Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 12, Volume jul., Série 23/07, 2021.
Líder do Projeto.
COAUTORES: Claudiano de Santana Alves, Denison Valdez Felix, Denner Lima dos Santos, Diego Sanchez Limeira, Gabriela de Castro Soares, Geiel Bernardes da Silva, Igor Garcia Alonso Junior, Luis Felipe Lima de Sousa.
O texto deste
artigo originalmente compunha uma monografia inserida no Projeto Integrador,
orientada pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos, apresentada pelos alunos citados
como coautores ao Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), como exigência
parcial para a aprovação na disciplina PI I do curso de engenharia civil. Os
resultados da pesquisa foram apresentados ao público em evento interno da
universidade, submetido à avaliação de banca de professores do curso no ano de
2014. Este texto foi atualizado pelo orientador, com modificações substanciais,
para publicação na Revista.
Resumo O engenho São Jorge dos Erasmos foi o ponto de partida
para a indústria açucareira no Brasil, pois o rei D. Manuel decidiu explorar o
Brasil com o objetivo lógico de lucrar, construindo assim, um ponto comercia
forte com o intuito de fabricar e exportar o açúcar. O engenho foi construído
na antiga vila de São Vicente, hoje pertencente à cidade de santos. E tudo isso
ocorreu em meados de 1532 com a vinda de Martim Afonso de Sousa que fora
responsável pela a construção do engenho. Com o processo de construção, foi
criada uma sociedade de investidores, que futuramente foi desfeita e Erasmos
Schetz comprou as partes para enfim executar a construção do engenho.
Palavras-Chave: Brasil Colônia, Engenho de cana-de-açúcar, História
da Arquitetura, História da Engenharia.
ABSTRACT: The Engenho São Jorge dos Erasmos was the starting point for the
sugar industry in Brazil, for the king D. Manuel decided to explore the Brazil
with the objective logic of profit, thus building a strong point trades in
order to manufacture and export sugar. The mill was built in the ancient
village of St Vincent, now belongs to the city of saints. And all this occurred
in mid-1532 with the arrival of Martim Afonso de Sousa, who was responsible for
the construction of the mill. With the process of building a society of
investors, which eventually was scrapped and Erasmos Schetz bought the parts
for short run of the mill building was created.
Keywords: Brazil
Colony, Sugarcane mill, History of Architecture, History of Engineering.
1. INTRODUÇÃO.
O Engenho de São Jorge dos Erasmos foi de grande importância para o
desenvolvimento populacional, agrícola e econômico do Brasil; é um dos
primeiros engenhos de açúcar do país e sua data de construção remonta a 1534.
Atualmente está localizado no bairro da
Caneleira, no município de Santos.
Construído com a intenção de preservar e ocupar as novas terras
descobertas pelos portugueses, o rei D. Manoel enviou um homem de confiança,
Martin Afonso de Souza, donatário da Capitania de São Vicente.
Ele é considerado pioneiro na colonização do Brasil, lançou as bases de
ocupação da região, criando toda uma infraestrutura que permitiu a fixação lusitana.
Foi responsável por construir fortalezas e introduziu o cultivo de cana
de açúcar na nova capitania.
Entretanto, o empreendimento não ficou muito nas mãos de Martin Afonso, passou
a propriedade dos Schetz, por volta de 1540.
Na nova gestão, o engenho viveu seu período de apogeu como manufatura
açucareira, séculos depois seria desativado e entraria em um processo
deterioração até se transformar em ruínas.
Em 1958, mesmo ano que a propriedade foi doada à Universidade de São Paulo
(USP), Luís Saia, chefe do 4º Distrito da Diretoria do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional - orgão federal -; relatou ao presidente da Comissão
Especial do Engenho São Jorge dos Erasmos que realizou prospecção, definindo o
partido arquitetônico como de modelo açoriano, tipo real e movido à água.
Levando em consideração a declaração, surge a hipótese de haver uma
mistura de estilos de construção, pois o engenho tem características de uma
fortaleza e cômodos iguais á de uma senzala e um depósito, onde possivelmente
se guardava o que era produzido ali, essa construção possivelmente foi muito
mais que um engenho.
Esta hipótese é baseada nas condições sociais da época, onde o Brasil
estava sendo explorados, os índios eram capturados e escravizados, com isso,
presumimos que o engenho ou qualquer outro tipo de construção poderia ser
sujeita a ataques.
A bibliografia pertinente a problemática é vasta, porém limitada, devido
uma grande lacuna existente vinda da degradação do monumento estudado e
documental da época.
Foi um desafio trabalhar com muitas hipóteses, mas sem fugir da realidade
quinhentista e atual.
Através de um vasto acervo de pesquisa já existente, pretendemos
continuar a contribuir com o crescimento desse acervo, discutindo a importância
do engenho na história do Brasil.
O objetivo é resgatar este acontecimento histórico, que vai além da
construção do engenho no âmbito da colonização e expansão comercial açucareira.
Esta intenção envolve a pesquisa da construção do engenho, tecnologias e
matéria prima da época.
2. METODOLOGIA.
Para elaboração deste trabalho, seguimos a normatização da ABNT
(Associação Brasileira de normas Técnicas), conforme preconizado pela NBR
(Norma Brasileira Regulamentadora) 6023.
Atendemos ao padrão estabelecido pelo Manual de Trabalho Interdisciplinar
Dirigido/Projeto Aplicado 2-2014 da Unimonte e a Portaria da Reitoria 006/2014
que instituiu as Normas para o Trabalho Interdisciplinar Dirigido/Projeto
Integrador.
Desde o início, mostrou-se um grande desafio, embora fosse notório o quão
gratificante seria traçar esse caminho em busca de antigas metodologias
construtivas.
Pesquisas minuciosas da ruína foram iniciadas, em cima de muitas leituras
e dedicação geral de grupo, empenharam-se todos em uma pesquisa de campo.
No local das ruínas, muitas informações foram obtidas dos historiadores
responsáveis pelo patrimônio histórico, permitindo conhece detalhes; mas também
realizamos medições para utilizar em escala, visando a construção de uma
maquete das ruínas.
A problemática envolve entender todo processo de construção, razão pela
qual trabalhamos com inferência, chegando a possibilidades, dado o tempo que
nos separa da sua fundação por Martin Afonso de Souza.
Em 1996, uma escavação no engenho foi realizada pela equipe da USP,
possibilitando evidenciação do material arqueológico, por isto, optamos pela
ênfase à representação das ruínas no presente.
Foram encontrados em profundidade, em um paiol - usado para guardar armas
e alimentos -; louças, porcelanas e alguns pedaços de utensílios domésticos da
época.
Foi descoberto também que atrás do engenho existia uma grande cachoeira
que dava força ao moinho, hoje em dia é uma fina bica d'água.
3. RESULTADO.
Um outro engenho surgiu inicialmente como um
empreendimento dos portugueses, em 1501, na região próxima ao que hoje é a
cidade de Santos.
Foi quando um primeiro desterrado foi enviado para
o Brasil, o mestre Cosme Fernandez, judeu de alta cultura que exilado e aqui
chegando conseguiu gerar riquezas.
Hipótese confirmada por documentação da época:
“Em consequência de uma Lei de Expulsão de 1497, saiu de Portugal, com destino
certo e determinado, inscrito no Livro dos Degredos, e no caso de Mestre Cosme
Fernandes, o destino era 25 Graus de
Ladeza, na Costa do Brasil - o que coincidia com a Ponta Sul da Ilha do Meio
(Cananeia)”. http://www.portalpraiasp.com.br/histocananeia.htm
O sucesso do mestre Cosme, em terras
brasileiras, gerou interesse dos portugueses, já na época engajados em uma alta
produção de açúcar em outros territórios pertencentes a Portugal.
O rei D. Manuel, ordenou que viesse um homem
forte e competente de sua confiança, capaz para dar início a nova tecnologia em
produção de açúcar.
Em 1534, a mando do donatário da Capitania de
São Vicente, oficialmente, começou a construção do Engenho dos Governadores, assim
chamado na época.
Somente após estar em posse da família Schetz,
é que foi denominado Engenho de São Jorge dos Erasmos.
Uma das razões para construção do engenho no
que hoje é o bairro da Caneleira, na cidade de Santos é explicado pela
documentação da época.
Dizia: “E assim é a terra mui sadia, fresca de
boas águas, e esta foi a primeira onde se fez açúcar, donde se levou planta das
canas para as outras capitanias” (GEAMPAULO, 1988: 416).
A. Descrição da Estrutura.
A sua estruturação sofreu forte influência da
constante ameaça de ataques indígenas e piratas, foi pensado para ocupar pontos
elevados, edificado com muros de arrimo para facilitar uma visualização
frontal.
Seguiu os padrões europeus, parecido com os
engenhos idealizados na Ilha da Madeira.
Utilizou técnicas de construção do século XVI,
usando madeiras locais e grandes pedras.
As paredes tinham 0,60m a 1,30m de espessura,
unida com argamassa de cal derivado de conchas (Sambaquis).
O engenho comportava uma unidade
administrativa e, simultaneamente residencial, com dependências para nativos
escravizados, visto que as senzalas seriam edificadas décadas mais tarde.
Conforme verificado na documentação do
período, que afirma que o engenho possuía “uma casa muito grande com seis
lanços, uma senzala com uma ferraria provida de baluarte e ainda duas casa
cobertas de telhas, muito boas e fortes (...)[,] todas essas casas se erguiam
na altura e todas juntas e próximas de maneira que nenhuma fazenda (...) tão
forte aos contrários” (GEAMPAULO, 1988: 416).
Existia na época um riacho atrás do engenho,
permitindo o funcionamento do moinho a energia hídrica, seguindo os métodos de
produção madeirense, mas existe a possibilidade ter sido combinado com moenda de
tração animal.
Existia também uma capela, construída posteriormente
por influência dos padres jesuítas, feito em homenagem a São Jorge, o que daria
ao local seu nome após passar para a propriedade dos Schetz,
por volta de 1540.
Foi edificada com tijolos, diferenciando-se da
fundação de arrimo, representando uma parte indispensável no engenho.
Era um local de reuniões da comunidade local
que estendia-se para além do engenho, palco de nascimentos, casamentos,
cerimônias indicativas do início da safra e funerais.
Atraia toda a sociedade do complexo e dos arredores
nos domingos e dias santos.
Os arqueólogos encontraram nas proximidades um
“fosso”, que, estima-se poderia ser um paiol, onde se guardava armas e
alimentos.
Este seria construído em alvenaria de pedra,
com revestimento em lajotas, com cerâmicas na metade superior; continha seteira,
viabilizando uma melhor condição de ataque.
B. A propriedade do engenho.
Entre 1542 a 1548, o engenho foi mantido em
sociedade entre Martin Afonso de Souza, Pero Lopes de Sousa,
Francisco Lobo, o piloto-mor Vicente Gonçalves e o investidor dos países baixos Johan Van Hielst.
Em 1542, o holandês Erasmo Schetz tornou-se
sócio no empreendimento, quando seu representante em
Lisboa, veio para S. Vicente, para assumir o seu lugar na sociedade feita.
Em dezembro deste ano, chegou junto com o novo Capitão-mor, Cristóvão
Aguiar de Altero, nomeado presidente da sociedade dos Armadores do Trato, na
qual se incluía o Engenho do Governador.
Pouco depois, este passou a ser chamado de “Engenho do Trato dos
Armadores”.
Erasmo Schetz, adquiriu as partes de seus sócios em 1548, compradas com
investimentos de seus filhos e sócios compatriotas.
O negócio foi feito na Europa, Erasmo nunca esteve no Brasil, mas seu
nome foi adotado junto com o santo de devoção da propriedade, renomear o engenho
como “São Jorge dos Erasmos”.
Ele era um banqueiro e armador de navios sediado em Amsterdam,
provavelmente financiava também construção de caravelas e naus lusitanas, através
de “contratos de risco”.
Um mecanismo de empréstimo que dava direito a uma participação nos lucros
gerados pelas viagens marítimas, quando a embarcação chegava de volta a Lisboa,
caso não naufragasse ou fosse perdida para piratas.
Quando o navio não retornava, os investidores assumiam as perdas junto
com a Coroa, não recebendo o pagamento do empréstimo e tampouco qualquer forma
de compensação; daí chamar o contrato como “de risco”.
Erasmo distribuía produtos importados pelos portugueses da África e da
Índia, intermediando sua venda por toda a Europa, tinha ligações de caráter
comercial com seus compatriotas, além de italianos, franceses e alemães.
Posteriormente, o engenho passou a pertencer apenas a firma “Erasmo
Schetz e Filhos”, mantida na família até 1603.
Não existem registros da presença de membros da família no Brasil, apenas
de representantes nomeados como administradores.
Entretanto, no início do século XVII, as instalações foram quase
destruídas por um incêndio.
Depois da morte do pai, Gaspar Schetz assumiu
o controle e, quando morreu em 1580, o engenho foi sendo passado de pai para filho,
funcionando até o século XVIII.
Momento em que a crise do ciclo do açúcar
conduziu ao abandono da propriedade e sua, consequente, deterioração; até se tornar
apenas ruínas.
Ao longo dos anos seguintes, o terreno passou
por muitos proprietários, até chegar a posse de Otávio Ribeiro de Araújo, em
1943.
Este ordenou que fosse feita uma escavação em
"L" no local, quando encontraram uma imagem de Santo Antônio,
modelado em terracota e vestígios ósseos humanos - crânios, maxilares, membros
inferiores e superiores -, que após a evidenciação, foram novamente enterrados.
Passando-se mais de uma década, em 1958, Otávio
doou as ruínas para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade
de São Paulo, totalizando aproximadamente uma área de 3.250m².
C. Escavações arqueológicas e resultados.
Sob direção da USP, na década de 1960.
ocorreram várias intervenções no local.
Luís Saia, arquiteto responsável, coordenou e
reconstruindo, com telhas encontradas na prospecção arqueológica, parte da
estrutura origina.
Em 1963, aconteceram as primeiras escavações
arqueológicas, quando foram encontradas formas de pão de açúcar e louças do
período colonial.
Em seguida, as ruínas foram tombadas pelo Instituto
do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAM), permanecendo abandonadas
novamente entre até a metade da década 1990.
Durante este período, ainda estavam por ser
escavadas as estruturas quinhentistas, cujo registro histórico de 1548; dava
conta tratar-se de um moinho comprido, forte, bem construído.
Em 1996, a USP firmou parceria com a
Universidade Católica de Santos, realizando um projeto que resultou na
escavação de mais de 1700 artefatos arqueológico.
Em 2003, novas investigações foram realizadas
pela USP, ainda conveniada com Universidade Católica de Santos, encontrando um
cemitério era remota, tinham-se apenas recomendações da veracidade do cemitério
da época colonial.
Atualmente, na visitação aberta ao público, pode-se observar o local onde foram encontrados os restos mortais, onde não se pode pisar ao solo, pois futuramente segundo os monitores da USP, serão desenterrados esqueletos para possibilitar novas pesquisas.
4. DISCUSSÃO.
Na pesquisa de campo foram consultados alguns historiadores, surgiram
versões diferentes sobre a história do engenho e, cada vez mais, ficou difícil
ter confirmações do que acontecia na época de funcionamento.
Uma dúvida bem frequente é de como seria o telhado, porém, quando Luiz
Saia fez as escavações, foram encontrados pedaços de telha de barro.
Entretanto, o redor do engenho funcionou como despejo de entulho usado
pela prefeitura, o que pode ter contaminado os artefatos encontrados.
Ainda na escavação de Luiz Saia, foi encontrado um buraco revestido de
pedras, imitando um fosso, um paiol e alçapão.
Nada foi comprovado, mas neste buraco foi encontrado formas de pão de
açúcar e louças.
A ideia do paiol é baseada no estilo de construção dos engenhos da época,
que funcionavam como fortaleza.
O alçapão teria como função armazenar mercadorias, alimentos e objetos de
valor.
Existe ainda a hipótese de que o fosso seria usado também como o banheiro
da época.
Na confecção da maquete das ruínas foram discutidos vários métodos e
materiais para serem utilizados, entre eles: palito de picolé, brita (pequenas
pedras), argila e isopor.
Após a discussão foi concluído que seria usado gesso em pó e em bloco e,
para o telhado, palito de picolé.
5. CONCLUSÃO.
No decorrer da pesquisa foram levantadas várias questões sobre a
construção do engenho, como: o telhado, cômodos, acesso ao engenho na época de
funcionamento, um suposto paiol em um cômodo que apresenta características de
guardar objetos de grande importância.
Luiz Saia, ao fazer suas pesquisas nas ruinas do engenho, tentou restaurar
parte das estruturas, no caso um telhado, com a intenção de imitar como seria
na época.
Entretanto foi muito criticado, posteriormente por arqueólogos, lembrando
que Saia era arquiteto e não possuía o conhecimento técnico para lidar adequadamente
com as ruínas.
Trabalhar com história, é na maioria das vezes posicionarmos em cima de
suposições.
No decorrer dessa pesquisa foram encontradas barreiras, devido à grande
diversidade de opiniões e suposições advindas de pesquisadores entrevistados e
teses publicadas.
A maquete tentou reproduzir paredes que hoje estão em ruínas, representando
um grande desafio, razão pela qual trabalhamos com suposições.
Por isto optamos por construir a maquete apenas das ruínas tal como se
encontravam no momento da finalização deste trabalho, preservando as paredes externas
do engenho, visto que a definição dos cômodos ainda é uma cógnita para os arqueólogos.
6. PARA SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO.
GEAMPAULO, Victor Lordani. Engenho de são Jorge dos Erasmo: aproximação
acerca da morte e da vida no complexo açucareiro vicentino (XVI-VXII). São
Paulo: Dissertação de mestrado apresentada ao departamento de história da Universidade
de São Paulo, Orientada pela Profa. Dra. Ana Paula Torres Megiani, 2013. <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-30042013-104452/publico/2013_VictorLordaniGeampaulo_VCorr.pdf>
Acesso em março de 2014.
SALVADOR. Frei Vicente do. História do Brasil 1500-1627. Belo Horizonte:
São Paulo: USP, s.d.
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Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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