Para
entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 3, Vol.
ago., Série 13/08, 2012, p.01-21.
"É
um novo mundo, uma atitude, uma nova perspectiva na relação, entre o professor
e o aluno no ensino superior" (Masetto, 2003:14).
A sociedade do conhecimento exige de todas as partes envolvidas, “as
universidades” e demais instituições de ensino superior, docentes e autoridades
que proporcionem oportunidades de
refletirem sobre a prática da docência visando o desenvolvimento e elaboração
de metodologias inovadoras, exigindo-se cada vez mais que o professor
universitário, ao escolher uma nova metodologia, busque focalizá-la para a
aprendizagem das competências, habilidades e aptidões dos alunos, tendo sempre
como objetivo principal a construção de um conhecimento que sirva de base para
a formação profissional ética, competente e significativa.
A educação universitária deverá romper com paradigmas da educação
tradicional, onde são priorizadas a memorização e a produção de massa, os
professores necessitam atribuir um significado aos conteúdos que são estudados
na sala de aula.
O raciocínio avaliativo realizado de forma compartilhada entre alunos e
professor ensina a ambos a aprender e extrair da avaliação sua riqueza não para
distribuir punições ou recompensas e saem fortalecidos em seus saberes e ganham
voz e vez nos processos de qualificação das instituições.
Surgem os espaços virtuais, criados pela informática, com uma nova
forma de se contatar com a realidade para ser facilitadores das aprendizagens.
Quando o professor usa uma variação de estratégias também para ele o
curso se torna mais dinâmico e desafiador.
Penso que exercitar com os alunos a auto-avaliação, colocando
claramente os objetivos, o aluno identifica quais objetivos ele alcançou,
identifica qual foi seu envolvimento pessoal que facilitou alcançar seus
objetivos, o que dificultou, quais aprendizagens adquiriu nestas atividades,
quais sugestões ele pode melhorar para o próximo trabalho.
Introdução.
Meu ponto de partida foi a preocupação com a questão que para mim é
extremamente relevante, e essencial, "a competência pedagógica dos
professores universitários", como ocorre a formação destes profissionais .
Acredito que o desempenho do educador está relacionado com a dimensão
ética enquanto competência, presente na prática concreta dos educadores.
A competência já revela uma preocupação com o dever ser do desempenho
do educador.
Acreditando que "ser competente" é saber fazer bem o dever.
O saber é fundamental como domínio dos conteúdos e as técnicas para articular
ao contexto dos alunos.
Percebo que a competência não está presente apenas na atuação do
professor, ela deve fazer parte da vida profissional de todos os indivíduos.
Podemos nos perguntar o que é necessário para desempenhar bem o papel
de professor universitário?
O que compete aos professores?
Acredito que seu papel social seja a transmissão e a criação
sistematizada da cultura, como ferramenta de transformação dos homens.
Ao dizer que é uma profissão este sentido vem carregado de “oficio“
(dever, obrigação), a questão de exercício relaciona-se a de atividade.
Defino saber fazer bem, como uma questão que está atrelada a dimensão
técnica e política, que nos remete a pensar que este professor tem o domínio do
que será transmitido juntamente com uma habilidade de organizar e transmitir os
saberes.
Fazer uma
reflexão sobre a importância da competência pedagógica do novo professor
universitário, visando à disseminação e a produção do conhecimento ante a atual
conjuntura, é extremamente necessário.
Promover uma
análise crítica sobre a prática da docência nas universidades e demais
instituições de ensino superior que, em sua grande maioria, ainda, continuam
utilizando práticas conservadoras, com enfoque no professor e no ensino,
contrapondo-se à nova concepção da sociedade do conhecimento cujo enfoque está
no aluno e na aprendizagem, se constitui na tarefa de todos os educadores.
Ética e a Competência profissional.
Numa
mesma cultura pode se constatar valores diferentes e com o decorrer do tempo,
constatamos que todas as culturas possuem seus valores específicos.
Não
é só no campo da moralidade que se encontram os valores, eles existem na medida
que o homem interfere nas realidades.
Quando
qualificamos um comportamento de bom ou mau, estamos aplicando um juízo de
valores no campo da moralidade. No plano da ética a verdade, o belo, o bem, são
conceitos construídos socialmente.
O
homem é um ser simbólico na relação com o mundo, revestido de significados e
valores.
O
comportamento que temos é fruto de diversos papéis que desempenhamos na
sociedade.
Como
seres que somos desempenhamos o que é preciso fazer em cada papel.
Quando
falo em "é preciso", falo em dever que se apresenta nas ações humanas
de uma sociedade.
Somos
seres sociais, portanto, devemos ser.
Podemos
afirmar que em toda sociedade há uma organização especifica do trabalho e da
produção.
O individuo trabalha e consome, aprende e cria,
reivindica e consente, participa e recebe:
a universalidade do ethos se desdobra e
particulariza em ethos econômico, ethos
políticos, ethos social, propriamente dito (Vaz, 1988: 22).
Pode-se
afirmar com base neste parágrafo que cada sociedade constrói seu ethos. Na
relação com outros criamos o que chamamos de cultura.
O
comportamento dos sujeitos, são avaliados no espaço da moralidade, dizemos se é
certo ou errado.
Quando
nos referimos às organizações estabelecidas pelos homens, sabemos que existe a
articulação com o poder e o dever.
Para
RIOS (2001), o poder se estabelece na polis, a ética se apresenta como uma reflexão crítica
sobre a moralidade, sobre a dimensão moral do comportamento do homem.
Numa
sociedade a moral indica o comportamento bom ou mal.
A
ética procura o fundamento desse valor na história, pois segunda ela, “a moral
não é ciência, mas é objeto da ciência (...) a ética não é amoral, não pode ser
reduzida a um conjunto de normas e prescrições”.
A
filosofia ganha sentido para nós educadores, quando se volta para nossas práticas,
e busca os fenômenos ligados a essas práticas no campo da educação.
Penso
que a filosofia deve clarear as questões com finalidade de descobrir a partir
das práticas pedagógicas e apontar novas perspectivas de vencermos grandes
desafios.
Se
pensarmos que Educação é transmissão de cultura, e cultura é tudo que o homem
transforma, através da sua necessidade, porque o homem é um SER de desejos.
Não se pode falar em sujeitos cultos e não cultos, todos
os homens são
cultos, na medida em que participam de algum
modo da criação cultural, estabelecem certas normas para sua ação, partilham
valores e crenças. Tudo isso é resultado do trabalho, de intervenções
intencional conscientes dos homens na realidade. O trabalho que faz os homens serem, sendo a essência do homem, não se separa da ideia de sociedade, porque é na
medida em que trabalha com os outros
e cria cultura (Rios, 2001:33).
As
sociedades se organizam com base na produção da vida material e nas relações
que ocorrem.
As
instituições sociais têm como objetivo a preservação e a transmissão da
cultura.
Portanto
as universidades se tornam espaços de transmissão sistemática do saber historicamente
acumulado pela sociedade, onde os sujeitos se capacitam e transformam as
sociedades.
A
estrutura da organização do trabalho se configura nos processos educativos,
vivemos numa sociedade capitalista onde o capital e o trabalho, provoca divisão
de classes (burguesia/classe trabalhadora), não irei desenvolver maiores comentário
sobre a questão visto que pretendo chegar em outras reflexões neste trabalho.
Percebemos
nestas sociedades em todas as relações que a IDEOLOGIA esta presente e nas
universidades ela instala-se no saber a ser transmitido.
As
universidades são transmissoras do saber sistematizado acumulado historicamente,
numa relação dialética, ao mesmo tempo ela é fator de manutenção e de
transformação da cultura, ora mantém... ora transforma.
“A educação reflete uma estrutura social, mas por
outro lado, fermenta as contradições, a educação contribui tanto para sua
reprodução, como para sua negação e perda" (Cury ,1985:75).
Pensamos
na escola como um espaço onde se vive as ideologias e “o poder da educação”, o
“poder” na educação, e na ação dos educadores.
Toda
vida social é política, definidos por interesses, através das relações com a natureza
e uns com os outros, “ser político”.
“Tomar partido não significa apenas se declarar de
acordo com as decisões concretas de um partido, significa não ficar indiferente
em face das alternativas sociais, participar e produzir em relação com toda a
vida civil e social” (Heller, 1982:55).
Portanto
entendo que a função da educação tem uma dimensão técnica e uma dimensão política
relacionadas dialeticamente.
“Quando afirmo que a educação é sempre um ato
político, quero com isso frisar que a educação cumpre sempre uma função
política” (Saviani, 1980:194).
A
escola, portanto, cumpre seu papel político não quando faz discurso político no
seu interior, mas quando prepara os sujeitos para a vida numa sociedade onde
esta inserido. Portanto o objetivo da escola reside na socialização do
conhecimento elaborado historicamente acumulado.
“Apresentada à sociedade como o lugar da elaboração
e transmissão da cultura, a escola cumpre as suas funções sob a aparência de um
meio neutro desprovido de ideologia” (Warde, 1977:55).
Não
posso deixar de refletir sobre que preparo técnico este professor recebeu, que
organização da universidade e os resultados de sua ação são praticamente também
convergentes para as condições de trabalho e de remuneração.
Temos
a ideia de responsabilidade articulada com liberdade, que para mim traz toda a
noção de compromisso, não apenas na política, mas de moral. A questão da
dimensão afetiva tem contribuído para misturar com o sentimento, contribuindo para
reforçar esse espontaneismo.
“O singular é o que diz respeito do individuo,
aspectos de sua atuação o distinguem dos demais, entretanto é na vida em
sociedade que ele adquire essa individualidade” (Rios, 2001:53).
O
educador deverá através de sua prática romper com as relações de classe que
sustentam a alienação e privam o homem do seu desenvolvimento humano pleno.
Não
basta saber, mas é preciso querer, e saber, e querer devem vir acompanhados do
“dever” e do “poder” que o professor tem para a transformação da universidade e
da sociedade. Pensar no poder desvinculado da dominação e resgatá-lo como
consenso, como construção de uma nova sociedade, com possibilidades e limites,
deveres ligados a consciência e a vontade dos sujeitos.
Acredito
que um componente fundamental presente na ação ético política, é a “vontade”, a
intenção do gesto do professor.
O
que o educador decide fazer com o seu saber é extremamente relevante para uma
ação qualificada de competente, o saber ai é visto como caráter instrumental,
em uma sociedade de interesses antagônicos e objetivos conflitantes apesar de
existir um discurso “oficial”.
“Se o professor pensa que sua tarefa é ensinar o abc
e ignora a pessoa de seus estudantes e a
condição em que vivem, obviamente não vai aprender a pensar politicamente ou
talvez vá agir politicamente em termos
conservadores compreendendo a sociedade com laços do passado, ao subterrâneo da cultura e
da economia” (Florestan Fernandes, 1986:24).
Temos
que evitar a questão da “boa vontade”, no discurso dos professores sob o rótulo
da “vocação”, e da “missão”.
Podemos
refletir sobre o “ensino de qualidade” que às vezes é identificado como aquele
que vai ao encontro das necessidades dos educandos, entretanto o discurso
ideológico máscara a realidade.
“È livre quem é (...) consciente de seus deveres e
direitos, e capaz de conduzir-se autonomamente na vida. Portanto, liberdade não
é um dado imediato, como creem os teóricos dos direitos naturais, mas é o
resultado mais importante da educação” (Betti, 1981:58).
Se
faz necessário pensar que o educador competente é um educador comprometido com
a construção de uma sociedade mais justa e democrática no qual saber e poder
são elementos de uma organização de relações de solidariedade.
Técnica,
ética e política não ficam somente com um caráter conceitual, mas numa vivência
concreta real, na prática de cada professor ai surge a “competência técnico-ético-política”,
são nessas vivencias que aparecem os conteúdos, os métodos, as avaliações que
cada professor faz uso através de sua competência.
O
professor deverá ser exigente sempre, buscando uma Pedagogia da exigência (Gramsciana),
espaço da competência em toda a sua abrangência.
Sabemos
que existem muitos entraves nas ações dos professores, porém, isto não pode
gerar imobilismo, no espaço da universidade, onde devem surgir as soluções,
portanto é no cotidiano das práticas que construímos a educação, que fazemos a
história da educação universitária brasileira, as futuras gerações poderão ler
nos livros a história que se faz hoje, partimos do professor que temos para o
que queremos ter.
Uma
nova universidade só pode nascer do que esta ai, através da superação dos
problemas, e de se criar novos recursos para a transformação.
O PROFESSOR COMO GESTOR DO
CURRÍCULO .
A
concepção de currículo ainda tem um longo caminho a percorrer, algumas áreas
ainda possuem um currículo rígido, outras já estão mais flexíveis, o que temos
é a formação de profissionais competentes em suas respectivas áreas de atuação.
Precisamos
sair do professor que transmite, sabe e conhece, para um aluno que não sabe,
aplicasse a avaliação, onde o aluno está apto ou não para a profissão que
escolheu.
Na
década de 1970 o professor precisava somente do título de bacharel associado a
sua competência, hoje com a expansão dos cursos superiores principalmente na
última década estão exigindo, prática da docência, além do titulo de bacharel,
cursos de especializações, mestrado e doutorado.
Ainda
se observa uma visão tecnicista, o domínio do conteúdo em uma determinada
matéria e a experiência profissional.
Em
momento algum o professor é visto como elemento capaz de demonstrar preocupação
com as novas exigências do modelo educacional, com a aprendizagem e com a
construção do conhecimento.
“Há pouca preocupação com o tema da formação
pedagógica de mestres e doutores oriundos de diversos cursos de pós graduação
do pais. A graduação tem sido alimentada por docentes e titulados, porém sem a
menor competência pedagógica” (Vasconcelos, 1998:86).
A
postura da grande maioria dos cursos de pós-graduação, ainda reproduz a ideia
de que para ser professor universitário basta apenas um profundo conhecimento
do conteúdo e ser um bom pesquisador.
Até
pouco tempo somente as universidades eram responsáveis pelas pesquisas,
produção e divulgação do conhecimento, hoje deixou de ser exclusivo passando a ser
realizado por instituições privadas, públicas, mídia televisiva, internet, e
demais comunicações de massas, o acesso passou a ser socializado,
possibilitando o acesso de todos professores, alunos e sociedade em geral.
“É um novo mundo, uma nova atitude, uma nova
perspectiva na relação, entre o professor e o aluno no ensino superior” (Masetto,
2003:14).
Estamos
vivendo a década da comunicação eletrônica e informatizada como as novas
modalidades de acesso ao conhecimento.
No
século XX a prática da docência universitária tinha uma visão conservadora e
atitudes autoritárias e de verdades absolutas.
As
novas mudanças desafiam os docentes a buscar novas metodologias que os levem a
superação do autoritarismo da fragmentação, da cópia e da memorização.
Sabemos
que as universidades deverão fazer uma auto reflexão sobre suas ações
pedagógicas em sala de aula, para que essas práticas possam ser refletidas
visando à elaboração de metodologias inovadoras exigindo-se cada vez mais do professor
universitário, a construção de um conhecimento que sirva para a formação
profissional ética, competente e significativa.
“Atribuem aos professores capacidade de serem atores
sociais, responsáveis em sua autonomia, críticos em seu pensamento exigentes em
sua profissionalidade coletiva assumida” (Alarcão, 2001:11).
Anteriormente
o processo aprendizagem priorizava exclusivamente a mera transmissão de
informações e experiências, hoje já se percebe mudanças tímidas com relação aos
professores, que ainda fazem de suas práticas metodologias pautadas em aulas
expositivas e alguns professores se lançam numa nova perspectiva onde o aluno é
sujeito ativo, pesquisador.
As
novas transformações que ocorrem no ensino brasileiro exigem mudanças de perfil
do professor do ensino superior, fazendo com que ele seja o mediador, pesquise
e produza conhecimento para que seus alunos também se dediquem a atividade.
Esta
nova exigência faz com que o professor tenha uma maior interação com o aluno
visando à melhoria da qualidade na prática docente, ele deve ser um elemento
motivador, para que os alunos explorem novos ambientes de aprendizagem e
dominem recursos tecnológicos e valorizem o aprendizado de sala de aula. Essas
interações poderão ajudar professores e alunos acerca dos métodos avaliativos
que são utilizados para avaliar as aprendizagens.
“Professores que não são livres para construir suas
próprias atividades, pesquisar, engajar-se em aprendizagens significativas,
assumir riscos tomar decisões e assessorar sua competência serão incapazes de
criar tais possibilidades para os estudantes” (Demo,
2000:42-43).
Ainda
é um número pequeno de professores que se preocupam em envolver os alunos com
as matérias conscientizando-os, de que eles são sujeitos desse ensino
aprendizagem, o novo professor deverá ensinar seus alunos a pensar, a
contextualizar e emitir sua própria opinião, o professor deverá orientar e ser
um estimulador desse processo, também deverá estimular o trabalho em equipe,
que ajudará a solucionar problemas, evidenciando que aprendemos uns com os
outros.
“É
importante que o professor desenvolva uma atitude de parceria e co-responsabilidade
com os alunos, planejando o curso juntos, onde seus alunos se co-responsabilizem-se
por seu período de formação profissional” (Masetto, 2003:30).
A
questão da didática no nível superior já é estudada, há tempo, uma das
preocupações e de que se exija o mestrado e doutorado, porém sabemos que só
isto não garante.
A
L.D.B. pouco contribui para a melhoria da qualidade da formação docente pois o
amparo legal fica omisso , e deixa a critério dos estatutos e regimentos de
cada universidade para deliberarem sobre o assunto.
O
artigo 74 diz que o magistério superior se faz em nível de pós-graduação,
mestrado e doutorado, acompanhados da formação didático pedagógica e as
modernas tecnologias.
“Relatos de que o professor sabe a
matéria, porém não sabe como transmiti-la ao aluno, de que sabe como conduzir a
aula, não se importa com o aluno, é distante por vezes arrogante, ou que não se
preocupa com a docência priorizando seus trabalhos de pesquisa, são tão
frequentes que parecem fazer parte da natureza ou da cultura de qualquer instituição
de ensino superior” (Pachane, Pereira, 2000:255).
Muitos
professores lecionam duas ou três disciplinas e às vezes não fazem as relações
entre elas, algumas vezes por achar que os alunos já sabem tudo sobre elas,
outras vezes por desconhecer as soluções entre elas.
O
docente deve perceber que o currículo abrange o desenvolvimento e a elaboração
e a organização do mesmo. Que a produção de conhecimento, os diferentes pontos
de vista, a criatividade, a solução de problemas assumem fundamental
importância.
As
aprendizagens de habilidades, trabalhar em equipe, equipes multidisciplinar,
comunicar-se com os colegas, fazer relatórios, pesquisar em bibliotecas,
hemerotecas, videotecas, computador, atividade acadêmicas e profissionais fazem
parte do que o currículo abrange.
O
currículo tem que se preocupar com a valorização do conhecimento, a atualização
da pesquisa, a crítica, a cooperação, os aspectos éticos da profissão, os
valores sociais, culturais, políticos econômicos, a participação na sociedade e
o compromisso com sua evolução, a interdisciplinariedade ainda é vista como
utopia. O currículo deve ser flexível, aberto às áreas do conhecimento, onde
aponte interdisciplinariedade nas questões éticas e dialéticas envolvendo um
currículo voltado para o aprender a aprender.
Selecionar
professor com competências e capacidades cientificas com conhecimento sobre a
organização curricular e tecnologia a ser usada em sala de aula.
"A docência
existe para que a aprendizagem dos alunos possa acontecer” (Masetto, 2003:42).
Competência e aprendizagem.
Este
exercício da profissão nessa sociedade que vivemos, que sofre uma revolução
tecnológica sobre a produção e socialização desse conhecimento vem afetando a
produção e divulgação do conhecimento, que hoje se faz em outras instâncias, centros,
ambientes e espaços, em nossos computadores acessamos as pesquisas.
Alguns
professores já se reconhecem não mais como únicos detentores do saber a ser
transmitido e sim como parceiro, alguém que compartilha o saber com os outros e
com os seus alunos essa relação trará uma nova atitude uma nova perspectiva na
relação do professor e com o aluno do ensino superior. Em razão dessa mudança
os professores terão que ser mais criativos, autônomos, cooperativos, ter mais
iniciativa, fazendo com que sua profissão promova o desenvolvimento humano, social,
político e econômico do país.
O
ensino superior necessita rever seus currículos de formação:
Formação
profissional com formação acadêmica através de um currículo dinâmico e flexível
(teoria x prática).
A
definição de um significado das presenças e das atividades exigidas pelos
alunos.
Formação
permanente que se inicia nos primeiros anos da faculdade até a vida inteira.
Percebo
mudanças na questão do profissionalismo, com uma grande preocupação na
transmissão de informações e experiências, para dar inicio a outras preocupações,
a capacidade do aluno pensar, de construir seu próprio conhecimento, até sua
produção de um texto que revele seu
conhecimento .
Acredito
que precisamos superar o aspecto cognitivo, e buscar no aluno que ele
desenvolva competências e habilidades de um profissional capaz e de um cidadão
responsável pelo desenvolvimento da sua comunidade.
Os
cronogramas curriculares se abriram para atividades práticas, onde as teorias
fazem articulação com os valores éticos, sociais, políticos, econômicos, com
valores humanos e ambientais presentes.
Incentivo à pesquisa.
A
primeira universidade surge com a proposta de formar pesquisador, cidadão e o
profissional.
A
organização curricular defendia a proposta de ser um aluno pesquisador,
produzir trabalhos científicos, acompanhados de professores pesquisadores,
conheciam a realidade de modo crítico e cientifico, depois o aluno escolhia
sua, carreira profissional.
Corpo docente:
fazer pesquisa, produzir conhecimentos, divulgar e discutir com seus pares os
estudos, orientava os alunos na aprendizagem das atividades cientificas de
investigação, estudo, elaboração de trabalhos.
Metodologia de estudo:
Tínhamos um estudo cooperativo.
Após
1938, a preocupação com o cidadão deixou de fazer parte da estrutura curricular
e os cursos fizeram atividade isoladas.
As
questões dos movimentos da sociedade civil da época, eram trazidas pelos
centros acadêmicos.
Essa
linha durou ate 1964. Quanto à pesquisa não alterou seu modelo até hoje a USP,
representa o maior centro de pesquisa da América Latina.
Será
que esses incentivos sofreram efeitos nos cursos de graduação, os cursos de graduações
e pós vêm-se dedicando ao desenvolvimento da pesquisa, do ensino por projetos e
com as tecnologias de informação e comunicação.
A
aprendizagem engloba conhecimentos, habilidades, competências, análises e
desenvolvimento de valores, sabemos que não haverá aprendizagem sem a parceria
dos próprios aprendizes, que resulta em motivação, interesse do aluno pela matéria
e dinamização nas relações.
O perfil do professor do século XX.
Temos
algumas mudanças de professor especialista para um mediador de aprendizagem.
Valorizar
o processo coletivo de aprendizagem, o aluno que não aprende só com o professor
e sim com os outros alunos também e sabemos que é fundamental repensar e
reorganizar o processo de avaliação, agora com foco na aprendizagem.
Atualmente
definimos competência como aptidão para enfrentar um conjunto de situações
analógicas, mobilizando recursos cognitivos, saberes, capacidades, informações,
valores, atitudes, esquemas de percepção e avaliação (Perrenoud e Thurler
2002:19).
Penso
que competência tem a ver com saber, conhecimentos, valores, atitudes e
habilidades.
Assim
a docência do nível superior exige um professor competente em uma determinada
área do conhecimento.
Sabemos
que exige-se de quem vai lecionar que seus conhecimentos e suas práticas
profissionais sejam atualizadas constantemente por intermédio de participações,
em congressos, simpósios, participações em congressos, e intercâmbios com
especialistas.
Entendo
que pesquisa são trabalhos específicos preparados pelos professores para serem
apresentados em congressos e simpósios, relatando suas experiências pessoais na
área profissional.
Dificilmente
poderemos falar de um professor que não domina, o conceito de ensino
aprendizagem, o professor como gestor do currículo, a compreensão da relação
professor aluno e aluno–aluno, a teoria e a prática básica da tecnologia
educacional.
O
processo ensino aprendizagem, requer que o professor tenha clareza sobre o que
significa aprender o que significa aprendizagem significativa, quais as teorias
que discutem a aprendizagem, como se aprende no ensino superior, princípios
básicos de aprendizagens de pessoas adultas.
Como
aprender a aprender?
A relação (professor x aluno/aluno
x aluno) no processo de aprendizagem.
Sabemos
que o papel tradicional daquele professor que transmite informações
simplesmente, precisará deverá rever sua prática.
A
universidade precisa de professores que orientem seus alunos para que os mesmos
possam aprender sendo motivados e incentivados por seus desenvolvimentos onde o
professor possa corrigí-los sim se necessário for.
O
professor precisa formar um grupo de trabalho com objetivos comuns e que
incentive-os a aprendizagem, estimulando
e desenvolvendo a parceria e a co- responsabilidade de planejamento do
curso.
Tecnologia Educacional.
O
professor necessita dominar a tecnologia educacional em sua teoria e prática,
hoje defendendo a necessidade de ser eficiente no processo de aprendizagem,
requer diferentes dinâmicas de grupo, estratégias participativas de técnicas
que colocam o aluno em contato com a realidade que faz com o relacionamento
grupal tenha um clima favorável para a aprendizagem onde o ensino com pesquisa valoriza as leituras significativas
relacionadas com a informática e a
temática seja num processo presencial ou seja EaD .
Dimensão política no exercício da
docência universitária.
O
professor quando entra na sala de aula, não deixa de ser um cidadão, alguém que
faz parte do povo, inserido no processo histórico e dialético que participa da
construção da vida e da história de seu povo.
Ele
carrega sua visão de homem, de mundo, de sociedade, de cultura, de educação,
ele é um cidadão "político", compromissado com seu tempo, sua
comunidade, sua civilização isto não se tira quando entramos na sala de aula,
ele não deixa de ser um profissional da docência onde as evoluções,
transformações, conquistas, novos valores emergentes, visão debates e reflexões
com os alunos.
A
reflexão crítica é fundamental como prática de se viver essa cidadania.
Conciliar
o técnico como ético na vida profissional é fundamental para professores e
alunos.
Conhecer
a historia da ciência, saber o pensamento científico o tempo cultural e social
que se consolidou a história dos homens são modos de educar politicamente os
cidadãos.
Processo de ensino ou aprendizagem.
Pensamos
em ensinar as ideias que são comunicadas através dos conhecimentos, fazer,
saber, mostrar, guiar, dirigir, o professor aparece como agente principal do
ensino, ele é o centro do processo.
Pensamos
em aprender, entendemos rever a própria experiência, adquirir habilidades,
buscar informações, o significado esta nos seres nos fatos, nos comportamentos
nas atitudes.
As
atividades estão centradas no aprendiz.
A
organização curricular continua fechada e estanque.
As
disciplinas são conteudistas, não há interdisciplinariedade e a ênfase esta no
processo de ensino.
A
metodologia esta centrada na transmissão ou comunicação oral de temas e
assuntos, as aulas são expositivas, leitura de livros, artigos e avalia-se, com
provas tradicionais e notas classificatórias e probatórias o professor é
recrutado com mestrado e doutorado.
Processo
de aprendizagem é um processo de crescimento e desenvolvimento de uma pessoa em
sua totalidade, abarcando quatro grandes áreas:
A
do conhecimento.
A
do afetivo- emocional.
A
de habilidades.
A
de atitudes e valores.
Cognitiva.
É
a capacidade que temos de pensar, refletir, analisar, comparar, produzir
conhecimentos, descobrir, criar desenvolvimento na área do conhecimento,
elabora e organiza as informações, relação entre conhecimento que tem e o
adquirido, generalizações de conclusões, argumentos, questionamentos.
Afetivo-
emocional.
O
desenvolvimento desta área está ligado a potencialidade que necessitam ser
otimizadas como, abrir espaços para os aspectos de atenção, respeito,
cooperação, competitividade, solidariedade, segurança pessoal, vivências
profissionais.
Habilidades.
O
aluno precisa aprender a pensar com o outro colega com o professor com outros
profissionais da área, trabalhar em equipe fazer relatórios, realizar
pesquisas.
Atitudes
e valores.
Os
cursos superiores precisam se preocupar com que os alunos valorizam, o
conhecimento, tenham uma atualização contínua com pesquisas onde as questões de
cooperação, solidariedade, o trabalho em equipe estejam sempre presente, num
processo de ética e respeito as opiniões divergentes.
Aprendizagem
significativa.
É
aquela em que a essência da aprendizagem tem significado para o aluno e através
disto ele compreende novos conhecimentos e os relaciona .Ideias e conteúdos
apresentados através de uma fusão com novo significado, onde cada individuo
capta a significação historicamente construída.
Aprendizagem
continuada.
A
vida humana sofre grandes descobertas a cada dia, faz surgir a necessidade de
diversas competências exigidas pelas carreiras profissionais, para o exercício
da liderança, da criticidade onde os alunos aprendam a se manter numa continua
busca de desenvolvimento e educação.
A
interação como processo de ensino aprendizagem.
A
interação entre o professor aluno como atitude de mediação pedagógica com
atitude de parceria e co-responsabilidade.
A
mediação pedagógica que me refiro, é aquela que o professor se coloca como
facilitador e incentivador da aprendizagem sendo o elo entre o aprendiz e seu
conhecimento.
"A mediação pedagógica busca abrir um caminho a
novas relações do estudante, incluíndo o professor, consigo mesmo e com seu
futuro” (Perez e Castillo, 1999:10).
A
mediação pedagógica requer um constante diálogo, trocas de experiências,
auxilio nas carências, garantia de dinâmica no processo de aprendizagem
desencadear reflexões, criar intercâmbios entre a aprendizagem e a sociedade
real, onde o professor faz a ponte com questões éticas, sociais profissionais
comandadas pelas novas tecnologias.
A
atitude de parceria e co-responsabilidade se mostram como atos fundamentais
para ambos buscarem o desenvolvimento pessoal e profissional.
O
professor tem a necessidade de interagir com a direção da universidade, como
participante efetivo do processo de aprendizagem, dela necessitando, de
recursos pedagógicos de equipamentos, internet, computadores, adaptações para o
sistema de avaliação, e reorganização do próprio currículo.
Na
interação aluno-aluno o que podemos reforçar é a mudança no processo de que os
aprendizes constroem suas pesquisas, suas ideias, vivências surgidas entre
eles, e cabe aos professores oferecerem atividades onde possam trabalhar juntos
e alcançar os objetivos.
A
figura do monitor é frequente nos cursos apresentando-se mais como um
assistente do professor, no entanto, a função é fundamental como aquele que
colabora com seus colegas.
Projeto político pedagógico.
O
projeto político pedagógico nas instituições (Plano de Desenvolvimento
Institucional – PDI) seria um plano estratégico da Instituição que define os
objetivos e princípios educacionais, sendo um conjunto de medidas que organiza
e consolida as atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão dos
diversos cursos.
Espera-se
que todos os membros da instituição educativa participem trazendo suas
expectativas, de como fazer, num processo dinâmico de ação procurando articular
o que é real e o que é desejado, reduzindo a distância entre os discursos e as
ações.
Essa
visão de projeto reforça a construção coletiva, a elaboração e sintonia com o
grupo de professores, diretores das instituições, alunos e sociedade, ajudando
a superar o imobilismo e a resistência à mudança, como o individualismo e o
isolamento.
Uma
construção de projeto prevê o acompanhamento do sistema de avaliação, da
correção de rumos e do dialogo continuo, onde o docente se sinta responsável
por colaborar com a formação profissional.
O
que o docente precisa saber sobre currículo: a primeira ideia é um conjunto de
disciplinas que transmitem os conhecimentos em disciplinas que estão
justapostas por semestre, cada disciplina se define em si mesmas.
Também
faz parte destas concepções o "currículo oculto", ele acontece nas
salas de aula, e não esta escrito, são valores que não estão explícitos.
A
concepção que surge hoje de currículo, é um conjunto de conhecimentos, saberes,
competências, experiências, vivencias que os alunos precisam adquirir e
desenvolver mediante práticas e atividades de ensino, esta forma de englobar a
organização da aprendizagem cognitivas, e mantém a ideia de que as
aprendizagens são adquiridas
explicitamente, mediante práticas e atividades planejadas para que aconteçam
efetivamente.
Quais
aspectos seriam importantes na construção dos currículos?
Precisamos
sair das universidades, e considerar o que esta acontecendo na sociedade, às
mudanças que estão surgindo, as novas exigências das carreiras, para que as
universidades possam compor e discutir nas pesquisas, esse currículo mais
atualizado.
Estamos
vivendo numa sociedade tecnologia onde a velocidade das informações, os espaços
novos é mais privilegio das universidades, o principio norteador, do trabalho
docente, é que seja um currículo colaborativo e integrado com a seleção de
recursos e técnicas para o processo de aprendizagem de o processo de avaliação.
Percebemos
que as práticas do corpo docente, são marcadamente individualizadas,
consequência disto é que as disciplinas também são estanques, daí resulta
muitas vezes o desinteresse dos alunos por algumas materiais, "conhecimento
é fragmentado".
Os
alunos muitas vezes perguntam para que servirá aquela matéria, cabe aos
professores responder adequadamente e ajudá-los a enxergam o que tal
conhecimento tem relação com que estão estudando.
"Uma das competências do professor é saber
atuar como conceptor e gestor do currículo" (Masetto 2003:70).
O
professor deve ter claro às características do profissional que ele quer
formar, que princípios de aprendizagem e organização de atividades ele traz
consigo em suas práticas, quais processos de avaliação o acompanharão e que
direção ele deseja que as aprendizagens percorram.
Uma
situação real ainda faz parte das universidades, a de que os currículos são
planejados por poucos, costumam ser desconhecidos de muitos, e cada professor
ministra sua aula isoladamente.
Nesta
perspectiva há que se acreditar num professor capaz de discutir a organização
curricular, planeje suas atividades conjuntamente, integre os objetivos
desenvolva um trabalho de interdisciplinariedade, a altura das exigências que a
sociedade faz, articulado com o projeto pedagógico da instituição.
"Concebe-se o professor como mediador decisivo
entre o currículo estabelecido e os alunos, um agente ativo no desenvolvimento
curricular" (Masetto, 2003:72).
Podemos
ver a sala de aula com algumas concepções, uma delas é acreditar que o espaço onde
as pessoas se relacionam (professor e aluno) e visto como co-responsabilidade
pelo aprendizado através do diálogo e respeito onde as experiências vivências,
conhecimentos, interesses e problemas são respeitados para serem refletidos, e
as conclusões sistematizadas servindo de atividades significativas onde os
alunos constroem pesquisando os seus conhecimentos.
Outra
concepção é ver a sala de aula como espaço de convivência, nas relações
pedagógicas estabelecidas entre alunos e professor.
Aula
como espaço de discussão, pesquisa de debate, de enfrentamento, entre os seres,
a existência, as evoluções as transformações, a força do mundo, do homem, dos
grupos contextualizada temporal e espacial, inseridos no processo histórico da
realidade.
"A aula funciona numa dupla direção, recebe a
realidade, trabalha-a cientificamente e volta de uma forma nova, enriquecida
com a ciência e com propostas novas de intervenção” (Masetto, 2003:75).
Quando
o espaço da aula permite que os alunos tenham dados novos, novas contribuições,
onde fazem articulação com seu profissional e social, a aula começa a ser um
espaço de vida, onde os alunos são vistos como sujeitos do processo
aprendizagem, com clima de segurança.
Espera-se
que os professores demonstrem respeito aos alunos, interesse, preocupação,
honestidade intelectual, coerência entre o discurso, a aula e a ação, enfim uma
convivência humana.
Uma
nova concepção é permitir que os alunos se sentem em círculos, se olhem ao
discutir e debater.
O
espaço físico organizado com seus materiais em funcionamento influenciam no
interesse e na participação das atividades.
Espaço
visto como ponto de encontro para negociar as atividades discutir interesses,
diálogo, momentos de síntese e de descobertas.
"Há necessidade de o aluno deixar sua
passividade e o professor deixar de ser o centro do processo” (Masetto, 2003:79).
Criam-se
técnicas como painel integrado, grupos de oposição, debates, seminários,
projetos de pesquisa, dramatização, visitas a locais de atividade
profissionais, roteiros de observação, estágios, pesquisa de campo, estudo do
meio etc.
O
processo de avaliação exige mudanças, e reflexões por parte das instituições,
ele precisa deixar de ser exclusivamente através de uma nota (a nota não
significa que o aluno aprendeu).
Os
profissionais precisam deixar de ser apenas avaliadores e precisam também ser
objeto de avaliação, e desenvolver relações mais maduras de seu trabalho.
Entendo
que a aprendizagem da avaliação precisa ser uma estratégia nos processos de
formação docente, para o exercício da auto-avaliação.
"Um professor familiarizado com esta prática
ganha a condição de bem ensinar e bem realizar a avaliação com os estudantes” (Sordi, 2009:317).
Assim
o professor compreenderá que lhe cabe o dever e o direito de participar dos
processos de avaliação co-responsabilizando-se pelo desenvolvimento do projeto
da instituição.
As
universidades se tornam grandes sistemas sociais complexos, compostos afinados
e com concepções ético-políticas ou técnico operacionais marcadas por uma
heterogeneidade compostas por suas histórias e itinerários, isso exige que
sejam construídos acordos para que o Projeto da instituição possa frutificar.
O
raciocínio avaliativo realizado de forma compartilhada entre alunos e professor
ensina a ambos a aprender e extrair da avaliação sua riqueza não para
distribuir punições ou recompensas e saem fortalecidos em seus saberes e ganham
voz e vez nos processos de qualificação das instituições.
“A avaliação institucional contribui para que os
saberes dos diferentes atores envolvidos na escola como legítimos, empoderando
os atores locais” (Menga, 2009:327).
Para
além da sala de aula, temos muitos locais onde se realizam aprendizagens:
empresas, fábricas, escolas, hospital, fóruns, partido políticos, canteiros de
obra. Surgem os espaços virtuais criados pela informática, com uma nova forma
de se contatar com a realidade para ser facilitadores das aprendizagens.
A
internet, e-mails, fórum, chat, grupos ou lista de discussão, sites, homepages,
vídeo, teleconferências são novos ambientes por onde os aprendizes realizam
suas aprendizagens.
Entendo
por técnica, um conjunto de técnicas utilizadas para a docência. Usamos
audiovisuais, dinâmica de grupos, aulas expositivas, aulas práticas, internet,
visitas técnicas.
Penso
que as estratégias usadas são os meios que os professores utilizam para facilitar
as aprendizagens.
Usar
diferentes técnicas se faz necessário para diversificar as estratégias que
podem ser utilizadas com o mesmo objetivo.
Quando
o professor usa uma variação de estratégias também para ele o curso se torna
mais dinâmico e desafiador.
Espera-se
que o professor tenha conhecimento das várias técnicas ou estratégias para utilizá-las,
adaptar as diversas técnicas quando necessário, para melhor atender seus alunos.
Na
década de 2000, surge uma grande demanda por programas de formação pedagógica
(inicial e continuada) indicando uma necessidade de novas tecnologias.
A
L.D.B. não garante diretrizes nacionais para a formação do professor
universitário, somente reforçou já existente que ofertam a disciplina didática
do Ensino Superior.
Na
USP São Paulo e na UNICAMP, são ofertados de forma continua uma preocupação com
a qualidade ao ensino superior.
Segundo
Cruz (2006), esse desenvolvimento envolve o conhecimento pedagógico o
conhecimento de si mesmo, o seu desenvolvimento, cognitivo, princípios do
ensino, do currículo do aluno, dos meios e recursos didático.
É
no desenvolvimento profissional que o docente constrói sua identidade individual
e coletiva, no processo de interiorização, de individualização da construção
das primeiras experiências a partir das influencias de pessoas e das relações
com os outros.
A
formação pedagógica do professor não pode abranger todas as dimensões da
formação do professor universitário, tendo em vista que para o exercício da
docência universitária, exigem-se competências que extrapolam a situação de
sala de aula que também tem caráter educativo.
Zabalza
(2004) nos diz que a docência e a pesquisa necessitam de formação, para
orientá-lo para uma prática não reprodutiva, que será superada pelo exercício
da pesquisa investigativa, que é o conhecimento cientifico ampliado, fazendo da
docência universitária mais atualizada e socialmente construída.
Concluindo.
Acredito
que a competência só será construída por professores dia a dia, a concretização
do “saber fazer bem”, para cada categoria de profissionais.
Assim
acredito que vamos “nos tornando competente”, realizando o ideal que atende
nossas exigências históricas, sempre no contexto que atuamos.
A
ideia que esta presente na vida humana aponta para uma competência que além de
ser construída é também compartilhada, não somos humanos sozinhos, da mesma
forma uma pessoas não é competente sozinha se define na relação com o outro.
Através
destas reflexões percebo que as práticas ainda são conservadoras, com enfoque
no professor e no ensino, contrapondo-se à nova concepção da sociedade do
conhecimento onde o enfoque está no aluno e na aprendizagem .
Professores
do ensino superior continuam levando em conta somente sua formação técnico
profissional e as experiências profissionais e docentes, acreditando que não há
nada para ser modificado no atual processo de aprendizagem.
Daí
resultam severas críticas quanto a falta de competência pedagógica constatadas
através das avaliações feitas nestas instituições e com os alunos.
A
pedagogia universitária no Brasil é exercida por professores que não têm uma
identidade única.
Suas
características são extremamente complexas, como complexo e variado é o sistema
de educação superior brasileiro: temos instituições públicas e privadas,
universidades e não-universidades, em cinco regiões da Federação de
características étnicas, sociais e econômicas diferentes.
Na
base desta realidade, a política de formação de professores para o ensino
superior é realizada de forma indireta.
O
governo determina os parâmetros de qualidade institucional, e a IES seleciona e
desenvolve uma política de capacitação de seus docentes orientada por tais
parâmetros.
Essas
são feitas através da avaliação de outros indicadores que refletem o êxito da pedagogia
universitária.
O
governo normatiza e fiscaliza, e a instituição desenvolve os parâmetros através
de sua política de capacitação docente.
Mais
recentemente, verifica-se um movimento nas políticas de buscar a qualificação
didática de seus professores, tendo em vista que medidas avaliativas, de forte
resultado, foram implantadas avaliando o desempenho dos alunos da instituição.
É
importante que a docência universitária saia de si mesma e passe a interagir
com outras instituições produtoras do conhecimento e pesquisa, visto que os
professores já não são mais os detentores do conhecimento, e sim colaboradores
a quem compete socializar suas experiências e conhecimentos com todos que
buscam o saber.
A
educação universitária deverá romper com o paradigma da educação tradicional
que prioriza a memorização a produção de massa.
Os
professores deverão atribuir um significado aos conteúdos que são estudados em
sala de aula.
É
importante a qualificação dos docentes, onde eles devem ser capaz de assumir um
compromisso com a nova realidade e as novas exigências.
Fica
a pergunta: até que ponto a exigência de titulação irá contribuir de forma
efetiva para a melhoria da qualidade da didática praticada nas universidades?
A
prática da docência deverá focar as aprendizagens das competências e habilidades
com o objetivo de servir para a formação profissional ética, competente e
significativa.
O
professor não é mais um técnico que executa os procedimentos enraizados numa
racionalidade técnica, e sim um sujeito que constrói sua profissão um agente
transformador.
Há
necessidade de um amplo debate sobre os novos desafios enfrentados pelas
universidades, decorrentes das mudanças na sociedade, exigindo um novo perfil
para o professor.
Uma
nova cultura de formação pedagógica, não pode estar centrada só no processo
ensino aprendizagem, mas também em outras funções hoje exercidas pelos
professores nas universidades como a pesquisa e a tutoria que significa dizer
um olhar mais amplo sobre a organização de programas e projetos.
Podemos
observar que no campo da formação e na capacitação dos professores, veiculadas
nos discursos e nas políticas educativas em execução, são velhas tendências,
sob nova roupagem, apoiando-se em novas tecnologias.
A
formação para o exercício do ensino superior é um campo em que há muito por se
fazer nos termos de pesquisas e práticas.
Não
existe uma prática de preparação para a socialização do exercício de ensinar,
aprender enquanto se faz ou aprender pela experiência ele traz consigo a aprendizagem da observação.
Alguns
professores dizem que aprenderam a ensinar através de ensaios e erros na sala
de aula (são formados por si mesmos).
Entender
o processo de formação como particularizado, é buscar diferentes necessidades expressas
para cada professor (dimensão individual) por um grupo de professores (dimensão
grupal) ou pelas instituições (dimensão institucional), entende-se que sua
prática estão atreladas a trajetória formativa de cada professor a sua
construção subjetiva como profissional.
Numa
abordagem reflexiva o pensamento e ação se relacionam, para superar a visão de
que a formação dos professores seja uma atividade meramente técnica.
A
partir dessas reflexões enfatizamos que a formação pedagógica deva ser
compreendida a partir de uma concepção de práxis educativa que supere o mero
desenvolvimento de habilidades técnicas ou o conhecimento de um conteúdo
especifico a formação pedagógica não pode se limitar a aspectos práticos (didáticos
e metodológicos), porém engloba questões éticas, afetivas e políticos sociais.
A
educação hoje sofre grandes pressões advindas de um mundo em rápida
transformação, derivado de uma transformação, derivado de uma revolução
tecnológica, sendo seus efeitos visíveis no volume de conhecimentos e na
rapidez com que temos que ensinar, a competitividade do mercado de trabalho,
demanda uma formação que extrapole a mera transmissão de informação técnico
cientifica.
Para saber mais sobre o assunto.
RIBEIRO,
Kleber Avila; NASCIMENTO, Deise Cristiano.
Competência Pedagógica na Sociedade do Conhecimento: uma nova realidade para a
prática da docência universitária. S.d.
LEMES,
Mara Regina; KUDLE, Menga. Da avaliação
da Aprendizagem à Avaliação institucional: aprendizagem necessárias. 2009.
LEITINHO,
Mairecele Calíope. A formação pedagógica
do professor universitário: dilemas e contradições. S.d.
FERENC,
Alvanize Valente; MIZUKAMI, Maria da Graça N. Formação de professores, docência universitária e o aprender a ensinar.
S.d.
RIOS,
Terezinha Azerêdo. Ética e Competência.
São Paulo: Cortez, 2001.
ARROYO,
Miguel G. Arroyo. Ofício de Mestre
(Imagens e auto-imagens). Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
MASETTO,
Marcos. Competência Pedagógica do
Professor Universitário. 2003.
Texto: Profa. Aparecida Romano
Alves.
Pós-Graduanda
em Docência do Ensino Superior pelo INEC/UNICSUL.
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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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