Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 9, Volume jul., Série 01/07, 2018.
Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
RESUMO: Pretende-se
discutir brevemente a introdução do liberalismo na Península Ibérica no século
XIX, que resultaram em guerra civil em Portugal e Espanha, responsável pelo
estabelecimento de governos constitucionais e redefinições da soberania
nacional. Em ambos os países, no entanto, as intenções liberais fracassaram,
embora tenham permitido posteriormente a ascensão do republicanismo.
PALAVRAS-CHAVE: História Ibérica,
Liberalismo Ibérico, Guerra Civil Ibérica no século XIX, História de Portugal,
História da Espanha.
ABSTRACT: It is intended to briefly discuss the introduction of liberalism in the
Iberian Peninsula in the 19th century, which resulted in civil war in Portugal
and Spain, responsible for the establishment of constitutional governments and
redefinitions of national sovereignty. In both countries, however, liberal
intentions failed, although they later allowed the rise of republicanism.
KEYWORDS: Iberian History, Iberian Liberalism, Iberian Civil War in the 19th century,
History of Portugal, History of Spain.
1. INTRODUÇÃO.
O advento da Revolução
Francesa acelerou o processo de independência das colônias ibéricas na América,
culminando com o fim do antigo regime em Portugal e Espanha.
Ao término das guerras
napoleónicas, o restabelecimento das monarquias europeias fez parte do que os
contemporâneos consideravam a retomada da hierarquia e ordem europeia.
Entretanto, o
liberalismo impôs limites aos soberanos através das constituições, redefinindo
os parâmetros da soberania monárquica.
Na Espanha, Fernando
VII foi recebido com adulação por alguns e com desdém por outros.
Os nostálgicos
tradicionais deram as boas-vindas ao rei que retornava, os ansiosos pelo
progresso liberal esperavam novos tempos, ambos não demoraram a sentirem-se
decepcionados.
Somente dois meses
depois de ascender ao poder, o monarca revogou a constituição de 1812, conhecida
como Constituição de Cádis, promulgada logo após a queda de Napoleão.
Em Portugal, como
poucos intelectuais radicais tinham sido deportados em 1810, enquanto a guerra
contra os franceses havia feito o rei fugir para o Brasil; surgiu a conjuntura
perfeita para formação de um estrato liberal com grande força política.
Imagem de época retratando a Revolução Liberal.
2. O contexto constitucional.
As potências imperiais
ibéricas, no início do século XIX, eram vistas pelo resto da Europa como
empobrecidos postos avançados europeus marginais.
Desde 1810, as colônias
espanholas na América, isoladas pela ocupação napoleônica, estavam agitadas.
O Brasil caminhava para
um processo separatista que não podia ser detido, tanto que o próprio monarca
português, alguns anos depois, aconselharia seu herdeiro a proclamar a
independência, caso se fizesse necessário, para que a Coroa do novo Estado se
mantivesse em posse da dinastia dos Bragança.
Portanto, tanto a
monarquia portuguesa quanto a espanhola encontravam-se enfraquecidas quando
Napoleão caiu, nenhum dos Estados ibéricos tinha condições de exigir um lugar
entre as grandes potências.
A Espanha encontrava-se
desmantelada, enquanto Portugal tinha sido reduzido quase a um protetorado britânico.
Dentro deste contexto,
em janeiro de 1820, vários batalhões espanhóis se levantaram a favor da
Constituição de 1812.
As tropas rebeldes
haviam sido organizadas para partir para as guerras americanas, em uma
tentativa de reprimir os movimentos de independência, mas diante da
impopularidade de Fernando VII e da falta do pagamento dos soldos, haviam sido
convencidos pelos oficiais liberais a oporem-se à monarquia absolutista.
O monarca espanhol foi
obrigado a ceder, restabelecendo a validade da Constituição de 1812, sendo
forçado ainda a permitir o regresso do exílio e a libertação das prisões dos
liberais.
Estes homens terminaram
iniciando uma nova fase na história da Espanha, instalando o chamado ministério
dos presidiários, uma alusão ao fato de boa parte do gabinete ser composto por
presos políticos recém libertados.
A revolução espanhola
de 1820, terminou gerando reflexos por toda a Europa, fazendo os ecos do
liberalismo serem ouvidos entre os revolucionários dezembristas russos, entre
os oficiais do exército piemontes e entre os constitucionalistas napolitanos,
mas foi em Portugal que a ressonância mais se propagou.
Havia forte
ressentimento contra marechal William Carr Beresford, comandante britânico das
tropas que combateram os franceses, responsável por ordenar a execução de
militares portugueses tidos como colaboracionistas de Napoleão.
Antes, ele tinha sido
governador da ilha da Madeira no período napoleônico, nomeado pelos ingleses,
evitando a ocupação francesa usando de grande truculência para com a população.
Sua origem nobre era um
motivo para identificar o Velho Regime como extremamente negativo, visto ser barão
e visconde de Albuera e Dungarvan; recebendo do rei D. João VI os títulos de conde
de Trancoso, 1.º marquês de Campo Maior, duque de Elvas e Marechal-General -
comandante supremo de todas as forças militares portuguesas.
Representava um símbolo
da submissão da soberania nacional a Inglaterra, associada a fuga da nobreza
lusitana para o Brasil, deixando o povo sozinho para lutar contra os invasores
francesas.
Mesmo findado a guerra,
com o rei permanecendo no Brasil, sem dar sinal de que retornaria a Portugal, Beresford
continuava como a maior autoridade a comandar as tropas.
Quando começou a intrometer-se
nas questões relativas ao Brasil, estimulou a guarnição do Porto a lançar um
golpe de Estado liberal, em agosto de 1820, forçando D. João VI a retornar a
Portugal.
O rei deixou seu filho
Pedro como regente do Brasil e, tão logo retornou, foi obrigado a aceitar uma
Constituição liberal, modelada com base na Constituição de Cádiz, promulgada em
1822.
Marechal William Carr Beresford
retratado em pintura a óleo sobre tela de George Jones.
3. O conflito entre liberais e absolutistas.
A Constituição
portuguesa teve vida breve, tendo perdido o Brasil por conta do auxílio inglês
ao processo, Portugal enfrentaria um golpe de Estado, seguido de uma guerra
civil.
Graças ao fato de um
exército francês ter invadido a Espanha em 1823, em apoio ao restabelecimento
do poder absoluto de Fernando VII; o príncipe D. Miguel iniciou uma revolução
contra seu pai, sob o pretexto de impedir a entrada dos franceses em Portugal.
O episódio, conhecido
como a Vilafrancada, fez com que D. João VI rejeitasse a Constituição e
restaurasse o governo absoluto em Portugal.
Na Espanha, a ocupação
francesa, somada a três anos de secas, inundações e de febre amarela; dividiu
os liberais entre moderados e radicais, abrindo espaço para que Fernando
interrompesse a validade da Constituição, restabelecendo seus plenos direitos
de governo.
Sendo assim, a
experiência parlamentar ibérica, circunscrita entre 1820 e 1823, foi um
desastre.
Isto porque, liberais
portugueses e espanhóis, além de perderem a oportunidade de realizar reformas
mais profundas, terminaram sofrendo um cisma que fortaleceu as monarquias
absolutistas.
Justamente esta divisão
interna, no seio do liberalismo, terminou conduzindo a guerra civil.
Tanto na Espanha como
em Portugal, o conflito entre radicais e liberais acirrou os ânimos e refletiu
a luta entre partidárias da monarquia absolutista e defensores do
constitucionalismo.
Diante de limitações
financeiras, com os cofres do Estado vazias e impedido de realizar reformas no
arcaico sistema de impostos devido à forte oposição de várias camadas da
sociedade; o monarca espanhol tentou ganhar forças buscando o apoio dos
liberais.
Em 1825, o rei D. Fernando
nomeou uma série de ministros moderados, o que não agradou os monarquistas mais
extremistas, gerando uma nova revolta, desta vez conservadora.
Os antigos oficiais do
exército, que haviam sido excluídos de seus postos quando Fernando reformulou
suas tropas, deram início na Catalunha a "revolta dos ofendidos".
Em 1827, os rebeldes
exigiram o restabelecimento do governo absolutista tradicional, o regresso da
Inquisição e a reestruturação do exército, sob pretexto de que à vontade do rei
estava corrompida pelas pressões liberais.
A revolta seria
sufocada, mas seu ideal permaneceria e seria retomado pouco depois pelo irmão
do rei, D. Carlos.
A morte de Fernando VII
em 1833, deixando o trono entregue à sua filha ainda menina, Isabel,
possibilitou a Carlos a exigir o trono espanhol para si, apoiado pelos tradicionalistas.
Havia sido recém
promulgada pela rainha regente Maria Cristina, em 1834, uma nova Constituição
de cunho moderado, conhecida como Estatuto Real, o pretexto que justificaria a
pretensão usurpadora do tio de Isabel, fazendo eclodiu uma guerra civil na
Espanha que duraria seis anos.
Em Portugal aconteceu
uma situação em muitos aspectos análoga, quando D. João VI faleceu em 1826, o
seu filho mais velho, então Imperador do Brasil, ascendeu ao trono.
O Imperador D. Pedro I
do Brasil, foi forçado a abdicar do trono brasileiro em favor de seu filho D.
Pedro II, para defender o direito de sucessão em favor de sua filha mais velha,
D. Maria, então com sete anos, em Portugal.
Inicialmente tentou uma
saída diplomática, prometendo a filha em casamento a D. Miguel, contanto que
este aceitasse uma Carta Constitucional e um governo parlamentar.
A Constituição foi
redigida às pressas por liberais da vertente conservadora, mas não chegou a ser
promulgada.
Diante de manifestações
dos radicais pelas ruas de Lisboa, ainda antes do regresso de D. Miguel a
Portugal, a mãe de Pedro e Miguel, a rainha Carlota Joaquina costurou um acordo
com seu irmão Fernando VII, rei da Espanha.
O que possibilitou a D.
Miguel renunciar a Carta e usurpar o trono, com o auxílio de tropas espanholas,
depondo a sobrinha, então empossada rainha Maria II, dando início a guerra
civil em Portugal.
Vilafrancada: Insurreição liderada pelo Infante D. Miguel de Portugal em Vila Franca de Xira, em 27 de maio de 1823. Gravura impressa da época, datada no mesmo ano. |
4. A guerra civil em Portugal e na Espanha.
A oposição entre
liberais e absolutistas conduziu a uma guerra civil na Espanha e em Portugal,
de certa forma interligadas.
O apoio popular, tanto
ao miguelismo como ao carlismo, residiu apenas no campo, particularmente no
norte, ambos foram formas clássicas de contrarrevolução liberal.
Os apoiadores, de D.
Miguel em Portugal e de D. Carlos na Espanha, lutavam por aquele que
consideravam ser o autêntico rei e pelo tradicionalismo religioso católico.
Legitimismo e
catolicismo mostraram ser poderosos gritos da população rural, principalmente,
entre aqueles que se ressentiam da prosperidade dos meios urbanos em oposição à
pobreza do campo.
Em contraste a esta
reação, o liberalismo foi um fenômeno urbano, em larga medida acolhido pelos
mais instruídos, embora em Portugal tenha ficado restrito em Lisboa e Porto, as
únicas cidades de um certo tamanho e as únicas sedes industriais no país.
Este confinamento do
liberalismo em Portugal fez com que D. Miguel dominasse rapidamente todo o
território, esmagando o último foco de resistência, um levante militar no Porto.
Em 1828, os liberais estavam
confinados nos Açores, a única província que se manteve leal à jovem D. Maria.
Para defender a filha, o
Imperador D. Pedro I. não teve outra opção, enfrentando problemas no Brasil,
abdicou ao trono em favor de seu filho, invadindo Portugal e acirrando a guerra
civil.
Gravura da época satirizando a disputa entre os irmãos Pedro e Miguel pelo trono de Portugal.
D. Pedro desembarcou
com tropas que trouxe do Brasil, justamente, nos Açores, em 1832.
Foi apoiado por uma
pequena frota comandada por um capitão inglês, possivelmente financiada pela
Inglaterra, além de 7.500 homens recrutados entre liberais exilados e mercenários
franceses e ingleses.
A guerra entre os dois
irmãos durou pouco mais de um ano, sendo decidida a favor de D. Pedro, graças
ao apoio de uma frota britânica que partir da Inglaterra para reforçar suas
forças.
A derrota das últimas
tropas resistentes, fiéis a D. Miguel, aconteceu no Algarve.
O novo monarca acendeu
ao trono de Portugal como D. Pedro IV, governando absoluto até 1835, quando a
Revolução de Setembro arrebatou o poder aos constitucionalistas conservadores.
Somente então, a
Constituição de 1822 foi restaurada, apesar desta ser reescrita pouco depois
pelos radicais, grupo que passaria a dominar a política portuguesa.
Na Espanha a guerra
civil foi mais longa e com consequências também mais sangrentas.
Os partidários do
carlismo, em bandos que se assemelhavam a hordas descontroladas, saquearam
comércios e arrasaram fabricas nos grandes centros urbanos.
A derrota de D. Miguel
em Portugal, trouxe como consequência a defesa emocionada do absolutismo, em
boa parte da Espanha, pela população rural mais humilde e extremamente
católica.
A maior parte dos altos
oficiais do exército, a burocracia e os funcionários governamentais se
mantiveram leais a rainha regente, sobretudo na capital.
Assessorado por
militares absolutistas competentes, Carlos saiu vitorioso da maioria das
batalhas, alcançando Madri em setembro de 1837.
Nesta altura, o avanço
foi barrado pelos liberais, então apoiados pelo exército regular, a máquina do
governo e a chamada Quadrupla Aliança de 1835; formada por tropas de Portugal,
Inglaterra e França.
Os partidários da rainha
regente saíram vitoriosos, contudo, Maria Cristina havia sido obrigada a
restabelecer a Constituição de 1812.
Depois de enfrentar uma
série de pequenas revoltas urbanas, fomentadas pelos radicais. ao longo de 1835
e 1836; foi substituída como regente, em 1841, pelo general Baldomero
Espartero.
Desembarque das forças liberais no Porto, em 8 de julho de 1832.
Imagem da época.
5. CONSEQUENCIAS DA INTRODUÇÃO DO LIBERALISMO.
A vitória do governo
constitucional, na península ibérica, permitiu o desenvolvimento da sociedade
liberal, acabando com os restos dos anacronismos legais do Antigo Regime,
através de uma sério de reformas.
Os governos liberais
retiraram as barreiras internas de alfândega, introduziram o sistema decimal,
reformaram o serviço dos correios, codificaram as leis e normalizaram os
impostos.
A nova legislação
espanhola e portuguesa imitava a França pós-revolucionária, seguindo
particularmente o exemplo de centralização napoleônico.
Em 1833, as regiões
históricas espanholas haviam sido substituídas por 50 províncias de tamanho
uniforme, o equivalente às prefeituras francesas.
O mesmo modelo havia
sido seguido por Portugal uma década antes, então dividido em 17 distritos.
Entretanto, tanto na
Espanha como em Portugal, os administradores dos distritos eram nomeados pela
Coroa, tentativas de introduzir uma maior autonomia regional só foram iniciadas
em 1878.
Destarte, as reformas
custaram caro aos Estados ibéricos, a guerra civil tinha esvaído os cofres
portugueses e espanhóis, tornando a necessidade de fundos uma prioridade.
O setor agrário, cuja
população estava do lado dos derrotados, foi visto como o meio de conseguir
estes recursos, para tal, foram taxados pesadamente.
Em compensação, visando
livrar os proprietários agrícolas das leis do dízimo e do vínculo com a igreja,
todos os conventos e mosteiros foram abolidos e suas terras colocadas à venda,
enquanto outras propriedades eclesiásticas ficaram obrigadas a pagar impostos.
A despeito da venda das
terras da igreja parecer um ato revolucionário, os seus efeitos sobre a
estrutura social da península foram menos evidentes, uma vez que as
propriedades só podiam ser compradas pelos grandes detentores de capital, caindo
nas mãos dos grandes latifundiários.
Ao mesmo tempo, os
industriais e grandes comerciantes terminaram aproveitando a oportunidade para
tornarem-se latifundiários.
A reforma agrícola
fracassou, diante de uma elite que tencionava imitar o estilo de vida dos
antigos nobres da terra, bem como devido ao atraso da tecnologia utilizada no
cultivo e ao protecionismo governamental que salvaguardava os produtos não
competitivos, particularmente o trigo, com altas tarifas.
O fracasso na
modernização da agricultura, graças aos fatores salientados, arrastou consigo o
desenvolvimento da indústria, atrasado comparado com outras regiões da Europa.
As limitações na
produção de alimentos desarticularam a formação dos estratos urbanos, então
necessários ao crescimento da industrialização.
Além disto, o fracasso
agrícola reduziu o mercado interno, restringindo a procura por bens industriais,
um problema complicado ainda mais pelas dificuldades de transporte para o
interior da península.
Diante deste panorama,
as indústrias permaneceram confinadas às áreas periféricas da península e a
certos setores, sobretudo, têxteis.
Gravura da época louvando a chegada das tropas de D. Pedro em Portugal.
6. CONCLUINDO.
Enquanto em outros países
da Europa, a introdução do governo parlamentar se aliou com a burguesia,
propiciando um rápido avanço da industrialização, em Portugal e Espanha, as
classes comerciais e industriais não tiveram força suficiente para preencher os
vácuos abertos pelo constitucionalismo liberal.
Para além dos fracassos
econômicos, politicamente o liberalismo conseguiu instituir o sufrágio, mas as
instituições não evoluíram como na Inglaterra, França ou Estados Unidos da
América.
O direito ao voto, por
exemplo, esteve restrito às altas camadas da população, nomeadamente controlado
pelos latifundiários.
As Constituições
radicais, promulgadas na Espanha em 1812 e em Portugal em 1822, concedendo
direito de voto a todos os varões que soubessem ler e escrever, não duraram
muito.
A introdução do
liberalismo na Península Ibérica, no século XIX, a custo de guerras civis,
redefiniu apenas parcialmente as soberanias, não alterando a estrutura social
ou econômica.
O maior fracasso foi
registrado na educação, isto a despeito desta ser vista pelos liberais como uma
obrigação do Estado.
A falta de fundos
condicionou o sistema educacional à desagregação, desarticulando o discurso
praticado pelo Estado da realidade encontrada nas escolas.
Na esfera social, a
discrepância entre a retórica liberal e a ação do Estado foi ainda mais
acentuada.
Embora o governo fosse
assunto de autocratas, o poder manteve-se nas mãos da velha aristocracia, que
dominava a região desde a Idade Média, enquanto a escassez de recursos, somada
a tendência de divisão interna, culminou em um pseudo liberalismo.
Os partidos se viram
reduzidos a grupos dominados por interesses particulares, tornando volúveis as
alianças políticas.
Nestas circunstâncias,
o parlamentarismo constitucional estava destinado a ter uma existência
atrofiada.
Diante deste cenário, o
exército, dominado pelos fidalgos de famílias tradicionais, barrava qualquer
avanço dos liberais radicais.
A partir da guerra
civil em Portugal e Espanha, os militares passaram a representar um papel destacado
na política, os comandantes atuaram permanentemente como líderes de partidos.
O liberalismo ibérico
se resumiu a defensa do conceito de regeneração política que não se efetivou de
imediato, mas que culminaria com o advento do republicanismo, sobretudo em
Portugal.
O rei D. Pedro IV de Portugal (antigo Imperador D. Pedro II no Brasil).
Pintura em óleo sobre tela de autor desconhecido, datada em 1834,
pertencente ao acervo do Palácio Nacional de Queluz (Portugal).
7. PARA SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO.
SARAIVA, José Hermano. História concisa de Portugal. Lisboa:
Publicações Europa- América, 1995.
SCHWARTZ, Stuart B.
& LOCKHART, James. A América Latina
na época colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
VEIGA, Francisca Branco. Companhia de Jesus, O Breve Regresso no Reinado de D. Miguel. Lisboa: Ed. Autor, 2023.
VINCENT, Mary. & STRADLING, R. A. Espanha e Portugal: história e cultura da Península Ibérica. Madri: Edições Del Prado, 1997.
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