Para entender a história... ISSN 2179-4111.
Ano 6, Volume jul., Série 12/07, 2015.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Doutor em história social - USP.
MBA em Gestão de Pessoas - UNIA.
Licenciado em história - CEUCLAR.
Licenciado em filosofia - FE/USP.
Bacharel em filosofia - FFLCH/USP.
A tecnologia
desenvolvida na guerra está presente na vida cotidiana, fazemos uso intenso
desta.
O avanço
tecnológico impulsionado pela necessidade de subjugar o inimigo nos campos de
batalha sempre foi na história humana a mola mestra do desenvolvimento humano.
Usufruímos de
avanços conquistados em contextos militares, desde os processadores e
componentes dos computadores, ao sistema de criptografia dos celulares, ou o
microondas.
Todas estas
tecnologias nasceram das necessidades militares e foram aperfeiçoadas ou
adaptadas para o uso civil.
Neste sentido, a
2ª Guerra Mundial foi um divisor de águas na tecnologia moderna, nunca em tão
pouco tempo o homem avançou tanto tecnologicamente.
A aviação é um
dos campos que reúne grande número destes desenvolvimentos, de onde saíram os
motores a pistão para o jato, os pequenos biplanos para os grandes
bombardeiros, ou as aeronaves limitadas em autonomia para as capazes de cruzar
vários quilômetros sem reabastecimento.
Hoje só é
possível cruzar os céus diminuindo as distâncias graças aos motores
originalmente desenvolvidos na 2ª Guerra Mundial, colocados em uso durante o
conflito pela Alemanha.
Os mecanismos
aerodinâmicos que revolucionaram a manobrabilidade dos aviões e tornou mais
segura e confiável a aviação hoje, também foram desenvolvidos durante o
conflito, como é o caso dos slats e flaps, dois mecanismos que tornaram o
messerschimitt BF-109 o mais mortal caça do inicio do período.
Isto para não
mencionar os sistemas radar, que também viabilizaram o controle do atualmente
intenso trafego aéreo.
A partir do
radar surgiu à tecnologia que originou o microondas, uma das principais peças
do aparelho, o magnetron, foi desenvolvido durante a 2ª Guerra Mundial, em uma
tentativa de reduzir suas dimensões e aumentar a eficiência de detecção de
aeronaves.
As comunicações
durante a guerra também passaram por um enorme avanço, influindo diretamente no
nosso cotidiano.
A necessidade de
manter a comunicação com diversas frentes de batalha e, principalmente, de
maneira que o inimigo não pudesse saber o que se transmitia, na Alemanha fez
nascer o mais engenhoso e complexo sistema de criptografia do mundo, o sistema
enigma, que por quase todos os anos do conflito fez com que os aliados
mobilizassem uma grande massa de cientistas para conseguir quebrar seu código.
O sistema de
criptografia usado hoje em computadores e celulares é baseado no Enigma.
A tecnologia que
possuímos de transmissão via satélites, análises meteorológicas através de
satélites, bem como todo o avanço humano no espaço, só foi possível devido ao
desenvolvimento das bombas voadoras V1 e V2, que iniciaram o desenvolvimento
pós-guerra dos programas espaciais ao redor do mundo.
A tecnologia
espacial conduziu ao GPS, com aplicação inicialmente restrita ao uso militar durante
a Guerra Fria, e, depois, na aviação civil, passando depois para o cotidiano em
carros, descartando a necessidade de cálculos e mapas.
No campo da
saúde, a tecnologia de diagnóstico médico por imagem, desde o raio-x até o
sistema de tomografia computadorizado, contemporaneamente imprescindíveis no
diagnóstico de diversos quadros clínicos, surgiu a partir da tecnologia
nuclear, desenvolvida como arma de guerra, representada pelas bombas arrasaram
Hiroshima e Nagasaki. Tecnologia que mostrou também o seu potencial energético
com aplicação civil, trazendo conforto, segurança e comodidade.
Os grandes
conflitos militares, a partir da 2º. Guerra Mundial, como podemos observar
através dos exemplos citados, ampliaram o avanço tecnológico da humanidade,
trazendo os novos recursos para o uso civil.
Estão presentes
hoje no cotidiano de forma tão intensa que é quase impossível imaginar a vida
sem estas novas tecnologias.
No entanto, é
interessante ressaltar que estes avanços foram obtidos com o intuito de matar,
exterminar, subjugar o outro.
Será que
Rousseau estava certo ao afirmar que o homem nasce bom, sendo corrompido pela
sociedade? Ou será que a natureza humana é má, voltada para ideais egoístas e
destrutivos?
Para saber mais sobre o assunto.
CANÊDO, Letícia
Bicalho. A revolução industrial. São
Paulo: Atual, 1986.
MARCUSE,
Herbert. Tecnologia, guerra e fascismo. São Paulo: UNESP, 1999.
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Forte abraço.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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