Líder do Projeto.
COAUTORES: Jessica Marculino Pereira, Juliana Silva de Assis, Pedro Henrique B. Santana, Reinaldo Vieira Farias Neto, Thabata Alvares (discentes do curso de engenharia Civil do Centro Universitário Monte Serrat - Unimonte).
O texto deste artigo originalmente compunha uma monografia
inserida no Projeto Integrador, orientada pelo Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos,
apresentada pelos alunos citados como coautores ao Centro Universitário Monte
Serrat (Unimonte), como exigência parcial para a aprovação na disciplina PI II
do curso de engenharia. Os resultados da pesquisa foram apresentados ao público
em evento interno da universidade, submetido à avaliação de banca de
professores do curso no ano de 2015. Este texto foi atualizado pelo orientador,
com modificações substanciais, para publicação na Revista.
RESUMO: Previamente aprovado pela diretoria de ensino e a coordenação
dos cursos de engenharia da Unimonte; inserido em um projeto amplo que pretende
resgatar a memória de estruturas históricas do litoral paulista; prosseguimento
de uma intenção iniciado no ano de 2014, que recuperou estruturas da cidade de
Santos, reconhecida com o Prêmio Padre Geraldo Magela, outorgado pelo grupo
Anima; atendendo ao convênio firmado com a Fundação Arquivo e Memória de Santos
e o Instituto Histórico e Geográfico de Santos em 2015, com a finalidade de
auxiliar na composição do acervo permanente aberto à visitação pública;
pretende-se contribuir para a recuperação da memória da história da estrutura
do Forte de São João da Bertioga, erguida em 1551, através da construção de uma
maquete que retrate a mencionada edificação. Com o propósito de estudar as
técnicas de construção adotadas pelos portugueses no século XVI e demonstrar
como o Forte passou por inúmeras mudanças desde sua construção revelando o
motivo para tal. Realizamos uma visita técnica no Forte, guiada pela Sr.ª
Isabel Cristina de Lima, onde aplicamos um questionário (APÊNDICE A), a fim de
coletar informações sobre as dificuldades em manter a estrutura do local
preservada, sendo o primeiro Forte construído no Brasil e a primeira construção
militar, ao que diz respeito sobre o Forte de São João da Bertioga, períodos
com poucos registros históricos obscurecem o conhecimento por longos períodos,
por isso, foi necessário realizar um levantamento histórico, por meio de livros
e relatos, podendo assim fundamentar a construção da maquete, considerando em
quais condições a estrutura foi construída, quais as técnicas e materiais foram
empregados e também as alterações que ela sofreu com o tempo.
PALAVRAS-CHAVE: História da Engenharia, História da Arquitetura, Estruturas históricas
de Santos, História da cidade de Santos, Forte de São João da Bertioga.
ABSTRACT: Previously approved by the teaching board and the
coordination of engineering courses at Unimonte; inserted in a broad project
that aims to rescue the memory of historical structures on the coast of São
Paulo; continuation of an intention started in 2014, which recovered structures
in the city of Santos, recognized with the Padre Geraldo Magela Award, granted
by the Anima group; in compliance with the agreement signed with the Santos
Archive and Memory Foundation and the Santos Historical and Geographic Institute
in 2015, with the purpose of assisting in the composition of the permanent
collection open to public visitation; The aim is to contribute to the recovery
of the memory of the history of the structure of the São João da Bertioga Fort,
built in 1551, through the construction of a model that portrays the
aforementioned building. With the purpose of studying the construction
techniques adopted by the Portuguese in the 16th century and demonstrating how
the Fort has undergone numerous changes since its construction, revealing the
reason for this. We carried out a technical visit to the Fort, guided by Ms.
Isabel Cristina de Lima, where we administered a questionnaire (APPENDIX A), in
order to collect information about the difficulties in keeping the structure of
the site preserved, being the first Fort built in Brazil and the first military
construction, with regard to the Fort of São João da Bertioga, periods with few
historical records obscure knowledge for long periods, therefore, it was
necessary to carry out a historical survey, through books and reports, thus
being able to substantiate the construction of the model, considering under
what conditions the structure was built, what techniques and materials were
used and also the changes it underwent over time.
KEYWORDS: History of Engineering, History of Architecture,
Historical structures of Santos, History of the city of Santos, Forte de São
João da Bertioga.
1. INTRODUÇÃO.
O presente trabalho
relata a construção da maquete do Forte de São João da Bertioga, com o
propósito de resgatar a memória de estruturas históricas do litoral paulista e
estudar as técnicas de construção adotadas pelos portugueses no século XVI.
O desenvolvimento do
resgate da estrutura do Forte de São João da Bertioga, situado na barra de
Bertioga, litoral paulista, constitui um prosseguimento de uma intenção
iniciada no ano de 2014, que recuperou estruturas da cidade de Santos,
reconhecida com o Prêmio Padre Geraldo Magela, outorgado pelo grupo Anima;
atendendo a um convênio firmado com a Fundação Arquivo e Memória de Santos e o
Instituto Histórico e Geográfico de Santos em 2015.
A construção da maquete
possui a finalidade de auxiliar na composição do acervo permanente, aberto à
visitação pública, nas instituições citadas; contribuindo com a recuperação da
memória da história do Brasil e a valorização do sentimento de nacionalidade.
Construído pelos
portugueses em alvenaria no ano de 1551, o Forte de São João da Bertioga é
considerada a fortaleza mais antiga do Brasil. Sua construção ocorreu de forma
estratégica visando a proteção de ataques de piratas e dos índios tupinambás,
que consideravam os portugueses invasores de suas terras.
Diante disso,
pretende-se desenvolver a maquete da construção mais recente da fortaleza (que
ocorreu em 1551), pois assim, viabilizamos o levantamento histórico e a
elaboração de uma maquete mais próxima possível do original, a fim de ampliar a
cultura por meio da arquitetura.
De acordo com Beatriz
Valladão Thiesen: A arquitetura é uma das mais evidentes formas de organização
espacial numa paisagem, constituindo-se, portanto, no mais claro meio de
observar as formas através das quais os homens realizam a transformação do caos
da natureza na ordem da cultura.
As estruturas arquitetônicas
apresentam-se como elementos preciosos para observar os modos através dos quais
uma sociedade categorizou o seu meio e como representou essas categorias.
(THIESEN, 1999, p.81 apud CRUXEN, 2011, p.119).
Este estudo
possibilitará o entendimento amplo das técnicas utilizadas na construção pelos
portugueses, quais as influências artísticas eles possuíam e que tipo de
materiais eles utilizavam naquela época.
O Forte de São João é
considerado a fortaleza mais antiga do Brasil, construída para a proteção
contra futuros ataques dos índios Tupinambás que consideravam os portugueses
invasores das suas terras. Inicialmente nomeado Forte de São Tiago, construída
em paliçada em 1532.
No ano de 1551, após um
ataque dos índios onde foi totalmente incendiado, foi enviada uma ordem para
Portugal, para reconstrução em alvenaria, construída em pedra e argamassa de
ostra e óleo de baleia.
Em 1940 foi declarado
como patrimônio histórico e tombado oficialmente pelo IPHAN sendo a fortaleza
mais antiga e a mais conservada do Brasil. Atualmente (2015) está em vias de
integrar a lista de patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Tornando-se assim um dos monumentos
mais importantes do país.
A construção da maquete
do Forte de São João, é de extrema importância, tanto para Bertioga quanto para
a Baixada Santista, foram realizadas pesquisas históricas (prefeitura,
biblioteca e sites) e visita ao local (no dia 26/09). 1.2 JUSTIFICATIVA. Diante
de tamanha riqueza histórica, tão pouco explorada e divulgada, que surge a
relevância dessa pesquisa.
Esse estudo pretende
compilar um apanhado de documentos e relatos do período colonial de forma a
tornar sua leitura objetiva, concreta e significativa, visando resgatar a
história do Forte de São João da Bertioga e torná-la acessível a sociedade.
Intenta-se reproduzir a estrutura do Forte de São João de forma viável, em
quatro meses e com o menor custo possível, para ser exposta permanentemente no
Instituto Histórico e Geográfico de Santos com visitação aberta ao público.
2. OBJETIVO.
Através do Projeto
Integrador realizado pelos alunos do segundo semestre de 2015 do curso de
Engenharia Civil do Centro Universitário Monte Serrat, teremos como objetivo
resgatar a memória do Forte de São João da Bertioga, revelando antigos métodos
de construção e como a fortaleza foi e ainda é de suma importância para o
Brasil.
Apresentar também uma
maquete ilustrando a estrutura original, fornecendo um resultado útil para
auxiliar na composição do acervo permanente, aberto à visitação pública, da
Fundação Arquivo e Memória de Santos e o Instituto Histórico e Geográfico de
Santos.
Pretende-se com a
elaboração da maquete e do projeto, demonstrar como o Forte passou por inúmeras
mudanças desde sua construção, revelando o motivo para tal, e o porquê de o
mais antigo patrimônio histórico brasileiro ser pouco conhecido por grande
parte da população, seja por falta de interesse cultural ou por descaso dos
órgãos responsáveis.
Especificamente
pretendemos:
·
Analisar as técnicas e materiais utilizados na construção original da
estrutura;
·
Avaliar as modificações que a estrutura original sofreu ao longo dos anos;
·
Preencher lacunas históricas pouco exploradas, por meio de aprofundada
pesquisa;
·
Agregar relevância a identidade cultural da fortaleza no período colonial. 9 3
3. PROBLEMÁTICA.
Para o orador romano
Cícero, a história era a ―mestra da vida‖ (em latim: historia magistra vitae).
Com esta expressão, Cícero queria dizer que por meio dos exemplos do passado,
dos sofrimentos e sucessos, das tragédias e dos grandes feitos das gerações
anteriores, podemos extrair lições para nos orientarmos no presente, diante dos
problemas que nele se apresentam.
Esse é o princípio
fundamental dessa pesquisa: resgatar e preservar a história da Baixada Santista
no período colonial, e torna-la acessível, agradável e interativa.
No entanto, ao que diz
respeito sobre o Forte de São João da Bertioga, períodos com poucos registros
históricos obscurecem o conhecimento por longos períodos.
Estudos realizados
principalmente pelo IPHAN evidenciam cada vez mais detalhes sobre esses
períodos.
Todavia, muito desse
novo conhecimento permanece parcialmente restrito aos pesquisadores por serem
de caráter essencialmente técnicos.
O conjunto dessas novas
informações enriqueceria o valor histórico da fortificação se divulgado e
explorado de maneira mais abrangente e didática, com enfoque ao público não
acadêmico.
A maneira aqui
utilizada para consolidar essa aproximação é a reprodução em escala reduzida.
A maquete deve ser um
procedimento didático bidimensional para o tridimensional, do concreto ao
abstrato - e não o contrário – para que ensino seja adequado ao modo como a
criança aprende (ALMEIDA, 1995 apud ALMEIDA & ZACHARIAS, 2004, 55).
Por meio de uma maquete
é possível ter o domínio visual de todo conjunto espacial que é sua temática e
por ser um modelo tridimensional, favorece a relação entre o que é observado no
terreno e no mapa, expondo informações de maneira interativa o que atinge o
público de forma positiva e eficiente.
4. REFERENCIAL TEÓRICO.
As primitivas
fortificações, produziam-se as "paliçadas, cerca pontiagudas de paus a
pique, atalaias e torres". (Mori, 2003, p.101).
Exordialmente, por não
existir interesse na costa brasileira nesse período, não havia investimentos,
por esse motivo, não foram construídas "fortalezas fortes", somente
as discretas por Mori.
Apenas com a chegada de
Martin Afonso em 22 de janeiro de 1532, edificou "uma torre para a
segurança e defensa dos portugueses, no caso de serem atacados pelo gentio da
terra". (Mori, 2003, p.102).
Em 1551, após longas
batalhas entre os tupiniquins (aliados dos portugueses) e tupinambás (aliados
franceses), a paliçada (ou forte de São Tiago, como foi nomeada anteriormente),
foi totalmente incendiada.
Em 25/06/1551, o Rei
ordenou a reconstrução do forte: "Obras da fortaleza que a ser
requerimento ora manda fazer na terra de Bertiogua da dita capitania, até de
todo acabada (...) conforme a taça que de cá vai (...) além do que nela mando
despender de minhas rendas e do dito Martin Afonso‖. (Mori, 2003, p.104).
Dando-se início a
construção da primeira fortaleza do Brasil em alvenaria (pedra, argamassa de
ostra e óleo de baleia).
Para a execução deste
projeto foram realizadas pesquisas bibliográficas para dar início ao
levantamento histórico do Forte de São João da Bertioga.
Através de visita
técnica no dia 26 de setembro, que foi guiada pela Sr.ª Isabel Cristina de
Lima, responsável pelo Setor de Patrimônio Histórico e Cultural de Bertioga, na
qual se aplicou um questionário (APÊNDICE A), a fim de coletar informações
sobre as dificuldades em manter a estrutura do local preservada.
Diante disso, a
pesquisa foi realizada da seguinte forma: inicialmente foi definido o local
histórico que seria utilizado para ficar exposto no Instituto Histórico e
Geográfico de Santos. Posteriormente, foi escolhido o Forte de São João de
Bertioga, devido a sua importância histórica, atendendo ao tema proposto e por
Bertioga ter sido um distrito de Santos até o ano de 1991, sendo um fato
histórico de grande importância cultural e pouco conhecido pela população
litorânea, segundo pesquisa realizada em sala de aula (APÊNDICE B).
Em seguida, iniciou o
processo de montagem da maquete de reprodução do 11 Forte de São João da
Bertioga, primeiramente definindo qual a escala que seria utilizada para tal
reprodução; logo após, foram estabelecidos os materiais que poderiam ser
utilizados.
Assim sendo, foi contatada
a Secretária de Planejamento de Bertioga, que forneceu a planta baixa da atual
estrutura do Forte (ANEXO A). E por fim, após compilar dados históricos e
construir a maquete em questão, foi possível atingir os objetivos propostos e
apresentar os dados obtidos com a pesquisa.
5. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS.
O Forte São João de
Bertioga é importante não somente para a história regional, mas também para a
história do Brasil, pois, ele faz parte do início da colonização do País.
Sendo o primeiro forte
construído no Brasil e a primeira construção militar. Com base nas pesquisas e
com o contexto histórico, será possível fundamentar a construção da maquete,
considerando em quais condições a estrutura foi construída, quais as técnicas e
materiais foram empregados e também quais alterações ela sofreu com o tempo.
Baseado nas coletas de
dados históricos chegou-se ao que seria o Forte de São João com a configuração
do século XVI, especificamente do ano de 1551.
Para a construção da
maquete fez-se necessária primeiramente uma planta em escala da fortaleza. Para
isso foi definida, com a ajuda de um escalímetro, a escala 1:50, onde cada 2 cm
representa um metro real.
Definida escala e
planta iniciou-se o trabalho de levantamento da estrutura. Em uma base de
isopor foram erguidas, nomeadas e modeladas às paredes e a plataforma, as
partes foram fixadas incialmente com palitos de dente para evitar erros.
O passo seguinte foi
criar a estrutura do telhado e os detalhes do muro, como colunas e abertura
para canhões.
Com a estrutura pronta,
a maquete foi desmontada para revestimento com massa corrida. Todas as partes,
exceto pisos e muros de pedra, foram revestidas e lixadas para um melhor
acabamento.
Após remontar a maquete
as partes passaram pela primeira demão de tinta, branco para as paredes e cinza
para as pedras.
Com as partes
principais prontas a maquete seguiu para a colocação do telhado e das guaritas,
e para a colagem definitiva das peças.
Para a finalização da
maquete, o próximo passo foi criar os detalhes interiores, escada e canhões, e
também os exteriores como o rio, a praia e o jardim.
6. RESULTADOS DA PESQUISA.
Trata-se de um estudo
onde se pretende resgatar a memória da estrutura do Forte São João de Bertioga
do século XVI, um exercício acadêmico que fornecera subsídios para a construção
de uma maquete que comporá um acervo permanente aberto para visitação pública,
na Fundação Arquivo e Memória de Santos e o Instituto Histórico e Geográfico de
Santos.
Retratou-se então o
Forte de São João localizado na cidade de Bertioga, em sua configuração
original, fora resgatada a configuração do ano de 1551, com objetivo de que
fique arquivada uma estrutura sem as modificações executadas durante os
séculos, esse resgate é de suma importância não somente para a região da
Baixada Santista, mas, que se resguarde parte da história do Brasil.
Na configuração
estudada e retratada em forma de maquete, utilizou-se o projeto da primeira
fortaleza militar do Brasil, ilustrando como era o Forte antes de todas as
mudanças, que serão especificadas no histórico da construção.
O projeto retrata o
primeiro projeto do ano de 1551, onde a plataforma era de 100m², o telhado era
de duas águas e a proteção da parte terrestre era cercado por paliçadas,
proteções de madeira que foram substituídas séculos depois por tenalhas, uma
espécie de muro de pedra e cal para proteção.
Embora seja um
patrimônio histórico de tamanha riqueza cultural, poucas pessoas na região
infelizmente o conhecem, conforme pesquisa realizada com 32 estudantes de
Engenharia Civil para esse trabalho.
De um total de 32
estudantes, apenas 6% das pessoas conhecem o Forte São João e 94% não o
conhecem, como ilustra o gráfico 1.
Assim como. 6% dos
estudantes visitaram o Forte São João e 94% não o visitaram, como ilustra o
gráfico 2.
7. HISTÓRIA DA ESTRUTURA.
A primeira fortaleza
conhecida no Brasil fora construída uma paliçada (cercas pontiagudas de paus)
em 1532 por Martin Afonso de Souza, que viera comandando a primeira expedição
colonizadora ao território brasileiro, por ordem do Rei D. João III.
Em 1548, temendo
ataques dos franceses que haviam se aliado aos índios Tamoios, o fidalgo Luís
de Góes recorrera ao rei solicitando a construção de uma fortaleza.
Foi então que em 1551,
após a paliçada ser destruída e saqueada pelos índios Tamoios, que o Rei
deferiu a solicitação e ordenou a construção da primeira Fortaleza Real com
projeto arquitetônico enviado por Portugal.
Ela foi estrategicamente
localizada na entrada do Canal de Bertioga, para a defesa das Vilas de Santos e
São Vicente, colônias que haviam prosperado muito naquele momento e também
contra os ataques dos índios, que consideravam os portugueses invasores das
suas terras.
8. LOCALIZAÇÃO E FINALIDADE.
O Forte de São João localiza-se no canal de Bertioga, no continente, fronteiro à ilha de Santo Amaro, no litoral norte do estado de São Paulo. Bertioga é um município paulista, fundado em 1991, pertencente à Região Metropolitana da Baixada Santista, tem uma população aproximada de 50 mil habitantes, com economia voltada principalmente para o turismo e ao comércio.
No século XVI o canal
de Bertioga era a principal rota de entrada de Tamoios e piratas, fez-se então
necessária a construção de uma fortaleza para defesa dessa área, assim evitando
ataques a recém-fundada Vila de São Vicente.
Atualmente o Forte é
considerado o mais antigo do Brasil. Bem conservado, exibe paredes originais e
abriga exposição permanente de artefatos medievais e indígenas.
Ao redor fica o Parque
dos Tupiniquins, com grande área verde, artefatos históricos e estátuas. A
fortaleza faz parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, tombado pelo
IPHAN, e está diariamente aberta à visitação.
9. CONTEXTUALIZAÇÃO.
No que se refere ao
contexto histórico a fortificação de São João da Bertioga teve relevante
importância estratégica na defesa da região.
Com a vinda da
expedição de Martim Afonso (1530-1533) juntamente com a necessidade de
estabelecer uma colônia, explorar a terra e consequentemente protegê-la, que os
primeiros sistemas de defesa da Capitania de São Vicente aparecem na
literatura.
A entrada do Canal da
Bertioga era posição estratégica a ser defendida pela coroa portuguesa e pelos
luso-brasileiros, pois dava acesso às Vilas de São Vicente 21 e Santos. Luis
Góes, fidalgo e proprietário de terras na região, enviou uma carta a D. João
III, rei de Portugal, reivindicando a ajuda real para a defesa de Bertioga:
“-Mui alto e mui
poderoso Senhor, que se com o tempo e brevidade vossa Alteza não socorrer a
estas capitanias e Costa do Brasil, que ainda que nós percamos as vidas e
fazendas vossa Alteza perderá a terra‖”. (Carta de Luis de Góes em 1548,
escrita da Villa de Santos a El-Rei D. João III, pedindo lhe que socorresse
urgentemente as capitanias e o litoral do Brasil, para que a coroa portuguesa
não perdesse esta sua conquista americana. Fonte: Documentos Interessantes para
a História e Costumes de São Paulo - Volume XLVIII, pág. 09/12).
A proteção
proporcionada pelo forte impulsionou o desenvolvimento da região,
principalmente do Porto de Santos, por tornar-se objeto de cobiça de corsários
e nações hostis como relata o Governador da Capitania Rodrigo Cezar de Menezes
em carta ao Rei em 1724:
"Como pelo tempo
adiante poderá o porto da Vila de Santos ser mais bem visto das Nações
Estrangeiras e de piratas, aumentando-se nele o comércio, pelas boas esperanças
que nesta Capitania há de novos descobrimentos, procurei pôr na última
perfeição a fortaleza da barra da Bertioga, da mesma vila, e me parece foi a
obra que se lhe fez de muita conveniência a Real Fazenda de V. Majestade,
porque, gastando-se com ela de três em três anos muito perto de quinhentos mil
réis com madeiras e estacarias, ultimamente se fez de pedra e cal, com muita
regularidade e tudo o mais necessário para a sua boa defesa por um conto
setecentos e setenta mil réis." (Carta do Governador da Capitania Rodrigo
Cezar de Menezes - fortificações da Praça de Santos. Fonte: Transcrito no livro"Fortes
e Fortificações do Litoral Santista - Muniz Jr).
Em 1940 é tombado pelo
IPHAN e passa fazer parte da lista dos Patrimônios Históricos Brasileiros,
sendo a fortaleza mais antiga e bem conservada do Brasil.
Posteriormente, durante
a Segunda Grande Guerra serviu como quartel para os pelotões de vigilância dos
4° e 6° Batalhões de Caçadores do Exército Brasileiro entre os anos de 1944 e
1954.
Atualmente além de
estar aberto à visitação, poderá integrar a lista de patrimônio mundial da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
10. HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO.
O Forte de São João
inicialmente chamado de Forte São Tiago, fora projetado em 1551 em Portugal e
executado não aleatoriamente no Canal de Bertioga, tanto para a proteção dos
colonizadores, quanto para a entrada do canal que chegariam diretamente as
vilas de Santos e São Vicente.
Voltadas para o canal,
a torre com suas canhoneiras e guaritas, denunciava o projeto para a defesa de
possíveis ataques de armas de fogo, dos então canhões da época, suas paredes
eram mais grossas ligeiramente inclinadas e de pouco altura, com a intenção de
esparramar-se horizontalmente pelo relevo, quem vinha do mar aberto, não
consegui visualizar a distância, uma vez que ela se camuflava junto a areia da
praia.
Na parte da terra, em
torno da construção dos alojamentos e até mesmo as casas dos povoadores, uma
firme estacada dobrada de madeira, para defender do contato direto dos ataques
indígenas.
Observa-se também um
sistema de ventilação funcional. Sua construção foi feita em alvenaria com
argamassa, produzida com a mistura de óleo de baleia, conchas e areia.
A conclusão da
construção foi em 1560, as principais alterações foram em 1724, o governador
Rodrigo Cezar Menezes substituiu a estacaria dobrada de madeira, na parte
voltada para a terra, por uma moderna tenalha, feita de pedra e cal.
Em arquitetura militar,
a tenalha é uma obra exterior de uma fortificação abaluartada, que consiste
numa estrutura defensiva pouco relevada, com duas faces reentrantes. A tenalha
é construída, no fosso, no exterior de uma cortina - entre os flancos de dois
baluartes consecutivos - destinando-se a uma defesa avançada dos reparos.
Em 1751, o governador
Luís Antônio de Sá Queiroga, reedificou a torre, a plataforma das armas de
100m² para a atual 250m². A tenalha também foi elevada 9 palmos e completada
por uma estaca paralela. (MORI, 2003).
Um maremoto destruiu
parte do forte em 1769, deslocando a guarita e a cortina do lado leste. A
capela de São João que havia na areia fora destruída pelo mar e seu padroeiro
transferido para o oratório do forte. Sendo rebatizado de Forte de São João.
A última grande mudança
do Forte foi em 1817 pelo Engenheiro Rufino José Felizardo e Costa, que
projetou e executou. As paredes do quartel foram levantadas 4 palmos e com essa
elevação o antigo sistema de cargas pontuais distribuídos nas pilastras foram
substituídos pelas tradicionais paredes portantes.
Alterou-se o antigo
desenho do telhado de 2 para 4 águas, acrescentou-se uma cozinha e uma
despensa. Fora feita também uma pequena reforma no lado leste que o maremoto deslocou
(MORI, 2003).
Em 1942 após o
tombamento o IPHAN iniciou restauração solucionando o lado leste que estava
deslocado devido o maremoto.
Ainda em 1942 o
Ministério da Guerra aproveitou o primitivo e edificou a residência com 3
cômodos para o zelador do forte, permanecendo o restante das paredes erguidas
descobertas, ficando a administração da área com Instituto Histórico e
Geográfico Guarujá-Bertioga.
Em 1960, a residência
do zelador foi adaptada para abrigar o museu João Ramalho, foram executadas
obras à revelia do IPHAN, o adaptando cenograficamente para parecer com um
Quartel Militar, transformando-o em um falso documento da história.
A última restauração do
Forte foi iniciada em 1997 pelo IPHAN, readquirindo a configuração original do
projeto de 1817 do engenheiro militar Rufino Felizardo e Costa, incorporando
todos os vestígios do edifício primitivo.
Foi reaberto em
22/04/2000 e hoje está aberto para visitação sob cuidados da Prefeitura de
Bertioga.
11. PANORAMA ATUAL.
Atualmente o Forte de
São João da Bertioga faz parte do roteiro histórico pelo litoral paulista. É
considerado um dos principais pontos turísticos de Bertioga e está aberto para
visitação todos os dias da semana.
Embora sua entrada seja
gratuita, o Forte é de extrema importância para a economia da cidade, estima-se
que receba cerca de 50 mil visitantes por ano (AEB, 2003), gerando renda para
as pousadas, hotéis, restaurantes e todo o comércio local.
Sua administração é de
responsabilidade da Prefeitura de Bertioga, por intermédio da Secretaria de
Turismo.
Entre os objetos
expostos em seu interior, estão artefatos indígenas, canhões de murada, réplica
de uma armadura medieval, espadas, capacetes de metal, além da história do
Forte retratada por meio de pinturas.
O Forte foi declarado
patrimônio histórico e tombado oficialmente pelo IPHAN em 1940, e a partir daí
deram-se início às obras de reparos emergenciais e posteriormente as obras de
restauro que se concluiu no ano de 2000.
Hoje é a manutenção é
realizada periodicamente, mantendo a sua estrutura preservada, sendo assim, é
considerado o Forte mais bem preservado do Brasil entre todos os que foram
tombados pelo Governo do Estado (UOL, 2003).
12. DISCUSSÃO.
Ao delimitar o período
o qual foi retratada a edificação em forma de maquete, novamente relevantes
lacunas na história se mostraram presentes.
Essas lacunas são as
seguintes:
·
Configuração da primeira estrutura em alvenaria (século XVI);
·
A cor da edificação (século XVI). Possuindo apenas fragmentos de registros
históricos e conhecendo características comuns a construções militares do
período em questão, foi necessária uma discussão entre os membros participantes
do projeto para definir quais definições seriam adotadas. Discussão essa que se
desenvolve nos subtítulos seguintes.
A. CONFIGURAÇÃO DA
PRIMEIRA ESTRUTURA EM ALVENARIA.
Como já mencionado no
tópico que trata do histórico da construção, inicialmente o Forte fora
construído em rudimentares estacadas de madeira, sendo substituído por uma
construção em alvenaria cuja construção veio a ser concluída em meados de 1560,
período esse que retrataremos em nossa maquete.
Diversos registros
históricos atestam essas datas, além de diversas correspondências régias
solicitando subsídios para a execução da obra, todavia, em nenhum desses
registros há referências quanto a detalhes do Forte a ser construído.
A última informação
quinhentista referente ao Forte encontra-se na narrativa do Pe. Fernão Cardim
em visita a São Vicente em 1585, para acompanhar o visitante Pe. Christovão
Gouvêa. Na narrativa Pe. Fernão Dias comenta que –“Bertioga, aonde está (...) a
fortaleza é cousa formosa, parece-se ao longe com a de Belém e tem outra mais
pequena defronte, e ambas se ajudavam uma a outra no tempo das guerras” (vide
ANEXO B).
Quando Pe. Fernão
compara - ao longe‖ as fortalezas de Belém e de Bertioga, provavelmente
refere-se de forma análoga as semelhanças de suas plataformas que se projetam
em direção ao mar com guaritas avançadas em formatos também semelhantes que
podem ser observadas nas imagens a seguir:
Esse relato tem sido de
fundamental importância como referencial que norteia 29 a execução do projeto
em escala, pois ao concluir por meio de pesquisa e discussões que o esquema de
plataforma avançada já existia no período quinhentista, passou-se a fazer uso
de informações e dados que partem do século XVI.
Essas informações podem
ser consideradas mais relevantes no que tange às questões tipológicas do Forte,
pois se referem aos dados mais específicos da tipologia, dos armamentos, dos
possíveis reparos, da substituição de uma estacada de madeira por um muro de
pedra e cal, da composição de um quartel, da presença de canhoneiras e outros
elementos.
B. COR DA EDIFICAÇÃO.
Em relação à cor que
adotava o revestimento da fortificação, não cabe a interpretação de relatos,
pois em nenhum que tenhamos conhecimento contém tal informação.
Uma hipótese levantada
pelo pesquisador Hugo Mori, membro do IPHAN, sugere que em meados do século XVI
já existia uma preocupação em - camuflar a fortificação de Bertioga.
Afirma isso em seu
livro no seguinte trecho:
“Voltadas para o canal,
a torre com suas canhoneiras e guaritas, denunciava o projeto para a defesa de
possíveis ataques de armas de fogo, dos então canhões da época, suas paredes
eram mais grossas ligeiramente inclinadas e de pouco altura, com a intenção de
esparramar-se horizontalmente pelo relevo, quem vinha do mar aberto, não
consegui visualizar a distância, uma vez que ela se camuflava junto a areia da
praia.” (MORI, 2003).
De acordo com a
hipótese levantada por Mori, a plataforma da fortificação tinha sua cor
semelhante à cor da areia que a rodeava, tornando-a facilmente confundível com
as suas imediações.
Outro dado levado em
consideração, diz respeito a um nicho de revestimento supostamente original do
forte que se encontra no mesmo, e foi intencionalmente preservado em sua
restauração no ano de 1999.
Tal nicho também possui
coloração semelhante à areia, tonalidade essa adotada como definição de
execução.
13. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
O proposito principal
deste trabalho é resgatar a memória do Forte de São João da Bertioga, mostrando
antigos métodos de construção e a importância da fortaleza no Brasil.
Através de um
questionário aplicado com os estudantes (apêndice B), foi constatado que, de 32
alunos entrevistados, apenas 6% conheciam o forte e visitaram o local, e 95%
não conhecem e nunca o visitaram.
Um ponto de relevância
para o nosso estudo, é que, embora o forte de São João seja um patrimônio
histórico de vasta riqueza cultural, não é muito conhecido pelos seus
munícipes, frequentemente turistas e estudante de outros municípios vem ao
forte para visitar com hora marcada e passeio monitorado.
Sendo essa, a primeira fortaleza construída no Brasil e a primeira construção militar, e de suma importância uma divulgação ampla de sua existência. E com a construção da maquete que irá compor um acervo permanente aberto para visitação pública, na Fundação Arquivo e Memória de Santos e o Instituto Histórico e Geográfico de Santos, enriqueceria o valor histórico da fortificação se divulgado e explorado de maneira mais abrangente e didática, com enfoque ao público não acadêmico e uma ampla divulgação do mesmo.
14. REFERÊNCIAS.
A. FONTES.
Prefeitura do Município
de Bertioga. Forte São João pode
integrar lista de patrimônio mundial da Unesco. Disponível em: http://www.bertioga.sp.gov.br/noticias/forte-sao-joao-pode-integrar-lista-de-patrimonio-mundial-da-unesco/
Acesso em: 30 ago. 2015.
SANAJOTTI NAKAMUTA,
Adriana. Forte São João e o Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional. 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura
e Urbanismo) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,
São Carlos. Disponível em: http://fortalezas.org/midias/arquivos/1953.pdf
Acesso em: 30 ago. 2015.
B. BIBLIOGRAFIA.
AEB (Achei em
Bertioga). FORTE SÃO JOÃO - MARCO DA
HISTÓRIA DO BRASIL. 2009. Disponível em: http://www.acheiembertioga.com.br/passeios/forte-sao-joao.aspx
Acesso em: 11 out. 2015.
ALMEIDA, S. P. &
ZACHARIAS, A. A. A leitura da Nova
proposta do Relevo Brasileiro através da Construção de Maquete: o aluno do
ensino fundamental e suas dificuldades. Revista Estudos geográficos. V. 2, n.1,
p.53 – 73, 2004. Estudos Geográficos, Rio Claro, 2(1): 53-73, junho - 2004
(ISSN 1678—698X).
Cicero, Marcus Tullius.
De oratore. (Volume primeiro – Livro
I, texto original com tradução de E. W. Sutton).
CRUXEN, Edison Bisso. A Arquitetura Militar Portuguesa no período
de Expansão Ultramarina e suas origens medievais. 2011, Pós-Graduação em
História – UFRGS. Porto Alegre, 2011.
MORI, Victor Hugo. Arquitetura Militar. Um panorama histórico
a partir do Porto de Santos. São Paulo: Imprensa Oficial, 2003.
TEIXEIRA, P. Forte de São João da Bertioga.
Disponível em: http://seer.ufrgs.br/aedo%20s/article/viewFile/22304/13120
Acesso em: 29 ago. 2015.
CARDIM, Pe. Fernão, Tratados da Terra e Gente do Brasil. Lisboa:
Cia. Editora Nacional (2ª edição), 1939, p.310-315.
PORTUGAL. Turismo de Lisboa. Disponível em: http://www.visitlisboa.com/
Acesso em: 02 nov. 2015.
BRASIL. Universo
On-line (UOL). Forte São João é o
primeiro monumento de arquitetura militar do Brasil. Disponível em: http://www2.uol.com.br/jbaixada/forte.htm
Acesso em: 12 out. 2015.
BRASIL. Veja São Paulo.
A fachada: primeira versão de alvenaria
foi feita em 1547. Disponível em: . Acesso em: 15 out. 2015. VENTURA,
Patrícia. Arquitetura da Formação das Cidades Brasileiras. Disponível em:
http://vejasp.abril.com.br/blogs/direto-do-litoral/2013/01/09/visite-o-forte-sao-joao-em-bertioga-de-graca/
Acesso em: 17 out. 2015.
VENTURA, Patrícia. Arquitetura da Formação das Cidades
Brasileiras. Disponível em: http://pt.slideshare.net/escorpianapat/formao-das-cidades-brasileiras
Acesso em: 17 out. 2015.
15. APÊNDICES.
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO VISITA AO FORTE SÃO JOÃO.
Questionário realizado
durante visita técnica no dia 26 de setembro de 2015, guiada pela Sr.ª Isabel
Cristina de Lima, a atual Chefe do Setor de Patrimônio Histórico e Cultural de
Bertioga.
1) Quem cuida da
manutenção e conservação do Forte?
R: A conservação e a
manutenção do Forte São João, estão sob cuidados da Prefeitura de Bertioga.
Porém, sempre supervisionado pelo IPHAN. Segundo o IPHAN, é o mais bem
conservado e o mais visitado Forte do estado de São Paulo.
2) Por que não é
cobrada a entrada para visitação?
R: Existe um processo
para liberação de cobrança de taxa para a visitação do Forte São João, precisa
ser aprovado como lei. É uma expectativa que se torne possível essa cobrança,
como uma taxa simbólica para que o Forte se torne autossustentável.
3) Qual a serventia do
óleo de baleia na construção do Forte?
R: O óleo de baleia
junto com a cal retirada dos sambaquis formavam uma espécie de argamassa que
eles utilizavam para grudar as pedras, assim foram erguidas as paredes do
Forte.
4) O Forte São João
está totalmente inativo?
R: Na verdade não,
pois, caso haja uma guerra o Exército brasileiro pode recrutá-lo para sua
ocupação.
APÊNDICE B - FORMULÁRIO DE PESQUISA COM ESTUDANTES.
Compilação de Dados - Pesquisa com Estudantes.
ANEXO B - NARRATIVA DO PE. FERNÃO CARDIM.
19/01/1585 - Narrativa
do Pe. Fernão Cardim acompanhando o Padre visitador Christovão Gouvêa à São
Vicente.
“Fizemos o caminho á
vista de terra, e toda é cheia de ilhas mui formosas, cheia de passaros e
pescado. Chegámos em seis dias por termos sempre calmarias á barra do Rio,
nomeado da Buriquioca, sc. cova dos bogios, e por o nome corrupto Bertioga,
aonde está a nomeada fortaleza para que antigamente degradavam os malfeitores:
a fortaleza é cousa formosa, parece-se ao longe com a de Belém e tem outra mais
pequena defronte, e ambas se ajudavam uma á outra no tempo das guerras. Daqui a
villa de Santos são quatro leguas‖. (...) - O padre em S. Vicente visitou os
padres. Consolando muito a todos, e foi dalli dez leguas pela praia a uma Nossa
Senhora da Conceição, que está na villa de Itanhaem: tambem visitou o forte que
deixou Diogo Flores, com cem soldados‖.” (B. Grande/março de 1585).
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Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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