “em ser”
um suporte para a formação do professorado atuante nesta modalidade, sendo que
foram as coleções “Alfabetização de jovens e adultos – Multimeios” e a
“Trabalhando com a educação de jovens e adultos” que se apropriaram desta
aspecto.
Visualizamos,
ainda, estas mesmas propostas pedagógicas para o atendimento educacional às
pessoas jovens e adultas no texto de Fávero (2007), do qual descreve alguns
materiais didáticos elaborados por dois movimentos, a Central Única de
Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
transcendem os padrões escolares convencionais.
Sendo assim,
a proposta da CUT:
[...] toma como eixo
fundamental o trabalho compreendido como processo histórico de transformação da
natureza e dos próprios homens, os quais em sociedade criam, por múltiplas
formas de sociabilidade, os mais diferentes modos de produção e compreensão da
existência [...] [e compreende] que o conhecimento não pode ser concebido como
algo externo e distante dos sujeitos, apartado das relações sociais que o
constituem [...] (FÁVERO, 2007, p. 43).
Já o Projeto
Político Pedagógico do mesmo, “[...] considera a formação profissional como
parte da educação integral, entendida como processo de auto-formação continuada
que ocorre em todos os espaços sociais” (idem, 2007, p.44).
E, nos
Cadernos de Educação do programa do MST, tem-se como pressuposto apresentar
orientações quanto à formação de educadoras e educadores, compreendendo:
[...] o
planejamento na alfabetização de jovens e adultos que [...] explora os
fundamentos teórico-metodológicos da alfabetização; e, [...] experiências de
planejamento a partir de temas geradores: assentamento, produção, a falta de
participação e a compreensão do processo de luta pela terra, exclusão,
migração, valor da beleza e histórias de vida. (ibidem, 2007, p. 52-53)
Contudo,
algumas abordagens na criação de alguns materiais devem ser questionadas:
caracterizar pessoas jovens e adultas como “neoleitores” (Coleção “É só o
começo”) e disponibilizar a eles/as livros literários adaptados, não estariam
“subestimando” capacidades desses/as educandos/as? Se muitas obras são
caracteristicamente “difíceis”, isso impede a demanda da EJA de entrar
realmente em contato com a literatura nacional e estrangeira, que pertence a um
contexto histórico e possui essas características intrínsecas na linguagem do/a
autor/a?
E, quanto
aos materiais dispostos pelo programa “Sim, eu posso”: até que ponto, materiais
embasados em uma rotina (ouvir-escrever, ler-escrever, etc.), sob uma ótica de
correlação numérica e de letras, em nível de monitoria voluntária e em um curto
período (três meses), pode inferir na dinâmica da população, quanto à
transformação de suas realidades, muitas vezes precárias, subsistentes (público
alvo atingidas pelo programa no Nordeste)?
Assim, no
que se refere aos materiais didáticos destinados a EJA, podemos constatar que
apesar de existir uma variedade de coleções voltadas para essa modalidade de
ensino, a maior parte do alunado, ainda não tem amplo acesso a estes, devido a
uma política de distribuição de livros que, por muito tempo, havia deixado de
lado esses alunos/as e professores/as, somado a muitas produções que não
apresentaram intencionalidades de abrangência significativas, estando todas,
muitas vezes, concentradas em escalas amostrais (exemplo da coleção “Cadernos
da EJA”) e comerciais (exemplo da coleção “É só o começo”).
Outro
agravante refere-se ao número ainda não expressivo de jovens e adultos em
processo educativo, embora o país apresente enorme contingente de pessoas sem
qualquer tipo de escolarização e defasagem idade/série.
Ou seja, a
política de distribuição de livros didáticos de qualidade, deve ser aliada a
uma política para proporcionar acesso deste contingente potencial da população para a educação.
Concomitantemente,
encontramos escolas que possuem EJA e que não dispõem de materiais didáticos
apropriados e, portanto, acabam por se utilizar de livros didáticos destinados
ao ensino regular, descaracterizando e desrespeitando as propostas de
aprendizagem do alunado da EJA.
Nesse
sentido, para essas escolas, numa tentativa de solução “imediatista”, um
material didático de qualidade e específico para a EJA, mais do que um caderno
de atividades e exemplificações metodológicas, também atuaria como norteador da
prática docente na EJA, visto que a maior parte de profissionais que ali
lecionam, não receberam formação adequada sobre o trabalho com essa modalidade
e que, por vezes, é agravado pela ausência de compartilhar momentos conjuntos
com outros/as profissionais em reuniões, em debates, sobre a prática na EJA.
Portanto, o
que mais se evidencia, são trabalhos isolados de acordo com convicções e
métodos próprios, sem articulações formadoras.
Outras
temáticas, portanto, se entrecruzam: capacitação profissional (inicial e
continuada) e condições estruturais para que metodologias que envolvam
compreensão da realidade da demanda, pensamento critico e autônomo.
Ou seja, são
abordagens que também tem como objetivo, promover uma educação de qualidade, o
que na verdade, é a grande busca, a maior luta educacional nacional, que
deveria estar contida em toda política pública.
Qualidade
assim, se articula desde os materiais permanentes de apoio da sala de aula,
como o livro didático, até (e principalmente), ao desenvolvimento deste
material como suporte, recurso pedagógico que favoreça a aprendizagem do
alunado. É esse o debate em questão!
PARA SABER
MAIS SOBRE O ASSUNTO.
BATISTA, Antônio A. G. A avaliação dos livros didáticos: Para
entender o Programa Nacional do Livro Didático. In: BATISTA, Antônio A. G.;
ROJO, Roxane (Orgs.). Livro didático de
língua portuguesa, letramento e cultura escrita. Campinas: Mercado das
Letras, 2003.
BRASIL. Congresso Nacional. Constituição Federal. 1998.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Decreto nº 91.542, de 19 de agosto de 1995.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Normativa nº 9, de 24 de abril de 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CD/FNDE nº 1, de 13 de fevereiro de 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 51, de 216 de
setembro de 2009.
CHOPPIN, Allain. História
dos livros didáticos e das edições didáticas: sobre o estado da arte.
Revista Educação e Pesquisa, Campinas, v 30, n. 3, set/dez 2004.
DI PIERRO, Maria Clara; VOLVIO, Cláudia; ANDRADE, Eliane
Ribeiro. Alfabetização de jovens e
adultos no Brasil: lições da prática. Brasília: UNESCO. 2008, p.139-154.
FÁVERO, Osmar. Materiais
Didáticos para a educação de jovens e adultos. Caderno Cedes, Campinas, v.
27, n. 71, jan./abr. 2007.
GIANSANTI, Roberto. Coleção
Viver, Aprender. São Paulo: editora Global. 2006.
HÖFFING, Eloísa M. Notas
sobre a discussão quanto à implementação de programas de governo: Em foco o
Programa Nacional do Livro Didático. Revista Educação e Sociedade,
Campinas, v.21, n70, abril de 2000.
MUNAKATA, Kazumi. Produzindo
livros didáticos e paradidáticos. Tese de doutorado. Programa de Estudos
Pós-Graduados em Educação: História e Filosofia da Educação, da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. 1997.
SECAD. Caderno
metodológico. Coleção “Cadernos da EJA”. Brasília: SECAD/MEC, 2007.
ZABALA, Antoni. A
Prática Educativa. Como Ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. Capítulo 7 –
Os materiais curriculares e outros recursos didáticos.
Relação de sites utilizados
para consulta da pesquisa.
Texto: Profa. Laís
Abenza Pitombo.
Pós-Graduanda em
Docência do Ensino Superior pelo INEC/UNICSUL.
Artigo 208: [...] VI - oferta de
ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao
educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde. (BRASIL, 1988)
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Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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