Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 6, Volume jul., Série 03/07, 2015.
Prof. Me. Rodrigo Cardoso Silva.
Mestre em Direito
Internacional.
Educador de Ciência Política, Direitos Humanos e Direito
Econômico na Unimonte.
Advogada da Missão Paz.
Especialista em Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra.
Especialista em Direito Internacional e Econômico pela UEL.
Desde julho de 2013, os brasileiros estão passando por certo processo de despertar político, ainda que bastante dúbio.
Apesar de não estarem muito bem claro os
objetivos propostos pela Massa, é contagiante ver essas manifestações populares
em prol do bem estar coletivo no Brasil.
Há dois anos, as maiores cidades do
país e a Capital Federal foram tomadas por uma explosão populacional de
revindicações, que partiu desde o desejo de exigir tarifas menores de
transporte coletivo até um Estado mais ético e justo.
Notória
é a nobreza de um povo que reconhece um governo que se utiliza do estado
republicano para articular em causa própria.
Após
o cessar da Massa, o governo federal reconheceu a força do povo nas
manifestações, mas repudiou o alto índice de violência consubstanciado pela
desordem e o vandalismo.
Os demais governantes - estaduais e municipais e,
inclusive, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, não se manifestaram em
prol de nenhum lado.
Optaram pela omissão da liberdade do pensamento.
A
primeira grande "revolução" do país na segunda década do século XXI,
formada por maioria de jovens acadêmicos, foi um misto do que aconteceu em 1984
(Diretas Já) e em 1992 (Impeachment
de Fernando Collor), sendo que a diferença mais pujante atual foi a celeridade
das informações pelos meios digitais.
Da mesma ordem como ocorreu em meados das
décadas de 80 e 90, o povo se reuniu com hora marcada para começar e terminar a
sua "revolta" contra o Estado.
É curioso perceber esta peculiaridade
do povo brasileiro que é muito diferente de outras culturas no mundo.
A busca
por ética e justiça é temporária, e não permanente.
Talvez seja porque a
maioria da Massa Popular ainda não perdeu um dos princípios fundamentais do
estado democrático de direito brasileiro e universal, a dignidade da pessoa
humana.
Passado
o terceiro fenômeno, em 2014 ocorreram as eleições para presidente, governador,
deputados e senadores.
Um momento importante de "poder" do povo que
demonstraria o desejo por mudanças no campo da governabilidade igualitária,
ética e justa para todos os cidadãos brasileiros.
No entanto, o resultado das
urnas eletrônicas no Brasil mostrou que a vontade da maioria do povo foi
permanecer em prol do Estado tisnado como antiético e injusto com todos no
protesto anterior.
No
primeiro semestre de 2015, o povo retornou as ruas para protestar contra o
mesmo governo eleito pela maioria em 2014.
Não obstante, as manifestações
tomaram a mesma forma que em 2013, com a Massa Popular organizada por pessoas
com certo grau de instrução educacional, mas desta vez com roupas nas cores
verde e amarela, em vez da cor preta de 2013.
Ontem,
as reivindicações foram muito semelhantes da primeira "revolução", ou
seja, gritos por mais justiça e ética para todos, sem se esquecer do certo grau
de violência e vandalismo em algumas regiões.
Diante
desses dois fenômenos populares republicanos no Brasil, pode-se notar que ambas
as Massas Populares que manifestaram desgosto pelo Estado não são pessoas que
praticam a mendicância, menores de rua abandonados, imigrantes, homossexuais,
vítimas de preconceitos raciais e religiosos, refugiados ou pessoas que
sofreram algum desastre natural. Isto é, não são pessoas que perderam a sua
dignidade, seja de uma forma ou de outra.
Já a
Massa em destaque no cenário nacional é formada por intelectuais e pessoas mais
abastadas.
É racional pensar que esta Massa tem muito mais a oferecer para a
"revolução". Na verdade, não.
Pois o manifesto por um Estado ético e justo
para todos não foi construído por todas as pessoas sem qualquer distinção.
Ele
foi construído por um grupo de pessoas elitizadas.
Logo,
o impasse percebido até aqui é a falta do espírito da virtude no povo
brasileiro.
A prática da austeridade no viver do brasileiro.
Assim, com a
prática do bem, da probidade e da excelência moral no dia-a-dia do Brasil, o
povo brasileiro a tempo futuro terá a oportunidade de ser representado por
pessoas do bem que buscaram por toda a sua vida formar um conjunto de todas as
boas qualidades morais e respeito pelos direito humanos.
A Massa
Popular ainda hoje é formada por idealistas que somente com certa fortuna
material dão início as realizações que lhe competem e esquecem-se daqueles
menos favorecidos.
A "revolução" deveria ser um fenômeno de todos sem
qualquer exceção.
A
união fraternal é o sonho sublime de todas as pessoas.
Todavia, ela não irá se
realizar sem que o povo brasileiro respeite uns aos outros, cultivando a
harmonia e o acolhimento de todas as pessoas.
Uma "revolução" é
positiva quando ela é uma ação virtuosa para a coletividade.
Por
fim, o povo brasileiro precisa reaprender ou renovar os valores morais e a sua virtude
para aplicá-los na família, na sociedade e, especialmente, na política.
Um
governante deveria ser o exemplo para as demais pessoas.
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Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
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